A Eletrobras defendeu nesta quinta-feira (31) que as divulgações realizadas pela empresa sobre obrigações de empréstimos compulsórios "têm sido e permanecem precisas", após uma empresa do grupo Al Mazrouei, dos Emirados Árabes Unidos, ter entrado com ação nos Estados Unidos contra a estatal.
O grupo acusa a companhia brasileira de descumprir leis locais e regras do mercado de ações americano, alegando que a Eletrobras deturpou informações em comunicados junto à SEC (reguladora dos EUA) e outros comunicados públicos.
Segundo a ação, a Eletrobras teria omitido bilhões de dólares em passivos e, ao fazê-lo, teria desvalorizado os títulos de compulsório e inflado o valor de suas ações.
A Eletrobras disse que contratou um escritório de advocacia nos EUA e "pretende se defender vigorosamente das alegações feitas na ação".
A elétrica também disse acreditar que as provisões que fez em suas demonstrações financeiras relativas aos empréstimos compulsórios são "razoáveis e apropriadas à luz dos riscos enfrentados pela companhia".
A Eletrobras informou em seu mais recente balanço, do segundo trimestre, que já pagou mais de R$ 6 bilhões referentes a demandas judiciais sobre o compulsório, além de ter provisão de R$ 17,9 bilhões para lidar com ações sobre o tema.
Criado por ação do governo brasileiro nos anos 60, o empréstimo compulsório foi uma cobrança junto a consumidores industriais para financiar a expansão do sistema elétrico. Nos anos 80, o prazo para devolução foi prorrogado e o governo definiu que a Eletrobras poderia antecipar a quitação convertendo créditos do empréstimo em ações.
Reuters