segunda-feira, 21 de outubro de 2024

'Oeste Sem Filtro' - Com Augusto Nunes, Ana Paula Henkel, Silvio Navarro, Adalberto Piotto e Paula Leal

'Faroeste à Brasileira' - Revista Oeste - Tiago Pavinatto e convidados comentam desmandos do 'cartel Lula-STF

Lotes perdidos fazem parte de um contrato de 12,5 milhões de imunizantes da Moderna, de R$ 725 milhões

Lotes perdidos fazem parte de um contrato de 12,5 milhões de imunizantes da Moderna, de R$ 725 milhões

Getty Images, Reprodução


O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou sem vacinas da covid-19 para a entrega imediata depois de cerca de um terço do lote comprado da farmacêutica Moderna perder validade no estoque do Ministério da Saúde ou precisar ser trocado. A apuração é do jornal Folha de S.Paulo. Sem opção de outros imunizantes, a pasta, comandada por Nísia Trindade, diminuiu a entrega das doses nos últimos meses. Hoje, todas as unidades em estoque estão vencidas, segundo o veículo. A Saúde reconhece que Estados e municípios têm poucas vacinas, especialmente do modelo destinado ao público infantil. 

Segundo a Folha, os lotes perdidos fazem parte de um contrato de 12,5 milhões de vacinas da Moderna, adaptadas à variante XBB, de R$ 725 milhões. O ministério conseguiu repassar aos Estados 8,26 milhões de unidades da compra, enquanto cerca de 4,2 milhões de vacinas travaram no estoque. A Moderna já recolheu 1,2 milhão de unidades que estavam com a Saúde para trocar por doses com validade mais longa.

Documentos internos da Saúde consultados pela Folha revelam que as cerca de 3 milhões de vacinas restantes, todas vencidas, devem ser substituídas em dezembro por um modelo mais atual da farmacêutica, adaptado à cepa JN.1. De acordo com o jornal, o plano do ministério era dar tração à imunização da covid neste ano com a compra dos lotes da Moderna. O contrato emergencial, no entanto, foi assinado depois do planejado pela pasta, e as doses só começaram a ser entregues ao Sistema Único de Saúde (SUS) em maio. 

A empresa ainda entregou vacinas com validade mais curta do que o contrato exigia. Por isso, o ministério pediu em agosto à Moderna para trocar as vacinas prestes a vencer. Leia também: “Falta de vacinas atinge 6 de cada 10 municípios brasileiros” 

No fim de setembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu o aval para a importação de 1,2 milhão de vacinas com validade até 2025 para substituir os lotes já recolhidos pela farmacêutica. As doses ainda precisam passar pelo controle de qualidade, entre outras verificações, antes da distribuição para a rede pública. Saúde culpa fake news por baixa em vacinas O ministério considera a validade da vacina, a exigência de baixíssimas temperaturas de armazenamento e as “campanhas de fake news” se tornaram obstáculos para a campanha de imunização.

“Embora o ministério tenha orçamento, contrato e planejamento, dependemos de muitos outros atores nessa cadeia de abastecimento, afirmou Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, à Folha. “Quando acontece algum imprevisto ou problema, em qualquer uma dessas etapas, você tem algo que desencadeia na ponta, que é um determinado desabastecimento.” 

“Obedecemos à demanda estadual”, acrescentou. “Então, por exemplo, sabemos que os Estados estão com estoque [para adultos]. Estamos com desabastecimento para a apresentação infantil, que vai se resolver.” Em maio, primeiro mês de entregas da vacina da Moderna, foram repassados 3,55 milhões de vacinas. A distribuição caiu a 2,17 milhões de imunizantes em junho, 866 mil em julho, 1,1 milhão em agosto e 550 mil em setembro. Leia também: “AstraZeneca admite pela 1ª vez ‘efeitos colaterais raros’ da vacina contra covid” Os dados do Ministério da Saúde sobre o uso de vacinas da covid-19 ainda revelam que 3,1 milhões de doses da Moderna foram aplicadas, menos de metade do volume total entregue. 

Revista Oeste

Ministros do STF recebem o 2º salário mais desigual da América do Sul

Em comparação com a média populacional, de R$ 1.848, os R$ 44 mil mensais representam uma desigualdade de 2.281%


Reprodução

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil ocupam a segunda posição em termos de desigualdade salarial na América do Sul, com um salário mensal de R$ 44 mil. Esse valor representa um total de 2.281% em relação à renda média per capita da população brasileira, que é de R$ 1.848. Em 2025, a remuneração deverá aumentar para R$ 46,3 mil.  Um levantamento do site Poder360 incluiu dez dos 12 países sulamericanos, excluindo a Venezuela, cujos dados não são disponibilizados, e o Equador, pois as informações não foram localizadas. O Peru lidera a lista, com os ministros recebendo 43.220 sóis peruanos (equivalente a R$ 64.837), em contraste com a média da população, que ganha 1.496 sóis (R$ 2.245), resultando em uma diferença de 2.788%. 

Outros países da América do Sul

Além disso, em termos absolutos, os ministros brasileiros têm salários superiores aos de seus colegas em seis países vizinhos. Os únicos salários mais altos estão no Uruguai (481.182 pesos, ou R$ 65.838), no Peru e no Chile (13,5 milhões de pesos chilenos, ou R$ 81.630). Em comparação global, o Judiciário brasileiro apresenta gastos significativos, que representam 1,6% do PIB, enquanto a média mundial é de apenas 0,37%. Esse gasto inclui não só os salários, mas também benefícios, como auxílio-creche e auxílio-moradia. 

Apesar das cifras elevadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que os salários são “baixos” em relação à importância das funções. Os ministros do STF ganham mais do que a média do 1% mais rico da população brasileira, que é de R$ 17.447. 

STF forma maioria para proibir revistas íntimas em presídios

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, na sexta-feira 18, o julgamento da validade das revistas íntimas em visitantes de presídios. Essa prática, por medida de segurança, exige que visitantes fiquem parcialmente ou totalmente nus. O julgamento havia sido suspenso em maio do ano passado depois do pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) do ministro Cristiano Zanin. Com seis votos a favor da proibição da revista íntima, o STF formou maioria para banir essa ação por parte de agentes de segurança 21/10/2024, 08:13 STF: ministros recebem o 2º salário mais desigual da América do Sul https://revistaoeste.com/brasil/ministros-do-stf-recebem-o-2o-salario-mais-desigual-da-america-do-sul/ 4/8 pública que trabalhem em serviços. O relator do processo, ministro Edson Fachin, já havia contado com apoio de Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.

 

Revista Oeste

News da Manhã Brasil – Alexandre Pittoli - AuriVerde Brasil

J.R. Guzzo: 'O STF joga uma partida que só tem piores momentos'

 Os ministros perderam a capacidade de fazer qualquer coisa certa, como o organismo vai perdendo a audição ou os glóbulos brancos




(J. R. Guzzo, publicado originalmente no jornal O Estado de S. Paulo) 

O STF joga há mais de cinco anos uma partida que só tem piores momentos, mas ainda assim consegue jogar cada vez pior. É natural. Os ministros perderam a capacidade de fazer qualquer coisa certa, como o organismo vai perdendo a audição ou os glóbulos brancos — e no espaço aberto pela ausência das coisas certas só podem entrar as coisas erradas. Não é que os ministros pensem errado. O problema é que eles não sabem o que é pensar. 

Num momento em que a integridade do STF está sendo cada vez mais contestada, e se multiplicam as evidências de que o tribunal se tornou o maior inimigo da democracia no Brasil, o que fazem os ministros? Vão para um piquenique em Roma pago, entre outros, por empresários que confessaram crimes de corrupção ativa. Pior: devolveram dinheiro roubado, e agora o ministro Dias Toffoli lhes deu de volta os R$ 10 bilhões que tinham prometido pagar para sair da cadeia. 

As empresas que levam os ministros para passear nas capitais do mundo rico têm causas a serem julgadas no STF. A mulher de Dias Toffoli é advogada do escritório que representa a JBS — a que foi presenteada pelo marido com aqueles R$ 10 bi. As mulheres de Alexandre Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin também advogam no SFT. Só a sra. Moraes está em 18 processos. O ministro Barroso acha tudo isso normal. O presidente do tribunal, aliás, achou uma boa ideia  defender a boca livre de Roma com o seguinte enunciado: registrar que empresários corruptos patrocinaram o “evento” é ter “preconceito contra a iniciativa privada”. 

O que ele sugere, então? Que a presença de ladrões confessos deve ser mantida em sigilo, para não levantar dúvidas sobre a reputação da liberdade empresarial? Aí já é levar a jaca para o palco e enfiar o pé em cima

As violações do STF O STF está vendo, finalmente, a sua conduta entrar em julgamento — até pela imprensa internacional, essa que os ministros veneram com a mesma intensidade com que odeiam as redes sociais. Indaga-se, é claro, como um tribunal de Justiça possa ter formado contra si um prontuário tão óbvio de proteção à roubalheira. Mas indaga-se, mais ainda, se o STF é hoje um defensor ou um agressor da democracia no Brasil. 

O tribunal parece ter decidido acabar, de uma vez por todas, com qualquer dúvida que ainda possa haver a respeito. O ministro Flavio Dino decidiu intimar o deputado Marcel van Hattem, um dos líderes da oposição, a depor numa delegacia de polícia. Ele sabe perfeitamente que o artigo 53 da Constituição proíbe isso: “quaisquer” opiniões, palavras e votos de membros do Congresso, está escrito ali, são “invioláveis”. 

Por que viola, então?


Revista Oeste