Ex-senador que cumpre pena de
28 anos por fraudes nas obras do
Fórum Trabalhista de São Paulo,
tem seu nome associado a transações
milionárias em planilha encontrada
com dono de galeria de arte
denunciado por lavar dinheiro para
o senador Edison Lobão (MDB)
A Operação Lava Jato investiga o ex-senador Luiz Estevão por supostamente intermediar R$ 65 milhões em aquisições de obras de arte ‘sem emissão de nota fiscal’ em um período de 10 anos.
Documento
- R$ 65 MI PDF
O ex-parlamentar cumpre pena no Complexo Penitenciário Federal da Papuda, em Brasília. Em duas sentenças relativas a fraudes nas obras do Fórum Trabalhista de São Paulo e também por sonegação fiscal, ele foi condenado a 28 anos de reclusão.
A apuração que envolve Estevão é decorrente da Operação Galeria, 65ª fase da Lava Jato, que mirou supostos esquemas de lavagem de dinheiro do ex-senador Edison Lobão (MDB) e seu filho Márcio Lobão, decorrente de propinas em contratos da Transpetro. Eles foram denunciados nesta terça, 29.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o emedebista e o filho ocultaram as vantagens indevidas por meio da aquisição de obras de arte por meio da Almeida & Dale Galeria de Arte, cujo dono, Carlos Dale Júnior, é também alvo da denúncia.
Quando a PF vasculhou o estabelecimento, que fica em São Paulo, encontrou uma “Tabela de Vendas das Obras da A&D” no computador de Carlos Dale Júnior.
Segundo os investigadores, no documento ‘não apenas havia uma linha específica que sintetizava a transação da obra de arte “Amazonino Vermelho”, da série amazônicos, de autoria de Lygia Pape, adquirida por Márcio Lobão da Almeida e Dale, objeto da presente acusação, como também uma série de linhas relativas a transações de obras de arte vendidas por “Luiz Estevão”.
“Não apenas chama atenção o valor de tais transações, que totalizam R$ 65.273.000,00, como o período no qual elas ocorreram, entre 21/05/2008 e 13/10/2018,
como também o fato de que todas elas ocorreram “sem a emissão de nota” [nota fiscal] e, por fim, a indicação da participação nelas de “LUIZ ESTEVÃO” como adquirente das obras”, diz a Lava Jato.
como também o fato de que todas elas ocorreram “sem a emissão de nota” [nota fiscal] e, por fim, a indicação da participação nelas de “LUIZ ESTEVÃO” como adquirente das obras”, diz a Lava Jato.
Os procuradores ainda dizem que em ‘rápida pesquisa na internet foi possível localizar diversas menções que dão conta de possível relacionamento entre Almeida e Dale Galeria de Arte e seu sócio, ora denunciado, Carlos Dale, com o ex-Senador Luiz Estevão’.
“De fato, conforme constou na tabela apreendida na Busca e Apreensão da Almeida e Dale Galeria de Arte, é possível que pessoa identificada como “LUIZ
ESTEVÃO” tenha sido responsável por adquirir 7 telas de Volpi, entre 2010 e 2015, inclusive duas telas adquiridas por R$ 250 mil”, diz a força-tarefa.
ESTEVÃO” tenha sido responsável por adquirir 7 telas de Volpi, entre 2010 e 2015, inclusive duas telas adquiridas por R$ 250 mil”, diz a força-tarefa.
Os procuradores de Curitiba pediram que o caso seja compartilhado com a força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo.
Luiz Vassallo e Fausto Macedo, O Estado de São Paulo