domingo, 31 de maio de 2020

Como Clint Eastwood, que completa 90 anos, foi de garoto de recados a um dos ícones de Hollywood

Tamanho sempre foi documento para Clint Eastwood, desde que era Clinton, o mesmo nome de seu pai. Nasceu em 31 de maio de 1930 – exatamente 90 anos neste domingo –, com 5,1 kg, um bebê tão grande que, instantaneamente, ganhou das enfermeiras do St. Francis Hospital, em São Francisco, o apelido de Sansão. Pré-adolescente, já media 1,83 m e se destacava nos esportes – claro –, sendo particularmente bom no basquete.
Mas era tímido. Uma professora teve a ideia de colocá-lo no grupo de teatro, para ajudar a socializar. Ele detestou. Jurou que aquele era o fim de sua carreira de ator. Mais tarde, na época da Guerra da Coreia, chegou a se alistar, mas nunca foi para o front. Ficou amigo de um grupo de bonitões que já vinham tentando fazer cinema – John Saxon, David Janssen, Martin Milner.

Como Clint Eastwood, que completa 90 anos, foi de garoto de recados de um dos ícones de Hollywood
Carreira. O jovem Clint não queria ser ator e se alistou no Exército 
Foto: JOHANNES EISELE/EFE/EPA – 11/2/2007
Empurrado pelos amigos, e com a expectativa de mais diversão, encarou a possibilidade de ser ator. Chegou a ser contratado pela Universal para um treinamento de jovens atores. Tornou-se protegido de Arthur Lubin, que era gay e sonhava fazer dele o seu Rock Hudson, astro número 1 do estúdio e parceiro habitual de outro diretor, Douglas Sirk, que também era gay.
Entre 1955 e 58, Clint participou de 11 filmes com títulos como A Vingança do Monstro e Tarântula (Jack Arnold), O Suplício de Lady Godiva (Arthur Lubin) e Crimes Vingados (Charles Haas), etc. Eram participações insignificantes e o aspirante a astro – naquela época confiava mais na estampa do que no talento – ganhava dinheiro cavando piscinas.
Algo se passou em 1958. A CBS anunciou um novo seriado de western, e eles eram numerosos na TV da época. Clint, graças a uma amiga da mulher – já era casado com Maggie Johnson –, conseguiu um encontro com o produtor Robert Sparks. Não foi um teste. Conversaram brevemente no corredor da emissora. Sparks pediu informações sobre a carreira de Clint. Não conhecia nada que ele tivesse feito, o que o próprio Clint consideraria, mais tarde, ter sido uma bênção. Sparks já se afastava quando se virou e perguntou qual era a altura dele: 1,93 m. Foi o que terminou pesando na contratação.
Como Clint Eastwood, que completa 90 anos, foi de garoto de recados de um dos ícones de Hollywood
Três Homens em Conflito. Da parceira com Sergio Leone, traz a história dos três homens
que lutam por 200 mil dólares roubados  Foto: PRODUZIONI EUROPEE ASSOCIATE
O seriado Rawhide foi um sucesso. Durou oito temporadas e 215 episódios. O caubói Rowdy Yates transformou Clint num astro da telinha. Na Itália, o diretor Sergio Leone preparava sua incursão na vertente do spaghetti western, que substituíra o peplum, aventura mitológica, na produção industrial italiana. Leone estava transpondo o clássico filme de sabre de Akira Kurosawa, Yojimbo, para o faroeste made in Spain. Precisava de um ator alto – bingo! – e, de preferência, americano, para dar legitimidade ao papel. Não havia com que se preocupar no quesito talento. O Estranho Sem Nome, como foi batizado o anti-herói, quase não falava.
Os três filmes que fez com Leone, entre 1964 e 66 – Por Um Punhado de DólaresPor Uns Dólares a Mais e Três Homens em Conflito/Il Buono, Il Brutto e Il Cattivo – foram decisivos para Clint. Numa época em que os mestres (John Ford, Raoul Walsh) e até os novos talentos (Sam Peckinpah) já haviam decretado o fim dos mitos em Hollywood, nenhuma surpresa que Leone tenha feito de seu “mocinho” um aventureiro com um código tão individual que o leva a abrir mão dos escrúpulos. Para completar o mau comportamento, Leone vestiu-o com sombreiro, poncho, mal barbeado e fez com que, o tempo todo, mantivesse na boca uma cigarrilha apagada (que ele odiava).
A trilogia do Estranho Sem Nome foi lançada nos EUA quando Rawhide ainda estava no ar, e terminando. Clint era um astro, mas, para todos os efeitos, um astro italiano. Hollywood colocou-o de quarentena, escalando-o para um faroestezinho B, mas A Marca da Forca (1968), de Ted Post, coproduzido pela empresa que Clint criara, a Malpaso, saiu tão boa, e o público gostou tanto, que não deu mais para ignorar. Choveram os convites. Clint não assinou com nenhum estúdio, manteve a independência mesmo que tenha sido na Universal que iniciou e desenvolveu quase toda a parceria com Don Siegel. Fizeram cinco filmes – Meu Nome É CooganOs Abutres Têm FomeO Estranho Que Nós Amamos (a primeira versão, de 1971), Perseguidor Implacável (o primeiro Dirty Harry, de 1972) e Alcatraz – Fuga Impossível, o último da dupla, de 1979.
Clint virou astro, mais que isso – ícone. Esculpiu uma persona de (anti?) herói solitário, que no fundo tinha respaldo na vida. Permaneceu mais de 30 anos casado com Maggie Johnson, mas era o primeiro a admitir que sempre teve outras mulheres. Se ela exigisse fidelidade, teriam acabado logo. O acordo de divórcio, em 1978, dotou-a com uma fortuna de US$ 25 milhões. Clint casou-se mais três vezes, com Sondra Locke, Frances Fisher e Dina Ruiz. Com essa casou-se em 1996, quando já tinha 74 anos. Com ela foi pai de novo, quando já era avô. 
Nos anos 1970, firmou a imagem de durão, sempre com o trabuco – Dirty Harry virou série, o Magnum 44 era sua marca. As feministas amavam odiá-lo. Mas o porco chauvinista tinha uma ambição. Queria tornar-se diretor, e respeitado. Dirigiu um primeiro filme (Perversa Paixão, de 1971). Dirigiu outro (Interlúdio de Amor/Breezy, de 1973). Com certeza havia ali alguma coisa. Não parou mais de dirigir. Até agora – O Caso Richard Jewell –, são 41 filmes, e contando.
Como Clint Eastwood, que completa 90 anos, foi de garoto de recados a um dos ícones de Hollywood
Menina de Ouro. Treinador de boxe, aposta na lutadora vivida por Hilary Swank. 
Novamente, levou quatro Oscars, inclusive de filme Foto: WARNER BROS.
Ganhou quatro Oscars – duas vezes melhor filme e diretor – por Os Imperdoáveis, de 1992, e Menina de Ouro, de 2005. Por mais de 20 anos sempre houve alguma indicação para Clint e seus filmes. Mas a Academia foi renitente quando ele mais merecia – Gran Torino, de 2008. Honrarias, teve de sobra. Além dos Oscars, presidiu o Festival de Cannes, recebeu o Irving Thalberg Memorial da Academia, o Life Achievemernt do American Film Institute, Globo de Ouro, etc. 
O pai e a mãe de Clint formavam o que parecia o casal perfeito, mas houve a Grande Depressão dos anos 1930. Os Eastwood sobreviveram como podiam. Que Clint, de errand boy, tenha chegado tão longe, parece um sonho americano, mas ele foi sempre crítico em relação à América e a si. Frequentou a Casa Branca de Ronald Reagan por amizade. Foi prefeito de Carmel. Sempre amou o jazz e biografou Charlie Parker, em Bird. 
De volta ao tamanho, Stéphane Bouquet abre seu livro Clint Fucking Eastwood lembrando a cena de Um Mundo Perfeito, de 1993. O menino tem vergonha de tirar a roupa diante dos adultos. Butch olha e o tranquiliza. Diz que, para a sua idade, está de bom tamanho. No mesmo filme, a aprendiz de policial é alvo do humor machista dos colegas veteranos que caçam os fugitivos. O que mata Butch é particularmente ofensivo. Ela lhe dá um chute na virilha. Em Os Imperdoáveis, a caçada começa quando o malfeitor retalha o rosto da prostituta que riu do tamanho do seu sexo. Clint, como Munny, o caçador, pega o revólver, avalia (o tamanho). Substitui pelo rifle.

Talvez o grande feito de Clint Eastwood, na arte como na vida, tenha sido conseguir esculpir sua face na pedra, tornar suas rugas experiências vividas no imaginário do público, como os maiores astros de antigamente – Gary CooperSpencer TracyJohn Wayne, James Stewart. Clint Eastwood, ou O homem que soube envelhecer. 

Luiz Carlos Merten, O Estado de S.Paulo

AO VIVO! Marcha em direção ao STF! Manifestação em Brasília pela democracia

"A maldade está nos olhos de quem vê", por Bernadete Freire Campos - Psicóloga

"Se eu morrer, saibam quem me matou"
A crônica de Ignácio de Loyola Brandão levou-me a tecer algumas considerações psicológicas juntamente com Nara Resende, minha mais recente amiga e colega de profissão.
Resumidamente, o contista, romancista, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras, aos 83 anos escreve:
“Esta é a crônica mais delirante e real que escrevi nestes meus 27 anos neste jornal. Se eu morrer de covid-19, saibam que fui assassinado. Sei que posso ser morto apesar dos cuidados que tomo. Estou há́ 50 dias encerrado em casa. Não desço sequer para atender motoboys que trazem medicamentos, compras de supermercados ou refeições. Gastei hectolitros de álcool gel, cheguei ao máximo de, após receber uma ligação, dar um banho no telefone com medo de ser contaminado pelo som.
Quando vejo noticiário, desligo se o presidente começa a falar, enraivecido, espalhando perdigotos, tossindo, espirrando, dando a mão, insensível, abusado. Tenho medo de ser infectado. Aqueles olhos claros que poderiam ser amorosos e cordiais nos fuzilam com chispas de ódio. Como deve sofrer quem vive assim na defensiva.’’(...)
Os sintomas que o autor descreve, quadro de pânico, angústia, depressão, mania de perseguição, medo de perder o controle, medo de morrer, são comuuns em um idoso que faz parte do grupo de risco, e agravado pelo isolamento social que o coloca em situação de solidão e confronto com seus medos. Nos rituais de cuidados físicos fica evidente o desequilíbrio psicológico. Uma condição que põe à prova a saúde mental de todos nós. Portanto, é inútil culpar quem quer que seja. Culpar o presidente, como é o caso, é uma tentativa irrealista de proteger a si mesmo. Pois, eis o que diz:
“Sei que posso morrer apesar dos cuidados que tomo”
Qual é, de fato, o sofrimento? O medo de pegar a COVID 19 ou o terror do ódio que já́ o teria infectado?
É verdade que o escritor sabe que sua crônica é delirante, porém pode não se dar conta de que o mecanismo psicológico que está predominando em suas letras é o da cisão, ou seja, joga para fora aquilo que o aterroriza como meio de se sentir menos desamparado e inseguro.
Precisa, desesperadamente, de alguém para projetar o horror que mora dentro de sua mente. É insano culpar o presidente, porém ao fazê-lo, cria a fantasia de que encontrou o lugar de seu mal, fora, no mundo externo. Fazendo uso deste mecanismo de defesa, a angústia teria fim? Não morreria mais de COVID 19?
O ilustre escritor, cujo maior medo confesso é não ser lido, parece revelar nessa triste crônica um pedido de socorro. Medo da realidade da morte, gostaria de se eterno?
Foi preciso recorrer a Dona Ursulina para dizer que o presidente é um demônio. Poderia o Presidente, aos 65 anos de idade, quase vinte anos mais jovem representar o auge do sucesso e assim despertar a recordação dos seus anos de brilhantismo que se foram? A inveja não permite a apreciação do florescer do outro, precisa retirar o mérito para não se sentir pequeno, minúsculo, morto.
“Há idosos que envelhecem com sabedoria, outros não.”
Quem seria o sábio? O escritor de 83 anos? É sábio demonizar um presidente eleito democraticamente por milhões de brasileiros?
O autor chega ao ápice da sua persecutoriedade quando chama de “seita” os apoiadores do governo e excomunga os que fazem carreatas pedindo para trabalhar, os que querem o direito de usar a hidroxicloroquina, os que não concordam com as arbitrariedades dos outros poderes. Morram todos! Não é mesmo senhor escritor?
Vejo aqui um egoísmo próprio de quem andou a vida toda com a perna esquerda e não reconhece que é possível ter duas pernas, a direita.
Tal é o desconforto que seguem as perguntas dirigidas a alguém que imagina que irá lhe responder e aplacar a sua angústia.
“O que aconteceu, gente? Estamos anestesiados? Hipnotizados? Amortecidos? Deprimidos? Ou temos fumado muito, mas muito, muito crack?”
Flashes da realidade se apresentam nesse trecho ao admitir a própria incapacidade de discernimento entre mundo interno e mundo externo. O entorpecimento das ideias é capaz de transformar atitudes protetoras em perseguidoras.
A proposta do governo é a de proteger todas as formas de saúde; econômica, social e emocional. O Brasil inteiro sofre com o impacto de qualquer atitude, mas parece que essas pessoas simplesmente não existem para o autor. Só́ a si mesmo e o próprio umbigo. Não demonstrou compaixão por seus iguais. Nem mesmo por quem pensa diferente. Acaso não lhe ocorre que os eleitores do presidente podem também ser os seus leitores?
Contudo, nesse momento de fragilidade, devemos lembrar que somos humanos.
“Algum deus está de olho.” Está de olho em todas as criaturas, sem exceção.
Como disse Rubem Alves:
“Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos. Só́ veem as belezas do mundo, aqueles que têm belezas dentro de si.”
Será́ que não está na hora do autor resgatar as belezas que há dentro de si?
E, “Se for pra chorar, que seja de alegria”.
Por: Bernadete Freire Campos, Psicóloga. Nara Resende, Psicóloga.

Bernadete Freire Campos

Psicóloga com Experiência de mais de 30 anos na prática de Psicologia Clinica, com especialidades em psicopedagogia, Avaliação Psicológica, Programação Neurolinguística; Hipnose Clínica; Hipnose Hospitalar ; Hipnose Estratégica; Hipnose Educativa ; Hipnose Ericksoniana; Regressão, etc. Destaque para hipnose para vestibulares e concursos.

Jornal da Cidade

Confusões e contradições nas estatísticas sobre o combate ao coronavírus em São Paulo

As falhas nos dados apresentados pela prefeitura recaem justamente no grau de contaminação da população e na taxa de ocupação dos leitos de UTIs
No começo da tarde desta quarta-feira, 27, o governador de São Paulo João Doria e o prefeito da capital paulista Bruno Covas se reuniram numa coletiva de imprensa para anunciar o que chamaram de “quarentena consciente”. Pelas novas regras, cada município terá uma estratégia de isolamento, que dependerá, entre outros quesitos, do grau de contaminação da população e da taxa de ocupação dos leitos de UTIs.
A julgar pelas declarações de Covas nas duas últimas entrevistas desta semana, as maiores confusões e contradições nos dados apresentados pela prefeitura recaem justamente nesses dois aspectos:
1) Na coletiva desta quarta-feira, Bruno Covas informou que, no município de São Paulo, havia 51.852 casos confirmados de coronavírus e 53.541 pacientes curados. Ou seja: misteriosamente, o número de curados é bem superior ao de casos confirmados.
Power Point apresentado pela prefeitura na coletiva de 27/05/20
Questionada pela reportagem de Oeste, a prefeitura apresentou dados diferentes na coletiva de desta quinta-feira. Segundo o prefeito, são 54.948 infectados e 53.959 curados. Caso os números estejam corretos, existem hoje em São Paulo menos de 1.000 pessoas contaminadas pelo vírus chinês. A mais recente edição do boletim da prefeitura, entretanto, indicava 2.122 pacientes internados.
Power Point apresentado pela prefeitura na coletiva de 28/05/20
2) Cifras confusas também afetaram a taxa de ocupação de leitos de UTI na capital. Segundo o prefeito, 85% dos leitos estavam ocupados nesta quarta-feira. A porcentagem era a mesma da edição 61 do boletim municipal, o mais atual até aquele momento. De acordo com o documento, havia 692 “Leitos UTI COVID municipais”, dos quais 587 estavam ocupados.
Boletim 61 da prefeitura de São Paulo
No mesmo evento, entretanto, Covas informou que a cidade tinha 1.007 novos leitos de UTI. O prefeito parece esquecer que, com esse novo número, a taxa de ocupação cairia para 58,29%.
As contradições continuaram com o boletim 62, divulgado na mesma quarta-feira, horas depois da coletiva. Nele, está registrada a existência de 856 “Leitos UTI COVID em operação” e 778 pacientes internados. Uma taxa de 92% de ocupação. Contudo, se usarmos como base os 1.007 leitos anunciados por Covas, a taxa seria de 77,25%.
Boletim 62 da prefeitura de São Paulo
3) A “taxa de isolamento” é outro foco de desinformação. Segundo estudos da prefeitura, entre 30 abril e 25 de maio, o índice ficou acima dos 70% na maioria dos dias. No monitoramento do governo estadual, a taxa média de isolamento na capital no mesmo período foi de 52% – o melhor resultado ocorreu em 3 de maio (58%) e, o pior, no dia 8 do mesmo mês.
Índice de isolamento social na cidade de São Paulo, segundo a prefeitura
Índice de isolamento social na cidade de São Paulo, segundo o governo do Estado
O prefeito da capital vive reiterando que as estatísticas sobre o combate ao coronavírus na capital paulista são marcadas pela transparência. Essa virtude vem sendo anulada pela falta de precisão e por erros epidêmicos.
Power Point em que são anunciados os 1.007 novos leitos de UTI

 e , Revista Oeste

Bolsonaro mostra qual é ‘o maior dos fake news’

Bolsonaro mostra qual é ‘o maior dos fake news’

"O que sustenta a democracia não é a imprensa, mas a educação", por Carlos Sampaio

Jornais e jornalistas divulgam e acreditam piamente serem o 4º poder. Nada mais pérfido!
Essa afirmação vem precedida de outras: sem “imprensa livre não há democracia”“respeitem os jornalistas”“eles são vitais para estado de direito democrático”.
Afirmações tão falsas quanto uma nota de 3 reais, pois a atividade jornalística é apenas uma profissão.
Sua importância é igual a qualquer outra.
A imprensa vive e ganha dinheiro vendendo notícias. Do mesmo jeito que alguém vende bananas ou balas nas ruas. Ou uma loja que vende roupas. Ou um bar que vende bebidas.
O dono do jornal vende notícias. Contrata jornalistas, que se “acham” oráculos da sociedade para produzir essas notícias. E aí começa o problema, pois a notícia tem que ser bem produzida, senão não vende e se não vende o jornalista perde o emprego e o dono do jornal vai à falência. Então tudo se torna notícia. Tudo se torna espetáculo.
“No mundo todo, há um único tipo de espetáculo: o 'integrado'.
Sob a máscara da democracia, este remodelou totalmente a sociedade segundo a própria imagem, pretendendo que nenhuma alternativa seja sequer concebível.
Nunca o poder foi mais perfeito, pois consegue falsificar tudo, desde a cerveja, o pensamento e até os próprios revolucionários.
Ninguém pode verificar nada pessoalmente. Ao contrário, temos de confiar em imagens, e, como se não bastasse, imagens que outros escolheram.
Para os donos da sociedade, o espetáculo integrado é muito mais conveniente do que os velhos totalitarismos. A América Latina sabe algo a respeito.” (Guy Debord - Comentários Sobre a Sociedade do Espetáculo -1988).
E essa sociedade do Espetáculo é comandada no Brasil por grupos bilionários que manipulam os textos, as imagens e as notícias: Os Frias, Os Mesquitas e Os Marinhos.
Os Frias são os donos de a Folha de S.Paulo um dos mais influentes veículos de comunicação do país. O jornal é a base do conglomerado que hoje abrange ainda o UOL, maior portal de internet do país, o jornal Agora São Paulo, o instituto Datafolha, a editora Publifolha, o selo Três Estrelas e a Plural Editora e Gráfica, entre outros empreendimentos a PagSeguro Digital Ltda. De acordo com o ranking de bilionários de 2018 da revista Forbes, Luiz Frias tem uma fortuna estimada em 3 bilhões de dólares.
Os Mesquitas são os donos do grupo conhecido como Grupo Estadão ou Grupo OESP, é um conglomerado de mídia do qual fazem parte o Jornal O Estado de S. Paulo, a Agência Estado, a Eldorado FM, a TV Eldorado e a Gravadora Eldorado. O grupo foi fundado e é controlado pela família Mesquita. O Estado de S. Paulo é o mais antigo dos jornais da cidade de São Paulo ainda em circulação. Sua receita gira em torno de R$ 872,1 milhões.
Os Marinhos, os três irmãos que controlam as Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho, José Roberto Marinho, juntos, têm uma fortuna estimada em US$ 28,9 bilhões. O Grupo Globo (anteriormente conhecido como Organizações Globo) é o maior conglomerado de mídia e comunicação do Brasil e América Latina, composto pelo(a) Rede Globo, Sistema Globo de Rádio, Globosat, Infoglobo, Editora Globo, Globo.com, Som Livre e Zap Imóveis, além de ser mantenedor da Fundação Roberto Marinho. Em 2016, o Grupo Globo foi citado entre os maiores proprietários de mídia do mundo, de acordo com o ranking produzido pela consultoria Zenith Optimedia, sendo a única empresa brasileira da lista.
Note o tamanho do domínio dessas três famílias sobre os meios de comunicação de massa. Pare um pouco e pense sobre a palavra MASSA, com o significado de povo: algo maleável, dobrável, de forma indefinida, algo que pode ser manipulado.
Quem dobra e manipula essa massa são os INSTRUMENTOS ou meios de comunicação.
Os meios de comunicação de massa mais comuns são: televisão, rádio, revista, Internet, livros e cinema.
Esses meios de comunicação de massa podem ser usados tanto para fornecer informações úteis e importantes para a população como para aliená-la, determinar um modo de pensar ou induzir certos comportamentos ou a aquisição de certos produtos.
Os donos dos principais INSTRUMENTOS OU MEIOS de comunicação de massa no Brasil são essas três famílias.
São eles, através dos meios de comunicação, quem manipulam, falseiam, adulteram, influenciam o indivíduo ou a coletividade, conseguindo que se comportem de uma dada maneira, para servir a interesses outros que não os seus próprios.
Esses discursos todos que moldam comportamentos são vocalizados pelos jornalistas e outros trabalhadores da comunicação. Os jornalistas, apresentadores de jornais televisivos, que estão todos os dias frente à frente das câmeras, se vendem como seres angelicais, criaturas acima do bem e do mal, éticas, uma espécie moderna da “Ordem das Carmelitas Descalças”, encarregadas de fazer o bem e pôr a ordem no mundo.
Na realidade são escravos dos Marinhos, dos Frias e dos Mesquitas. Alugam suas penas a quem pagar mais.
Seus discursos revelam sempre os interesses desses grupos, aquilo que é conveniente para o negócio “jornalismo” do grupo de bilionários que mandam no Brasil.
São moedeiros falsos, vendem latão dizendo que é ouro, destroem lares e reputações na tela da TV.
Usam uma técnica malandra: primeiro “queimam”, dizendo horrores sobre a pessoa ou temas que lhes interessam, ao final da notícia, dizem que erraram, pedem desculpas e fica por isso mesmo.
Falam em ética, moral, mas o conteúdo que apresentam não segue o código de ética exigido pelo bom jornalismo – em particular o direito ao contraditório – manipulando as informações de acordo com a sua conveniência, somam a isso os recursos e as artifícios de audiovisuais e semiótica.
Exemplos de manipulação da Globo:
- No enfoque sobre a Cloroquina, opina apenas quem é contra o seu uso, e nenhuma opinião de quem é a favor. Pesquisadores entrevistados desqualificam experimentos positivos obtidos em associação com a Azitromicina. Quem se curou com o remédio não interessa. Médicos que a usaram muito menos. Recomendação feita por médicos renomados ou Protocolos do Ministério da Saúde são sempre desqualificados.
- Nada que o governo faz é importante, o boicote é claríssimo, as matérias demonstram sempre menosprezo, diminuindo a importância do Presidente;
- O uso do Data Folha, “Instituto de Pesquisa que pertence ao Grupo de Bilionários”, todos os dias, mostrando análises em que afirmam que o Presidente não é qualificado para comandar o país, como se os 57,8 milhões de brasileiros que votaram e apoiam o Presidente, fossem todos idiotas.
- Os ridículos panelaços mostrados, onde se ouve a voz de uma pessoa que filma prédios a quilômetros de distância, sem viva alma em qualquer janela desses prédios e um som de caçarola que parece vir de dentro do apartamento onde ela está.
O que se pratica aqui não é jornalismo honesto, ético, pregado por Bonner e seus acólitos, mas um ativismo político perigoso e criminoso.
Um jornalismo que envergonha a nação, que não é um registrador fiel dos fatos, que não tem imparcialidade nem o afastamento prudente dos arranca-rabos políticos, que não é motivo de altivez, mas de desdouro.
Esse é o jornalismo praticado no Brasil de hoje. Ele tem liames de norte a sul do país, pois todos os jornais são abastecidos por essas fontes.
Assim a teia de rádios, tvs e jornais entrelaça seus fios por toda a nação, cobrindo-a do Oiapoque ao Chuí, com sua baba alienante e o que você vê, ouve e lê é a opinião dos jornalistas desses três grupos.
Com o advento da Internet tudo mudou.
O que era doce está acabando. Os jornalistas-oráculos se desmancharam, a outra face das comunicações apareceu. Surgiu o jornalismo independente.
Qualquer cidadão sentado na frente do seu computador pessoal ou usando o celular pode contrapor, usar o contraditório, enviar mensagens, criticar, desmentir, aquilo que viu, ouviu ou leu. É uma espécie de nova resistência individual, mas de alcance coletivo. E isso está assustando os donos do poder.
Disse, no início desse texto, que os jornalistas e suas associações de classe acreditam que são seres superiores acima do bem e do mal; que sem “imprensa livre não há democracia”. Essas afirmações são completamente falsas e visam encobrir a verdadeira face do que são os jornalistas e a indústria jornalística: profissionais como qualquer outro e empresas que visam apenas lucro.
O que sustenta a democracia não é a imprensa, mas a educação.
Melhor, a boa educação.
Essa sim, prepara a mente para discernir o que é mau do que é bom; o inútil daquilo que é útil; o verdadeiro do falso.
É a boa educação que faz o bom jornalista, o bom engenheiro, o bom político.
É a boa educação que faz surgir a resistência contra as ditaduras.
É a boa educação que fornece ao cidadão a capacidade de leitura crítica contra o mau jornalismo.
É a boa educação, essa sim, que sustenta as democracias e faz cair as tiranias.
Carlos Sampaio. Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Jornal da Cidade

Governos corruptos do PT e PSDB nomearam 8 dos atuais 11 ministros do Supremo

Dos demais, Sarney nomeou 

Celso de Mello, Collor indicou 

Marco Aurélio e Michel Temer

escolheu Alexandre de Moraes



Chamado de “puxadinho do PT e do PSDB” por Roberto Jefferson, presidente do PTB, o Supremo Tribunal Federal tem composição que poderia dar razão ao ex-deputado não fosse a atitude de independência(?) dos ministros. 
Presidentes do PT indicaram sete dos onze ministros do STF, mas eles não agradeceram a nomeação com a toga, condenando corruptos ligados a Lula, por exemplo, que indicou três ministros e Dilma cinco. FHC escolheu apenas Gilmar Mendes, entre os atuais ministros. 
Dilma nomeou Luiz Fux, Rosa Weber, Luis Roberto Barroso (que assumiu a presidência do TSE) e Edson Fachin, relator da Lava Jato.
Foram nomeados por Lula o atual presidente do STF, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia.
José Sarney escolheu o decano Celso de Mello, Fernando Collor indicou Marco Aurélio e Michel Temer nomeou Alexandre de Moraes.
Cláudio Humberto, Diário do Poder

Em tempo: "FHC escolheu apenas Gilmar Mendes". Precisava indicar mais? Nos 8 anos de mandato, FHC permitiu que o covil do PT aparelhasse a máquina pública. E, de quebra, sabotou a candidatura a presidente de Serra, que, à época, os menos avisados consideravam um político 'sério'. Não à toa, FHC defende Lula, e rejeita a condenação do larápio a mais de 20 anos de xilindró. Assertiva de Roberto Jefferson de que o STF é um puxadinho do PT e do PSDB tem tudo a ver. Pensem: algum tucano (FHC, Serra, Alckmin, Aécio...) foi condenado? E, no PT, Lula e Dirceu, para ficar nos dois, estão soltos...

"Comunistas nunca reconhecem um regime comunista como sendo verdadeiramente comunista", por Wagner Hertzog

Uma coisa óbvia que podemos notar ao discutir com esquerdistas, progressistas, socialistas ou comunistas é que eles nunca reconhecem um regime comunista como sendo verdadeiramente comunista. Você pode citar qualquer exemplo — a China de Mao, a Cuba de Fidel, a Romênia de Ceaușescu, a União Soviética de Stálin, o Vietnã de Ho Chi Minh —, mas a verdade é que, não importa o regime que você ofereça como exemplo a pessoa com quem está perdendo o seu tempo discutindo, salvo raríssimas exceções, todos os militantes e adeptos desta seita política proferem sempre a mesma desculpa esfarrapada: não é o “verdadeiro” comunismo. Nunca é o verdadeiro comunismo.
Mas por que razão os militantes e os adeptos destas seitas pensam que as mais de quarenta ditaduras comunistas que existiram no decorrer do século vinte não eram representativas do verdadeiro comunismo? A resposta para essa pergunta é relativamente simples.
Boa parte dos militantes vive saturado de conceitos teóricos, o que contribui para que vivam em um mundo de fantasias ostensivamente apartado da realidade; nem todos os adeptos de seitas políticas são tão ignorantes quanto pensamos, muitos militantes cultivam o hábito da leitura, apesar de desperdiçarem tempo lendo muita porcaria inútil, medíocre e repugnante, completamente destituída de consistência, coerência e valor prático. Militantes normalmente leem as obras de Marx, Lenin e Marcuse, entre muitos outros teóricos políticos. E é dessas leituras que procede a ignorância e a visão deturpada da realidade cultivada por essa gente.
Como nos livros os militantes são apresentados a um mundo utópico e demasiadamente idealizado, eles irão frequentemente rejeitar toda e qualquer ditadura comunista do mundo real, porque ela evidentemente não atende às expectativas apresentadas nos livros de teoria que leram. E aí esbarramos em outro problema frequentemente presente em militantes de esquerda: a incapacidade de compreender, aceitar e assimilar as limitações e imperfeições da natureza humana.
Há muito se sabe que a esquerda não reconhece a existência do mal. Para a esquerda, tudo é bom, correto e perspicaz. Por essa razão esquerdistas são favoráveis ao aborto, às drogas, à prostituição e ao homossexualismo. A esquerda acredita que todas essas coisas são opcionais. A esquerda se opõe ao armamento civil pela mesma razão. A esquerda ingenuamente acredita que todas as pessoas que existem no mundo são puras, corretas, benevolentes, graciosas e gentis.
Aquelas que porventura cometeram coisas ruins o fizeram porque foram vítimas da sociedade ou do capitalismo. Como também não acredita na responsabilidade individual — o que é culpa de sua natureza radicalmente coletivista —, um criminoso, seja ele um assassino, um estuprador ou um assaltante, nunca deve ser responsabilizado pelas coisas ruins que faz. A culpa é sempre da sociedade, ou seja, do coletivo.
Os seres humanos são inerentemente malignos, mas a esquerda recusa-se peremptoriamente a reconhecer isso. Por essa razão, quando estão no poder, aprovam leis que beneficiam criminosos, mesmo que esses criminosos tenham matado, estuprado ou torturado pessoas inocentes. A esquerda ingenuamente acredita em segundas chances e acha que todos os criminosos — até mesmo os psicopatas mais sádicos, bestiais e narcisistas — podem ser recuperados, se receberem um abraço, um gesto afetuoso de carinho e um pouco de calor humano. Por isso a esquerda é tão perigosa.
Ela possui uma visão infantil e romantizada da realidade, que é completamente incompatível com a maldade potencialmente perigosa da natureza humana. Quando criminosos são soltos, eles frequentemente se tornarão reincidentes. E como consequência disso, pessoas inocentes tornam-se vítimas de seus crimes depravados, cruéis e desumanos. A esquerda tem uma “fé” na natureza humana que é incompatível com a realidade, e com frequência coloca pessoas inocentes em risco por conta disso.
Como não reconhece a existência do mal, a esquerda não acredita que políticos possam praticar o mal ou fazer coisas ruins, especialmente se esses políticos são ou afirmam ser de esquerda. Na mente dos militantes, se um político afirma ser de esquerda, então ele é uma pessoa pura, correta, gentil e graciosa. Basta dar poder a esse político — bem como a todos os demais políticos que afirmam ser de esquerda — que todos os problemas da sociedade serão resolvidos.
Infelizmente, a esquerda possui uma visão radicalmente simplória do mundo e da vida. Sua ingenuidade não permite que enxergue as coisas como elas realmente são. Políticos — uma vez que estejam no poder — sempre irão abusar desse poder. Especialmente os que realmente são de esquerda, pois estes possuem uma visão romantizada e utópica da vida. Muitos realmente creem na ideologia marxista, e tentarão implantá-la a todo custo, acreditando que assim poderão deflagrar o paraíso comunista.
Por isso, quando um político de esquerda chega ao poder, as chances dele se tornar um ditador são enormes. E consequentemente, ele invariavelmente irá abusar do seu poder, pois não passa de um ser humano limitado, imperfeito e inerentemente maligno. E o que não faltam são exemplos históricos que comprovam isso.
Isso aconteceu com Fidel Castro em Cuba, que tomou o poder em uma revolução violenta em 1959, e permaneceu no poder por 49 anos, até afastar-se em 2008 por problemas de saúde. Mao Tsé-tung — o revolucionário que implantou o comunismo na China —, tendo chegado ao poder também através de uma revolução violenta, permaneceu como líder máximo da nação por quase 27 anos, de 1949 até a sua morte, em 1976. Nicolae Ceaușescu, o ditador comunista da Romênia, chegou ao poder em 1965, e lá permaneceu por 24 anos, até ser deposto em uma revolução violenta, em 1989.
Enver Xoxha, o ditador comunista da Albânia, chegou ao poder em 1944, e ficou no poder por mais de 40 anos, até a sua morte em 1985. E muitos outros exemplos poderiam ser citados. Todos esses indivíduos abusaram do poder, assim que se tornaram autoridades políticas absolutas. Realizaram expurgos, prisões e detenções arbitrárias, execuções extrajudiciais, assassinatos de opositores políticos, entre muitas outras atrocidades. Isso comprova a máxima de John Dalberg-Acton, que certa vez disse “o poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente”.
Infelizmente, militantes de esquerda são completamente incapazes de compreender isso, porque possuem uma visão demasiadamente ingênua e infantil sobre a natureza humana. Seres humanos são imperfeitos, corruptíveis, gananciosos e saturados de falhas e imperfeições. Seres humanos que alcançam o poder político irão inevitavelmente abusar desse poder, especialmente se defendem uma ideologia que justifique as mais iníquas e sórdidas arbitrariedades. É tecnicamente impossível que seres humanos imperfeitos, malévolos e inerentemente malignos exerçam governos justos, graciosos, benévolos, radiantes e magnânimos, como a esquerda sonha que acontecerá.
Por sua visão radicalmente ingênua sobre a natureza humana, a esquerda é completamente incapaz de compreender a maldade. Sua ingenuidade faz os militantes acreditarem na boa fé de qualquer político de esquerda; eles entregam suas vidas, suas esperanças e suas expectativas a qualquer político de esquerda que diga aquilo que eles desejam ouvir, e — de forma extremamente prepotente e arrogante — acabam exigindo que todas as pessoas façam o mesmo.
Militantes não conseguem entender a natureza da política, e como ela não apenas alimenta como sacia e estimula avidamente as mais depravadas e cínicas ambições humanas, como acesso ilimitado a poder e riquezas.
Quem conhece a natureza humana, no entanto, sabe perfeitamente que os indivíduos que procuram a política o fazem quase que exclusivamente por motivos egoístas: saciar suas ambições por poder e dinheiro. Políticos não querem mudar o mundo nem corrigir injustiças, querem apenas acumular vasto patrimônio pessoal, deixar uma suntuosa herança para o seu clã e saciar sua psicopatia narcisista exercendo poder e controle absolutos sobre aqueles que estão em sujeição.
Mas não perca seu tempo tentando explicar isso para militantes de esquerda. A ingenuidade deles com relação a natureza humana é quase irracional, de maneira que — de acordo com a ideologia deles —, essa perspectiva romantizada sobre políticos e a política tende a prevalecer, porque é parte integral da doutrinação inoculada pelas dezenas de livros teóricos medíocres que eles leram.
Nenhum livro de teoria socialista, comunista ou marxista, por exemplo, aborda essa importante questão. A falta de reconhecimento com relação às susceptibilidades, fraquezas e deficiências da natureza humana não permite a essas pessoas que reconheçam as falhas inevitáveis que serão inerentes ao sistema que tanto defendem.
O que essa gente lê nos livros de teoria tão valorizados por sua ideologia são uma idealização política fantasiosa e irrealista, que — além de ser completamente imoral — não leva em consideração a precariedade fundamental, bem como as inúmeras limitações da natureza humana.
Outra coisa que percebemos em militantes é que são péssimos em interpretação de texto, tanto quanto são incapazes de perceber as inconsistências de sua própria ideologia. Por exemplo, comunistas frequentemente afirmam que o “verdadeiro” comunismo defende uma sociedade sem estado, quando isso não é verdade. O comunismo — tanto o real quanto o teórico — na verdade prega o estado totalitário máximo.
Na fase anterior ao comunismo, o socialismo, a teoria defende que o estado deve ser expandido até absorver praticamente todas as atividades existentes na sociedade. Nada deve escapar ao controle do estado, tudo deve estar sob controle das autoridades governamentais. Acreditar, portanto, que o estado um belo dia irá desaparecer por mágica é uma atitude tão insensata quanto irracional.
Se o socialismo pregasse o contrário, a redução gradual do estado — até o seu eventual desaparecimento —, o conceito teria ao menos uma certa lógica. Mas o marxismo vai exatamente na direção contrária, defende a expansão irrestrita e ilimitada do estado, até chegar ao ponto em que o estado absorve tudo. De maneira que seria logicamente impossível pensar que o estado um belo dia desapareceria, evaporaria no ar, e então, em um mágico, retumbante e gracioso dia, todos acordariam no comunismo “pleno”.
Com a irrestrita e ilimitada expansão do estado — que ocorreria na fase socialista — o que acontece é que absolutamente tudo seria estatizado, até mesmo os cidadãos, que passariam a ser completamente controlados pelo estado totalitário; de maneira que o comunismo real na verdade se propõe a ser uma sociedade onde tudo é ostensivamente administrado pelo estado — os negócios, as pessoas, as transações, as relações e as interações pessoais, bem como a produção literária, televisiva e cultural, tudo seria supervisionado, gerenciado e controlado pelo estado, sem exceções.
De maneira que a transição factual entre socialismo e comunismo é meramente retórica, ela não seria um ponto de transição palpável e factível, perceptível para as massas. Ela existiria apenas na teoria, pois o estado jamais deixaria de existir.
O que acontece é que os cidadãos — como seriam propriedade absoluta do estado —, estariam tão entorpecidos pela doutrinação sistemática difundida pela propaganda oficial do regime, que se reconheceriam como parte indissociável dessa sociedade coletivista e padronizada. No mundo real, portanto, seria impossível que o comunismo resultasse em uma sociedade sem estado.
Na prática, o comunismo é uma sociedade integralmente estatizada, onde tudo é controlado pelo estado e todos dependem da autorização do estado para tudo. E os fatos históricos — ao contrário do que os comunistas alegam — comprovam que o verdadeiro comunismo não apenas existiu, como foi implementado diversas vezes. Mais de quatro dezenas de ditaduras comunistas existiram no mundo no século 20, como Coréia do Norte, Cuba, União Soviética, Somália, Etiópia e Vietnã, para citar apenas algumas.
Comunistas alegam que esses governos não foram representativos do “verdadeiro” comunismo porque eles não atenderam aos gracejos idealistas descritos nos livros de teoria que eles leram. E por diversos motivos nem poderiam atender; acima de tudo, porque a natureza inerentemente má e corruptível do ser humano não o permitiria, até porque os seres humanos que alcançam o poder tendem a potencializar a sua maldade e as suas ambições, ao invés de dominá-las e silenciá-las.
Políticos governam sempre para si próprios, e sempre buscarão ampliar o seu poder. Acreditar que políticos tem amor pela humanidade e governam para esse abstrato que é o “povo” é algo tão ridiculamente ingênuo, que não surpreende nenhum pouco em saber que esquerdistas não apenas acreditam, como tem plena convicção disso.
Claro, não podemos negligenciar que existem, de fato, militantes comunistas que defendem as ditaduras comunistas descritas acima, e as consideram como tendo sido representativas do comunismo real. Mas esses indivíduos mudam o discurso para tentar suavizar a sua narrativa ideológica. Afirmam que esses regimes não foram ditaduras, mas regimes “democráticos” e que todas as atrocidades atribuídas a esses regimes nunca aconteceram; na verdade, são difamações imperialistas propagadas para confundir as pessoas através de uma grande campanha de desinformação.
A esses imbecis chamamos de idiotas úteis, pois eles gastam o seu tempo e os seus recursos em tentar convencer as pessoas que suas ditaduras de estimação não são realmente ditaduras, mas regimes democráticos utópicos e graciosos.
Alguns mergulham tão profundamente na histeria de suas próprias mentiras que acabam acreditando sinceramente nas falácias que persistem em difundir. Há um indivíduo, por exemplo, chamado Lucas Rubio, que se autointitula um “estudioso do processo revolucionário da Coreia do Norte”, que tem um blog saturado de textos péssimos, onde ele tenta convencer as pessoas que a Coreia do Norte não é uma ditadura, mas uma democracia plena e funcional.
Enfim, ele não apenas infligiu a si próprio uma árdua, beligerante e intempestiva lavagem cerebral, como tenta passar essa sórdida lavagem cerebral adiante, com a intenção deliberada de contaminar outras pessoas com a sua doença.
Esse idiota útil em particular já foi até a Coreia do Norte e possui milhares de seguidores nas redes sociais. Ele venera e idolatra todos os ditadores socialistas, que para ele, é claro, não foram ditadores, mas “heróis”. Como qualquer idiota útil, esse indivíduo deliberadamente ignora fatos e a própria realidade para viver imerso em um mundinho particular de fantasias utópicas e delirantes, tão grande é o seu desespero de acreditar na sua ideologia fútil e infantil.
Como qualquer militante, ele é extremamente seletivo ao escolher no que pretende ou não acreditar. E, é claro, ele escolhe sempre acreditar naquilo que corrobora a sua ideologia, mesmo que os fatos e a realidade consigam desmantelar com facilidade a sua narrativa.
Entre as coisas que ele convenientemente ignora, estão os relatos de centenas de norte-coreanos que já fugiram — e continuam fugindo a cada ano — da ditadura da dinastia Kim para viver na Coreia do Sul. Para isso, os norte-coreanos que fogem do seu país percorrem uma árdua e perigosa jornada cheia de riscos através de vários países da Ásia, já que é impossível fugir através da Zona Desmilitarizada, que de desmilitarizada não tem absolutamente nada.
Atualmente, existem várias organizações independentes na Coreia do Sul que são especializadas em auxiliar norte-coreanos a fugir do seu país. Mas é claro que idiotas úteis como Lucas Rubio convenientemente ignoram isso, já que fatos dessa natureza desmistificam sua narrativa ideológica fantasiosa e repugnante.
Esse indivíduo evidentemente reconhece que a Coreia do Norte não é perfeita, e sofre com muitos problemas. Mas ele coloca a culpa de todos esses problemas nos Estados Unidos, como é comum entre essa gente. A culpa nunca é do comunismo, claro.
A mesma desculpa é usada para justificar a pobreza de Cuba, o tal embargo americano. Embargo, este, que não proíbe Cuba de comercializar com outros países, apenas com os Estados Unidos. Militantes de esquerda, no entanto, são especialistas em ignorar a realidade em favor de sua fantasia utópica. Cuba durante anos recebeu bilhões do Brasil via BNDES — com o qual construíram o Porto de Mariel — e outros tantos bilhões em dinheiro e barris de petróleo da Venezuela. Antes disso, até 1991 a ilha-presídio feudal dos Castro recebia vastas contribuições financeiras da União Soviética.
Toda a grana recebida desses países serviu para enriquecer a elite política da ilha, especialmente o clã dos Castro. E até 1959 — antes de Fidel Castro tomar o poder, quando Cuba era governada pelo ditador Fulgencio Batista —, os americanos tinham grandes negócios em Cuba, que era então um dos lugares mais prósperos do Caribe. Foi depois que Fidel começou o processo de expropriação e nacionalização das empresas americanas em território cubano que a pobreza começou a se alastrar pela ilha; mas entre a população, é claro. A elite política cubana sempre foi muito rica.
Mas evidentemente, os militantes jamais irão reconhecer isso, pois esses fatos revelam a hipocrisia de sua narrativa ideológica.
O verdadeiro comunismo existiu diversas vezes na história humana, tendo produzido aproximadamente quatro dezenas de ditaduras brutais e truculentas, no decorrer do século 20. Militantes de esquerda, no entanto, são criancinhas fúteis, mimadas e beligerantes — que, do alto de sua prepotência, arrogância e incomensurável burrice — foram doutrinadas a tal ponto que recusam-se peremptoriamente a compreender e aceitar a realidade.
Usam de todas as desculpas, pretextos e prerrogativas possíveis para permanecerem no refúgio confortável do mundinho de fantasias utópico de seus delirantes devaneios infantis, que os resguarda da obrigação de ter que compreender o mundo como este de fato se apresenta.
Acima de tudo, comunistas querem ser protegidos das seguintes constatações —
1º) Que o mundo é um lugar frio, voraz e cruel.
2º) Que o verdadeiro comunismo existiu, sim, e sempre se manifestou como ditaduras totalitárias brutais, sanguinolentas, opressivas e genocidas, que pela sua própria natureza ideológica — inerentemente intransigente, despótica e autoritária —, não poderia produzir outro resultado, que não esse.
3º) Que seres humanos são inerentemente malignos, cruéis e violentos.
4º) Que seres humanos em posição de poder vão abusar do poder.
5º) Que a ideologia que eles tanto defendem inerentemente irá descarrilhar para o autoritarismo, a violência e a ditadura; afinal — como possuem uma visão romantizada e utópica de mundo —, seus líderes não se importarão em eliminar pessoas que se opõem aos seus projetos de poder. Dessa forma, sempre encontrarão justificativas políticas para eliminar centenas ou milhares de pessoas, acusando-as de serem contrarrevolucionários subversivos que impedem que o paraíso comunista possa ser concretizado. Dessa forma, é possível dissimular com facilidade a busca pelo poder absoluto com o discurso de luta pela concretização da utopia, saciando assim a sede ideológica dos idiotas úteis (que posteriormente, também são eliminados, pois perdem a utilidade depois que são usados como massa de manobra para legitimar a revolução popular).
6º) Que o fato de não aceitarem a existência do mal os impede de compreender a verdade sobre a natureza humana e, eventualmente, a própria realidade.
7º) Que são ingênuos demais em acreditar em políticos, que em sua maioria, não se importam com as pessoas — tampouco possuem qualquer tipo de amor pela humanidade —, pois não passam de demagogos oportunistas interessados unicamente em dinheiro e poder.
8º) Que o fato de um regime comunista nunca ter produzido os resultados que em sua ingenuidade infantil eles prometem serem possíveis — mas terem todos eles resultado em ditaduras brutais e em carnificinas sanguinolentas e genocidas —, já constitui argumento suficiente para desmantelar sua utopia irracional e infantil.
Comunistas, socialistas, esquerdistas e progressistas são todos, sem exceções, criancinhas bobas, ingênuas e infantis, que não apenas acreditam em uma ideologia infantil e utópica, como querem desesperadamente ser protegidas da realidade excruciante da vida. Por serem incapazes de compreender a natureza humana, acreditam ingenuamente em políticos, e acham que os burocratas do estado querem protegê-los dos males do mundo, quando na verdade tudo o que eles querem é dinheiro e poder.
Como são pessoas completamente destituídas de discernimento, inteligência e capacidade de raciocínio, militantes são incapazes de entender como o mundo realmente funciona, o que dirá aceitar a precariedade da condição humana. E por essa razão, ficam presos nas fantasias de uma ideologia simplória e degradante, que os impede de amadurecer, crescer e se desenvolver.
Como são igualmente ignorantes com relação a natureza do poder político, são obtusos para o fato de que políticos não passam de demagogos populistas desesperados pelo poder, que farão de tudo para chegar aonde querem. Até mesmo falar tudo aquilo que seus seguidores e seu eleitorado desejam ouvir. Como não entendem a natureza humana — pois julgam erroneamente que todas as pessoas são graciosas, boas e dignas de confiança —, são incapazes de compreender que os indivíduos usam a política justamente para saciar suas piores ambições, como o desejo ensandecido de conquistar o poder absoluto.
Na verdade, a política atrai um grande número de desajustados, especialmente psicopatas e sádicos oportunistas. Pessoas boas não são atraídas pela política, porque pessoas boas não sentem o desejo de governar ou mandar em terceiros.
Precisamos sentir pena e comiseração de comunistas, progressistas e militantes de esquerda em geral, pois não passam de criancinhas medrosas presas nos corpos de pessoas adultas, que — de tão desesperadas que estão pela sua utopia — rejeitam categoricamente fatos históricos e evidências, para viverem refugiadas em uma histérica fantasia ideológica, em função do medo profundo que lhes inspira a realidade.
Completamente incapazes de compreender a distância que há entre a teoria e a prática, não entendem que foi justamente a teoria marxista — e sua “evolução” posterior, o marxismo-leninismo — que deu respaldo a todas as ditaduras comunistas que existiram. Na verdade, a própria teoria é absurdamente iníqua, pois seria tecnicamente impossível que produzisse no mundo real um resultado diferente daquele que se materializou na prática.
Infelizmente, fatos concretos, evidências históricas, lógica e racionalidade não funcionam com essa gente, pois militantes são crianças inseguras, histéricas e amedrontadas que buscam diariamente todos os pretextos possíveis para continuarem imersas em suas fantasias ideológicas, mesmo que a vida mostre sistematicamente quão disfuncional e incompatível com a realidade é a sua radiante e resplandecente utopia infantil.
A realidade não é para todos. Militantes têm um medo patológico da vida, e por essa razão precisam se refugiar desesperadamente da realidade neste gracioso mundinho de fantasias políticas que é a sua ideologia de estimação.Wagner Hertzog.