sábado, 30 de abril de 2022

'Qual traz maior prosperidade para uma economia: criação de valor ou maior eficiência na produção?' por Per Bylund

 E não, você não pode ter os dois ao mesmo tempo


Qual é o objetivo de uma economia?

A atual ciência econômica lecionada nas universidades sugere que a economia — especialmente a microeconomia — é sobre a busca por eficiência na produção. Estuda-se a teoria da produção, equações de maximização dos lucros, fronteiras de possibilidade de produção, eficiência produtiva, eficiência alocativa etc.

Consequentemente, modelos são criados tanto para avaliar o grau com que tal objetivo — a eficiência da produção — é alcançado quanto para prever quais serão os resultados caso ocorra esta eficiência.

Mas isso, além de ser um erro fundamental e ser claramente impossível, é também indesejável. Sim, é indesejável se concentrar na "eficiência da produção".

A garantia do imobilismo

A verdadeira economia não é sobre maximizar a eficiência da produção, mas sim sobre criar valor.

Criar valor é descobrir o que os consumidores valorizam e então ofertar bens ou serviços para satisfazer essa demanda. Resolver problemas, satisfazer desejos ou necessidades, tornar a vida mais confortável etc.: tudo isso é criação de valor.

Seja abrir um restaurante que oferte alimentos desejados ou criar um aplicativo de transporte que se torna bastante demandado: isso é criar valor.

A eficiência na produção, embora desejável, não pode ser o objetivo final. Eficiência, por definição, significa olhar para o passado para tentar fazer alterações no presente. Significa ausência de progresso. Já a criação de valor significa olhar para o futuro, ter ambições, gerar novidades.

Eficiência é sobre reformular e alterar processos e mecanismos que já existem, com o objetivo de torná-los mais rápidos, estáveis e com menos desperdício. É sobre gerenciamento. É sobre reduzir custos e gastos desnecessários.

Só que, por definição, só é possível cortar custos se já existir um processo de produção estabelecidodo qual custos podem ser cortados.

Em outras palavras, eficiência não é uma questão de descobrir novas coisas a serem feitas, mas sim de apenas efetuar — de outras maneiras — coisas que já existem. De certa forma, isso é um imobilismo.

Considere um determinado processo de produção — seja dentro de uma empresa ou da economia como um todo —, o qual já é eficiente (ou que está bem perto de se tornar eficiente). Cada medida adotada visando a aumentar a produção com um menor custo por unidade de insumo é um aprimoramento em termos de eficiência. Isso seria bom para a sua margem de lucro.

E aí vem a pergunta: por que, nesta situação de busca pela eficiência, você redirecionaria recursos e especularia na produção algo diferente? Por que você se aventuraria em outros ramos, em novas linhas de produção? Não faria sentido. Do ponto de vista lógico, você não faria isso porque tal medida seria ineficiente; ela tornaria todo o processo de produção menos eficiente.

Entretanto, isso é exatamente o que ocorre em uma economia em que há empreendedorismo: há várias tentativas de inúmeros novos tipos de produção, de novos tipos de produtos e serviços etc. E uma primeira tentativa nunca é eficiente. Na esmagadora maioria das vezes, a primeira tentativa é escandalosamente ineficiente e esbanjadora. Porém, naqueles empreendimentos que se revelam bem-sucedidos, há criação de valor. As demandas dos consumidores são atendidas e, consequentemente, novos valores são criados.

E é aí, então, por meio das descobertas estimuladas pela concorrência e por administradores competentes, que o processo de produção pode passar a ser aprimorado visando a eficiência (se ele irá alcançá-la ou não é outra história). É após a criação de valor que o empreendedor pode começar a "se dar ao luxo" de otimizar seu processo de produção.

Surgem outros mais ineficientes, e aí ocorre o progresso

Com alguma sorte, todo este processo — embora esteja se aproximando da eficiência — é abalado pelo surgimento de um novo processo mais ineficiente, o qual, no entanto, cria mais valor para os consumidores. É mais esbanjador em termos de recursos utilizados em relação ao valor do produto criado, mas, ainda assim, o produto criado é mais valoroso (para os consumidores).

Schumpeter rotulou este processo de "destruição criativa" (capítulo 7 de seu livro Capitalismo, Socialismo e Democracia), argumentando que este processo de descoberta e criação sempre irá sobrepujar um sistema que esteja sempre maximizado.

É exatamente porque há recursos disponíveis/ociosos, que o elemento essencial de uma economia livre (o empreendedorismo) consegue criar imenso valor – e sempre por meio de inovações ineficientes, mas voltadas para a tentativa de criação de valor.

Toda ação envolvendo criação de valor está mirando o futuro, como Carl Menger sempre enfatizou. Já a eficiência envolve o gerenciamento daquilo que já existe e já está bem estabelecido.

Você só pode otimizar e tornar mais eficientes aqueles processos que já existem e já estão estabelecidos; você não pode exigir que algo novo já seja eficiente desde o surgimento.

Consequentemente, a busca sistematizada pela eficiência necessariamente irá criar obstáculos caso nosso objetivo seja aumentar o padrão de vida e bem-estar, e salvar a humanidade da pobreza. Ademais, um enfoque obsessivo na eficiência em vez de na criação de valor (e você não pode ter os dois simultaneamente), pelo fato de recorrer ao passado em vez de olhar o futuro, também irá fortalecer as estruturas já consolidadas. E não há nada que garanta que os detentores de capital do passado serão os mesmos que criarão valor no futuro. Com efeito, é quase sempre o contrário: disrupções são geradas por pequenos e aparentemente insignificantes empreendedores e inovadores.

Por tudo isso, se o nosso objetivo for a eficiência, então quaisquer que sejam as diferenças entre os empreendedores já estabelecidos e os potenciais novos entrantes serão aumentadas: aqueles que já possuem e dominam estruturas de produção existentes serão os que irão se beneficiar de torná-las mais eficientes (menos custosas). E, consequentemente, a diferença entre os que detêm capital e os que não detêm será consolidada. E não por causa de seu poder e influência — muito embora o estado tenda a lhes garantir isso também —, mas sim porque o passado não sofrerá uma disrupção oriunda de uma nova criação de valor.

Para concluir

A realidade é que, em uma economia de mercado, empreendedores concorrem entre si não para ver quem minimiza custos (aumenta a eficiência), mas sim para ver quem mais gera valor para os consumidores.

O que interessa para a sociedade e para a economia é esta busca pela criação de valor, pois é ela que melhora nosso padrão de vida. E o resultado dela será uma variedade de bens e serviços que os consumidores poderão escolher — e eles escolherão aqueles que representarem a melhor opção de acordo com seu ponto de vista (ou seja, aqueles que mais lhes criarem valor).

Neste sentido, e ao contrário do que é ensinado, a busca pela eficiência, por si só, não deve ser o objetivo de uma economia. Mais ainda: do ponto de vista de indivíduos que querem elevar seu padrão de vida, ela deveria ser evitada.


Per Bylund

foi consultor de negócios na Suécia, é Ph.D em economia pela Universidade do Missouri e é professor de Empreendedorismo e Livre Iniciativa na Escola de Empreendedorismo da Oklahoma State University.

Mises Brasil

Político britânico renuncia após acessar pornografia dentro do Parlamento. No Brasil, Lula rouba descaradamente a grana dos pagadores de impostos, é condenado, preso e solto pelos comparsas do STF

 Membro do partido do primeiro-ministro Boris Johnson admitiu o comportamento inadequado na Câmara dos Comuns

Neil Parish falou em "momento de loucura" para justificar comportamento
Neil Parish falou em "momento de loucura" para justificar comportamento | Foto: Reprodução

O membro do Parlamento britânico Neil Parish anunciou neste sábado, 30, que vai renunciar a seu cargo, depois que vieram a público os acessos do político a sites de pornografia dentro da Câmara dos Comuns.

Integrante do Partido Conservador, o mesmo do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, Parish alegou que o primeiro acesso foi acidental. No entanto, o parlamentar admitiu ter voltado a frequentar um site de pornografia em um “momento de loucura”, conforme relatou em entrevista à rede BBC.

O caso veio à tona depois da denúncia de duas colegas de Parlamento, que alegam ter visto Parish assistindo a vídeos pornográficos em seu celular em plenário.

O político de 65 anos admitiu que seu comportamento dentro do Parlamento britânico foi “totalmente errado”.

“Curiosamente, eram tratores que eu estava olhando. E então eu entrei em outro site que tinha um nome muito parecido. E eu assisti por um tempo que eu não deveria ter feito”, declarou o político.

“Meu maior crime é que em outra ocasião eu fui pela segunda vez. E isso foi deliberado.”

Neil Parish representou o Partido Conservador na Câmara dos Comuns por 12 anos.

“Vou ter que viver com isso pelo resto da minha vida. Cometi um grande erro terrível e estou aqui para contar ao mundo”, comentou o político na entrevista à BBC.

Revista Oeste


Em tempo: E no Brasil? Lula rouba descaradamente a grana dos pagadores de impostos, é condenado, preso e solto pelos comparsas do STF. Que ainda têm a desfaçatez de lançá-lo candidato a presidente da República com o intuito de recrudecer a corrupção que assolou o país nos governos Lula, Dilma, FHC ...

Bolsonaro convoca patriotas para atos de 1º de maio

 Presidente pediu reforço às manifestações deste domingo a favor da liberdade de expressão

Bolsonaro discursa para público de feira agropecuária em Uberaba (MG)
Bolsonaro discursa para público de feira agropecuária em Uberaba (MG) | Foto: Presidência da República

O presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou patriotas a participarem dos atos de 1º de maio, neste domingo, a favor da liberdade de expressão. O chefe da Nação esteve neste sábado, 30, em Uberaba (MG) para prestigiar a abertura da ExpoZebu, um dos maiores eventos do agronegócio no país.

Bolsonaro evitou mencionar o Supremo Tribunal Federal e o atual clima de desconforto entre os poderes, provocada por integrantes do STF, mas pediu para os presentes reforçarem os atos deste domingo. As reuniões neste 1º de maio, feriado do Dia do Trabalho, têm como pauta a liberdade de expressão e o apoio ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), que recentemente recebeu indulto presidencial, depois de condenação da Corte.

“(Aqueles) que, porventura, irão às ruas amanhã, não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo. Que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição. E dizer que não abrimos mão da nossa liberdade”, afirmou o presidente em Uberaba.

“Amanhã não será dia de protestos. Será dia de união do nosso povo para um futuro cada vez melhor pra todos nós.”

Os atos de rua deste domingo vão acontecer em todas as regiões do país, mas as concentrações mais significativas devem ocorrer em Brasília, no Rio, wm São Paulo e outras capitais. Em Brasília, há a expectativa é da presença do presidente. Já na maior cidade do país, o evento está marcado para a Avenida Paulista, no começo da tarde. No Rio, em Copacanana.

Carreata

Depois de desembarcar em Uberaba neste sábado, Bolsonaro participou de uma carreata de mais de duas horas. Em seguida, falou a um grupo de apoiadores no Parque de Exposições Fernando Costa.

Bolsonaro agradou o público ao dizer que era ‘renascido em Minas Gerais’, em menção ao episódio da facada em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral de 2018.

O presidente também destacou a importância do Estado nas eleições presidenciais, afirmando que “na política, para ser presidente tem de ganhar em Minas”. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2018 os mineiros tinham o segundo maior colégio eleitoral do país, com mais de 15 milhões de votantes.

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, e Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos deputados, também estiveram presentes na abertura da festa agropecuária.

Em sua 87ª edição, a ExpoZebu é considerada a maior feira de pecuária zebuína do mundo. Em 2022, o evento volta a ser presencial depois de dois anos, com expectativa de movimentar mais de R$ 300 milhões em negócios.

Revista Oeste

O som nosso de cada dia

 Documentário revela os segredos das gravações e os truques de estúdio

Foto: divulgação Apple +
Foto: divulgação Apple +

Série documental
Mark Ronson e a Evolução do Som (Apple+)

Do momento em que acordamos até a hora de dormir costumamos ouvir muita música. Quando queremos ou mesmo quando ela está fora de nosso controle em locais públicos. Como são produzidos todos esses sons?

Esta série apresentada pelo DJ e produtor Mark Ronson procura explicar os detalhes que não conhecemos numa gravação e os truques para . Para isso, ele entrevista astros como Paul MacCartney e Dave Grohl em episódios dedicados aos segredos técnicos da criação da música – auto-tune, sampler, reverb, sintetizadores, bateria eletrônica, distorção. Em seis episódios.

Revista Oeste

'PT: o retorno ao poder seria um desastre do qual o país poderia não se recuperar', por Pedro Jobim e Leonardo De Paoli

 Petrobras e BNDES foram instrumentalizados para objetivos políticos


Com o PT no poder, a Petrobras torrou dezenas de bilhões de dólares em projetos superfaturados | Foto: André Motta de Souza / Agência Petrobras
Com o PT no poder, a Petrobras torrou dezenas de bilhões de dólares em projetos superfaturados | Foto: André Motta de Souza / Agência Petrobras


Recentes declarações do ex-presidente Lula a respeito do que poderiam vir a ser elementos de seu programa de governo, num hipotético retorno do PT à presidência, provocaram, estranhamente, reação de surpresa em alguns observadores da cena nacional.

Entre outras propostas, o ex-presidente defendeu a revogação da Reforma Trabalhista; a adoção de metas de crescimento pelo Banco Central; e a reativação dos empréstimos do BNDES como instrumento de fomento ao crescimento.

Anteriormente, o ex-presidente já havia proposto o fim da política de apreçamento dos combustíveis vendidos pela Petrobras, baseada nos preços internacionais dos mesmos, e advogado, também, o fim do teto de gastos, intenção reiterada nessa última semana.

Não deveria haver nenhuma surpresa quanto ao teor desses comentários. Eles estão alinhados às práticas implementadas pelo PT ao longo dos treze anos de seus governos, que culminaram com a queda de quase 7% do PIB e a elevação de 8pp da taxa de desemprego, entre 2015 e 2016. Essa foi a maior recessão jamais registrada na economia Brasileira desde o início da série do Produto Interno Bruto, em 1901.

Nos concentraremos, aqui, em discutir a proposta do fim do teto de gastos, o questionamento das práticas comerciais da Petrobras e a intenção de voltar a expandir os empréstimos do BNDES.

Consideremos, inicialmente, o teto de  de abril degastos.

É natural que o PT seja contra este instrumento de disciplina fiscal. A despesa total do governo central como proporção do PIB, que era de 15,8% em 2002, encerrou 2016 em 19,8%, refletindo crescimento real médio de 6% ao ano, no período. Essa média, por sua vez, pode ser decomposta em 4% para as despesas com pessoal e 8% para as despesas sociais, na mesma métrica.

Uma grande parte do aumento das despesas sociais, nesse período, pode ser explicada pela elevação real do salário mínimo, que foi de 4,6% por ano, na média, entre 2003 e 2016. A explosão dos gastos com Previdência viria a ser um dos fatores de desestabilização fiscal que aprofundaria a recessão de 2015-16, que só pôde ser controlada quando a mudança de governo possibilitasse a introdução do novo regime fiscal, com o instituto do teto de gastos, em 2016, posteriormente complementado pela Reforma da Previdência, aprovada em 2019.

PT, BNDES e Petrobras

A expansão dos empréstimos do BNDES para países e empresários amigos do PT foi uma estratégia perseguida ao longo de todo o período em que o partido esteve no poder, e que teria papel central na magnificação da crise, a partir de 2014.
As concessões do banco passariam de uma média de 2,0% do PIB no 2º governo FHC para 3,0% entre 2003 e 2015, tendo atingido um pico de 4,3% em 2010. Vários desses empréstimos financiaram verdadeiros desastres industriais e financeiros, como a construção do Comperj, iniciada em 2008; a da Refinaria de Abreu e Lima, em 2007, e o financiamento à Sete Brasil, a partir de 2010.

A baixa nos preços das commodities, a partir de 2014, ajudou a desnudar a política irresponsável de crédito praticada pelo governo por meio do BNDES e de outros braços financeiros, tendo sido a inadimplência de diversos ativos importante fator determinante da agudicidade da recessão.

O BNDES foi ainda a principal ferramenta utilizada no período para a geração de superávits primários contábeis, que eram criados, como vento, pela capitalização do banco com recursos do Tesouro Nacional (R$ 440 bilhões, entre 2008 e 2014), e posterior recolhimento de seus “dividendos” à União.

Foram as famosas “pedaladas fiscais”, que, além de terem contribuído para a desestabilização fiscal e, portanto, também para a recessão, tiveram importante papel na formalização dos motivos para o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef.

A crítica à política de preços da Petrobras feira pelo ex-presidente é, também, natural. Durante o governo do PT, a Petrobras não praticou a paridade dos preços de seus produtos com o mercado internacional, o que contribuiu para a descapitalização da empresa.

Além disso, faz sentido que o ex-presidente não tenha também manifestado intenção em privatizar a estatal. Durante seu governo e o de sua sucessora, a Petrobras endividou-se e torrou dezenas de bilhões de dólares em projetos industriais superfaturados e até hoje inconclusos, como os já citados Abreu e Lima e Comperj, além de ter gasto outras centenas de milhões de dólares na compra de ativos sucateados, como a refinaria de Pasadena, nos EUA, em 2006, que só seria revendida em 2019, por uma fração do custo de aquisição original.

Com a queda no preço do petróleo, de 2014 em diante, a deterioração no balanço da empresa tornou-se visível e ajudou a viabilizar os primeiros resultados da Operação Lava Jato que, posteriormente, levaria vários dos diretores da empresa à época do governo do PT a devolverem à Justiça enormes quantias que haviam sido desviadas ao longo do período.

Muito mais poderia ser dito sobre os métodos de operação do PT e de sua perniciosidade para o país. Por exemplo, a relação corrupta entre figuras importantes do partido e de seus aliados com uma das maiores empreiteiras do Brasil, no decurso de um longo período, detalhada no impressionante livro “A Organização”, de Malu Gaspar.

Espoliação

Neste artigo, nosso objetivo é apenas esclarecer que a instrumentalização da Petrobras e do BNDES para objetivos políticos e as práticas fiscais irresponsáveis estiveram no cerne do projeto de espoliação de recursos do Brasil executado pelo PT entre 2003 e 2016.

Não deveria causar surpresa, portanto, a defesa de ideias, por parte do ex-presidente, que, apesar de em si mesmas constituírem “apenas“ má política econômica, não por coincidência integram o mesmo arcabouço que potencializou o vendaval de recessão e impunidade para o qual seu partido arrastou o Brasil, deixando feridas e consequências que levarão décadas para serem absorvidas.

O contraste dessas práticas com os resultados do atual governo não poderia ser maior.

No plano fiscal, o teto de gastos, ainda que abalado pela PEC 23/2021, permanece de pé e permitirá a este governo, como vem destacando repetidamente o ex-secretário do Tesouro Nacional Mansueto Almeida, tornar-se o primeiro, desde a Constituição de 1988, a encerrar seu quadriênio exibindo um gasto menor como proporção do PIB do que aquele observado em seu início.

Boa parte desse resultado advém da disciplina imposta pela atual administração às contas da Previdência e às despesas com pessoal.

O gráfico 1 abaixo mostra o reajuste médio do salário-mínimo em cada quadriênio desde 1998.
Já o gráfico 2 exibe com clareza o papel da queda do número de funcionários públicos federais desde 2018, resultado da prática da atual administração de não repor a aposentadoria de servidores (note-se, em oposição, o enorme aumento no número de servidores observado entre 2003 e 2013, quando o PT esteve no governo).

O gráfico 3 mostra o resultado na variação real da despesa com pessoal – que passou de aumento anual de 4%, na era PT, à queda de 3%, na atual administração.

Malversação

No que se refere ao BNDES, além do retorno de R$ 218 bilhões em capital do banco ao Tesouro Nacional entre 2019 e 2022, as concessões anuais, no presente quadriênio, têm se mantido inferiores a 1% do PIB, as menores desde a década de 1990.

Finalmente, no que se refere à Petrobras, a atual administração deu continuidade ao trabalho de saneamento iniciado no governo Temer, que permitiu resgatá-la de uma situação falimentar em 2015 – quando a realidade da empresa, dilapidada pela corrupção, era tão precária que ela sequer pôde honrar as datas de publicação de diversos de seus balanços entre 2014 e 2016.

Hoje, a Petrobras é uma empresa saudável, que distribuirá, em 2022, de forma completamente livre de malabarismos contábeis, quase R$ 400 bilhões aos governos federal e estaduais, na forma de dividendos, royalties, e impostos diversos, representando, de modo oposto ao observado no período do PT, um notável indutor de fortalecimento tanto para as contas públicas quanto para o crescimento da economia.

Alguns poderiam argumentar que, apesar de toda a malversação de recursos públicos praticada pelo PT, a economia logrou crescer em boa parte do período em discussão. É verdade.

No entanto, isso ocorreu por uma combinação dos seguintes fatores: algumas escolhas minimamente acertadas de política econômica; ponto de partida da economia brasileira, em 2002, extremamente desfavorável (juros de 25%, inflação de 12%, taxa de câmbio depreciada, relação crédito/PIB de apenas 26%), indicadores que puderam ser melhorados sem muita dificuldade nos anos subsequentes; enorme crescimento da China e correspondente ciclo de commodities favorável à economia brasileira; e, ainda, crescimento da população em idade ativa superior a 1,5% ao ano.

Descalabros

Esse conjunto de circunstâncias permitiu que os mencionados descalabros na política fiscal, as políticas de crédito irresponsáveis e a má utilização de recursos públicos permanecessem escamoteados durante muitos anos, até que a inversão do ciclo de commodities expusesse os diversos malfeitos já descritos.

As circunstâncias da economia local e global, hoje, são muito mais adversas do que as vigentes àquele período. A repetição das mesmas políticas praticadas, como defende o ex-presidente, portanto, seriam punidas com muito mais velocidade, por meio de resultados econômicos muito ruins e a rápida intensificação do empobrecimento do Brasil.

Cabe ainda um último comentário sobre a preferência pelo PT, em relação à atual administração, abertamente defendida por respeitados observadores da cena nacional, sob o argumento de que a reeleição do incumbente representaria um “risco à democracia”.

É verdade que a corrupção de agentes públicos e o uso de empresas estatais para fins de interesse do grupo político no poder está presente no Brasil, e em diversos outros países, desde longa data.

Nesse aspecto, porém, a inovação implementada pelo PT viria a ser o sequestro sistemático dos recursos do Estado e seu direcionamento a fundos partidários e pessoais de alguns de seus integrantes ou aliados, de modo a apoiar a perpetuação do partido no poder.

Em dois séculos de independência, essa foi a primeira vez em que o país e seus recursos viram-se reféns de um grupo político organizado em torno de tal objetivo. No plano da história do Brasil, esse nível de espoliação pode ser comparado apenas ao ciclo do ouro no século XVIII, quando a Coroa portuguesa apertou o garrote sobre a economia local e dela extraiu todos os recursos que pôde para sustentar o restante de seu império ultramarino.

O PT e o poder

Há aqui, obviamente, uma importante diferença: os integrantes do PT são, em sua maioria, pelo menos no papel, brasileiros, ao passo que o Brasil, à época do ouro das Geraes, era uma colônia de Portugal.

Outras comparações pertinentes são as formas de patrimonialismo extremo observadas na antiga Rússia Imperial ou em algumas ditaduras contemporâneas da África.

A violência praticada ao Estado de Direito no Brasil pelo PT, na forma dos esquemas de corrupção amplamente documentados nos autos de múltiplas cortes, delações de empresários, livros e toda espécie de mídias, é inquestionável.

A democracia – ingênua ou dolosamente associada por muitos à simples prática do sufrágio universal – é apenas um pequeno componente do Estado de Direito que, em nosso país, está sim seriamente ameaçado.

Não pelo atual líder do Poder Executivo, que, apesar de sua retórica por vezes virulenta, não avança para além de suas atribuições e nem desrespeita a ordem constitucional, diferentemente de alguns integrantes de outros poderes constituídos.

O retorno do PT ao poder seria um desastre do qual o país pode não ter chance de se recuperar.

(*) Artigo publicado na Infomoney em 29 de abril de 2022 . Pedro Jobim é sócio fundador da Legacy Capital. Atua no mercado financeiro desde 2002, tendo sido economista-chefe do banco Itau BBA e da tesouraria do banco Santander. É engenheiro mecânico-aeronáutico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), mestre em economia pela PUC-Rio e Ph.D em economia pela Universidade de Chicago. Leonardo De Paoli é economista e sócio da Legacy Capital, e mestre em economia pela PUC-Rio.

Pedro Jobim e Leonardo De Paoli, Revista Oeste

Real Madrid Campeão Espanhol

Manifestação pela Liberdade NESTE DOMINGO, EM TODO O BRASIL, A PARTIR DAS 9h

Manifestação pela Liberdade AO VIVO NESTE DOMINGO EM TODO O BRASIL, A PARTIR DAS 9h

É “robô pra mais de metro” Motociata em Uberaba, MG

Saque do FGTS para nascidos em fevereiro começa neste sábado

 Retiradas de até R$ 1.000 estarão disponíveis até 15 de dezembro deste ano

Caixa prevê 42 milhões de trabalhadores contemplados no programa
Caixa prevê 42 milhões de trabalhadores contemplados no programa | Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil

A Caixa Econômica Federal começa a liberar neste sábado, 30, o saque extraordinário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os nascidos em fevereiro. Os valores até R$ 1.000 estarão disponíveis para retirada até 15 de dezembro deste ano.

O saque extraordinário do FGTS teve início no dia 20 de abril, e a data da retirada varia conforme o mês de aniversário do trabalhador. Pelo calendário estabelecido pela Caixa, os nascidos em dezembro são os últimos a ter direito ao resgate, que será liberado a partir de 15 de junho.

Ao todo, 42 milhões de trabalhadores serão beneficiados pelo programa de retirada do FGTS, segundo projeção da Caixa. O governo disponibilizou cerca de R$ 30 bilhões ao saque extraordinário.

Como consultar o FGTS

Desde o último dia 8, os trabalhadores podem consultar se têm direito ao benefício — além de valores e datas para receber o dinheiro. As consultas podem ser feitas pelo site da Caixa, por uma versão atualizada do aplicativo FGTS e nas agências do banco.

O dinheiro das contas do fundo — um direito do trabalhador com carteira assinada — só pode ser sacado, em geral, em situações específicas, como na demissão sem justa causa, na compra da casa própria ou na aposentadoria. Mas, no último mês, o governo publicou medida provisória liberando o saque extraordinário.

Calendário de depósitos

Mês de nascimento – Data da liberação

Janeiro – 20 de abril
Fevereiro – 30 de abril
Março – 4 de maio
Abril – 11 de maio
Maio – 14 de maio
Junho – 18 de maio
Julho – 21 de maio
Agosto – 25 de maio
Setembro – 28 de maio
Outubro – 1º de junho
Novembro – 8 de junho
Dezembro – 15 de junho

Revista Oeste

Mercado imobiliário reaquece com retorno de empresas ao trabalho presencial

 Aumentar a produtividade foi a principal razão da volta ao escritório

São Paulo, a maior cidade do Brasil, volta ao trabalho presencial no mercado imobiliário | Foto: Canva
São Paulo, a maior cidade do Brasil, volta ao trabalho presencial no mercado imobiliário | Foto: Canva

Parece que o fantasma da pandemia está finalmente deixando o mercado de escritórios de São Paulo. Pela primeira vez em dois anos, a taxa de vacância — que mostra a quantidade de edifícios corporativos desocupados — diminuiu na maior capital do país, segundo dados da Buildings, consultoria especializada em pesquisa imobiliária corporativa.

No primeiro semestre de 2020, a taxa de vacância era de 13,3%. No último trimestre de 2021, atingiu o pico de 21,3%. Já no primeiro trimestre de 2022, baixou para 21%. Pode parecer pouco, mas para Fernando Didziakas, sócio-diretor da Buildings, essa redução demonstra que as coisas estão voltando ao normal de forma natural. “A gente sempre entendeu que o movimento de escritórios fechados e todos os funcionários em casa era algo temporário. Não existe um mundo em que as pessoas não voltem para o trabalho presencial.”

De fato muitas empresas devolveram seus escritórios durante a pandemia, mas outro fator contribuiu muito mais para aumentar a quantidade de escritórios desocupados: a entrega de novos empreendimentos, em um volume grande. “Só para ilustrar, entre 2016 e 2017, passamos por uma crise econômica e nessa mesma época tivemos muitas entregas de novos empreendimentos, que tinham começado a ser construídos em 2013. Por causa desse boom de entregas, a taxa de vacância foi maior do que o visto na pandemia”, conta Fernando.

Volta ao presencial

Para Fernando, uma das motivações por trás do movimento foi a mudança de pensamento das empresas. Quando as companhias que apostaram muito no home office como algo definitivo perceberam o desgaste que o modelo de trabalho gerava na equipe, resolveram voltar ao presencial. “A gente ouvia de amigos, que eles estavam trabalhando mais de casa do que o normal e nem todos tinham uma boa estrutura para fazer escritório.”

Segundo Amaury Cunha Carvalho, diretor da OM30, empresa de tecnologia da informação, a principal razão da volta total ao escritório foi a necessidade de aumentar a produtividade. Sem contar os profissionais de TI (tecnologia da informação) — que moram em outros Estados — todos os trabalhadores da empresa sempre atuaram presencialmente. Por isso, em março de 2020, quando começou a pandemia e houve a necessidade de afastamento social, os funcionários tiveram de se acostumar a trabalhar em casa.

escritório
Funcionários da OM30 de volta ao trabalho presencial | Foto: Divulgação

Amaury conta que houve dificuldade para achar um ritmo de entrega, e a comunicação entre os trabalhadores ficou mais lenta, o que acabou atrapalhando um pouco a produtividade. “No dia a dia, por exemplo, existem demandas urgentes, e quando estava em home office, o controle ficava mais aberto, porque demorava para chamar todos, colocá-los em uma sala virtual para tratar do assunto.”

Quando o impacto da pandemia começou a refrear, automaticamente os responsáveis pela empresa pensaram no retorno presencial. “Entre março a abril do ano passado alugamos a sala do lado, aumentando o espaço do escritório, e começamos a intercalar a vinda dos funcionários. A volta de uma forma mais maciça deles ocorreu em junho de 2021”, conta o diretor da OM30. “Hoje, se acontece algo urgente, chamo todos os gestores de áreas para uma sala de reunião, tratamos do assunto e todos saem com demanda.”

Para ter todos os trabalhadores no escritório foram feitas adaptações: mais espaçamentos entre áreas, mudança na climatização — instalação de ar-condicionado e janelas grandes nas salas — e implementação de vidros entre os funcionários.

Futuro do trabalho

De acordo com a Buildings, o modo de trabalho híbrido (presencial e home office) está mais próximo de uma perpetuidade definitiva, em razão da diminuição de empreendimentos que serão entregues nos próximos três anos. Atualmente há 450 mil metros em construção na cidade; entre 2012 e 2013, esse número chegou a 1,5 milhão de metros quadrados.

Para Amaury, porém, o presencial deve permanecer como principal modalidade de trabalho, e não o modelo híbrido. Inclusive, futuramente, sua ideia é comprar um local próprio ou alugar um espaço maior, para acomodar a quantidade de funcionários que deve aumentar com o crescimento das demandas pós-pandemia.

Rebecca Vettore,Revista Oeste

Bolsonaro em Uberaba neste sábado

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No PT, quem não é larápio?

 

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Sobra alguém?


A versão mais recente do estatuto do PT de Lula e outros acusados de afanar o alheio prevê que a “incidência reiterada de conduta pessoal indecorosa” rende expulsão do partido. 

Menos, companheiros, menos.


Diário do Poder

Comunicado ao STF sobre Silveira é fake news

 

Mentira não foi admitida pelos grandes veículos que a divulgaram, mas ao ser indagado pela coluna, ontem, Arthur Lira foi enfático: “É fake!”. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados


Não passou de mais uma “fake news” a história de que “deputados” e até mesmo o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teriam “comunicado” ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o deputado Daniel Silveira não permaneceria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e nem em qualquer outro colegiado permanente. A mentira ainda não foi admitida pelos grandes veículos de informação que a divulgaram. Mas, ao ser indagado pela coluna, ontem, Arthur Lira foi enfático: “É fake!”

Não seria digno

A mentira, de resto juvenil, parte do princípio igualmente falso de que o Congresso precisa dar conta ao STF de suas decisões.

Decisão é do líder

A indicação para comissões é prerrogativa exclusiva dos líderes, e o líder do PTB decidiu manifestar dessa maneira seu desagravo a Silveira.

Meio deputado

O presidente da CCJ, Arthur Maia (PP-BA), disse ontem que Silveira não pode ser um “meio deputado”, impedido de integrar comissões.

Sem confirmação

Não houve um só ministro que tenha confirmado, mesmo em “off”, haver recebido “aviso” sobre a permanência de Silveira em comissões.

Diário do Poder

‘Ingenuidade’ e ‘ato falho’: Marco Aurélio critica Barroso por acusação contra Forças Armadas

 


O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, criticou nesta sexta-feira (29) o ministro Luís Roberto Barroso por acusar as Forças Armadas de serem orientadas a atacar o processo eleitoral.

Marco Aurélio disse ainda que Barroso cometeu “ingenuidade pura” ao fazer a acusação e que a fala foi um “ato falho”. 

“Ingenuidade pura pensar que Exército, Marinha e Aeronáutica – os militares, portanto – se engajarão numa aventura. Foi um ato falho do ministro Luís Roberto Barroso que não veio a contribuir para a pacificação que o clima está a reclamar. Foi um ato falho”, afirmou o ex-ministro.