sexta-feira, 29 de abril de 2022

1 pergunta para Gabriel de Arruda Castro

 Em entrevista à Revista Oeste, o jornalista e escritor afirma que uma sociedade desenvolvida respeita suas tradições

Gabriel de Arruda Castro é autor do livro <i>O Estado Eficaz</i>
Gabriel de Arruda Castro é autor do livro O Estado Eficaz | Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

“É preciso ter respeito às tradições”, disse o escritor e jornalista Gabriel de Arruda Castro, ao falar da importância da cultura no processo de transformação política do Brasil. Em entrevista publicada na Edição 109 da Revista Oeste, o autor do livro O Estado Eficaz afirma que preservar os valores conjuntos da sociedade é essencial para o desenvolvimento de um país.

A seguir, uma das perguntas feitas ao jornalista.

Qual é a importância da cultura no processo de transformação política do país?

A cultura é essencial. É preciso ter respeito às tradições, aos valores. O escritor britânico G. K. Chesterton falava da “democracia dos mortos”, da importância de termos referências históricas. Mas também é importante falarmos de uma “democracia daqueles que não nasceram”. Não podemos tomar decisões apenas considerando nossos interesses imediatos. É preciso observar o passado, aqueles que construíram o país, e também ver o futuro, para que deixemos algum legado. Não existe um sistema político e econômico separado da cultura. A Rússia, por exemplo, tinha um regime czarista, calcado no coletivismo. Depois, apareceu a União Soviética. Quando o sistema socialista faliu, um novo líder autoritário surgiu no país: Putin. Isso não é por acaso. Talvez, a cultura russa seja coletivista e deseje um líder “forte”, não favorável à democracia. A China também é um exemplo. Nunca houve democracia no país. Ainda que o regime comunista deixe de existir, é possível que a China volte a ser um regime autoritário ao longo do tempo. A cultura autoritária está impregnada nas instituições públicas e nos costumes do povo. No Brasil, há um certo apreço pelas liberdades, mas ainda é algo incompleto. Só conseguiremos instaurar uma democracia plena quando as pessoas conseguirem perceber a si mesmas como autônomas, capazes de se autogovernar.

O assinante pode acompanhar a entrevista completa ao clicar aqui.

Revista Oeste