terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

As cinco informações que interessam sobre o balanço da Petrobras

Veja

Empresa anunciou aumento de 11% no lucro em 2013; no resultado do quarto trimestre, houve até mesmo superação das expectativas de analistas. Mas endividamento continua minando o caixa da estatal

Detalhe da fachada do edifício da Petrobras no Rio de Janeiro
Detalhe da fachada do edifício da Petrobras no Rio de Janeiro (Vanderlei Almeida/AFP)

A Petrobras divulgou na noite desta terça-feira seu balanço anual referente ao ano de 2013. Os números do quarto trimestre e do consolidado do ano surpreenderam positivamente o mercado — que mantinha uma visão um pouco mais pessimista. Enquanto o lucro trimestral caiu 18,9%, as expectativas beiravam queda de 35%.

Contudo, os principais fundamentos da estatal continuam se deteriorando devido ao simples fato de o caixa da empresa sangrar, cada vez mais, diante das dificuldades que enfrenta para conseguir fazer com que o governo aprove novos reajustes de preços de combustíveis. A alta da gasolina pode impactar a inflação — tudo que o governo não quer para 2014.

Mas, diante de um aumento de 36% na dívida total da empresa ao longo do ano passado, a Petrobras parece não dispor de muita escolha. Confira alguns pontos essenciais sobre o balanço divulgado na noite desta terça-feira:


5 informações relevantes tiradas do Balanço da Petrobras

Endividamento sobe


O endividamento líquido da estatal aumentou 50% em relação a 2012. Segundo a empresa, a alta ocorre em decorrência de captações de longo prazo e do impacto da depreciação cambial de 14,6%. A empresa não admite, mas a disparidade do preço da gasolina no Brasil em relação ao mercado internacional também penaliza sua capacidade de gerar caixa para reduzir dívidas. O endividamento total da empresa avançou 36% no ano a 267 bilhões de reais. As dívidas de longo prazo, que representam a maior parte desta conta, avançaram 38%, a 249 bilhões.

Mais pré-sal, menos produção


As reservas provadas totais da Petrobras atingiram 16,57 bilhões de barris óleo equivalente (boe) de acordo com o critério ANP/SPE, com o crescimento de 43% em comparação a 2012. Contudo, a empresa produziu menos óleo. Segundo o balanço, a produção diária recuou 2% para 2,539 milhões de barris.

Gastos aumentam


As despesas financeiras avançaram de 2 bilhões para 3 bilhões de reais em 2013 devido ao aumento do endividamento e à adesão da empresa ao Refis. Contribuiu também para o resultado a valorização do dólar. A Petrobras aderiu em dezembro de 2013 ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis) aproveitando-se dos benefícios concedidos pelo governo às empresas que renegociassem seus débitos referentes às autuações fiscais sobre os tributos CIDE, II, IPI, IOF, IRRF e COFINS. O desembolso efetivo foi de 1,29 bilhão de reais, além da solicitação para utilização de depósitos judiciais de 39 milhões de reais, totalizando o montante de 1,33 bilhão de reais.

Abastecimento de termelétricas


A Petrobras informou que houve aumento de 17% nas vendas de óleo combustível devido à disparada do uso do produto em termelétricas para geração de energia, em decorrência do baixo nível dos reservatórios. Ainda segundo a empresa, o consumo aumentou porque algumas empresas compraram o insumo para disponibilizar gás natural às termelétricas. Esse também foi o motivo da alta de 15% nas vendas de gás natural.

Importações aumentam


A importação de petróleo subiu 17% no ano, a 404,3 mil barris por dia. Já as exportações caíram 43% no mesmo período, a 207 mil barris por dia. Segundo a empresa, a alta das importações ocorreram em função do aumento da carga processada nas refinarias e à menor produção de óleo (queda de 2%). A empresa afirmou ainda que ambos os fatores ajudaram a reduzir o petróleo disponível para a exportação.