quinta-feira, 3 de julho de 2025

Escória esquerdista invade banco na Faria Lima em protesto pela taxação de super-ricos

 Nesta quarta-feira, 2, o presidente Lula exibiu um cartaz pedindo a taxação dos super-ricos em evento na Bahia


De acordo com a Polícia Militar de São Paulo, cerca de 50 militantes participaram do ato | Foto: Reprodução/X/Frente Povo Sem Medo

Na manhã desta quinta-feira, 3, militantes da Frente Povo Sem Medo e do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) invadiram a sede do Itaú BBA, na Avenida Faria Lima, em São Paulo, em protesto pela taxação dos chamados super-ricos. 

Os invasores exibiam faixas com as seguintes mensagens: “Taxação dos super-ricos já”, “o povo não vai pagar a conta” e “chega de mamata”. De acordo com a Polícia Militar paulista, cerca de 50 militantes participaram do ato. 

Pelas redes sociais, a Frente Povo Sem Medo afirmou que o ato teve como objetivo defender uma suposta “justiça tributária”.

Também pelas redes sociais, o MTST chamou o ato de “ocupação”. A entidade afirmou que a taxação dos super-ricos é “crucial para reduzir a desigualdade”.

“São lucros e dividendos que seguem intocados, enquanto a maioria trabalhada muito e paga caro por tudo”, afirmou o grupo invasor. “Os de cima acumulam cada vez mais fortuna, isenção e influência – vivem em um país feito sob medida para manter seus privilégios.” 

De acordo com o MTST, “o sistema é cruel com quem tem pouco e generoso com quem tem demais”. Por fim, o grupo ameaçou novas invasões: “Nossa ocupação na sede do Itaú em São Paulo é só o começo.” 

Lula pediu taxação de super-ricos em ato na Bahia 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exibiu um cartaz pedindo a taxação dos super-ricos ao participar de um evento em Salvador, na quarta-feira 2, ao lado do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues,  e da primeira-dama do país, Janja da Silva. O gesto foi endossado em uma publicação no perfil do petista no X. “Mais justiça tributária e menos desigualdade”, afirma Lula, na publicação. “É sobre isso.” 

Diógenes Feitosa - Revista Oeste

quarta-feira, 2 de julho de 2025

J.R. Guzzo - A democracia do tapetão

 Sem maioria no Congresso, o governo Lula aposta na canetada do STF para impor sua agenda


O pessimismo também marca as expectativas da população em relação ao futuro do governo | Foto: Reprodução/Flickr/Lula Oficial 

O Brasil vive hoje a maior mentira de sua história. Há uma mentiraem-chefe, ou a mãe de todas as mentiras: a de que está em vigor por aqui uma democracia, com liberdades públicas e direitos individuais, plena separação de poderes e um Estado que se subordina à vontade da maioria, expressa em eleições livres. Segue-se inevitavelmente uma corredeira de sub mentiras, todas derivadas da primeira. 

A mais agressiva delas sustenta que o Congresso virou um inimigo do povo. O Congresso Nacional pode ser um dos piores do mundo, mas há em torno dele dois fatos indiscutíveis. O primeiro é que este Congresso é o único que o Brasil tem na vida real; não há um outro, mais qualificado, esperando no banco para entrar no jogo. O segundo é que o crime do qual se acusa os parlamentares é o próprio absurdo em termos: aprovaram uma lei que o governo Lula não quer. E daí? Não faz nexo impedir que cumpram o seu dever constitucional número um.

Não interessa se a lei é boa ou é ruim. Ela é perfeitamente legítima, e isso basta — se o governo, a extrema esquerda e os professores da USP não gostam, paciência. Deveriam, nesse caso, ter trabalhado mais e melhor no plenário para ganhar a votação, e não perder por prodigiosos 383 a 98. Como é possível mudar o resultado depois de uma surra dessas? É óbvio que o Congresso não quer o que governo está querendo — a única saída aí é tentar de novo, de outro jeito. Ponto final. 

Como o governo Lula burla a democracia Mas o governo Lula não quer tentar de novo, nem amanhã e nem nunca, porque sabe que vai perder outra vez. Querem aumentar o IOF, com a infame desculpa de que isso vai atingir só os “ricos”. 

Para começo de conversa, é falso. 

Não há imposto sobre a face da Terra que pegue “só os ricos”; se é imposto, pega todo mundo, pois é automaticamente repassado para baixo. Em segundo lugar, se querem taxar os ricos, deveriam buscar o dinheiro que estão querendo nos seus próprios cofres — não há ninguém mais rico neste país que o Estado. 

O governo Lula quebrou o Brasil, por gastar de forma celerada, maliciosa e intencional, e na hora em que precisa de dinheiro não lhe passa pela cabeça cortar R$ 1 dos seus gastos. Só pensa naquilo — aumentar imposto, embora o Estado vá arrecadar R$ 4 trilhões em 2025. Não daria, por exemplo, para deixar de trazer uma ladra peruana com avião da FAB, ou conter os salários de paxá das castas supremas do funcionalismo? 

Não. Tem de aumentar o IOF. Tudo ou nada.




O Supremo como aliado 

O “nada”, no mundo das realidades objetivas, é fechar o Congresso Nacional para todos os efeitos práticos. É o que o governo Lula está fazendo neste momento. O Congresso permanece aberto, para efeitos de cenário, fantasia e adereços. Pode, aliás, continuar gastando R$ 15 bilhões por ano e, sobretudo, pode continuar traficando “emendas” com o governo. Mas tem de fazer tudo o que Lula quer — senão, ele vai reclamar no STF e anular o que o Congresso aprovou. 

“Se eu não for à ‘Suprema Corte’, eu não governo este país”, disse Lula a respeito do seu recurso à decisão do Congresso. Eis aí — é ele mesmo, e não a oposição, quem está dizendo isso. Quer dizer: ele já dá como certo que o STF decida em seu favor, sem a menor tentativa de disfarçar a fraude ora em andamento. A esquerda diz o mesmo: não dá para a gente ficar perdendo todas. Melhor assim, talvez. Pior seria fingir que o Congresso existe, porque não existe.



O inimigo do Congresso 

E daí, se o governo “perde todas”? Que trate de construir suas vitórias no plenário — e não correr para a saia do STF, mendigando dos ministros os votos que não tem no Congresso. Há na praça, como consequência da ficção que é hoje a democracia brasileira, uma comédia em que o enredo narra uma “divergência” entre dois Poderes da República — e a “convocação” do STF como árbitro imparcial da disputa. “Que vença quem tiver a melhor razão jurídica”, alegam os comediantes. “Tenha dó”, diria Alexandre de Moraes.

É ele mesmo, o ministro Moraes, quem vai relatar o processo movido pelo governo. O que mais se poderia dizer? Moraes é o inimigo número 1 do Congresso Nacional dentro do Supremo. Com uma ou outra exceção, todo o STF, na verdade, acha que o Congresso é um estorvo para o regime. Não aprova as leis que os ministros querem. Aprova leis que não querem. É de direita. É um reflexo dos “213 milhões de pequenos tiranos” que formam o povo brasileiro. Quer a anistia. Não serve para o Brasil “recivilizado”




J.R. Guzzo - Revista Oeste

Bolsonaro explica por que vai ficar de 'repouso absoluto'

 Crises recorrentes de soluços e vômitos agravaram o quadro de saúde do expresidente, que está com dificuldades para falar


Bolsonaro discursa para apoiadores em ato na Avenida Paulista, na região central da cidade de São Paulo - 29/6/2025 | Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

O ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou, na noite desta terça-feira, 1º, a suspensão de compromissos previstos em Santa Catarina e Rondônia durante o mês de julho. 

Mais tarde, na madrugada desta quarta-feira, 2, o ex-chefe do Executivo revelou o motivo: médicos o orientaram a ficar em repouso absoluto, em virtude de crises recorrentes de soluços e vômitos. Esse quadro, segundo Bolsonaro, compromete até mesmo sua capacidade de falar..


A agenda de Bolsonaro incluía eventos com apoiadores e reuniões políticas. Com a suspensão, aliados avaliam a necessidade de reorganizar a estratégia de viagens do ex-presidente, que segue como principal liderança da direita e do Partido Liberal (PL) — ainda que enfrente restrições judiciais, depois de ser declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

O quadro de saúde de Bolsonaro 

Nos últimos anos, Bolsonaro já relatou episódios de problemas gastrointestinais, muitos deles associados a complicações decorrentes da facada sofrida em 2018 durante a campanha presidencial. As crises de soluços, em particular, tornaram-se públicas em ocasiões anteriores, quando o ex-presidente precisou ser internado para avaliação médica. 

O novo quadro de saúde se soma a um momento delicado na esfera política. Bolsonaro responde a processos na Justiça Eleitoral e no Supremo Tribunal Federal relacionados aos atos do 8 de janeiro de 2023. 




A última manifestação 

Bolsonaro participou de um ato político no último domingo, 29. No evento, afirmou que a perseguição da qual é alvo não tem como objetivo sua prisão. 

“Não importa a covardia que fizeram comigo, não posso fugir da verdade, com vocês, que estão comigo”, declarou Bolsonaro. “O objetivo final não é me prender, mas eliminar. Não quero ser preso ou morto, mas não fugir da minha responsabilidade com vocês.” 

Na sequência, o presidente de honra do PL respondeu à uma das faixas dos manifestantes, a qual indagava: “O que fazer agora?”. “Se o país me der 50% da Câmara e 50% do Senado, não importa onde eu esteja, mudo os rumos do Brasil”, afirmou o ex-presidente.


Edilson Salgueiro, Revista Oeste

Trump expõe detalhes inéditos do bombardeio e planos para o Irã

terça-feira, 1 de julho de 2025

Supersalários de juízes custam R$ 10,5 bilhões ao Brasil e disparam 49% em um ano

 Levantamento mostra avanço de indenizações e auxílios que driblam o teto constitucional e elevam a média líquida mensal dos magistrados acima de R$ 60 mil


Sede do CNJ | Luiz Silveira/Agência CNJ 

O Brasil encerrou 2024 com um aumento expressivo no custo dos supersalários pagos a juízes. As despesas chegaram a R$ 10,5 bilhões, alta de 49,3% em comparação ao ano anterior. Esse montante corresponde aos valores que ultrapassam o teto constitucional fixado para os magistrados. O levantamento foi produzido pelo Movimento Pessoas à Frente em parceria com o pesquisador Bruno Carazza. Trechos do estudo vieram a público nesta terça-feira, 1º. 

O ritmo de crescimento dos gastos superou com folga a inflação oficial de 2024, que ficou em 4,83%. Na prática, indenizações, direitos eventuais e auxílios diversos garantiram aumentos robustos nos rendimentos de juízes. Todo esse volume de recursos sai do bolso dos contribuintes. 

A Constituição prevê que salários de juízes e desembargadores não ultrapassem o teto do funcionalismo público, atualmente fixado em R$ 46,3 mil 

A Constituição prevê que salários de juízes e desembargadores não ultrapassem o teto do funcionalismo público, atualmente fixado em R$ 46,3 mil, valor equivalente ao subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A Emenda Constitucional 19, aprovada em 1998, criou a figura do subsídio e determinou que o pagamento fosse unificado em parcela única. O objetivo era assegurar respeito ao limite máximo. 




Uma mudança ocorrida em 2005, no entanto, abriu brechas significativas. A Emenda Constitucional 47 passou a permitir que pagamentos classificados como indenizatórios ficassem fora do teto. Essa categoria inclui valores relacionados a compensações, como auxílio-alimentação, transporte, ajuda de custo para mudança e diárias em viagens. 

Ao longo dos anos, essa permissão serviu de base para que carreiras jurídicas e o Ministério Público, tanto federal quanto estadual, criassem novas vantagens pecuniárias. Nem todas, contudo, se referem a gastos que exigem ressarcimento real. Entre 2020 e 2024, os adicionais cresceram de forma acelerada. Dados revelam que a média líquida mensal recebida por magistrados já ultrapassa R$ 60 mil. 




O estudo também revela que valores extras já representam 43,6% dos rendimentos líquidos da magistratura. Entre as medidas propostas pelo Movimento estão a criação de um novo projeto de lei que classifique de forma clara as verbas remuneratórias e indenizatórias; critérios rígidos para a concessão de pagamentos com caráter reparatório e transitório; e aplicação correta do Imposto de Renda, a fim de reduzir a elisão fiscal.

Outra recomendação envolve a extinção de verbas classificadas indevidamente como indenizatórias e a transformação automática desses recursos em remuneração sujeita ao teto. O grupo defende ainda o bloqueio do chamado efeito cascata, que vincula reajustes automáticos a outras categorias, e a tipificação como improbidade administrativa de pagamentos acima do limite sem respaldo legal.

Yasmin Alencar - Revista Oeste

LIVE: President Trump Visits “Alligator Alcatraz” in Ochopee, FL - 7/1/25

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Setor público brasileiro tem déficit primário de R$ 33 bilhões em maio

 Menor resultado negativo desde 2021, valor representa queda de 47% ante o mesmo mês de 2024


Fachada do Banco Central do Brasil, em Brasília | Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

Um relatório do Banco Central divulgado nesta segunda-feira, 30, revelou que o setor público consolidado brasileiro apresentou um déficit primário de R$ 33,74 bilhões em maio. Trata-se do menor resultado negativo para o mês desde 2021. 

O valor representa uma queda de 47,2% ante maio de 2024, quando o déficit atingiu R$ 63,9 bilhões. Esse levantamento mensal do Banco Central calcula a necessidade de financiamento do setor público, de modo a indicar o montante que vai ser preciso captar para cobrir o déficit. O saldo negativo reflete despesas superiores às receitas, considerando União, Estados, municípios e estatais. 

No detalhamento, o governo central, composto do governo federal e do Banco Central, houve um déficit de R$ 37,4 bilhões em maio. Por outro lado, Estados e municípios registraram superávit de R$ 4,5 bilhões, enquanto as empresas estatais apresentaram saldo negativo de R$ 926 milhões no mesmo período.






Nos últimos 12 meses até maio, o setor público consolidado acumulou superávit de R$ 24,1 bilhões, o equivalente a 0,20% do PIB. Em abril, o acumulado do ano ainda era deficitário, com saldo negativo de R$ 6 bilhões.


Déficit, juros e resultado nominal das contas públicas

No acumulado de 12 meses, as despesas com juros somaram R$ 946,1 bilhões, o que representa 7,77% do PIB | Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasi


Em relação aos juros da dívida pública, o setor público desembolsou R$ 92,1 bilhões em maio. No acumulado de 12 meses, as despesas com juros somaram R$ 946,1 bilhões, o que representa 7,77% do PIB.

O resultado nominal, que inclui o pagamento dos juros, apontou déficit de R$ 125,9 bilhões em maio. Nos 12 meses encerrados naquele mês, o saldo negativo nominal totalizou R$ 922 bilhões, ou 7,58% do PIB. 

O resultado primário demonstra se as receitas do governo cobriram as despesas correntes e os investimentos, sem considerar juros. O déficit primário sugere que o governo precisou recorrer a empréstimos antes mesmo de pagar os juros da dívida. Já o resultado nominal soma o déficit primário aos custos dos juros, com uma visão completa das finanças públicas e do impacto da política fiscal sobre o endividamento nacional. 

Mesmo com superávit primário, juros elevados podem manter o déficit nominal. 

Evolução da dívida bruta do governo 

A dívida bruta do governo geral chegou a 76,1% do PIB em maio, um aumento de 0,2 ponto porcentual em relação a abril. O crescimento foi influenciado principalmente pelos gastos com juros, que adicionaram 0,8 ponto, enquanto a variação do PIB nominal reduziu 0,6 ponto.

De janeiro a maio, esse índice caiu 0,4 ponto porcentual, resultado do impacto dos juros (+3,7 pontos), variação do PIB nominal (-2,7 pontos), valorização cambial (-0,3 ponto) e resgates líquidos de dívida (-1 ponto). O Banco Central informou que a dívida bruta atingiu R$ 9,3 trilhões em maio.

Revista Oeste

domingo, 29 de junho de 2025

J.R. Guzzo - A gente somos inútel

 Operações de natureza estritamente militar, o nível de performance é o mesmo desastre


Campanha de recrutamento do Exército brasileiro | Foto: Flickr Exército brasileiro

Considere por alguns instantes os fatos apresentados a seguir — podem servir, pelo menos, para mostrar exatamente em que lugar do mapa você está. Jatos B-2 Spirit dos Estados Unidos decolaram de sua base no meio do território americano, voaram 11 mil quilômetros sem ser notados por nenhum sistema de radar e socaram em cima das centrais nucleares mais bem protegidas do Irã 12 bombas que atravessam 60 metros de concreto e transformam em farinha de rosca tudo o que está embaixo. Não existe no Brasil nenhuma construção capaz de ficar de pé depois de um bombardeio desses. 

Os dois B-2 que detonaram as usinas nucleares do Irã tiveram o apoio de 125 outros aviões americanos — mais do que toda a frota de táxi aéreo a que está reduzida hoje a Força Aérea Brasileira. Agiram na mesma operação submarinos que dispararam mísseis contra os alvos, porta-aviões prontos a prestar ajuda aos bombardeiros e os sistemas de comunicações por satélite mais avançados do mundo — esses mesmos, de Elon Musk, que o consórcio Lula-STF declarou inimigo internacional número 1 do Brasil. Cada bicho desses custa mais de US$ 2 bilhões. Os Estados Unidos têm 28 — prontos para decolar a qualquer minuto para qualquer lugar do mundo. 


Northrop Grumman B-2 Spirit, aeronave que os EUA enviaram ao Pacífico | Foto: Senior Airman Joel Pfiester/US Air Force

Mais alguma coisa? Os dois B-2 acabaram num único bombardeio com uma guerra de 12 dias entre Israel e o Irã, que há 40 anos ameaça eliminar o Estado judeu com suas bombas atômicas em construção. Os iranianos estavam levando mais uma surra de Israel. Mas o presidente Donald Trump achou mais prudente acabar logo com a história, autorizou o bombardeio-monstro, e o Irã pediu arrego na hora; foi soltar as bombas e veio o cessar-fogo. É pouco provável que os aiatolás voltem a perturbar Israel com suas ameaças de ataque nuclear. Se voltarem, vão ter de encarar os B-2 mais uma vez.

Isso se chama força — força que vem de um dispositivo militar de verdade, sem equivalentes reais no mundo de hoje, e capaz não apenas de defender o território americano, mas de impor a ordem dos Estados Unidos a regimes de malfeitores internacionais, como é o do Irã. É a capacidade concreta de encerrar guerras com uma única operação militar bem controlada. É o direito de ser respeitado para valer por todas as nações do mundo. China e Rússia entendem isso muito bem. Ficam a favor do Irã no falatório da ONU, mas não mandam um cartucho, e muito menos um soldado, para ajudar os aliados no campo de combate. 

A Rússia não consegue ganhar uma guerra na Ucrânia, país que tem o tamanho de Minas Gerais e um PIB dez vezes menor que o do Brasil. Por que iria se sentir capaz de enfrentar as forças armadas americanas? A China não faz guerras a não ser em defesa do seu território — há 5 mil anos. Os países mais fortes da Europa ficam ali no meio da tabela, evitando a zona do rebaixamento, mas sem chance de disputar realmente o campeonato. O resto não existe, e o Brasil, do ponto de vista militar, existe menos ainda. Eis aí o lugar do mapa em que estamos — em lugar nenhum. Um país militarmente nulo é também politicamente nulo, e é isso — um país nulo para quem fala sério de política internacional — que o Brasil é na vida real. 

Todo mundo com alguma coisa na cabeça sabe que é assim, mas Lula, a esquerda e os jornalistas acham que não é — e o resultado dessa ilusão mal-intencionada é que o nosso país, nos dois últimos anos e meio, está sempre no lugar errado, na hora errada e pelo motivo errado em tudo o que acontece no mundo. 

A “diplomacia” de Lula imagina que o Brasil é algo que não é. Aí fica impossível acertar No caso da guerra Israel-Irã, mais uma vez, foi um desastre com perda total. O Brasil, por culpa direta de Lula, ficou como o anão que grita de longe contra o gigante, no anonimato e na distância da multidão — e depois volta a pé para casa, sem que ninguém tenha sequer notado os barulhos que fez. Não é apenas a humilhação de se ver condenado, de novo, à posição do idiota perfeito da América Latina. É a estupidez crassa de ficar do lado que perde, sempre. 

No caso, ao fechar com o Irã contra Israel, tudo o que conseguiu foi proclamar-se como um aliado das piores ditaduras do mundo, da selvageria cívica e dos regimes chefiados por criminosos de guerra Não é uma posição que interessmaneira mais eficaz de defender os interesses nacionais brasileiros do que andar na companhia dos Estados Unidos e da luz do seu progresso. Em vez disso, Lula quer o Brasil na treva do Hamas, dos terroristas do Iêmen e dos narcoestados.a a um país sem força militar nenhuma, sem luz própria, sem autoridade moral de qualquer tipo — e incapaz não só de mostrar poder real, como também de se fazer respeitar perante o mundo. O Brasil de Lula se exclui, sem ganho nenhum, do círculo dos bem-sucedidos. É onde deveria estar. 


Lula na França usando um keffyieh, lenço que se tornou símbolo da resistência palestina e usado pelo Hamas | Foto: Reprodução/X


interessados em defender os interesses objetivos das suas populações. Entenda-se bem com quem faz voar os B-2; a partir daí, cuide do resto. Mas o presidente tem uma fantasia estúpida: a de que o Brasil faz um grande negócio querendo ser inimigo dos Estados Unidos. Pior ainda, tem a arrogância sem limites de ignorar que o povo brasileiro, em massa, gosta dos Estados Unidos, e não do seu “Sul Global”. Para onde o cidadão deste país quer imigrar: para o Texas ou para a China?

Outra pergunta que vem ao caso, e já há muito tempo, é a seguinte: diante de mais essa aula de poderio, competência e superioridade militares dos Estados Unidos, para que servem, afinal, as Forças Armadas do Brasil? Ou, mais precisamente: faz algum sentido gastar R$ 135 bilhões por ano (como em 2025) para manter Exército, Aeronáutica e Marinha, tais como são hoje no mundo das realidades? Qual é o retorno prático dessa despesa toda? E como uma estrutura militar desse tamanho ajudaria o Brasil em alguma coisa? Temos orçamento militar, mas não temos Forças Armadas. É ruim. 

Forças Armadas, basicamente, servem para duas coisas. Uma é atacar países estrangeiros que ameacem o território nacional. Aí, graças a Deus, estamos com sorte; os nossos militares não querem atacar ninguém, porque não há ninguém para atacar. A outra função é defender o Brasil de ataque inimigo. Aí, de novo graças a Deus, estamos bem, porque não há ninguém querendo nos atacar — e se houvesse seria um problema daqueles, porque as Forças Armadas brasileiras não conseguiriam defender o Brasil de um rasante de galinha paraguaia. Se não servem para atacar nem para defender, para o que poderiam servir? 

Os militares brasileiros perderam seu combate contra os traficantes de drogas nas fronteiras e nos portos — o Brasil, nos últimos anos, tornou-se um dos maiores portões de entrada e saída de narcóticos do mundo. Isso é trabalho da polícia? Com certeza, mas também é certo que fronteiras por onde passam livremente toneladas de drogas não são mais fronteiras; são apenas terra sem lei em que qualquer um faz o que quer, e onde militar não manda nada. É a mesma coisa com o contrabando de armas pesadas para o crime organizado. Os bandidos passam por lá como quem atravessa a rua.


Exército Brasileiro | Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil


As Forças Armadas, por impotência, permitem que as facções criminosas mantenham territórios soberanos dentro do Brasil, como se fossem um invasor estrangeiro. Em operações de natureza estritamente militar, o nível de performance é o mesmo desastre. Na última vez em que se ouviu falar em defesa do território nacional houve menção de que o Exército iria levar tanques de guerra para a fronteira com a Venezuela. Revelou-se então que os tanques disponíveis estavam no Rio Grande do Sul — e levariam 35 dias para chegar à possível zona de ação. O que os combatentes que arrasam o sistema nuclear do Irã em 11 horas diriam de uma coisa dessas? 

A Força Aérea não tem combustível, peças de reposição nem pilotos; seria eliminada no solo, antes de decolar com um único avião. Ao mesmo tempo, é hoje uma piada nacional por levar Janja até a Rússia, sozinha num avião com 200 assentos — e ficar voando de cima para baixo para transportar, com dinheiro do pagador de impostos, o primeiro picareta que tirar do bolso uma carteirinha de autoridade. A Marinha está gastando o seu dinheiro num projeto de submarinos nucleares que já dura mais de 45 anos; ainda não rolou o submarino. A última operação militar do Exército foi prender e entregar para a polícia senhoras idosas, crianças e cidadãos indefesos que protestavam na frente de quartéis de Brasília.  

Se é inútil como força de defesa, a tropa brasileira consegue ser mais inútil ainda para cumprir a única função legal que lhe restaria: zelar pelo respeito à Constituição, segundo regras expressamente previstas em lei, caso as instituições falhem nessa tarefa. É tudo o que as Forças Armadas não fazem no Brasil de hoje. O consórcio STF-Lula transforma o Brasil, a cada dia mais, num Estado policial totalitário, anárquico e fatalmente corrupto. Faz uma política interna de ruína. Faz uma política externa vizinha à traição. Anula diariamente as leis e a Constituição Federal. Os militares baixam cada vez mais a cabeça.

Não apenas ficam no come e dorme, gastando R$ 135 bi por ano sem produzir um único parafuso, mas se tornaram cúmplices ativos do regime de exceção que está aí. Se encolhem como coelhos assustados a cada vez que o ministro Alexandre de Moraes passa por perto. Deixam clara, dia após dia, a sua compulsão por concordar com qualquer coisa que venha de Lula, Janja, STF, STJ, PGR, AGU. Não podem ver um saco petista passar por perto sem puxar na hora; puxam primeiro e perguntam depois. Diante disso tudo, ficam duas perguntas. Os militares deveriam mudar de atitude? Sim. Deveriam intervir na política, então? Não. 


Não é apenas “não”. É “não, pelo amor de Deus”. A ideia de que os militares são mais capacitados para governar o Brasil não é apenas errada; é de uma pretensão sem limites. Por que os militares seriam melhores que outros quaisquer? Por que não os dentistas, ou os cartógrafos? O que se quer é o contrário. Os militares, em primeiro lugar, deveriam ser reduzidos ao tamanho real de sua utilidade para o país. Em seguida, deveriam abandonar seu papel ativo na sabotagem da ordem jurídica do Brasil. Fora isso, força armada é para quem sabe o que fazer com ela.


Celso Amorim, assessor especial da Presidência, e presidente Lula, durante evento no Palácio do Itamaraty (1º/6/2023) | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 

J.R. Guzzo -  Revista 

'Paz através da força', por Ana Paula Henkel

 A visão de Reagan, renascida sob Trump, nos lembra que uma América forte é uma América segura


Donald Trump, presidente dos EUA, durante coletiva de imprensa, ao lado de Pete Hegseth, secretário de Defesa, e Marco Rubio, secretário de Estado, na cúpula da Otan, em Haia, na Holanda (25/6/2025) | Foto: Reuters/Brian Snyder 


N as primeiras horas de 21 de junho de 2025, o mundo testemunhou uma aula magna de precisão e audácia militar — a Operação Martelo da Meia-Noite. Como uma cena arrancada de um blockbuster de Hollywood, sete bombardeiros stealth B-2 Spirit da Força Aérea dos EUA, apoiados por uma armada de 125 aeronaves e mísseis Tomahawk lançados por submarinos, atingiram as instalações nucleares do Irã com devastação cirúrgica. 

Mas a magistral Operação Martelo da Meia-Noite não foi apenas uma missão — foi uma declaração da determinação americana, ecoando o lema atemporal de “Paz através da força”, defendido pelo presidente Ronald Reagan e revitalizado pelo presidente Donald Trump. Com o brilho cinematográfico de Top Gun: Maverick, em que o protagonista voa pelo perigo, essa operação exibiu o poder inigualável dos Estados Unidos e seu compromisso inabalável com a estabilidade global. 



Detalhes da Operação Martelo da Meia-Noite | Foto: Reprodução Redes Sociais/United States Air Force A Operação Martelo da Meia-Noite foi um triunfo de estratégia, engano e poder de fogo bruto. A missão começou à meia-noite na Base Aérea de Whiteman, Missouri, de onde 13 bombardeiros B-2 decolaram. Seis deles, em um brilhante ardil, voaram para o oeste em direção a Guam, desviando os olhares do mundo para o Pacífico. Rastreadores de voo amadores e a mídia global especularam sobre uma demonstração de força, mas aquilo não passou de uma manobra de distração digna de um combate aéreo de Top Gun, onde a desorientação prepara o palco para a vitória. Enquanto isso, sete B-2s, cada um carregando duas bombas “destruidoras de bunkers” GBU-57 Massive Ordnance Penetrator (MOP) de mais de 13 toneladas, voaram para o leste, silenciosos e indetectáveis, cruzando o Atlântico. 

Esses bombardeiros stealth, pilotados por tripulações altamente qualificadas, as melhores entre os melhores e com nervos de aço, embarcaram em uma jornada de 36 horas, reabastecendo várias vezes em pleno ar, em um balé de precisão. A operação até o Oriente Médio envolveu 125 aeronaves — caças, aviões-tanque de reabastecimento, aviões de vigilância e drones —, em uma manobra complexa e cronometrada que o general Dan Caine, presidente do Estado-Maior Conjunto, chamou de testemunho da sincronização inigualável da Força Conjunta. Ao se aproximarem do espaço aéreo iraniano, escoltas de caças americanos avançaram, eliminando possíveis ameaças, enquanto iscas e armas de supressão garantiram que nenhum radar ouÀs 2h10 da manhã, horário do Irã, o primeiro B-2 lançou duas MOPs na instalação nuclear de Fordo, enterrada profundamente sob uma montanha. 

Nos 25 minutos seguintes, 14 MOPs caíram sobre as instalações de Fordo e Natanz, obliterando crucialmente o programa nuclear do Irã. Simultaneamente, um submarino americano disparou mais de duas dúzias de mísseis de cruzeiro Tomahawk na instalação de Isfahan, atingindo a infraestrutura com precisão milimétrica. O resultado, segundo o general Caine, foi de danos e destruição extremamente severos, com as defesas aéreas do Irã pegas desprevenidas, incapazes de disparar um único tiro de contra-ataque. A imaginação que brinda nossa mente quando lemos os detalhes da operação vai além de um roteiro de um bom filme. Isso não foi apenas uma ofensiva militar — foi uma performance de alto risco da engenhosidade e da coragem americanas. 

Como declarou o secretário de Defesa Pete Hegseth, “nossos B-2s entraram e saíram… e voltaram para casa sem que o mundo soubesse” míssil iraniano pudesse interceptá-

A missão, a maior operação com B-2 na história dos EUA e o primeiro uso da MOP em combate, evocou a ousadia de Maverick em Top Gun, que, no clássico de 1986, superou inimigos com habilidade e atitude.

Paz através da força: a visão de Reagan 

O lema “Paz através da força”, reverberado na imprensa mundial nesta semana, é mais do que um slogan — é uma filosofia enraizada na crença de que um exército forte dissuade a agressão e garante a paz. 

Durante sua presidência, nos anos 1980, Ronald Reagan abraçou essa visão com fervor, enfrentando a sombra ameaçadora da União Soviética, um império comunista que se estendia da Europa Oriental ao Extremo Oriente. A URSS, com seu colossal arsenal nuclear, exércitos massivos e uma rede de estados-satélites, representava uma ameaça existencial à liberdade global.


Major Stuart Shippee, piloto designado para o 13º Esquadrão de Bombardeiros, comanda um B-2 Spirit enviado da Base Aérea de Whiteman, Missouri, para a Base Aérea de Andersen, Guam, em apoio ao exercício Valiant Shield 24 (13/6/2024) | Foto: Força Aérea dos EUA/Sargento Kristen Heller 

Sob a liderança de figuras como Leonid Brezhnev e, mais tarde, Yuri Andropov, os soviéticos intensificaram a corrida armamentista ao instalarem mísseis SS-20 na Europa, apoiarem revoluções comunistas na América Latina e invadirem o Afeganistão em 1979, desafiando abertamente o Ocidente. Reagan, com sua clareza patriótica, respondeu com uma estratégia ousada: construir um exército inigualável, capaz de superar as defesas soviéticas e deter suas ambições.

Isso incluiu a Iniciativa de Defesa Estratégica, uma Marinha de 600 navios e o revolucionário bombardeiro stealth B-2 Spirit, desenvolvido pela Northrop Grumman no programa Advanced Technology Bomber da Força Aérea. Projetado na década de 1980 para ser invisível aos radares soviéticos, o B-2 foi concebido como a arma definitiva para penetrar as sofisticadas defesas aéreas da URSS, entregando cargas nucleares ou convencionais com precisão cirúrgica e garantindo que qualquer agressão soviética enfrentasse uma resposta devastadora. 


Um B-2 Spirit lançando bombEssa abordagem provou seu valor — em 1991, a União Soviética, esgotada economicamente e incapaz de competir com a inovação e o poder militar americanos, desmoronou, consagrando os EUA como a única superpotência mundial. 

O mantra de “Paz por meio da força” de Reagan era sobre projetar poder para evitar a guerra, uma lição forjada nas tensões da guerra fria, quando o equilíbrio do terror exigia coragem e inovação. Ele acreditava que uma América forte, armada com tecnologias como o B2, poderia negociar de uma posição de domínio e forçar os adversários a recuar. Essa filosofia ressoou nos confrontos da época, nos quais a força, simbolizada por avanços como o B-2, preservou a paz sem um conflito nuclear. 

Era uma visão de patriotismo puro, não beligerância — um chamado para que a América se mantivesse inabalável, inspirando o undo livre a resistir à tirania soviética e garantindo que outros não ousassem desafiar.


 

Presidente americano Ronald Reagan, durante cerimônia de formatura de 1984 da Academia da Força Aérea dos Estados Unidos (30/5/1984) | Foto: Wikimedia Commons

O legado de confrontos com o regime dos aiatolás 

A Operação Martelo da Meia-Noite, executada com precisão devastadora em 2025, não foi o primeiro confronto entre os Estados Unidos e o regime dos aiatolás no Irã. Em 1979, a Revolução Iraniana, liderada pelo aiatolá Khomeini, trouxe ao poder um governo teocrático que desafiaria abertamente o Ocidente. Naquele ano, militantes iranianos invadiram a Embaixada dos EUA em Teerã, tomando 52 americanos como reféns por 444 dias — uma crise que abalou a América e expôs a hostilidade do novo regime. 

Sob o comando de Khomeini, o Irã transformou-se em um Estado patrocinador do terrorismo, rejeitando a diplomacia e promovendo uma ideologia antiamericana que ecoaria por décadas. 


Grupo de revolucionários armados durante a Revolução Iraniana, no Irã (1979) | Foto: Wikimedia Commons

A crise dos reféns, televisionada globalmente, foi uma humilhação para os EUA, mas também galvanizou a determinação americana de enfrentar ameaças com força, uma lição que ressoou na visão de Reagan de “Paz através da força”. 

Esse confronto inicial com o regime dos aiatolás plantou as sementes da desconfiança e da necessidade de uma postura militar robusta, culminando na ousadia da Operação Martelo da Meia-Noite, que demonstrou que a América não apenas resiste, mas triunfa sobre aqueles que ameaçam a liberdade global. A revitalização do legado de Reagan por Trump O presidente Donald Trump, um autoproclamado admirador de Reagan, trouxe “Paz aravés da força” de volta ao centro do palco durante sua presidência. 

Em seu primeiro mandato e novamente em 2025, Trump enfatizou a modernização militar, aumentando os orçamentos de defesa e investindo em tecnologias de ponta, como o B2 e caças de próxima geração. 

Sua abordagem espelhava a de Reagan: um exército forte sinaliza aos adversários que a América está pronta, disposta e capaz de defender seus interesses e a segurança do Ocidente. A Operação Martelo da Meia-Noite personificou esse ethos ao exibir um exército tão avançado que pôde atacar sem ser detectado, enviando uma mensagem ao Irã e ao mundo: a força da América é seu escudo e espada.



Um bombardeiro stealth B-2 Spirit da Força Aérea dos EUA decola durante a Operação Martelo da Meia-Noite, na Base Aérea de Whiteman, em Missouri, EUA (6/2025) | Foto: Reuters/Força Aérea dos EUA


A retórica de Trump após os ataques ecoou a clareza de Reagan. Acompanhado por Hegseth, Marco Rubio, o secretário de Estado, e J.D. Vance, o vice-presidente, ele chamou a operação de “sucesso militar espetacular” e alertou o Irã sobre “consequências muito maiores” se não buscasse a paz. Isso não era bravata — era um sinal calculado de que o poder da América respalda sua diplomacia. Como Reagan, Trump usou a força para abrir portas para a negociação, instando o Irã a “vir para a mesa” enquanto deixava claro o custo da desobediência. 

O fervor patriótico de Top Gun — no qual pilotos personificam coragem, habilidade e amor pelo país — encontra seu paralelo no mundo real na liderança de Trump e na execução da Operação Martelo da Meia-Noite pelas Forças Armadas Americanas. Um legado de coragem e determinação A Operação Martelo da Meia-Noite não foi apenas um triunfo tático; foi um testemunho do espírito americano. 
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\Os pilotos, marinheiros e planejadores que executaram essa missão — alguns tão jovens quanto os da escola de voo de Top Gun — carregaram o peso da segurança de uma nação. Eles voaram durante 36 horas, reabasteceram em pleno ar e atacaram com precisão, enquanto o mundo observava iscas no Pacífico. Sua coragem, aliada à tecnologia que só a América possui, como o B-2 e a MOP, sublinha por que os EUA continuam sendo o farol mundial de liberdade e força. Ainda bem. E não há problema


 em ssumir assumir isso.   


O sucesso da missão, embora ainda em avaliação para danos completos, enviou uma mensagem clara: o exército americano é inigualável, e sua determinação é inquebrantável. As ambições nucleares do Irã, muito próximas de se concretizarem, segundo a inteligência dos EUA, foram significativamente frustradas, provando que a força pode prevenir catástrofes. Ao refletirmos sobre essa operação histórica, “Paz através da força” soa mais verdadeiro do que nunca. A visão de Reagan, renascida sob Trump, nos lembra que uma América forte é uma América segura. E que uma América segura é um mundo com menos terror.


Ana Paula Henkel - Revista Oeste



domingo, 15 de junho de 2025

'Faroeste à Brasileira' - com Tiago Pavinatto

Homem que matou deputada democrata tinha panfletos contra Trump em carro

 

Panfletos encontrados dentro do carro de atirador: lema anti-Trump. (Foto: Reprodução/Minnesota State Patrol)


A polícia do estado de Minnesota confirmou ter encontrado panfletos contra Donald Trump no carro do atirador que matou uma deputada estadual e o marido dela neste sábado (14). Os investigadores também localizaram uma lista que, além das vítimas, incluía dezenas de outros.

A deputada Melissa Hortman e o marido dela, Mark Hortman, foram mortos a tiros por Vance Boelter, que invadiu a residência do casal durante a madrugada. Ele se passou por um policial.

Pouco tempo antes, Boelter também havia atirado contra o senador estadual John Hoffman e a mulher dele, Yvette Thompson. O casal sobreviveu ao ataque e permanece internado em estado estável.

O atirador conseguiu fugir. As autoridades estaduais ofereceram uma recompensa por pistas que levem a Boelter.


“No Kings” é lema de protestos contra Trump

Com o lema de “No Kings” (“Sem Reis”), grupos de esquerda organizaram atos em todo o país neste sábado. A frase foi encontrada em panfletos dentro do carro do atirador.

Christina Bogojevic, chefe da Patrulha Estadual de Minnesota, confirmou a informação durante uma entrevista coletiva neste sábado. Ela também recomendou que os cidadãos do estado não comparecessem aos atos contra Donald Trump, como uma medida de precaução.

Os investigadores ainda tentam entender as motivações de Boelter. Ele tem um histórico de ligação com o partido Democrata. Em 2016, Boelter foi indicado como um dos integrantes do Conselho de Desenvolvimento da Força de Trabalho do estado. Em 2019, foi reconduzido ao posto. Em ambos os casos, o estado de Minnesota era governado por um democrata.

A emissora CNN informou que a lista de alvos do atirador tinha aproximadamente 70 nomes, inclusive o governador Tim Walz e parlamentares estaduais.

O superintendente do Escritório de Captura de Criminosos de Minnesota, Drew Evans, evitou dar detalhes sobre a lista encontrada no carro de Boelter. "O que eu diria sobre a lista é que há um grande número de pessoas. Isso é tudo que posso dizer sobre isso", afirmou.

O FBI está participando da caçada a Vance Boelter ao lado dos órgãos estaduais de segurança.


Gabriel de Arruda Castro - Gazeta do Povo

sábado, 14 de junho de 2025

'Cartel lula-stf-globolixo': Brasil emite 64 notas críticas a ações de Israel no Oriente Médio

A diplomacia petista, no entanto, 'criticou' os terroristas que atuam na região apenas 10 vezes no mesmo período




Desde 7 de outubro de 2023 — data que os terroristas do Hamas fizeram o pior ataque contra Israel e deixaram 1,2 mil mortos —, o Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores do governo Lula, intensificou críticas às operações militares israelenses no Oriente Médio. Nesse período, o governo de Lula emitiu 64 notas oficiais que condenam ataques israelenses e manifestam preocupação com violações à soberania de países como Líbano e Irã, que são o território dos terroristas do Hezbollah e o financiador das ações desse grupo, respectivamente. 

O comunicado mais recente do governo Lula foi divulgado depois que Israel bombardeou instalações nucleares no Irã na última quintafeira, 12 (sexta-feira, 13, pelo horário de Brasília). O governo petista condenou Israel e nada mencionou sobre armas nucleares. 

No começo da guerra, o Ministério das Relações Exteriores publicou três comunicados diante de ataques de Israel contra os países próximos, mas o tom das críticas se acentuou no decorrer do ano seguinte. Escalada nas manifestações do Itamaraty Somente em 2024, o Itamaraty divulgou 45 notas demonstrando preocupação ou condenando operações militares israelenses no Oriente Médio; 29 delas foram divulgadas no segundo semestre. 

Entre janeiro e junho de 2025, mais de 17 comunicados foram publicados, mostra levantamento do Poder360. 

Os quatro comunicados mais recentes foram expedidos na semana que terminou na sexta-feira 13. Além de sugerir violações à soberania do Irã, a diplomacia brasileira também tratou da interceptação da embarcação Madleen, que transportava a ativista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila em direção a Gaza, tema de três informes recentes.

Israel impediu o desembarque dos militantes pró-Palestina e os deportou para seus países de origem. 

Governo Lula emitiu 10 notas para criticar grupos terroristas 

Em contrapartida, o governo do Brasil publicou dez notas com críticas às atrocidades cometidas pelos grupos terroristas que atuam no Oriente Médio — Hamas, Houthis e Hezbollah — e pelos ataques do Irã contra território israelense. 

A primeira manifestação ocorreu no próprio 7 de outubro de 2023, data do ataque inicial do Hamas, seguida de mais três comunicados na mesma semana, depois da morte de três brasileiros pelos terroristas. 

A última nota de solidariedade ao povo israelense emitida pela diplomacia do governo Lula foi no aniversário de um ano do ataque do Hamas contra Israel.

A posição do governo Lula sobre Israel 

Além das notas da diplomacia, Lula, em dezenas de discursos e entrevistas à imprensa nacional e internacional, manifestou severas críticas a Israel, cujo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, é filiado a um partido de direita.




Repetidas vezes, desde outubro de 2023, o petista afirma que as ações de Israel contra os terroristas do Hamas, que atuam em Gaza, são “genocídio”. Em razão de suas declarações, Lula foi declarado persona non grata por Israel.

Por outro lado, o governo Lula é amigo de ditaduras e regimes autocráticos, como o Irã, a Rússia, a China e a Venezuela. Sobre o Irã, o governo Lula autorizou, por exemplo, que dois navios de guerra iranianos atracassem no Rio de Janeiro em março de 2023. A medida despertou críticas de países ocidentais, especialmente dos EUA.

Revista Oeste

'O navio de idiotas de Greta em Gaza já foi tarde', por Brendan O’Neill

 Essa façanha narcisista resume a falsa virtude e a teatralidade preguiçosa do ativismo moderno


Soldado israelense entrega pão a Greta Thunberg, a bordo do iate Madleen, interceptado ao tentar furar bloqueio naval rumo à Faixa de Gaz | Foto: Israel Foreign Ministry/X/Handout via Reuters

 

A farsa marítima chegou ao fim. O navio dos narcisistas foi interceptado. Greta Thunberg e seu bando de palhaços hipócritas de kef iyeh foram contidos. Eles não foram para Gaza, mas para a cidade portuária israelense de Ashdod, e acabaram sendo deportados. Dá para imaginar o Mediterrâneo ecoando gritos de “como ousam?!” enquanto Greta e seus fantoches de apóstolo repreendem Israel por frustrar sua missão messiânica de salvar o povo de Gaza do mal. 

Não há nada que não seja engraçado no colapso desse ato bobo de salvadora branca de Greta. Gostei especialmente dos clamores juvenis da tripulação vaidosa. “Fomos sequestrados!”, gritou Greta. Não foram. Eles ficaram bem. Chegaram em segurança ao litoral de Israel e ganharam sanduíches. “Isso é um crime de guerra!”, bradou um dos marujos salvadores da pátria quando as forças israelenses embarcaram, num tom que lembra o adolescente Kevin (personagem do filme Precisamos Falar sobre Kelvin) quando seus pais diziam que estava na hora de ir para a cama. 

Temos o fato delicioso de que foi Greta que acabou recebendo ajuda. A foto de um soldado das Forças de Defesa de Israel (IDF) entregando a ela um sanduíche kosher embrulhado em plástico é igualmente comovente e hilária. “Achei que Greta fosse levar ajuda humanitária, não recebê-la”, brincou Eve Barlow. O soldado está totalmente uniformizado, como convém ao seu papel de guerreiro contra o exército de antissemitas que atacou Israel em 7 de outubro de 2023. Greta está usando um chapéu de sapo, como convém ao seu papel de santa padroeira de garotos ricos, idiotas e falsamente virtuosos do TikTok.


A ativista Greta Thunberg, famosa por denunciar ‘crimes humanitários’, recebe de um soldado israelense o que parece ser ajuda humanitária: um sanduíche kosher | Foto: Israel Foreign Ministry/X/Handout via Reuters


Depois, temos a trollagem de Israel. O Estado judeu está tirando sarro de Greta, e eu estou adorando. Interceptamos o “iate das selfies” das “celebridades” cujo “único propósito” era “ganhar visibilidade”, declarou o Ministério das Relações Exteriores de Israel. A “pequena quantidade de ajuda levada pelo iate [que] não foi consumida pelas ‘celebridades’ será “transferida para Gaza”, anunciou. Porque, acredite ou não, é possível alimentar as pessoas de uma forma que não “envolva selfies de Instagram”. Uau. Bate menos, Israel. Os lunáticos da internet estavam preocupados com a possibilidade de Israel matar Greta. 

“Nada é insano demais para Israel”, incluindo o “assassinato [de] Greta Thunberg”, afirmou o esquerdista de soja convertido em histérico digital Owen Jones. Calma, pessoal. Ela está sendo alvo de memes, não de disparos. “Greta Thunberg está… em segurança e bem”, postou a conta oficial no X do Ministério das Relações Exteriores de Israel. “O show acabou.” 

É assim que se estoura a enorme bolha de autoimportância de uma gangue de israelófobos que estão tão embriagados com a própria vaidade moral que realmente acreditam que podem “salvar Gaza”. É maravilhoso ver o fracasso dessa excursão de férias pelo Mediterrâneo disfarçada de cruzada moral. 

Nada capturou tão bem a teatralidade preguiçosa e a falsa virtude do ativismo moderno quanto o barco idiota de Greta. Essa suposta flotilha da liberdade não teria feito absolutamente nada para ajudar o povo sofrido de Gaza. Esse nunca foi o objetivo de fato. O navio de idiotas sempre esteve mais interessado em chamar atenção para si mesmo e para o próprio brilho moral do que para as necessidades dos civis de Gaza.


Greta Thunberg e sua equipe, a bordo do iate Madleen | Foto: Freedom Flotilla Coalition/Reuters

Aliás, enquanto Greta e companhia atravessavam as águas agitadas do Mediterrâneo com sua “quantidade mínima de ajuda”, o malvado de operações, a Fundação Humanitária EUA-Israelense em Gaza distribuiu mais de 10 milhões de refeições aos necessitados. Seria impossível escrever uma sátira como esta: uma dúzia de wokes assustados em um barco gritando “alimentem Gaza!” enquanto Israel faz exatamente isso. Enquanto Greta e seus amigos pretensiosos se gabavam em seu barco para qualquer canal de mídia disposto a dar atenção, Israel fazia o trabalho árduo de alimentar uma população devastada pela guerra. Enquanto eles tiravam selfies com seus kef iyehs choramingando sobre os famintos em Gaza, Israel estava dando comida a esses famintos. Fizeram uma pantomima moral para ganhar curtidas no Instagram; Israel ajudou de fato, sem receber qualquer agradecimento.

Alguém me diga que isso não resume o ativismo do século 21. E me diga que não ilustra de forma brilhante o show de horrores egoísta que é o “esquerdismo” moderno, cujo objetivo é sempre acumular mais virtudes para si mesmo, em vez de melhorar a vida dos outros. Enquanto Greta era fotografada balançando as pernas para fora do casco de seu barco sob um sol glorioso, jovens soldados da IDF arriscavam a vida levando caminhões de alimentos para uma zona de guerra. E você quer aplausos para ela? Esqueça. Para alguns de nós, parece que as pessoas naquele barco estavam mais interessadas em reconstruir a própria marca moral sobre os escombros de uma guerra sangrenta. Isso não é admirável, é doentio.

Mas, mesmo enquanto aplaudimos a interceptação desse navio de idiotas, precisamos ser realistas quanto ao significado disso para os nossos tempos. Essa profusão de kef iyehs no mar e os aplausos das elites da mídia confirmam que sua virtude agora é medida por quanto você odeia Israel. As velhas causas onipresentes da mudança climática e das bobagens de gênero murcharam, e foram substituídas pela nova causa onipresente da raiva contra o Estado judeu. Assim, Greta trocou sua balela infantil sobre bilhões de pessoas perecendo no altar da modernidade para lamentar o “genocídio” de Israel e a ameaça que ele supostamente representa para todos nós. Não é preciso ter feito doutorado sobre a Europa do século 20 para reconhecer quanto é perigoso para os hipócritas do Ocidente se definirem em oposição direta e furiosa à única nação judaica do mundo. 


Foto: Freedom Flotilla Coalition/via REUTERS

Brendan O’Neill é repórter-chefe de política da Spiked e apresentador do podcast da Spiked, The Brendan O’Neill Show. Seu novo livro, After the Pogrom: 7 October, Israel and the Crisis of Civilisation, foi lançado em 2024. 

Revista Oeste

'A esquerda volta a atacar', por Branca Nunes

 O atentado contra o senador Miguel Uribe Turbay, candidato à Presidência da Colômbia, é a mais recente manifestação de intolerância ideológica contra um político de direita


O atentado contra o senador Miguel Uribe Turbay, candidato à Presidência da Colômbia, é a mais recente manifestação de intolerância ideológica contra um político de direita 

E m 6 de setembro de 2018, o então deputado federal Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República, foi esfaqueado durante um ato de campanha na cidade mineira de Juiz de Fora. A perfuração do intestino delgado, do fígado e do pulmão causou uma hemorragia interna, seguida de choque hipovolêmico — essa expressão se aplica quando há uma redução significativa do volume sanguíneo, impedindo o coração de bombear sangue suficiente para o funcionamento normal do organismo. 

Cerca de cinco anos depois, em Quito, o jornalista Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do Equador, foi assassinado com três tiros na cabeça ao sair de um comício, a 11 dias da eleição. Haveria um número maior de vítimas se uma granada lançada em sua direção tivesse explodido.

Em 13 de julho de 2024, Donald Trump, candidato à Presidência dos Estados Unidos, sofreu um atentado em sua passagem pela Pensilvânia. Tiros disparados por um rifle AR‑15 atingiram sua orelha direita. Houve uma morte, e duas pessoas ficaram gravemente feridas


Donald Trump, logo depois do atentado que sofreu durante a campanha presidencial (13/7/2024) | Foto: Divulgação/X/Twitter 

Neste 7 de junho, foi a vez do senador Miguel Uribe Turbay, candidato à Presidência da Colômbia. Em campanha num bairro de Bogotá, Uribe foi baleado na cabeça e na perna por um atirador de 15 anos. Internado em estado crítico, foi submetido a uma neurocirurgia de emergência e continuava hospitalizado no fim da semana. 

Além de alvejarem candidatos à presidência, o que mais têm em comum os quatro casos? Todas as vítimas eram representantes da direita democrática ou enfrentavam adversários ligados à esquerda radical. 

Neste século, como ocorreu no anterior, militantes da esquerda evitam com preocupante frequência enfrentar os adversários nas urnas. Preferem o duelo nas ruas — como propôs José Dirceu em 2000, quando o PT tentava impedir a reeleição do governador paulista Mário Covas. Enquanto professores em greve cercavam o inimigo que enfrentava um câncer em estágio avançado, o deputado José Dirceu, presidente do PT, formulava no palanque a palavra de ordem: “Eles têm de apanhar nas ruas e nas urnas”.




“A polarização levou à desumanização do opositor”, afirma o jornalista Leonardo Coutinho, diretor-executivo do Center for a Secure Free Society, com sede em Washington. “O adversário passa a ser chamado de fascista, genocida, gado, rato. Não há nada mais desumanizador do que transformar o oponente em animal. Isso gera uma instabilidade emocional muito forte e permite que quem ataca acredite estar fazendo o bem ao combater o mal.” 

Coutinho ressalta que Trump é apresentado pela imprensa como o maior perigo que ronda a democracia. Propagaram a ideia de que, se eleito, ele daria um golpe de Estado e agiria como um imperador. “Muita gente séria acreditou nisso”, conta. “Alguns recorrem à violência por não suportarem a ideia de serem governados por alguém que veem como o inimigo, o vilão.” Coutinho cita o caso do adolescente Nikita Casap, de 17 anos, que assassinou a própria família em abril deste ano. Ele tentava conseguir dinheiro para matar Donald Trump e provocar uma revolução política nos EUA. 

Na América Latina, soma-se outro fator: a confluência de interesses com o crime organizado. No caso de Villavicencio, a organização criminosa Los Lobos assumiu a autoria do atentado. Formada por dissidentes do grupo Los Choneros, Los Lobos tem cerca de 8 mil membros e já ocupa o segundo lugar no ranking das facções mais temidas do Equador. 

Segundo reportagem da CNN, a Los Lobos está ligada diretamente à escalada de violência que assola o país. Seus integrantes se valem de massacres em prisões, uso de carros-bomba, ataques à polícia e exibição pública de cadáveres enforcados em pontes. A principal fonte de receita é o transporte de cocaína colombiana pelos portos equatorianos com destino aos Estados Unidos e à Europa


Filho da jornalista Diana Turbay, assassinada em 1991 depois de ter sido sequestrada pelo Cartel de Medellín, Miguel Uribe é também neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala | Foto: Reprodução/X

Na Colômbia, a promiscuidade entre a política e o narcotráfico é antiga. Com a ajuda dos EUA, Álvaro Uribe, que presidiu o país entre 2002 e 2010, enfrentou os cartéis com inédita dureza. Depois de uma série de governantes permissivos, Gustavo Petro assumiu o poder em agosto de 2022 como o primeiro militante de esquerda a chegar ao cargo.

Petro foi guerrilheiro do M‑19, grupo nacionalista de extrema esquerda que atuou no país entre 1970enfurnadas na selva, o M-19 agia nas cidades. Depois do atentado a Miguel Uribe Turbay, Petro disse torcer pela sobrevivência da vítima e manifestou sua solidariedade ao agressor. “A vida da vítima — que está em boas mãos e nas quais confiamos — e a vida do assassino, que é um menor de idade, uma criança”, declarou. “As leis e as normas nos obrigam a proteger a criança por ser criança, porque, se não cuidarmos das crianças da pátria, não teremos pátria.” 

“A atuação do crime organizado nesses atentados muitas vezes é indireta”, diz Coutinho. “O que existe é uma preferência política por parte das facções. Governos de esquerda tendem a ser menos letais, mais complacentes com criminosos. O de Petro, por exemplo, foi muito bom para esses grupos por ser negligente no combate ao crime organizado. A direita incomoda mais os criminosos. Isso é notório.” e 1990. Diferentemente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que sobreviviam enfurnadas na selva, o M-19 agia nas cidades. 

Depois do atentado a Miguel Uribe Turbay, Petro disse torcer pela sobrevivência da vítima e manifestou sua solidariedade ao agressor. “A vida da vítima — que está em boas mãos e nas quais confiamos — e a vida do assassino, que é um menor de idade, uma criança”, declarou. “As leis e as normas nos obrigam a proteger a criança por ser criança, porque, se não cuidarmos das crianças da pátria, não teremos pátria.”

“A atuação do crime organizado nesses atentados muitas vezes é indireta”, diz Coutinho. “O que existe é uma preferência política por parte das facções. Governos de esquerda tendem a ser menos letais, mais complacentes com criminosos. O de Petro, por exemplo, foi muito bom para esses grupos por ser negligente no combate ao crime organizado. A direita incomoda mais os criminosos. Isso é notório.”

O atentado a Miguel Uribe repercutiu mundialmente. Marco Rubio, secretário de Estado dos Estados Unidos, por exemplo, escreveu na rede social X que o ataque foi “resultado da violenta retórica esquerdista vinda dos mais altos níveis do governo colombiano”. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, lembrou a facada em Jair Bolsonaro e classificou o episódio como “um ataque à liberdade, à democracia e àqueles que têm coragem para se posicionar”. Para o senador Flávio Bolsonaro, “a esquerda, onde quer que atue, mostra seu verdadeiro rosto: violento, intolerante e, muitas vezes, assassino”


Embora atentados políticos não sejam exclusividade da direita, o cenário atual é assimétrico. No Brasil, o ódio ao adversário subiu alguns patamares desde a ascensão de Bolsonaro. “Por causa da loucura da polarização, temos hoje intelectuais e jornalistas defendendo a censura”, observa Coutinho. “A Constituição recebeu mil e uma interpretações por aqueles que teriam a função de defendê-la. Quando derrotados no Congresso, partidos sem voto recorrem ao STF, ganham no tapetão, e a plateia aplaude.” Com isso, uma série de casos excepcionais vira regra. 

De atentado em atentado, de exceção em exceção, a democracia segue sangrando. Ninguém pode prever quando um desses golpes se tornará fatal.
Uma imagem do senador colombiano Miguel Uribe Turbay, do partido de oposição Centro Democrático, é exibida depois de ele ter sido baleado durante um evento de campanha, em Bogotá, na Colômbia (10/6/2025) - Foto: Reuters/Luisa Gonzalez 


 

Branca Nunes - Revista Oeste

'Gatos' de energia custaram R$ 10,3 bi em 2024, revela Aneel

 Light e Amazonas lideram perdas, segundo a agência nacional


Valor consta do orçamento preliminar da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) | Foto: Reprodução/Pixabay 

As perdas não técnicas de energia elétrica, conhecidas como “gatos”, representaram um custo de aproximadamente R$ 10,3 bilhões ao setor elétrico brasileiro em 2024. O valor, revelado em relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), corresponde às fraudes, furtos, desvios e erros de medição e faturamento registrados pelas distribuidoras. As perdas totais no sistema de distribuição atingiram 14,0% da energia injetada no ano. Desse total, 7,4% (44,6 TWh) foram classificadas como técnicas — perdas inevitáveis pela física do transporte e transformação da energia — e 6,6% (40,2 TWh) como não técnicas, ligadas a falhas e irregularidades na medição e no consumo. 

O relatório destaca que o custo tarifário das perdas não técnicas reais superou o valor reconhecido nos processos tarifários da Aneel, que foi de R$ 7,1 bilhões. Esse valor representa 2,85% da receita requerida pelas distribuidoras ou 9,22% da chamada Parcela B, que é a parte da tarifa que remunera os serviços da distribuidora e cobre seus custos operacionais. Apenas duas distribuidoras — Light, que atua no Rio de Janeiro, e Amazonas Energia — concentraram 34,1% das perdas não técnicas do país em 2024. No total, as dez maiores distribuidoras com perdas somaram 74,0% do total nacional. 

A Aneel observa que esses índices refletem desafios de gestão e as condições socioeconômicas das áreas atendidas.

Energia e tarifa: impactos diretos no bolso do consumidor

A agência classifica as distribuidoras em um ranking de complexidade, com base em fatores como violência, pobreza, desigualdade e infraestrutura, para estabelecer metas regulatórias mais realistas. A CEA (do Amapá), a Equatorial Pará, a Amazonas Energia e a Light aparecem entre as primeiras posições do ranking de maior complexidade. 

O consumidor regular paga parte dessas perdas por meio da tarifa de energia. A Aneel, no entanto, aplica mecanismos de incentivo para evitar que ineficiências de gestão sejam integralmente repassadas. 

“A regulação por incentivos adotada pela Aneel parte do pressuposto que eventuais negligências ou ineficiências das distribuidoras no combate às perdas não devem ser repassadas às tarifas”, registra o relatório. 


Milhares de moradores de São Paulo sofrem com a energia elétrica | Foto: Aloisio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

As perdas técnicas, por sua vez, custaram R$ 11,2 bilhões em 2024, e as da rede básica (transmissão), cerca de R$ 1,5 bilhão. Esses valores são repassados às tarifas conforme critérios de eficiência técnica definidos pela agência reguladora.

A partir de 2025, a Aneel alterou a base de cálculo das perdas não técnicas, que passou a considerar o mercado medido, em vez do mercado faturado. A medida visa a maior precisão na avaliação e fixação dos porcentuais regulatórios. 

Segundo a agência, a mudança também elimina distorções causadas por registros parciais de consumo. 

O relatório destaca que “a redução das perdas não técnicas pelas distribuidoras traz benefícios que vão além da redução desse item na tarifa”, ao permitir a incorporação de consumidores irregulares ao mercado regular, a fim de ampliar o rateio dos custos e melhorar a qualidade do fornecimento.  

Mateus Conte - Revista Oeste

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Augusto Nunes e 'A Ópera do Juiz Doidão'

Gilmar Mendes se junta ao chinês errado e mobiliza gatos de todas as cores para caçar ratos que rejeitam a censura na internet


Ministro Gilmar Mendes, durante sessão plenária do STF (28/5/2025) | Foto: Antonio Augusto/STF

T er uma voz agradável, usar frases que não ultrapassem duas linhas, facilitar o entendimento do conteúdo com pausas e oscilações no tom, valer-se de um vasto repertório vocabular que proíba a entrada de expressões pedantes, saber a diferença entre veemência e gritaria, dominar os temas de que trata e botar na cabeça que a paciência de qualquer plateia tem limite. Basta seguir essas regras para que um orador aplicado consiga ser aplaudido no fim do discurso escrito. Como no teatro ou no cinema, é só seguir o script. Bem mais complexo é falar de improviso. Essa é uma graça só alcançada por tribunos de nascença. Essa tribo dá a impressão de que faria bonito num discurso previamente escrito antes mesmo de aprender a ler e falar. Gente assim transforma a oratória improvisada numa admirável forma de arte. 

Não há um script a seguir. Mas tribunos discursam com tamanho brilho que multidões os acompanham com atenção hipnótica. Com uma torrente de palavras vindas sabe Deus de qual canto do cérebro, vão burilando um roteiro soprado pelas reações de quem ouve e pelo instinto de quem fala. Carlos Lacerda era assim. Governador do antigo Estado da Guanabara, jornalista, deputado federal, adversário feroz do governo de Getúlio Vargas encerrado pelo suicídio, Lacerda foi o maior tribuno da história do Brasil


Carlos Frederico Werneck de Lacerda, governador do Estado da Guanabara, comemora a criação do Estado da Guanabara no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro, em 1962 | Foto: Wikimedia Commons

Hoje reduzido a um viveiro de homens públicos incapazes de tratar com gentileza o idioma nacional, o país dos tempos de Lacerda não era um deserto de oradores. Escritores como José Lins do Rego e Graciliano Ramos costumavam passar tardes inteiras no Congresso, então localizado no Rio de Janeiro, acompanhando os embates verbais travados por parlamentares. Nessas paragens agora presididas por um analfabeto funcional, não havia vagas na Série A formada pela cúpula dos três Poderes para quem tratasse a pontapés a língua portuguesa.

O que houve com o Brasil para que a elite do governo, do Supremo e do Congresso fosse reduzida a um bando sem chances de aprovação num exame organizado pelo Enem? Essa interrogação me aflige desde que testemunhei a performance do ministro Gilmar Mendes em mais uma discurseira no Supremo Tribunal Federal sobre a missão impossível: convencer o país de que, para preservar a democracia, as rede sociais devem ser censuradas — e censuradas pelas empresas que as administram. Como já ouvi dezenas de vezes o decano do Pretório Excelso lendo seus votos repletos de latinórios e citações de juristas alemães, não resisti à tentação de vê-lo em ação num improviso. O que vi foi a Ópera do Juiz Doidão




O ministro Cristiano Zanin dizia que as próprias plataformas devem criar uma empresa privada “para moderação de conteúdo” quando foi aparteado pelo decano: “Eu provoquei um pouco esse tema, eu não me animo muito a tentar definir a natureza dessa entidade”, começou o improviso de Gilmar. Embora não saiba direito o que quer, acha “fundamental” o que não sabe direito o que é. “Acho que é um consenso entre nós de que é preciso uma entidade”, enrolou-se. Fez uma pausa e resolveu fornecer algumas informações sobre o lugar onde pode ser encontrado o que não sabe bem o que é.

Um pouco naquela linha, nós todos somos admiradores do regime chinês, né, do Xi Jinping, né, que diz assim: a cor do gato não importa, o importante é que ele cace o rato”, desandou. “E essa coisa do público e do privado”, derrapou de novo. O presidente Luís Roberto Barroso (que já enxergou “pitadas de psicopatia” em Gilmar) resolveu que o agora amigo precisava de socorro. E esclareceu que o autor da teoria dos gatos e ratos foi Deng Xiaoping, chefe da ditadura chinesa entre 1978 e 1992. Xiaoping achava perda de tempo discutir se o “socialismo com características chinesas” adotava fórmulas capitalistas nas reformas econômicas em andamento. O importante, insistia, era saber se funcionavam 


Deng Xiaoping e Jimmy Carter, na cerimônia de chegada do vice-primeiro-ministro da China, em 1979 | Foto: Wikimedia Commons

O esclarecimento parece ter perturbado Gilmar: “Se olharmos a crise séria que enfrentamos nos últimos anos e as respostas que conseguimos dar…”, murmurou. “Nós temos que perder o nosso complexo de vira-lata. Temos que dizer: ‘Poxa, conseguimos, sim, conceber mecanismos de defesa adequados para assunção de problemas que eram sérios’.” Em seguida, o decano elogiou o desempenho do Tribunal Superior Eleitoral nos tempos em que foi comandado por Alexandre de Moraes. Mas não custa ver como é o sistema chinês, foi em frente. Muito simples, sabem os que não sofrem de estrabismo malandro. Plataformas como Google, YouTube e Facebook foram banidas do país. E o TikTok opera sob censura e com rigorosa vigilância. 

É isso o que Gilmar Mendes quer, mas não consegue confessar com clareza. Enquanto não se decide, alguém precisa sugerir-lhe quatro providências urgentes. Primeira: usar parte do tempão consumido em viagens e congressos no estudo da história da China. Segunda: não errar publicamente o nome de ditadores que lhe servem de exemplo. Terceira: melhorar o português. A quarta é a mais importante: nunca mais falar de improviso 

Augusto Nunes - Revista Oeste