sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Carta de um médico indignado para "a estadista do mensalão"

Excelentíssima Sra. Presidente da República Dilma Rousseff,
 Permita-me a apresentação: na minha opinião, eu sou um medico; na tua, um “trabalhador da saúde”.
 
Na minha opinião, medicina é cuidar de pessoas doentes, na tua é fazer “transformação social”.
 
Eu
penso em salvar vidas, a senhora pensa em ganhar votos. Como podemos ver, a senhora e eu, não temos muito em comum à primeira vista, mas existem na minha vida alguns fatos que a senhora desconhece. Assim como a senhora, eu já fui marxista – e dos fanáticos!
 
 
Brigava com colegas da faculdade no final dos 80 e início dos anos 90 para ver seu projeto de poder realizado. Caminhei ao lado daquele seu amigo que gosta de uma cachacinha e costuma ser fotografado com livros de cabeça para baixo. Conversei pessoalmente com o “poeta do sêmen derramado” que agora governa o Rio Grande do Sul.
 
 
Não tinha ideia correta daquilo que havia acontecido no Brasil entre 1964 e 1985. Imaginava, como a senhora quer fazer parecer até hoje, que tudo estava indo bem até que militares malvados que não tinham nada para fazer decidiram, com ajuda dos americanos, derrubar o governo brasileiro.
 
 
Eu só me dei conta, presidente, de quem Lula, a senhora e seu partido-religião representavam quando comecei a trabalhar com a gente de vocês aqui em Porto Alegre a partir de 98.
 
Duvido que eu estivesse mal-preparado, sabe? Eu já tinha feito 6 anos de faculdade, um ano de residência em pediatria, um de medicina interna e dois de cardiologia.
 
 
Gostaria que a senhora visse em que lugar seus “cumpanheros” aqui dos pampas me colocaram para trabalhar... Imagino a senhora doente naquelas condições de segurança, higiene, espaço e administração que a ralé do PT do Rio Grande do Sul nos ofereceu.
A senhora tem ideia de como deve se sentir um médico ao ter seu estágio probatório avaliado por técnicos de enfermagem?
 
 
 A senhora sabe o que é receber, depois de tudo que se estudou na vida, ordens de enfermeiras, presidente? Em nome de quê?
 
Em 
nome de um delírio chamado “democratização da gestão”? Em nome de um absurdo chamado “controle social”?
 
A senhora tem alguma noção de quantas pessoas eu vi morrerem depois que esse seu partido de assassinos e mensaleiros terminaram com o resto da rede hospitalar brasileira “aparelhando” a gestão dela com uma legião de analfabetos, recalcados, alcoólatras e incompetentes, que por oferecer uma parte de seu salário ao PT, passaram a dar ordens a homens e mulheres com capacidade de salvar vidas?
 
 
Mas por favor, não fique ofendida comigo, presidente, de certa forma essa carta é um agradecimento, sabe? Formado há quase 20 anos, eu nunca havia visto os médicos brasileiros tão unidos quanto agora. É mais um mérito seu e desse seu partido: promover a maior humilhação que os médicos de um país sofreram até hoje!
 
A senhora não tem vergonha de apelar para uma ditadura bananeira, um país que mata, tortura, prende e vigia seus próprios cidadãos, para fornecer médicos para o SEU próprio povo? A senhora é brasileira, ou não, presidente Dilma? Se não tem vergonha da medicina do seu país, tenha pelo menos do seu povo!
 
 
A senhora nasceu aqui e a primeira pessoa que lhe viu foi provavelmente um médico do Brasil. Provavelmente vai ser algum colega, intensivista como sou hoje, quem vai estar ao seu lado no último momento e mesmo assim a senhora quer chamar médicos cubanos para enganar nossa gente pobre e doente a ponto de garantir sua reeleição? 
 
Quem lhe deu esse conselho, presidente Dilma? Identifique por favor, um por um, os médicos que lhe cercam e sugeriram semelhante ideia! A senhora e eu já conhecemos alguns, não é? Vamos apresentar os demais ao Conselho Federal de Medicina, ou não?
 
Presidente Dilma, até bandidos e prostitutas se ofendem quando tem seu território e ganha pão ameaçados. Nós somos médicos, nós salvamos vidas e não vamos permitir que uma profissão cuja origem se perde no tempo seja levada ao fundo do poço por um partido como o da senhora com o argumento de que estamos sendo corporativistas e o Brasil está sem médicos.
 
Deus lhe proteja na batalha que vai enfrentar conosco, presidente. Se a senhora for ferida vai precisar ser atendida por um médico – e eu duvido muito que ele fale português.
  Porto Alegre, RS, em 10 de Fevereiro de 2014
  Dr. Milton Simon Pires
 (CREME-RS 20.958)