segunda-feira, 30 de abril de 2018

Trump prorroga isenção a tarifas sobre aço do Brasil e outros países

O presidente norte-americano, Donald Trump
O presidente norte-americano, Donald Trump - Kevin Lamarque/Reuters

Com Estelita Hazz Carazzai, Folha de São Paulo e NYT
WASHINGTON
A poucas horas do prazo final, o presidente dos Estados Unidos, Donald  Trump, decidiu prorrogar, na noite desta segunda (30), a suspensão do aumento das tarifas de importação sobre o aço e o alumínio, que afetariam significativamente a indústria siderúrgica brasileira.
 
As sobretaxas começariam a valer nesta terça (1º), mas o americano decidiu prolongar a isenção por mais um mês ao Brasil, à Argentina, à União Europeia e à Austrália, de acordo com o Wall Street Journal.
 
A suspensão, assim, valerá até o dia 1º de junho. A Casa Branca ainda não havia confirmado a informação até a conclusão desta edição. 
 
Os EUA são o maior comprador do aço brasileiro —e uma sobretaxa de 25%, como anunciara o americano, poderia comprometer as exportações do Brasil.
 
Depois de anunciar as tarifas em março, sob o argumento de proteger a segurança nacional e a indústria siderúrgica dos EUA, Trump decidiu suspender temporariamente a sobretaxa, abrindo negociações bilaterais com os principais exportadores dos produtos.
 
O Brasil enviou comitivas a Washington e contratou um dos principais escritórios de advocacia e lobby da cidade para ajudar nas tratativas.
 
Além dos quatro países que obtiveram a prorrogação, a Coreia do Sul conseguiu uma isenção definitiva das sobretaxas por meio da negociação de um novo acordo de comércio com os EUA, segundo o Wall Street Journal.
 
México e Canadá, por outro lado, devem continuar poupados enquanto durarem as negociações do Nafta, o acordo de livre-comércio da América do Norte.
 
Apesar da notícia, o tensionamento das negociações, que permanecem indefinidas, demonstrou a líderes estrangeiros que décadas de relações calorosas com os EUA pouco importam para um presidente que não dá importância às normas diplomáticas e é hostil às regras básicas do comércio internacional.
 
O que começou como uma forma de proteger empregos nos setores de aço e alumínio americanos, na prática, se tornou uma alavanca do governo Trump para extrair concessões em outras áreas –como as exportações de carros para a Europa, ou a revisão do Nafta.
 
A União Europeia, maior parceira comercial dos Estados Unidos, indicou no fim de semana que estava perdendo a esperança de chegar a um acordo, diante do que muitos dos líderes políticos da região encaram como demandas pouco razoáveis. 
 
Se as tarifas entrarem em vigor, de acordo com o governo alemão, “a União Europeia deve estar pronta para defender seus interesses de maneira decidida, nos termos das regras multilaterais de comércio internacional”.
 
A incerteza também gerou caos nas redes internacionais de suprimentos. A poucas horas do prazo final, montadoras de automóveis e outras companhias do setor industrial ainda não sabiam se navios carregados de aço estariam repentinamente proibidos de entrar nos portos dos Estados Unidos.
 
Alguns países permanecem confiantes de que evitarão as tarifas. O Brasil, que exporta primariamente placas de aço, argumenta que seu produto é subsídio para a indústria americana, e espera escapar chegando a um acordo sobre cotas limitadas para produtos mais sofisticados.
 
Já a Argentina conta com o bom relacionamento entre seu presidente, Mauricio Macri, e Trump.
“Nas conversações que temos sobre a questão, os relacionamentos positivos entre nossos governos - e nossos presidentes - certamente são assunto”, disse Miguel Braun, secretário do comércio exterior argentino.
 
Em termos de potenciais perturbações para a economia mundial, a disputa com a Europa pode ser a mais grave. EUA e União Europeia respondem por cerca de um terço do comércio mundial.
 
Poucos anos atrás, os dois discutiam a possibilidade de eliminar quase todas as barreiras ao comércio transatlântico. Agora, suas visões de mundo se tornaram fundamentalmente diferentes. 
 
Para os europeus, Trump está exigindo concessões que os tornariam cúmplices no desmantelamento da estrutura de comércio internacional criada no pós-guerra, que é vista por eles como sagrada. A Europa quer seguir as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio), mas os americanos estão apresentando demandas que os forçariam a violá-las.
 
Os carros alemães, um dos principais alvos da ira de Trump, representam um dos maiores obstáculos.
O secretário do comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, vem pressionando os países do bloco a reduzirem suas tarifas sobre carros americanos, como forma de reduzir seu superávit no comércio com os EUA.
 
Mas, se a União Europeia aceitar a demanda, teria que aplicar termos semelhantes aos automóveis produzidos por todos os demais membros da OMC, segundo os tratados internacionais de que é signatária.
 
O maior beneficiário seria a China. A China é membro da OMC, deseja se tornar exportadora de automóveis e adoraria ter acesso facilitado à Europa sem conceder algo em troca.
 
Os europeus estão ofendidos por se verem compelidos a negociar. Cecilia Malmström, comissária de comércio exterior da União Europeia, disse na semana passada que só discutiria termos de comércio com os EUA depois de receber isenção permanente e incondicional quanto às tarifas sobre o aço e o alumínio.
“Quando isso for confirmado pelo presidente”, disse Malmström, “estaremos como sempre dispostos a discutir qualquer coisa. Mas não negociamos sob ameaça”.
 
A União Europeia já preparou uma lista de produtos que poderiam ser alvo de retaliações. A lista de alvos foi selecionada para causar a maior dor possível às regiões dos EUA que favorecem o partido republicano, e inclui lanchas recreativas fabricadas no Tennessee, gravadores digitais feitos no Arizona e baralhos fabricados no Kentucky.
 
Mas a estratégia pode não ser efetiva. Líderes empresariais que visitaram Washington recentemente disseram que Trump não estava se deixando afetar pelos protestos.
 
O impacto direto das tarifas sobre o comércio mundial, presumindo que entrem em vigor, seria mínimo, dizem economistas. Ainda que o aço desempenhe papel importante na imaginação do público, responde por apenas uma pequena fração do comércio internacional.
 
Os economistas estão mais preocupados com a possibilidade de uma escalada na guerra comercial entre EUA e China, cujos efeitos são difíceis de prever. 
 
“Quando dois elefantes brigam”, disse Miguel Ponce, presidente do Centro para o Estudo do Comércio Internacional no Século 21, na Argentina, “quem mais sofre é a grama”.

PF envia delação de Palocci para homologação no TRF-4


Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Palocci atribuiu crimes a Lula e falou de "pacto de sangue" do ex-presidente com Odebrecht - Reprodução


A Polícia Federal enviou a delação premiada do ex-ministro petista Antonio Palocci para homologação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A análise caberá ao desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4. A informação foi revelada nesta segunda-feira pelo portal G1 e confirmada pelo GLOBO.

Houve uma mudança no entendimento inicial, de que a delação caberia ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. O caso foi enviado ao TRF-4 porque Palocci já foi condenado em primeira instância, pelo Moro, e seu recurso de apelação tramita atualmente na segunda instância. Portanto, caberá ao desembargador, além de homologar, decidir sobre a eficácia da delação premiada para uma eventual redução de pena do ex-ministro.

O GLOBO revelou no último dia 26 que Palocci havia assinado o acordo de delação com a PF, após tentativas frustradas com a Procuradoria-Geral da República. Ele se comprometeu a dar detalhes e provas que comprometem o ex-presidente Lula e outros figurões do PT.

Fundador do PT, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, Palocci participou das decisões mais importantes do partido nas últimas duas décadas. Ele foi condenado pelo juiz Sergio Moro, que comanda os processos da Operação Lava-Jato em Curitiba, a 12 anos, dois meses e 20 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Era, até o início das investigações em Curitiba, um dos políticos mais influentes do PT.

As revelações do ex-ministro devem dar um novo impulso à Lava-Jato. As informações e os documentos fornecidos por ele seriam suficientes para abertura de novos inquéritos, operações e até mesmo prisões, segundo revelou ao GLOBO uma fonte que conhece o caso de perto.

Além de detalhar nos depoimentos os casos de corrupção dos quais participou ou teve conhecimento, o ex-ministro terá de apresentar provas do que diz. Se mentir ou quebrar algumas das cláusulas firmadas, poderá perder os benefícios negociados. As vantagens oferecidas a Palocci em troca de suas revelações ainda estão sendo mantidas em sigilo pelas partes.


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PGR denuncia Lula, Gleisi e mais 4 por corrupção e lavagem de dinheiro


O ex-presidente Lula e a senadora Gleisi Hoffmann 05/07/2017 - Givaldo Barbosa / Agência O Globo


André de Souza e Aguirre Talento, O Globo


A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e mais quatro pessoas pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, a empreiteira Odebrecht prometeu US$ 40 milhões a Lula em 2010 em troca de decisões políticas que beneficiassem a empresa. Entre essas decisões está, por exemplo, o aumento da linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras tocadas pela companhia em Angola.

O processo está no Supremo Tribunal Federal (STF), aos cuidados do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato na corte. Segundo a acusação, o dinheiro, que totalizava R$ 64 milhões na época, ficou à disposição do PT. Parte teria sido usado em 2014 na campanha de Gleisi ao governo do Paraná. Também foram denunciados: os ex-ministros Paulo Bernardo (marido da senadora) e Antonio Palocci, o empresário Marcelo Odebrecht, e Leones Dall'Agnol, chefe de gabinete de Gleisi.

Para que eles se tornem réus e tenha início uma ação penal, é preciso que a Segunda Turma do STF, composta atualmente pelos ministros Fachin, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso Mello, aceite a denúncia.

Além da condenação, Dodge pede que os petistas sejam condenados ao pagamento de valores milionários. Para Lula, Paulo Bernardo e Palocci, a denúncia solicita a condenação à reparação, juntos, de US$ 40 milhões, valor da vantagem indevida, mais R$ 10 milhões de indenização por dano moral coletivo.

Para Gleisi e Paulo Bernardo, Dodge solicita reparação de R$ 3 milhões pela propina mais R$ 500 mil de dano moral coletivo. Também pede que Gleisi devolva à União R$ 1,8 milhão referente ao valor inexistente declarado à Justiça Eleitoral.

A PGR sustentou ainda que, em 2014, Gleisi e Paulo Bernardo aceitaram receber R$ 5 milhões via caixa dois. Os pagamentos teriam alcançado pelo menos R$ 3 milhões. A entrega do dinheiro teria sido sido viabilizada por Benedicto Júnior, executivo da Odebrecht, e Leones Dall'Agnol, que trabalhava para Gleisi. Tanto Benedicto quanto Marcelo Odebrecht fecharam acordos de delação.

Um dos métodos usados por Gleisi para lavar dinheiro da propina da Odebrecht, segundo a PGR, foi declarar pagamentos inexistentes à Justiça Eleitoral. A denúncia aponta que Gleisi declarou à Justiça Eleitoral ter pago R$ 3 milhões à empresa Oliveiros Marques Comunicação e Política, mas o dono da empresa, Oliveiros Domingos, afirmou em depoimento que só recebeu efetivamente R$ 1,1 milhão.

“Ocorre que R$ 1.830.000,00 dessa prestação de contas à Justiça Eleitoral foram ocultados (não foram efetivamente gastos) e dissimulados como despesa de campanha para escamotear a natureza e origem criminosas: recebimento dessas vantagens espúrias”, escreveu Raquel Dodge.

A PGR considerou válidas as provas documentais obtidas a partir da delação da Odebrecht. “Os depoimentos prestados nas colaborações premiadas dos executivos da Odebrecht foram ponto a ponto corroborados por uma série de provas documentais (e-mails, planilha produzida em sistema periciável e anotações), todas praticadas de forma espontânea e contemporaneamente àqueles fatos de 2010”, escreveu na denúncia, apontando ainda informações obtidas a partir da quebra de sigilos telefônicos.

Dodge pediu a condenação de Lula, Bernado, Palocci e Dall'Agnol por corrupção passiva; de Marcelo Odebrehct por corrupção ativa; e de Gleisi por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Em seu depoimento, a senadora negou as acusações e afirmou que não pediu recursos à Odebrecht em 2014. Sua defesa não foi localizada. As defesas de Paulo Bernardo e Antonio Palocci afirmaram que não poderiam comentar porque não tiveram acesso ao teor da investigação. Procurada, a defesa de Lula ainda não respondeu.

Dos seis denunciados, apenas Gleisi, por ser parlamentar, tem foro privilegiado no STF. Mas Dodge entendeu que as acusações dos outros cinco têm relação com os crimes atribuídos à senadora.

"De fato, há entre os contextos de 2010 e 2014 uma relação direta de causa e efeito: o acordo criminoso do aumento da linha de crédito entre Brasil e Angola serviu de base financeira à corrupção na campanha ao governo do Paraná, tanto que os pagamentos de 2014 foram descontados do montante construído em 2010. Assim, os protagonistas daquela primeira corrupção, Lula, Paulo Bernardo e Antonio Palocci foram denunciados porque suas condutas são imbricadas com as de 2014, de modo que a cisão acarretaria prejuízo à qualidade da instrução probatória dos contextos mais recentes", argumentou a procuradora-geral.

Ela também pediu que a investigação de outras pessoas citadas no inquérito - como Oliveiros Domingos, o empresário Bruno Martins Gonçalves e executivos da Odebrecht - seja enviada para a Justiça Federal de São Paulo. Também solicitou que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná envie documentos da prestação de contas de Gleisi em 2014.

Em nota, o PT afirmou que a PGR “atua de maneira irresponsável, formalizando denúncias sem provas a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros. O Ministério Público tenta criminalizar ações de governo, citando fatos sem o menor relacionamento, de forma a atingir o PT e seus dirigentes. Além de falsas, as acusações são incongruentes, pois tentam ligar decisões de 2010 a uma campanha eleitoral da senadora Gleisi Hoffmann em 2014. A denúncia irresponsável da PGR vem no momento em que o ex-presidente Lula, mesmo preso ilegalmente, lidera todas as pesquisas para ser eleito o próximo presidente pela vontade do povo brasileiro”.

A defesa do ex-presidente Lula afirmou que irá "analisar a denúncia da PGR e se pronunciar oportunamente".


Juninho Pernambucano critica repórteres de clubes e leva bronca ao vivo

O Estado de São Paulo



Juninho Pernambucano causou polêmica com opinião em programa de TV
Juninho Pernambucano causou polêmica com opinião em programa de TV 
Foto: Reprodução/Twitter


    O programa Seleção SporTV desta segunda-feira teve uma polêmica ao vivo. O ex-meia e atual comentarista Juninho Pernambucano criticou os jornalistas que cobrem diariamente os clubes, conhecidos por setoristas, ao dizer que eles têm inveja dos jogadores e são maus profissionais. Em resposta, o apresentador do programa, André Rizek, leu no ar uma nota enviada pela direção da emissora para contestar a opinião do ex-jogador.
    Os participantes do programa debatiam o incidente da última semana, quando alguns torcedores do Flamengo tentaram agredir o meia Diego no aeroporto. Ao comentar o assunto, Juninho Pernambucano citou reportagens publicadas na imprensa que, segundo ele, eram equivocadas e disse que os jornalistas ajudam a fomentar a violência da torcida.
    "Os setoristas são muito piores hoje em dia. Eu sei que eles ganham mal, mas cada um tem o caráter que tem. Se eu sou setorista, o que eu ia fazer, tentar fazer um ótimo trabalho para tentar ir para outra etapa, subir", afirmou Juninho. Durante a fala, ele comentou que se fosse repórter, gostaria de se esforçar para se tornar narrador de televisão como os outros dois presentes à mesa, Cléber Machado e Luiz Roberto.
    Juninho afirmou que atualmente os repórteres têm um vínculo muito próximo com dirigentes de clube. "Hoje, para quem cobre futebol, a prostituição está muito grande. Isso é muito perigoso, como na política", afirmou. "Parte da imprensa também tem culpa na violência, porque há um excesso de pilha", afirmou.
    O ex-meia do Vasco, Lyon, Sport e seleção brasileira disse que parte da conduta dos jornalistas com os jogadores é permeada por inveja. "Já vi isso também de olhar para você, um jogador que é profissional, não tem formação e ganha R$ 100 mil. Tem um cara que está ali, estudou quatro anos, fez de tudo para se formar jornalistas, para ser setorista e ganha mal. Talvez ele leva isso em consideração", explicou.
    "É difícil você ganhar R$ 3 mil ou R$ 4 mil em uma sociedade e se você não for um cara fera, tem que entrevista um cara que ganha mais e que você considera ele um ninguém", afirmou Juninho Pernambucano, que durante a explicação, citou uma reportagem publicada sobre ele em 2012, quando estava no Vasco, e que ele considerou equivocada.
    Minutos depois o apresentador do programa, André Rizek, disse ter recebido um comunicado da direção de jornalismo do Grupo Globo sobre os comentários do ex-jogador. "Há bons e maus profissionais em todas as categorias. Temos mais de 30 setoristas trabalhando hoje no Grupo Globo e eles recebem aqui nossa confiança e nossa solidariedade. Muitas vezes são eles que mais sofre com o desequilíbrio e a eventual violência dos torcedores", narrou.
    Rizek ainda concluiu a leitura do comunicado da emissora: "Isso não quer dizer que o Juninho não tenha o direito à sua opinião, que é e continua sendo livre. Mas é importante fazer esse registro".

    Presidente executivo do WhatsApp, Jan Koum vai deixar o Facebook

    Executivo também deixará vaga no conselho da rede social; segundo Washington Post, Koum parte após discordar de decisões quanto à privacidade dos usuários

    Bruno Capelas - O Estado de São Paulo

    Gebran encaminha delação de Palocci ao Ministério Público

    Com O Antagonista


    O relator da Lava Jato no TRF-4, Gebran Neto, recebeu hoje o acordo de colaboração de Antonio Palocci, e o encaminhou à PRR-4.

    Depois de manifestação do Ministério Público, a delação do ‘italiano’ voltará para análise do desembargador, que decidirá sobre a homologação.

    A delação não foi encaminhada a Sergio Moro, porque Palocci tem condenação com recurso pendente no TRF-4.


    Protagonismo de Gleisi, 'a amante do Petrolão', em esquema que rendeu R$ 1,5 bilhão ao PT

    Com O Antagonista

    Na nova denúncia contra Lula, Gleisi e o marido PB, além de Antonio Palocci, a PGR fez questão de ressaltar que há “prova de materialidade e indícios suficientes” de que o PT embolsou pelo menos R$ 1,48 bilhão em propinas.

    Os quatro citados, entre outros, “concertaram ações criminosas para a arrecadação de valores ilícitos por meio da lesão ao patrimônio e à moral administrativa de diversos entes e órgãos públicos, tais como Petrobras, BNDES e Ministério do Planejamento”.

    Segundo Raquel Dodge, Gleisi e o maridão “assumiram protagonismo” no esquema criminoso e a petista “foi uma das mais beneficiadas” dos desvios na Petrobras, no BNDES e nas parcerias com a Odebrecht e a J&F.

    Faz sentido todo o empenho da petista para livrar Lula.


    Raquel Dodge denuncia Lula, Gleisi e Palocci por US$ 40 milhões da Odebrecht - PGR acusa o apedeuta e sua organização criminosa de corrupção e lavagem de dinheiro

    Rafael Moraes Moura e Luiz Vassallo, O Estado de São Paulo

    FOTO DIGITAL: ED FERREIRA/AE
    A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou nesta segunda-feira (30) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Lava Jato, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e os ex-ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo por corrupção passiva e o empresário Marcelo Odebrecht por corrupção ativa. A denúncia foi apresentada no âmbito da delação da Odebrecht e foi encaminhada ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
    Gleisi já é ré em outro caso da Lava Jato em que ela é acusada por corrupção e lavagem de dinheiro. O caso envolve o recebimento de R$ 1 milhão do esquema de propinas da Petrobras para sua campanha de 2010.
    Na denúncia desta segunda-feira, o caso gira em torno das suspeitas de que a Construtora Odebrecht repassou milhões de reais ao PT em troca de decisões políticas que favorecessem a empreiteira. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o PT teria à disposição US$ 40 milhões (o equivalente a R$ 64 milhões na época dos acontecimentos), em uma conta mantida pela Odebrecht, para cobrir uma série de despesas indicadas pelos petistas, como a campanha de Gleisi – atual presidente nacional do partido – ao governo do Paraná em 2014. A senadora também foi denunciada por lavagem de dinheiro.
    Entre as decisões políticas que beneficiaram os interesses do grupo Odebrecht estão o aumento numa linha de crédito no BNDES entre Brasil e Angola voltada ao financiamento da exportação de bens e serviços entre os dois países.
    “Diante das dificuldades operacionais de concluir a corrupção, Marcelo Odebrecht pediu que seu pai, Emilio Odebrecht, fosse a Luiz Inácio Lula da Silva pedir sua intervenção na ampliação da linha de crédito Brasil-Angola no BNDES”, apontou Raquel Dodge, ao sustentar que foi de Lula “a decisão de efetivamente atender à pretensão do corruptor” Marcelo Odebrecht.
    A PGR sustenta que Lula foi “determinante” para o BNDES ampliar para US$ 1 bilhão a linha de financiamento, que beneficiou a Odebrecht e outras empresas. Raquel Dodge aponta que o aumento da linha de crédito “teve seu preço ilícito pago sob a forma de vantagem indevida” a integrantes do PT, em uma conta-corrente criada em 2008 para arrecadação de “vantagens indevidas” da sigla – primeiramente, gerenciada por Antonio Palocci; depois, por Guido Mantega.
    CAMPANHA. Ainda de acordo com a denúncia, Gleisi, seu marido, Paulo Bernardo, e Leones Dall’agnol, auxiliar da senadora, pediram a Marcelo Odebrecht “vantagem indevida” no valor de R$ 5 milhões para despesas da campanha da petista ao governo do Paraná “via caixa 2”. Desses R$ 5 milhões, o trio teria comprovadamente recebido pelo menos R$ 3 milhões, em parte por intermediários. Gleisi teria ocultado e dissimulado os valores recebidos.
    Para Raquel Dodge, a prestação de contas da campanha de Gleisi em 2014 foi fraudada perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “para escamotear (ocultar e dissimular para fins de lavagem) o recebimento dos valores obtidos pelos atos de corrupção denunciados”.
    A denúncia, ressaltou a procuradora-geral da República, não está embasada somente em depoimentos de delatores, mas também em documentos apreendidos por ordem judicial de busca e apreensão, como planilhas e e-mails. Raquel enfatizou que até o “transportador das vantagens indevidas foi identificado”.
    Raquel observou que há provas que confirmam encontros, viagens, uso de intermediários, doleiros e destacou uma série de e-mails enviados por Marcelo Odebrecht que “confirmam estas graves condutas de corrupção ativa e passiva ora imputadas aos acusados”.
    A procuradora pede a “condenação solidária” de Lula, Paulo Bernardo e Palocci, para pagar ao Erário o equivalente a US$ 40 milhões em virtude de danos causados por suas condutas, além de R$ 10 milhões a título de indenização por dano moral coletivo. Já para Gleisi, Paulo Bernardo, Leones e Marcelo Odebrecht, os valores são respectivamente R$ 3 milhões e R$ 500 mil, também em “condenação solidária”.
    REPERCUSSÃO. Em nota, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a PGR atua de “maneira irresponsável” ao formalizar denúncia contra ela “sem provas, a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros”. Pelo Twitter, ela disse ainda que a denúncia foi apresentada no momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que considera ter sido preso “ilegalmente”, lidera pesquisas de intenção de voto como pré-candidato à Presidência da República. Gleisi também lamentou a “irresponsabilidade da PGR em agir com esse denuncismo”.
    “O Ministério Público tenta criminalizar ações de governo, citando fatos sem o menor relacionamento, de forma a atingir o PT e seus dirigentes”, escreveu Gleisi na nota divulgada pela assessoria. A senadora defendeu também que, “além de falsas, as acusações são incongruentes, pois tentam ligar decisões de 2010 a uma campanha eleitoral da senadora Gleisi Hoffmann em 2014”. “A denúncia irresponsável da PGR vem no momento em que o ex-presidente Lula, mesmo preso ilegalmente, lidera todas as pesquisas para ser eleito o próximo presidente pela vontade do povo brasileiro.”
    A defesa de Antônio Palocci informou que só se manifestará quanto ao teor dessa nova acusação após ter acesso à denúncia.
    A defesa de Lula disse que analisará o caso antes de se pronunciar.
    Em nota, a defesa de Marcelo Odebrecht reafirmou “o seu compromisso contínuo no esclarecimento dos fatos já relatados em seu acordo de colaboração e permanece à disposição da Justiça para ajudar no que for necessário”.
    A Odebrecht, por sua vez, reiterou que está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua.
    Até a conclusão desta edição, a reportagem não conseguiu resposta da defesa de Leones.
    COM A PALAVRA, O ADVOGADO ALESSANDRO SILVERIO, QUE DEFENDE PALOCCI
    “A defesa de Antônio Palocci só se manifestará quanto ao teor dessa nova acusação após ter acesso à denúncia”. Att. Alessandro Silverio
    COM A PALAVRA, A DEFESA DE LULA
    A reportagem está tentando contato. O espaço está aberto para manifestação.
    COM A PALAVRA, GLEISI
    Mais uma vez a Procuradoria Geral da República atua de maneira irresponsável, formalizando denúncias sem provas a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros.
    O Ministério Público tenta criminalizar ações de governo, citando fatos sem o menor relacionamento, de forma a atingir o PT e seus dirigentes.
    Além de falsas, as acusações são incongruentes, pois tentam ligar decisões de 2010 a uma campanha eleitoral da senadora Gleisi Hofmann em 2014.
    A denúncia irresponsável da PGR vem no momento em que o ex-presidente Lula, mesmo preso ilegalmente, lidera todas as pesquisas para ser eleito o próximo presidente pela vontade do povo brasileiro. Assessoria do PT

    'Marido' de Gleisi, 'a amante do Petrolão', Paulo Bernardo chamava propina de “combustível”

    Com O Antagonista

    Na nova denúncia da PGR contra Lula, Gleisi Hoffmann, PB e Antonio Palocci, a equipe de Raquel Dodge anexa e-mails entregues por Marcelo Odebrecht com as tratativas sobre o pagamento da propina de US$ 40 milhões.

    O delator conta que Paulo Bernardo pediu US$ 50 milhões para liberar o limite de US$ 1 bilhão em crédito à exportação de serviços da Odebrecht para Angola. Marcelo topou dar US$ 40 milhões, oferta aceita pelo maridão de Gleisi.

    “Disse que, como estava tudo esclarecido, estava precisando de combustível urgente.” A definição não poderia ser melhor. O combustível do PT é propina.

    "Lula sabia da negociata com a Odebrecht e participou pessoalmente"

    Com O Antagonista


    Na nova denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro, a PGR diz que Lula sabia das negociações ilícitas e participou pessoalmente delas.

    Segundo Raquel Dodge, o ex-presidente “teve papel preponderante” para garantir à Odebrecht a linha de US$ 1 bilhão do BNDES para Angola.

    Lula atendeu a pedido do próprio Emílio Odebrecht, seu amigão.

    PGR denuncia larápios Lula, Gleisi, Palocci e mais três na Lava Jato por corrupção e lavagem

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    Temer reajusta Bolsa Família em 5,67% a partir de julho

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    Polícia ruim atrapalha democracia, segundo José Nêumanne

    José Nêumanne, O Estado de São Paulo

    Justiça acabou com farra de 159 prisões sem caracterização de culpa na periferia do Rio. Foto: Jornal do Brasil
    Há um preconceito contra a autoridade policial que diminui radicalmente a segurança dos cidadãos e facilita a atividade dos fora da lei. Sem o exercício adequado do monopólio da força pelo Estado de Direito, o chamado “regime do povo, pelo povo e para o povo” simplesmente não tem como funcionar. Ao contrário do que imaginam os bem-pensantes da esquerda, que se fingem de defensores de direitos humanos de forma indiscriminada, e os trogloditas da direita arbitrária, a velha democracia burguesa não cumpre o que se propõe a fazer se os inimigos do império da lei trilham o caminho de volta à barbárie do tempo dos dinossauros. Dispomos aqui de exemplos desse axioma em nosso cotidiano.
    O mais antigo deles é a intervenção militar, dita federal, na Segurança do Estado mais convulsionado do País em matéria de violência,  o do Rio de Janeiro. Decretada em 16 de fevereiro e prometida para terminar no último dia deste ano, ela ainda não disse a que veio, mas continua tendo o apoio da população, principalmente lá, porque não há boas novas correspondentes a que se destinava. Mas, como o povo diz, faz tempo, a esperança é a última que morre e desistir de esperar é quase deixar de viver. Há mais chacinas, as estatísticas dos crimes não cedem, mas a realidade dessa tragédia se impõe sobre a própria capacidade de crítica e indignação da cidadania. A intervenção é executada pelo Exército e quando não der mais para confiar nas Forças Armadas, que estão quietinhas em seus quartéis, o ânimo da coletividade cairá a níveis árticos.
    Lamento, contudo, alertar que as notícias são péssimas. No sábado passado, o colunista Ancelmo Gois, de O Globo, publicou uma nota aparentemente singela, quase uma fofoca, mas com as consequências de uma dinamite de pavio curto: “O que mais chamou a atenção no evento, ontem, no plenário do TRF do Rio, foi um comentário do general Braga Netto, interventor no Rio. Diante de militares, procuradores e desembargadores, ele contou que, passados 60 dias do início da intervenção, o governo não liberou nenhum centavo para as ações. Nem mesmo os cargos de confiança para montar a equipe foram criados”. O título é “Cadê a grana?”. Acontece que a fonte da notícia disse publicamente que sua missão custaria, no mínimo, R$ 6 bilhões e o comandante dele e chefe do aparato estatal todo, o presidente Michel Temer, anunciou que mandaria R$ 3 bilhões para despesas urgentes, como armar os agentes da lei, renovar sua frota, remunerar pessoal e financiar operações sem as quais tudo não passará do velho hábito de enxugar gelo, em que a polícia prende e a Justiça solta. E, pelo visto, está tudo como dantes no quartel de Abrantes. Literalmente.
    Se a fonte do colega não mentiu ou exagerou, é o caso de questionar outros anúncios de aporte de dinheiro que têm sido feitos ultimamente. Com a “precisão” que lhe é habitual, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o Kid Ligeirinho, garantiu que haverá recursos vultosos em sua área necessitada. Não informou quando. Não disse quanto. E depois da queixa do encarregado da intervenção não dá para confiar que o anúncio se traduza em dinheiro vivo. O Estado deve, nega e quem cobrar vá se catar!
    A intervenção meia-boca no Rio tem dois grandes feitos, ambos negativos. O primeiro é a não identificação de executantes e mandantes da execução da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março. Correligionários, amigos e familiares da vítima têm ouvido várias explicações da polícia e saem das reuniões com muita fé e poucas informações. O certo é que os meios de comunicação têm descoberto preocupantes casos de testemunhas oculares do crime que nunca foram ouvidas pelas autoridades que o investigam. É muito estranho… Não interessa se a vereadora é política e militante de direitos humanos. Importa é que a polícia do Rio tem feito por merecer sua fama de incompetente, desastrada, brutal e muitas vezes cúmplice de crimes. Até agora a presença do alto oficialato no comando da segurança do Rio em nada contribuiu para confirmar ou negar essa imagem nem para colher resultados da excelência investigativa prometida pelos profetas de plantão.
    A polícia do Paraná também tem dado uma enorme contribuição para a disseminação da violência e da insegurança, com sua incapacidade de resolver crimes corriqueiros. Em 14 de março, três tiros perfuraram a fuselagem de dois ônibus que faziam parte da caravana do pretenso presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, em Francisco Beltrão, na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no interior daquele Estado, à época do atentado governado por um tucano no mínimo trapalhão e no máximo suspeito chamado Beto Richa. Este saiu do governo e disputa o Senado, Lula foi preso e saiu de circulação e a autoridade policial divulga um truísmo atrás do outro, baseando-se em perícias técnicas e sem nenhuma informação que a aproxime de autores e mandantes do atentado.
    No sábado passado, 28 de abril, portanto, um mês e um dia depois do episódio dos ônibus, um atirador, cuja imagem foi registrada por uma câmera e transmitida pelas emissoras de televisão, disparou contra um acampamento de lulistas em Curitiba, ferindo duas pessoas, uma perfurada e a outra, arranhada. A governadora é Cida Borghetti, casada com o ex-ministro da Saúde de Temer Ricardo Barros e que milita no Progressistas. Sob sua égide, a polícia paranaense nada tem a revelar, embora não pareça necessário convocar Eliot Ness numa sessão espírita para resolver tal caso.
    A cada dia que passa sem novidades cresce a onda de versões sobre esses fatos em torno de Lula. A direita possessa atribui a tentativa de assassinato e os tiros nos ônibus aos petistas interessados em criar mártires. A esquerda estúpida aponta para a direita bruta, agora sob o comando de um militar da reserva, o oficial e deputado Jair Bolsonaro. Isso não ajuda a elucidar o crime nem a evitar que a democracia sofra danos irreparáveis.
    Quanto à intervenção, pelo menos uma boa notícia foi produzida recentemente. A Justiça tomou juízo e soltou 138 de 159 presos num baile presumivelmente promovido por milicianos em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Temer não se dignou a falar sobre essa absurda violação do direito ao lazer de cidadãos pobres, e não quero nem imaginar o barulho que seria feito se o baile fosse interrompido no Copacabana Palace. Jungmann apareceu para inverter de vez o “em dúvida a favor do réu” por “quem quiser ir para casa tem que provar que não é bandido”. Truculentos, espero que desarmados, nas redes sociais chegaram a garantir que nos EUA não existe presunção de inocência, mas acusação de culpabilidade.
    É claro que diante de tais asneiras a democracia se curva e, sendo cidadã de bem, vomita a mais não poder. Até quando o Estado incompetente e sua polícia destreinada, mal armada, corrupta e apavorada causarão tantos ferimentos ao Estado de Direito, que a Nação quer e cobra?
    • Jornalista, poeta e escritor