A visão de Reagan, renascida sob Trump, nos lembra que uma
América forte é uma América segura
Donald Trump, presidente dos EUA, durante coletiva de imprensa, ao lado de Pete Hegseth, secretário de Defesa, e Marco Rubio, secretário
de Estado, na cúpula da Otan, em Haia, na Holanda (25/6/2025) | Foto: Reuters/Brian Snyder
N
as primeiras horas de 21 de junho de 2025, o mundo
testemunhou uma aula magna de precisão e audácia militar
— a Operação Martelo da Meia-Noite. Como uma cena
arrancada de um blockbuster de Hollywood, sete
bombardeiros stealth B-2 Spirit da Força Aérea dos EUA, apoiados por
uma armada de 125 aeronaves e mísseis Tomahawk lançados por
submarinos, atingiram as instalações nucleares do Irã com devastação
cirúrgica.
Mas a magistral Operação Martelo da Meia-Noite não foi apenas uma
missão — foi uma declaração da determinação americana, ecoando o
lema atemporal de “Paz através da força”, defendido pelo presidente
Ronald Reagan e revitalizado pelo presidente Donald Trump. Com o
brilho cinematográfico de Top Gun: Maverick, em que o protagonista
voa pelo perigo, essa operação exibiu o poder inigualável dos Estados
Unidos e seu compromisso inabalável com a estabilidade global.

Detalhes da Operação Martelo da Meia-Noite | Foto: Reprodução Redes Sociais/United States Air Force A Operação Martelo da Meia-Noite foi um triunfo de estratégia, engano
e poder de fogo bruto. A missão começou à meia-noite na Base Aérea
de Whiteman, Missouri, de onde 13 bombardeiros B-2 decolaram. Seis
deles, em um brilhante ardil, voaram para o oeste em direção a Guam,
desviando os olhares do mundo para o Pacífico. Rastreadores de voo
amadores e a mídia global especularam sobre uma demonstração de
força, mas aquilo não passou de uma manobra de distração digna de
um combate aéreo de Top Gun, onde a desorientação prepara o palco
para a vitória. Enquanto isso, sete B-2s, cada um carregando duas
bombas “destruidoras de bunkers” GBU-57 Massive Ordnance
Penetrator (MOP) de mais de 13 toneladas, voaram para o leste,
silenciosos e indetectáveis, cruzando o Atlântico.
Esses bombardeiros stealth, pilotados por tripulações altamente
qualificadas, as melhores entre os melhores e com nervos de aço,
embarcaram em uma jornada de 36 horas, reabastecendo várias vezes
em pleno ar, em um balé de precisão. A operação até o Oriente Médio
envolveu 125 aeronaves — caças, aviões-tanque de reabastecimento,
aviões de vigilância e drones —, em uma manobra complexa e
cronometrada que o general Dan Caine, presidente do Estado-Maior
Conjunto, chamou de testemunho da sincronização inigualável da
Força Conjunta. Ao se aproximarem do espaço aéreo iraniano, escoltas
de caças americanos avançaram, eliminando possíveis ameaças,
enquanto iscas e armas de supressão garantiram que nenhum radar
ouÀs 2h10 da manhã, horário do Irã, o primeiro B-2 lançou duas MOPs
na instalação nuclear de Fordo, enterrada profundamente sob uma
montanha.
Nos 25 minutos seguintes, 14 MOPs caíram sobre as
instalações de Fordo e Natanz, obliterando crucialmente o programa
nuclear do Irã. Simultaneamente, um submarino americano disparou
mais de duas dúzias de mísseis de cruzeiro Tomahawk na instalação
de Isfahan, atingindo a infraestrutura com precisão milimétrica. O
resultado, segundo o general Caine, foi de danos e destruição
extremamente severos, com as defesas aéreas do Irã pegas
desprevenidas, incapazes de disparar um único tiro de contra-ataque.
A imaginação que brinda nossa mente quando lemos os detalhes da
operação vai além de um roteiro de um bom filme. Isso não foi apenas
uma ofensiva militar — foi uma performance de alto risco da
engenhosidade e da coragem americanas.
Como declarou o secretário
de Defesa Pete Hegseth, “nossos B-2s entraram e saíram… e voltaram
para casa sem que o mundo soubesse” míssil iraniano pudesse interceptá-
A missão, a maior operação com B-2 na história dos EUA e o primeiro
uso da MOP em combate, evocou a ousadia de Maverick em Top Gun,
que, no clássico de 1986, superou inimigos com habilidade e atitude.
Paz através da força: a visão de Reagan
O lema “Paz através da força”, reverberado na imprensa mundial nesta
semana, é mais do que um slogan — é uma filosofia enraizada na
crença de que um exército forte dissuade a agressão e garante a paz.
Durante sua presidência, nos anos 1980, Ronald Reagan abraçou essa
visão com fervor, enfrentando a sombra ameaçadora da União
Soviética, um império comunista que se estendia da Europa Oriental
ao Extremo Oriente. A URSS, com seu colossal arsenal nuclear,
exércitos massivos e uma rede de estados-satélites, representava uma
ameaça existencial à liberdade global.
Major Stuart Shippee, piloto designado para o 13º Esquadrão de Bombardeiros, comanda um B-2 Spirit enviado da Base Aérea de
Whiteman, Missouri, para a Base Aérea de Andersen, Guam, em apoio ao exercício Valiant Shield 24 (13/6/2024) | Foto: Força Aérea
dos EUA/Sargento Kristen Heller
Sob a liderança de figuras como Leonid Brezhnev e, mais tarde, Yuri
Andropov, os soviéticos intensificaram a corrida armamentista ao
instalarem mísseis SS-20 na Europa, apoiarem revoluções comunistas
na América Latina e invadirem o Afeganistão em 1979, desafiando
abertamente o Ocidente.
Reagan, com sua clareza patriótica, respondeu com uma estratégia
ousada: construir um exército inigualável, capaz de superar as defesas
soviéticas e deter suas ambições.
Isso incluiu a Iniciativa de Defesa
Estratégica, uma Marinha de 600 navios e o revolucionário
bombardeiro stealth B-2 Spirit, desenvolvido pela Northrop Grumman
no programa Advanced Technology Bomber da Força Aérea.
Projetado na década de 1980 para ser invisível aos radares soviéticos,
o B-2 foi concebido como a arma definitiva para penetrar as
sofisticadas defesas aéreas da URSS, entregando cargas nucleares ou
convencionais com precisão cirúrgica e garantindo que qualquer
agressão soviética enfrentasse uma resposta devastadora.
Um B-2 Spirit lançando bombEssa abordagem provou seu valor — em 1991, a União Soviética,
esgotada economicamente e incapaz de competir com a inovação e o
poder militar americanos, desmoronou, consagrando os EUA como a
única superpotência mundial.
O mantra de “Paz por meio da força” de Reagan era sobre projetar
poder para evitar a guerra, uma lição forjada nas tensões da guerra
fria, quando o equilíbrio do terror exigia coragem e inovação. Ele
acreditava que uma América forte, armada com tecnologias como o B2, poderia negociar de uma posição de domínio e forçar os adversários
a recuar.
Essa filosofia ressoou nos confrontos da época, nos quais a força,
simbolizada por avanços como o B-2, preservou a paz sem um conflito
nuclear.
Era uma visão de patriotismo puro, não beligerância — um
chamado para que a América se mantivesse inabalável, inspirando o undo livre a resistir à tirania soviética e garantindo que outros não
ousassem desafiar.
Presidente americano Ronald Reagan, durante cerimônia de formatura de 1984 da Academia da Força Aérea dos Estados Unidos
(30/5/1984) | Foto: Wikimedia Commons
O legado de confrontos com o regime dos aiatolás
A Operação Martelo da Meia-Noite, executada com precisão
devastadora em 2025, não foi o primeiro confronto entre os Estados
Unidos e o regime dos aiatolás no Irã. Em 1979, a Revolução Iraniana,
liderada pelo aiatolá Khomeini, trouxe ao poder um governo teocrático
que desafiaria abertamente o Ocidente.
Naquele ano, militantes iranianos invadiram a Embaixada dos EUA em
Teerã, tomando 52 americanos como reféns por 444 dias — uma crise
que abalou a América e expôs a hostilidade do novo regime.
Sob o comando de Khomeini, o Irã transformou-se em um Estado
patrocinador do terrorismo, rejeitando a diplomacia e promovendo
uma ideologia antiamericana que ecoaria por décadas.
Grupo de revolucionários armados durante a Revolução Iraniana, no Irã (1979) | Foto: Wikimedia Commons
A crise dos reféns, televisionada globalmente, foi uma humilhação para os
EUA, mas também galvanizou a determinação americana de enfrentar
ameaças com força, uma lição que ressoou na visão de Reagan de “Paz
através da força”.
Esse confronto inicial com o regime dos aiatolás plantou as
sementes da desconfiança e da necessidade de uma postura militar robusta,
culminando na ousadia da Operação Martelo da Meia-Noite, que demonstrou
que a América não apenas resiste, mas triunfa sobre aqueles que ameaçam
a liberdade global. A revitalização do legado de Reagan por Trump
O presidente Donald Trump, um autoproclamado admirador de
Reagan, trouxe “Paz aravés da força” de volta ao centro do palco
durante sua presidência.
Em seu primeiro mandato e novamente em
2025, Trump enfatizou a modernização militar, aumentando os
orçamentos de defesa e investindo em tecnologias de ponta, como o B2 e caças de próxima geração.
Sua abordagem espelhava a de Reagan:
um exército forte sinaliza aos adversários que a América está pronta,
disposta e capaz de defender seus interesses e a segurança do
Ocidente.
A Operação Martelo da Meia-Noite personificou esse ethos ao exibir um
exército tão avançado que pôde atacar sem ser detectado, enviando
uma mensagem ao Irã e ao mundo: a força da América é seu escudo e
espada.
Um bombardeiro stealth B-2 Spirit da Força Aérea dos EUA decola durante a Operação Martelo da Meia-Noite, na Base Aérea de
Whiteman, em Missouri, EUA (6/2025) | Foto: Reuters/Força Aérea dos EUA
A retórica de Trump após os ataques ecoou a clareza de Reagan.
Acompanhado por Hegseth, Marco Rubio, o secretário de Estado, e J.D. Vance, o vice-presidente, ele chamou a operação de “sucesso militar
espetacular” e alertou o Irã sobre “consequências muito maiores” se
não buscasse a paz. Isso não era bravata — era um sinal calculado de
que o poder da América respalda sua diplomacia. Como Reagan,
Trump usou a força para abrir portas para a negociação, instando o Irã
a “vir para a mesa” enquanto deixava claro o custo da desobediência.
O fervor patriótico de Top Gun — no qual pilotos personificam coragem,
habilidade e amor pelo país — encontra seu paralelo no mundo real na
liderança de Trump e na execução da Operação Martelo da Meia-Noite
pelas Forças Armadas Americanas.
Um legado de coragem e determinação
A Operação Martelo da Meia-Noite não foi apenas um triunfo tático; foi
um testemunho do espírito americano.
\
\Os pilotos, marinheiros e
planejadores que executaram essa missão — alguns tão jovens quanto
os da escola de voo de Top Gun — carregaram o peso da segurança de
uma nação. Eles voaram durante 36 horas, reabasteceram em pleno ar
e atacaram com precisão, enquanto o mundo observava iscas no
Pacífico. Sua coragem, aliada à tecnologia que só a América possui,
como o B-2 e a MOP, sublinha por que os EUA continuam sendo o farol
mundial de liberdade e força. Ainda bem. E não há problema
em ssumir assumir isso. 
O sucesso da missão, embora ainda em avaliação para danos
completos, enviou uma mensagem clara: o exército americano é
inigualável, e sua determinação é inquebrantável. As ambições
nucleares do Irã, muito próximas de se concretizarem, segundo a
inteligência dos EUA, foram significativamente frustradas, provando
que a força pode prevenir catástrofes.
Ao refletirmos sobre essa operação histórica, “Paz através da força”
soa mais verdadeiro do que nunca. A visão de Reagan, renascida sob
Trump, nos lembra que uma América forte é uma América segura. E
que uma América segura é um mundo com menos terror.
Ana Paula Henkel - Revista Oeste