Segundo ele, desde o fim do último cessar-fogo em março, o domínio da
organizaçãodo colapsou completamente
Segurança é zero na região, diz o oficial do Hamas | Foto: RS/Fotos Públicas
Um comandante sênior do Hamas citado em um relatório publicado
no domingo 6, afirmou que o grupo terrorista perdeu o controle de
cerca de 80% da Faixa de Gaza. Segundo ele, “não resta praticamente
nada” de sua estrutura militar, depois de 20 meses de combates
contra o Exército israelense.
O relato, divulgado pela BBC News, baseia-se em várias mensagens
de voz enviadas para o veículo britânico por um “alto cargo” do
Hamas, identificado apenas como um tenente-coronel ferido em
outubro de 2023.
“Vamos ser realistas, não resta praticamente nada da estrutura de
segurança”, afirmou o oficial. “A maior parte da liderança, cerca de 95%, já está morta… Todas as figuras ativas foram eliminadas.”
Segundo ele, a guerra está na fase final. Ele ressaltou que a guerra
“tem que continuar até o fim”.
“Então, na verdade, o que impede Israel de continuar esta guerra?”
“Todas as condições estão alinhadas: Israel tem a vantagem, o
mundo está em silêncio, os regimes árabes estão em silêncio,
gangues criminosas estão por toda parte, a sociedade está
desmoronando.”
Segundo o oficial, desde o fim do último cessar-fogo em março, o
controle de segurança do Hamas em Gaza “colapsou completamente.
Sumiu totalmente.
Não há controle em lugar algum,” destacou, ao
citar saques generalizados a um complexo do Hamas sem nenhuma
intervenção.
“Então, a situação da segurança é zero”, garantiu. “O controle do
Hamas é zero.”
“Não há liderança, nem comando, nem comunicação. Os salários
estão atrasados e, quando chegam, são praticamente inúteis. Alguns
morrem só tentando recolhê-los. É um colapso total.”
Na semana passada, as Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram
que controlam cerca de 65% da região e estão próximas de alcançar a
meta declarada de domínio sobre três quartos da área terrestre da
Faixa.
Existem áreas em Gaza onde as FDI praticamente não atuam, devido
ao receio de que os reféns estejam sendo mantidos ali e possam ser
mortos. A estimativa do comandante do Hamas é mais ampla do que
a do próprio Exército israelense.
Ele pode estar considerando o recente crescimento de milícias fora
do Hamas. Entre elas, em especial, está o clã Abu Shabab, que Israel
tem armado e fortalecido no sul de Gaza.
Em entrevista ao canal público israelense em árabe Makan, o líder da
milícia Yasser Abu Shabab confirmou pela primeira vez que suas
forças cooperam em algum nível com as FDI e não descartou uma
guerra civil com o Hamas.
Esse grupo armado atua nas regiões sulistas de Rafah e Khan Younis
e representa a primeira oposição armada interna significativa ao
domínio do Hamas sobre os moradores da Faixa.
A reportagem da BBC foi publicada enquanto Israel e Hamas mantêm
negociações indiretas no Catar na tentativa de alcançar um acordo de cessar-fogo e liberação de reféns, e enquanto as FDI intensificam a
pressão em Gaza por meio de ataques aéreos e operações terrestres.
Nesta segunda-feira, 7, as FDI anunciaram que a Força Aérea
israelense atingiu dezenas de alvos em Gaza nas últimas 24 horas,
entre eles numerosos combatentes, depósitos de armas, postos de
observação e outros edifícios usados por grupos terroristas.
Os ataques ocorreram enquanto cinco divisões, compostas de
dezenas de milhares de soldados, continuam suas operações em todo
o território de Gaza.
Israel combate há 20 meses o Hamas em Gaza
Durante as operações terrestres, as FDI informaram que soldados
mataram inúmeros combatentes e destruíram infraestrutura do
Hamas, incluindo túneis, prédios utilizados para fins terroristas,
postos de lançamento de mísseis antitanque e observatórios.
Em Gaza, a Defesa Civil, controlada pelo Hamas, registrou 12 mortos
em disparos de armas de fogo ou ataques nesta segunda-feira.
Leia mais: “Hamas sofre pressão interna e negocia com Israel”
As forças israelenses atuam dentro da Faixa de Gaza desde o ataque
liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas e 251 sequestradas.
O número de baixas do lado israelense na ofensiva terrestre e nas
operações militares na fronteira com Gaza é de 441.
Durante esse período, segundo o Ministério da Saúde local,
controlado pelo Hamas, mais de 57 mil pessoas morreram na Faixa.
O total divulgado pelo Hamas não pode ser verificado de forma
independente e não distingue civis de combatentes.
Israel afirma ter eliminado cerca de 20 mil militantes em combate
até janeiro, além de outros 1,6 mil terroristas no território israelense
durante o ataque do grupo terrorista que desencadeou a guerra.
Revista Oeste