sábado, 8 de fevereiro de 2025

Programa 4 por 4

As 5 metrópoles que lideram o PIB do Brasil; confira

 Cidades conjugam inovação tecnológica, ambiente de negócios, planejamento urbano e a influência das estatais e do serviço público


Maior e mais rica cidade do Brasil, São Paulo lidera pela diversidade de negócios e oportunidades de crescimento | Foto: Reprodução/Twitter/X 


O cenário econômico do Brasil se destaca pela presença de algumas metrópoles cuja contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) é significativa. Estas cidades não só impulsionam a economia, mas também se destacam em inovação e infraestrutura. Suas funções e características refletem o grau de desenvolvimento nacional. 

No contexto das cidades mais ricas do Brasil, há várias que desempenham papéis centrais em diversos setores, desde o comércio e a indústria até as áreas de serviços e tecnologia. Nesse sentido, cinco metrópoles apresentam grande relevância por sua prosperidade e importância econômica. 

Metrópoles que respiram negócios 

São Paulo é a cidade líder na economia brasileira, com um PIB de R$ 1,3 trilhão em 2022. O município é um centro diversificado que abrange finanças, tecnologia, comércio e serviços, além de ser sede principalmente de diversas multinacionais. Desse modo, sua infraestrutura avançada e mercado de trabalho dinâmico criam um ambiente ideal para o crescimento de negócios. 

O Rio de Janeiro, com um PIB de R$ 415 bilhões em 2022, desempenha um papel chave nos setores de petróleo e gás, além de ser, da mesma forma, um atraente destino turístico. A cidade combina beleza natural com uma riqueza cultural vibrante, consolidando sua posição como um importante polo econômico.




A principal fonte de Brasília localiza-se na administração pública, contribuindo com um PIB de R$ 272 bilhões em 2022. Como capital federal, Brasília concentra muitas instituições governamentais e serviços públicos, funcionando como um núcleo central das operações estatais. Seu mercado imobiliário crescente eleva o padrão de vida local, atraindo diversas empresas ligadas aos serviços públicos. 

Com um PIB de R$ 104 bilhões em 2022, Belo Horizonte sobressai em mineração e em uma economia diversificada que inclui comércio e serviços. A cidade representa um ambiente de negócios que respalda a industrialização e o setor terciário. 

Curitiba e o eixo da indústria automotiva 

Curitiba, com seu PIB de R$ 83 bilhões em 2022, é conhecida por suas soluções urbanas inovadoras e compromisso com a sustentabilidade. A cidade é um eixo importante na indústria automotiva e em novas tecnologias, com um sistema de transporte público exemplar. 

A alta qualidade de vida, aliada a políticas ambientais responsáveis e um mercado tecnológico pujante, posiciona a capital paranaense como líder em práticas urbanas inovadoras, tanto nacional quanto internacionalmente

Revista Oeste

Documento da Abin revela o que a agência descobriu sobre a atuação da Usaid no Brasil

 Organização americana bancou ONGs de 'posicionamento conflitante com interesses do nosso país na Amazônia', mostra relatório de 2012


Fachada da Abin, em Brasília | Foto: Reprodução

Nesta semana, o presidente Donald Trump anunciou o fechamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês). 

Ao abrir a “caixa-preta” da agência, descobriu-se que ela também servia para financiar políticas de esquerda no mundo, sob pretexto de apoiar medidas contra a fome e em prol de vacinas em países pobres. 

O Brasil não ficou fora do alcance dos tentáculos da Usaid. Por isso, as atividades dela em território nacional chamaram a atenção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que, em 2012, produziu um conjunto de relatórios. 

Em um dos documentos obtido por Oeste, a agência constatou que a Usaid infiltrou-se no Estado do Amazonas para financiar ONGs “que adotam posicionamentos conflitantes com interesses do governo brasileiro na região, além de desenvolver ações que configuram tentativas de interferência externa”


Ações da Usaid monitoradas pela Abin

Ao abrir a ‘caixa-preta’ da agência, Trump descobriu que ela também servia para financiar políticas de esquerda ao redor do mundo, sob pretexto de apoiar medidas contra a fome e em prol de vacinas em países pobres | Foto: Shutterstock/Anna Moneymaker


Ao menos seis ONGs são citadas como entidades a serviço dos EUA (todas com sede fora do Amazonas) e bancadas pela Usaid: 

Kanindé – Associação de Defesa Etnoambiental; 2. Instituto Internacional de Educação no Brasil (IEB); 3. Equipe de Conservação da Amazônia; 4. Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon); 5. Instituto Floresta Tropical; 6. Instituto de Pesquisas Ecológicas.

Conforme a Abin, a Kanindé e o IEB, um dos que mais recebeu capital estrangeiro (só em 2004, foram mais de R$ 12 milhões da Fundação Moore, um grupo progressista dos EUA), mobilizaram indígenas para impedir a pavimentação da BR-317, rodovia que liga o Acre à Interoceânica, em 2010. A onda de protestos só terminou depois de um acordo entre o governo estadual e esses grupos, intermediado pelas ONGs. 

A Abin afirmou que as seis ONGs, sobretudo Kanindé e IEB, “atuaram opondo-se às obras, procurando influenciar as organizações indígenas de acordo com as posições defendidas pela Usaid”. Um desses posicionamentos é o projeto Iniciativa para a Conservação da Bacia da Amazônia (ABCI).

“A ideia básica do projeto ABCI era a de que as populações tradicionais seriam os agentes mais importantes para a preservação da Amazônia e que as obras de infraestrutura planejadas pelo governo brasileiro, como a construção ou recuperação de estradas, construção do gasoduto Urucu-Porto Velho e de usinas hidrelétricas no rio Madeira, trariam impactos sociais e ambientais negativos, especialmente a expulsão de populações tradicionais e a expansão da fronteira agrícola”, escreveu a Abin, no relatório. “Para contraporse a tais ameaças, o projeto propunha fortalecer as organizações indígenas e monitorar desmatamento, queimadas e abertura de estradas pelos madeireiros, através de imagens de satélite e da atuação das populações locais.”

O relatório da Abin menciona ainda monitoramento da Amazônia, feito via satélite, pelo Imazon, abastecido com recursos da Usaid. 

“Utilizam técnicas desenvolvidas para detectar, quantificar e monitorar, por meio de imagens de satélites, estradas, comunidades tradicionais e tipologias florestais, entre outros aspectos”, diz a Abin. 

“Com financiamento estadunidense, o Imazon vem monitorando o espaço geográfico brasileiro. O sensoriamento remoto é feito por meio de satélites do projeto Landsat, pertencentes aos EUA.” 

Conclusão da agência brasileira 

Segundo a Abin, “no que diz respeito ao Estado do Amazonas, a atuação das ONGs nacionais que recebem financiamentos da Usaid, norteada por objetivos de política externa do governo dos EUA, configura tentativa de interferência externa em assuntos nacionais”. “Tais ONGs buscam influenciar organizações indígenas e povos  tradicionais no sentido contrário ao da construção de obras de infraestrutura projetadas pelo governo brasileiro para a região.”

A coluna No Ponto analisa e traz informações diárias sobre tudo o que acontece nos bastidores do poder no Brasil e que podem influenciar nos rumos da política e da economia. Para envio de sugestões de pautas e reportagens, entre em contato com a nossa equipe pelo e-mail noponto@revistaoeste.com. 

Revista Oeste

A folha de pagamento da Usaid no Brasil

 Agência fechada por Trump era responsável por 40% de toda a suposta ajuda humanitária aplicada no mundo — mas boa parte dos recursos da instituição servia para a promoção de pautas ideológicas


Trump anunciou o fechamento da agência na última terça-feira, 4 | Foto: Reprodução/Redes sociais 


Criada em 1961 para servir de braço humanitário do governo norteamericano, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) acabou se tornando uma das maiores financiadoras de políticas “progressistas” no mundo. 

Todos os anos, a instituição distribuía bilhões de dólares a entidades internacionais. 

Uma parte ia para iniciativas de combate à fome, tratamento de doenças, distribuição de vacinas e envio de mantimentos a países em conflito. Outra parte era destinada a organizações não governamentais (ONGs) que promoviam pautas de esquerda. 

Inclusive no Brasil.


Sede da Usaid em Washington, D. C., nos EUA | Foto: Reprodução/Shutterstock

A lista de órgãos brasileiros que já receberam dólares do governo norte-americano por meio da Usaid vai desde entidades privadas sem fins lucrativos a instituições públicas. 

Alguns desses órgãos, sobretudo ONGs ambientalistas, têm histórico de militância política. Uma parte delas chegou até a participar de campanhas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Na terça-feira 4, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o fechamento da agência. A decisão impactará diretamente o caixa dessas iniciativas brasileiras, podendo até mesmo enfraquecer, ao menos temporariamente, o lobby esquerdista no país. 

As instituições brasileiras que receberam dinheiro da Usaid 

Não é possível enumerar, a partir das fontes públicas disponíveis atualmente, todas as instituições brasileiras que receberam apoio da Usaid. Muitos dos financiamentos eram realizados por meio de parcerias indiretas ou de subcontratações, o que torna os dados oficiais dispersos.

Por isso, Oeste lista somente alguns exemplos de entidades cujo financiamento da Usaid foi publicamente divulgado. A reportagem também optou por mencionar apenas as ONGs com algum tipo de envolvimento, direto ou indireto, com pautas ideológicas. 

ONGs ambientais

Em maio de 2024, a Usaid anunciou um investimento de US$ 17,8 milhões para um projeto de conservação da Amazônia envolvendo organizações brasileiras como o Instituto Socioambiental (ISA), o Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN) e o Instituto Ouro Verde (IOV).

Durante o governo de Jair Bolsonaro, o ISA promoveu uma campanha contra as políticas de meio ambiente. De 2019 a 2022, a organização publicava em seu site, rotineiramente, textos críticos à gestão dele, além de participar de reuniões, encontros e protestos contra o então presidente brasileiro. 



A WWF Brasil recebeu cerca de US$ 4 milhões para um projeto de apoio a comunidades da bacia hidrográfica do Rio Tapajós. 

Em 2022, a ONG fez parte de uma iniciativa, junto com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), para apresentar uma denúncia contra Bolsonaro na Organização das Nações Unidas (ONU) por “destruição do meio ambiente e violações a direitos humanos”. 

A ISA também participou dessa articulação, assim como a Conecta Direitos Humanos e o Observatório do Clima. Este último, que se apresenta oficialmente como uma “rede brasileira de articulação sobre as mudanças climáticas globais”, foi criado depois de uma reunião anual da Usaid no Pará, em 2001, de acordo com o próprio site da instituição. 

O Observatório do Clima fez uma intensa campanha anti-Bolsonaro durante os quatro anos de governo, além de atuar contra o agronegócio no Brasil. 

Combate às ‘fake news’ 

A Usaid, juntamente com o Departamento de Estado e embaixadas dos EUA, também financiou o Centro Internacional de Jornalistas (ICFJ). A instituição, em parceria com o YouTube Brasil, premiou nove iniciativas de mídia no Brasil com até US$ 13.750 no projeto “Jogo Limpo 2.0”.





Entre os premiados, estava a Alma Preta, organização identitária de jornalismo, em parceria com o Sleeping Giants Brasil. A Alma Preta se apresenta, no site oficial, como uma “agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil”. Já o Sleeping Giants fez campanhas para retirar publicidade de veículos não alinhados à agenda progressista. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também participou de ações em parceria com a Usaid. Em pelo menos duas ocasiões, em abril e em dezembro de 2021, a instituição participou de eventos com o objetivo de supostamente combater a desinformação nas no período eleitoral. 

Também em 2021, um ano antes das eleições que consagraram o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, o TSE elaborou o “Guia de Combate à Desinformação“. Quem capitaneou o projeto foi o Consórcio para Eleições e Fortalecimento do Processo Político (CEPPS).




O CEPPS é um acordo cooperativo supervisionado pela Usaid e inclui o Instituto Republicano Internacional (IRI), a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (Ifes) e o Instituto Nacional Democrático para Assuntos Internacionais. 

Escritório da Usaid no Brasil 

O escritório da Usaid no Brasil tinha uma equipe de 11 a 50 funcionários, segundo informações do seu perfil no LinkedIn. 

Há duas semanas, o perfil da Usaid na rede social informou que, no ano passado, destinou recursos para mitigar incêndios florestais, promover a “inclusão e equidade de gênero no manejo e conservação da biodiversidade” e apoiar a gestão de quase sete milhões de hectares de bioma

Além disso, a iniciativa teria atuado para o “fortalecimento” de 51 instituições e o treinamento de mais de 2,6 mil pessoas. 

Letícia Alves - Revista Oeste

'O Brasil para 2025', por Ives Gandra Martins

 Equívocos do governo Lula 3 poderão tornar este ano um pesadelo


O presidente Lula, durante a abertura do Ano do Judiciário, no STF - 3/2/2025 - Foto: Mateus Bonomi/Estadão Conteúdo


Creio que o presidente Lula, que foi um presidente pragmático em seus dois primeiros mandatos, talvez por influência de sua esposa, tornou-se um presidente ideológico de extrema esquerda, neste seu de 2025 um ano de pesadelos para o Brasil. 

O primeiro dos equívocos é aquele da política econômica que teima em seguir, semelhante àquela que levou a presidente Dilma ao impeachment, de gastar o que não tem, elevando consideravelmente a dívida pública, descompassando as contas do governo, propiciando o aumento da inflação e a dramática desvalorização do real. 

O país entrou na ciranda inflacionária, com o estouro do teto máximo da meta de inflação em 2024, ou seja, 4,84% quando a meta, em sua tolerância máxima era de 4,50%, gerando um círculo vicioso de aumento de juros, fuga de recursos — tivemos uma das maiores saídas de dólares do país —, redução de investimentos e imprevisibilidade de possível reversão deste processo pela resistência de cortes de despesas que são feitas, em parte, sem recursos próprios. 

Entramos no denominado fenômeno econômico da “dominância fiscal”, em que nem mesmo uma rígida política monetária é capaz de sustar a inflação. A previsão, portanto, com esta mentalidade presidencial, a qual o ministro Fernando Haddad não consegue alterar, é de que teremos mais fugas de capitais, resistência dos bancos estrangeiros em sugerir investimentos no país, elevação da inflação, com a possibilidade de ocorrer o triste fenômeno da estagflação, ou seja, estagnação desenvolvimentista e inflação. 

Ronal Coase e Douglas North, dois prêmios Nobel de Economia, em seus escritos do século passado, entendiam que, sem segurança jurídica, não há possibilidade de prosperar a economia de mercado.

O segundo equívoco de seu governo é, portanto, trazer o Supremo Tribunal Federal (STF) para apoiá-lo, já que sete dos 11 ministros foram indicados por seu partido, ou seja, por ele ou a presidente Dilma. 

Há um protagonismo maior do Pretório Excelso a favor do presidente Lula, com invasões de competência do Poder Legislativo e hospedando pautas presidenciais, como de regulação das redes sociais, marco temporal, narrativas golpistas, etc., o que gera uma insegurança jurídica que intranquiliza parte considerável da população.


Abertura do Ano do Judiciário, no STF, com a presença de integrantes do governo Lula – 3/2/2024 | Foto: Mateus Bonomi/Estadão Conteúdo 

Não sem razão, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, em um de seus editoriais, a credibilidade do STF, na avaliação entre “bom” e “ótimo”, caiu de 32% para 12% na opinião pública. Isto representa que 88% do povo brasileiro não considera a Corte nem ótima, nem boa, razão pela qual se compreende porque, pela primeira vez, seus ministros são obrigados a sair à rua com muitos seguranças.

Lembro-me, nos 43 anos de simpósios de direito tributário que coordenei no Centro de Extensão Universitária, que saia com ministros como Moreira Alves, Oscar Corrêa, Carlos Mário Velloso, Cezar Peluso sem necessidade de qualquer segurança, muitas vezes levando-os em meu carro às suas residências ou hotéis sem acompanhamento de ninguém.

Mais do que isso. Nos restaurantes, todos que os viam diziam com admiração e reverência “Lá vem um ministro do STF”. É que, à época, nem legislavam, nem interferiam na administração pública, sendo tão somente juízes encarregados de administrar a Justiça, no máximo como legisladores negativos, dizendo se uma lei era ou não inconstitucional, mas não legislando, até porque a Constituição os proíbe de fazê-lo por força dos artigos 49, inciso XI e 103, §2º. 

À evidência, minhas divergências doutrinárias com os eminentes ministros do STF não mudam minha admiração pelos seus méritos de grandes juristas e de idoneidade moral inquestionável. Sou apenas um professor universitário de província, mas como cidadão com o direito de expor minha inteligência sobre a Constituição e sobre o Direito, num país em que a liberdade de cátedra continua ainda sendo permitida. 

O terceiro equívoco, a meu ver, que dificultará o crescimento do país reside em não pretender seguir seu discurso de posse de pacificação nacional, mas, ao contrário, continuar com narrativas conflitivas, mantendo o clima “Eu contra eles” e não “Nós pelo Brasil”.

Como antigo professor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, por 33 anos, e emérito — título outorgado ainda em 1994 —, disse durante todo o segundo semestre de 2022 que o risco de golpe de Estado era zero, multiplicado por zero, dividido por zero, somado a zero. É que o curso onde lecionei desde 1990, foi criado em 1989 para aqueles coronéis dentre os quais seriam escolhidos os generais ao fim de cada ano, para que fossem, todos eles, escravos da Constituição. Sabia, portanto, que nunca, nunca dariam um golpe de Estado. 

À evidência, 8 de janeiro foi uma baderna em que um grupo desarmando e sem líderes jamais poderia dar um golpe de Estado. Nunca houve, na história do mundo, um golpe de Estado sem armas e sem Forças Armadas. 

Foi semelhante à baderna que o PT e o MST fizeram no governo Temer, invadindo e destruindo dependências do Congresso Nacional, nem o STF, nem o governo, tendo-os punido como golpistas. 

Manter a narrativa, dois anos depois, na Praça dos Três Poderes esvaziada de povo e repleta de autoridades e servidores, é não querer a pacificação, mas pretender continuar alimentando a polarização. 

É de se lembrar que o discurso em “defesa da democracia”, que quer dizer governo do povo, não teve povo na comemoração. A manutenção desta polarização alimentada pelo governo não faz bem ao Brasil.


Em baixa: pesquisas continuam mostrando trajetória crescente de descontentamento da população com o governo Lula - Foto: Adriano Machado/Reuters 

O quarto e último ponto — não abordo outros pelo tamanho do artigo — diz respeito à palavra de presidentes. Um presidente deve ter a liturgia do cargo, como tiveram Fernando Henrique e Michel Temer. Cada palavra em público que diz tem reflexos na economia, na política e no exterior Ora, o presidente Lula não tem cautela no que diz. Quando fala em economia criticando o mercado e os livros de economia, não pretendendo cortar gastos, nem controlar as contas públicas, afeta imediatamente o câmbio, a inflação e a confiança no país. 

Quando manda uma embaixadora à posse do fraudulento ditador Maduro, está avalizando uma ditadura sangrenta. Quando diz que Dilma sofreu um golpe desmoraliza seu ministro da Justiça, que foi o presidente do procedimento de impeachment, com aprovação do Congresso Nacional e previsão constitucional. 

O mesmo ao declarar que o presidente Temer não foi eleito e não poderia estar na Presidência, quando sua posse seguiu rigorosamente a Constituição. E, assim, outros deslizes como comparar o amor à democracia ao amor à amante e não à esposa, desmoraliza a instituição do casamento, equiparando este amor a uma traição conjugal e, certamente, desagradando sua esposa e todas as mulheres, menos as amantes. 

São algumas reflexões que trago, na esperança de que o presidente Lula deixe de ser candidato ou sindicalista, quando podia dizer o que quisesse, e lembre que é o presidente do Brasil, em razão do qual todos os brasileiros e eu desejaríamos quê seu governo desse certo e não mostrasse sinais de problemas que poderão afetar toda a nação em seu futuro.

Ives Gandra Martins - Revista Oeste

'Outra Coisa' - Guilherme Fiuza, Nívea Kalmar, Adriana Reid e convidados analisam o buraco em que o 'cartel lula-stf' enfiou o Brasil

Entrevista Nikolas Ferreira