quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Bolsonaro cancela assinaturas da Folha. Só agora? Desde a campanha, o jornal assumiu que é porta-voz do covil do Lula

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira (31) que determinou o cancelamento de todas as assinaturas da Folha no governo federal. Em tom de ameaça, o presidente também disse que os anunciantes do jornal "devem prestar atenção".
"Determinei que todo o governo federal rescinda e cancele a assinatura da Folha de S.Paulo. A ordem que eu dei [é que] nenhum órgão do meu governo vai receber o jornal Folha de S.Paulo aqui em Brasília. Está determinado. É o que eu posso fazer, mas nada além disso", disse, em entrevista à TV Bandeirantes.
"Espero que não me acusem de censura. Está certo? Quem quiser comprar a Folha de S.Paulo, ninguém vai ser punido, o assessor dele vai lá na banca e compra lá e se divirta. Eu não quero mais saber da Folha de S.Paulo, que envenena o meu governo a leitura da Folha de S.Paulo."
Questionado pelo apresentador José Luiz Datena se seria uma forma de censura, o presidente respondeu: "Não é uma forma de censura, nada".

O presidente da República, Jair Bolsonaro. - Isac Nóbrega-24.out.19/PR
Mais tarde, em live nas redes sociais, Bolsonaro voltou ao tema e ameaçou anunciantes do jornal.
"Não vamos mais gastar dinheiro com esse tipo de jornal. E quem anuncia na Folha de S.Paulo presta atenção, está certo?", disse.
“Se confirmada, a decisão de Bolsonaro configura uma violação dos princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade na administração pública”, afirma Luiz Francisco Carvalho Filho, advogado da Folha.
"Trata-se de atitude típica de governos totalitários. Chávez e Maduro, por irônica que seja a comparação, fizeram exatamente a mesma coisa com a imprensa na Venezuela. Os veículos todos são ameaçados, não apenas a Folha", diz Taís Gasparian, também advogada do jornal.
Em nota, a Folha afirmou que “lamenta mais uma atitude abertamente discriminatória do presidente da República contra o jornal e vai continuar fazendo, em relação a seu governo, o jornalismo crítico e apartidário que a caracteriza e que praticou em relação a todos os outros governos”.
Antes de anunciar o cancelamento das assinaturas, Bolsonaro citou um café da manhã que teve com jornalistas da Folha no Palácio da Alvorada, em 3 de setembro.
Participaram desse café, além de Bolsonaro, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, o chefe da Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência, Fábio Wajngarten, e o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP). O encontro ocorreu das 7h40 às 9h10.
Durante a conversa, o presidente autorizou que todo o teor da conversa fosse publicado, com exceção dos palavrões ditos por ele durante o café da manhã, o que foi respeitado pela Folha.
À TV Bandeirantes nesta quinta-feira, porém, Bolsonaro deu uma declaração falsa ao dizer que o jornal publicou palavrões na entrevista e que o conteúdo das declarações foi todo distorcido —reclamação que ele não havia feito quando a reportagem foi publicada.
"Recebi a Folha uma questão de uns 45, 50 dias atrás. Conversei com eles numa boa e, no dia seguinte, foi um festival de desinformação. Eu até fui criticado por assessores meus, e com razão. Por que falou com a Folha? Eu fui tentar dar uma chance pra eles."
"Não saiu nada do que eu falei. Só saiu desinformação. E algumas palavras que eu usei ali e falei: 'Isso aqui é palavrão, segura a onda, escorreguei'. Saiu palavrão [na entrevista], saiu tudo lá. Não dá pra gente confiar, por exemplo, na Folha de S.Paulo."
O ataque desta quinta-feira não é o primeiro de Bolsonaro à Folha. Em outubro do ano passado, em entrevista ao Jornal Nacional, o então presidente eleito afirmou que “por si só, esse jornal se acabou”.
“Não quero que [a Folha] acabe. Mas, no que depender de mim, imprensa que se comportar dessa maneira indigna não terá recursos do governo federal”. O presidente eleito, depois, completou: “Por si só esse jornal se acabou”.
Uma semana antes do segundo turno da eleição de 2018, no dia 21 de outubro, Bolsonaro afirmou que "a Folha de S.Paulo é a maior fake news do Brasil". A declaração, feita em vídeo ao vivo exibido em telões na avenida Paulista, foi recebida com gritos de apoio dos eleitores do então candidato.
Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou que as agências federais do país cancelassem as assinaturas dos jornais The New York Times e The Washington Post por discordar da cobertura que as duas publicações fazem de seu governo.
A seguir, a nota da Folha sobre as declarações do presidente:
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“A Folha lamenta mais uma atitude abertamente discriminatória do presidente da República contra o jornal e vai seguir fazendo, em relação a seu governo, o jornalismo crítico e apartidário que a caracteriza e que praticou em relação a todos os governos. A entrevista mencionada pelo presidente reflete de maneira correta o conteúdo de suas declarações. Ela foi produzida a partir de uma conversa inicialmente feita off the records (não destinada à publicação, no jargão jornalístico). Ao final da conversa, Bolsonaro autorizou que a Folha publicasse suas declarações, evitando reproduzir os palavrões pronunciados por ele. O jornal respeitou o pedido, ao contrário do que o presidente afirma agora.”

Folha de São Paulo

Comparsa de criminosos ricos, Gilmar Mendes manda soltar Garotinho e Rosinha

O ministro do STF, Gilmar Mendes. Foto: Nelson Jr / SCO-STF
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, mandou soltar os ex-governadores do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e Rosinha Matheus. O casal foi preso na manhã desta quarta, 30, em cumprimento de ordem da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, que cassou um habeas corpus concedido ao casal pelo desembargador Siro Darlan. Trata-se da quinta prisão de Garotinho e da terceira de Rosinha.

Documento

Em sua decisão, o ministro impôs medidas cautelares alternativas à prisão. Entre elas, a proibição de deixar o país, de contatos com testemunhas e outros investigados, e o comparecimento mensal à Justiça. A decisão se dá após o desembargador convocado Leopoldo Raposo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negar habeas ao casal.
Gilmar Mendes relata que, ‘em relação à suposta ameaça à testemunha, não há qualquer motivo fático concreto que justifique tal alegação’.
“Nos termos descritos, “a declaração de tal testemunha vai muito além disso: relata intimidação direta por interpostas pessoas; depois que prestou declarações em desfavor de Garotinho, a inquirida passou a se sentir intimidada por diversas pessoas ‘sempre prometendo algum tipo de vingança; após a condenação recebeu vários recados na rua de pessoas falando que a declarante vai ser morta ou de que alguém de sua família será atingida (…) deveria ficar quieta quanto a outros fatos que tenha conhecimento para não morrer’”, narra.
Segundo o ministro, a partir da leitura de tal narrativa percebe-se que não há sequer indicação de pessoas específicas que estariam causando tais intimidações’. “Ou seja, não se pode fundamentar a prisão cautelar de uma pessoa a partir de juízos hipotéticos carentes de qualquer embasamento fático em concreto”.
Garotinho e Rosinha são acusados pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) pelo superfaturamento de de R$ 62 milhões em contratos celebrados entre a prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, e a construtora Odebrecht, para a construção de casas populares dos programas ‘Morar Feliz I’ e ‘Morar Feliz II’. Os crimes teriam acontecido durante os dois mandatos de Rosinha como prefeita, entre 2009 e 2017. Entre 2015 e 2016, seu esposo foi Secretário do município.
O casal afirma ser inocente e se diz vítima de perseguição política.
As licitações supostamente superfaturadas envolveram mais de R$ 1 bilhão, e, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, deram aos cofres públicos prejuízo de mais de R$ 62 milhões. Segundo a acusação, a Odebrecht pagou R$ 25 milhões de propina no âmbito de tais contratos.
prisão anterior do casal se deu no dia 3 setembro durante a Operação Secretum Domus. Os ex-governadores, no entanto, foram soltos um dia depois.
COM A PALAVRA, A DEFESA
Nota de esclarecimento
A defesa do casal Anthony e Rosina Garotinho esclarece que as prisões de ambos não foram motivadas por qualquer tipo de condenação nesse processo. O mérito ainda será analisado definitivamente.
Garotinho e Rosinha foram privados de liberdade com base em supostas ameaças relatadas por uma testemunha que jamais conseguiu prová-las.
Não custa lembrar que essa mesma testemunha mudou seu depoimento cinco vezes e foi considerada, no passado, uma testemunha sem fé pública pelo ministro do TSE, Luiz Fux.
Assim, ao conceder o HC, o ministro Gilmar Mendes salientou que não há qualquer motivo fático concreto para as prisões, usando argumentos fundamentados na Constituição brasileira.
A defesa acrescenta que Garotinho e Rosinha têm sido vítimas de todo tipo de perseguição política desde que o ex-governador começou a denunciar a quadrilha de Sérgio Cabral, com braços em diversas instituições do Estado do Rio.
Tanto isso é verdade, que o Supremo Tribunal Federal vem suspendendo todas as ordens de prisão contra Garotinho e Rosinha.
Não podemos ceder a um ativismo judicial, que tem desrespeitado constantemente os direitos e garantias fundamentais conquistados com muita luta e abarcados no texto constitucional.
Os advogados de defesa:
Vanildo José da Costa Junior e
Eugênio José Guilherme Aragão

Rafael Moraes Moura e Luiz Vassallo, O Estado de São Paulo

A Rede Globo e as ruínas de um império (vídeo)

A história da comunicação se confunde com a da civilização. Quanto mais rápida foi a troca de informações, mais acelerado foi o desenvolvimento do homem.
Sinais de fumaça, telégrafo, telefone, rádio e televisão foram marcos históricos que aproximaram o homem. Mais do que isto, foram responsáveis por acelerar a evolução da humanidade.
A televisão surgiu após a Segunda Guerra Mundial e teve como característica primordial unir a família e amigos à frente de uma caixinha de som e imagem, em busca de informação e entretenimento.
No Brasil, a televisão se confunde com a história da Globo, criada em 1965. É inegável o poder que este meio de comunicação teve para formar a opinião da população ao longo de décadas.
Como exemplo, lembro do movimento Diretas Já e como a televisão contribuiu para tal. Ou ainda, do quanto influenciou os caras pintadas em 1992.
O fim da censura foi transformando o horário nobre em uma verdadeira aula de destruição familiar. O que surgiu para unir a família, passou a dividi-la.
A TV passou a direcionar a escolha de candidatos a cargos políticos. E a relação entre poder, dinheiro e televisão foi promiscuída. Enfraquecer a família, alienar o pensamento crítico e banalizar o entretenimento pareciam estratégias de dominação do povo.
A televisão, aliada aos governantes, parecia uma fórmula de Império indestrutível, sem ameaças.
Porém, no final do século XX surgiu a revolução da internet. E com ela vieram as mídias sociais.
O monopólio da informação da televisão foi quebrado pouco a pouco, até que com a popularização do “Whatsapp”, todas as mídias se ligaram em um clique.
A velocidade de comunicação passou a ser instantânea e acabou o monopólio da televisão e a supremacia da antes toda poderosa TV Globo.
Exemplo maior desta transformação: a eleição do Presidente Jair Bolsonaro, que jamais seria eleito no ‘status quo’ de monopólio televisivo.
As massas acordaram!
Nunca João 8:32 fez tanto sentido:
“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
Como todo fim de império, o choro é normal.
O que não é normal, é ver a baixaria e falta de decência (mas era esperado).
O melancólico fim de um império que agoniza teve seu último episódio com a tentativa de envolver o Presidente da República no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco.
Com a mesma velocidade que vieram as acusações, veio o contra-ataque com a verdade.
O porteiro mentiu ou foi induzido a mentir.
A Globo foi desmascarada e desmoralizada por mentir.
Bolsonaro se manifestou imediatamente para restabelecer a verdade dos fatos.
Bolsonaro sai fortalecido em mais um episódio histórico e a Globo agoniza nas ruínas do império que desaba.
No vídeo abaixo a live do canal Cafezinho com Pimenta:

Jornal da Cidade

Goiás 2 x 2 Flamengo - Melhores Momentos - HD

Alexandre Garcia: O porteiro e o AI-5 exumados

Nêumanne: "E nada da Globo se desculpar"

Evidências de que usou mentira de 

porteiro para inserir Bolsonaro nas 

investigações policiais sobre morte 

de Marielle e Anderson tornam 

emissora devedora da apresentação

da falsa fonte a público que enganou




Advogado de Elcio Queiroz, tido segundo polícia
motorista que levou assassino de Marielle ao local 
do crime, já tinha desmentido fonte mentirosa do
Jornal Nacional. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Não há mais dúvida de que o porteiro do condomínio, onde moravam em 14 de março de 2018, o presidente Bolsonaro e o suposto assassino de Marielle Franco e Anderson Gomes, mentiu à polícia ao afirmar que o ex-PM acusado na investigação de ter levado o atirador ao local do crime teve autorização para entrar, dada por alguém que ele identificou como “seu Jair”, mas foi para a casa do atirador, Ronnie Lessa. 
Quando a Globo deu ao funcionário status de sua fonte, o MP já sabia que ela mentia, conforme constava dos autos por iniciativa do próprio Élcio Queiroz. 
E a emissora continua misturando tudo de forma a dar ao telespectador ilusão de que ela não errou. 
Errou. 
Errou feio. 
E, além de se desculpar, o que não fez, teria de informar detalhes sobre a vida e as intenções da origem de sua notícia falsa envolvendo Bolsonaro no hediondo crime da execução da vereadora do PSOL e de seu motorista. 
O Estado de São Paulo

Petrobras retoma estudos sobre terminal flutuante para gás do pré-sal

O gerente executivo de Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa Lima, afirmou nesta quinta (31) que a instalação de um terminal flutuante de gás pode ser a solução para escoamento da produção de novos campos do pré-sal. 
A decisão, diz, tem que ser tomada até 2022 para absorver o crescimento da produção na segunda metade da próxima década, e tem que envolver outras empresas produtoras de gás no país
A capacidade de escoamento do gás natural é um dos principais obstáculos para a ampliação da oferta da produção do pré-sal, um dos vetores do plano de abertura do mercado que pode garantir o "choque de energia barata" prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Atualmente, duas grandes rotas de gasodutos trazem o combustível das plataformas em alto mar. Uma terceira está sem construção. Juntas, elas terão capacidade para carregar 54 milhões de metros cúbicos por dia, o equivalente a cerca de 80% do volume extraído atualmente na Bacia de Santos, a maior produtora de gás do país.
Com a perspectiva de novas descobertas, diz Lima, a ampliação da infraestrutura será necessária. A opção por um terminal flutuante, afirmou, garante maior flexibilidade às operações, argumenta o gerente executivo da Petrobras.
O terminal teria capacidade para liquefazer o gás para transporte em navios até terminais de regaseificação na costa brasileira ou no exterior. A Petrobras chegou a estudar a alternativa há uma década, mas abandonou a proposta diante dos altos custos de construção.
"Há hoje no mundo cinco projetos de liquefação de gás offshore [no mar]. É uma tecnologia que avançou bastante em relação nesses dez anos", disse Lima, em entrevista após palestra na OTC, conferência do setor de petróleo no Rio.
Ele frisou, porém, que há ainda desafios para reduzir os custos dessa tecnologia, considerando que os preços do petróleo e do gás estão mais baixos. Mas ela tem vantagens em um mercado bastante dependente de termelétricas, cujo consumo varia bastante durante o ano. Quando as usinas estiverem paradas, o gás pode ser exportado.
Lima afirmou que qualquer solução para ampliar a infraestrutura de escoamento do gás depende primeiro da confirmação de novas descobertas e deve considerar parcerias entre os diversos produtores com operações no país.
"Toda essa infraestrutura que a a gente esta considerando para escoamento e processamento de gás natural seguramente terá que ser compartilhada com todos os produtores", disse o executivo. 
A falta de acesso aos dutos existentes é um impeditivo para que novos vendedores de gás atuem no mercado. Hoje, embora seja dona de cerca de 75% da produção nacional de gás, a Petrobras é praticamente a única vendedora, já que suas sócias preferem lhe vender suas parcelas.
A abertura da malha de transporte a terceiros é uma das medidas do programa Novo Mercado de Gás, lançado no governo Bolsonaro com o mote do "choque de energia barata", que tenta reduzir o monopólio no setor. 
Em acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Petrobras se comprometeu a vender participações remanescentes em grandes gasodutos e distribuidoras de gás canalizado. A expectativa é que sua fatia na venda do combustível caía a cerca de 50% ou 60% no futuro.
"O desafio é como desenvolver a infraestrutura e colocar o gás no mercado", disse a superintendente de Exploração da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Marina Abelha, lembrando que a maior parte da produção do pré-sal em Santos não está chegando ao mercado hoje.

Nicola Pamplona, Folhade São Paulo