Anna Carolina Papp - O Estado de S.Paulo
Caderneta só bate a renda fixa seja qual for o prazo de resgate em fundos com taxas a partir de 3% ao ano
A elevação em 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic) - para
10,75% ao ano - retomou parte da atratividade da renda fixa em relação à
poupança, sobretudo em fundos com taxas de administração mais baixas.
"Daqui para a frente, toda vez que a Selic subir, os fundos vão ficar mais atrativos", afirma Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos Econômicos da Anefac. Para ele, não devemos mais ver exceções como na elevação da Selic em janeiro, para 10,50% ao ano - quando a poupança retomou parte da atratividade perdida mesmo após alta de 0,5 ponto porcentual da taxa básica, devido ao aumento da Taxa Referencial (TR). "Agora a relação entre aumento da Selic e rentabilidade dos fundos fica mais proporcional", explica.
Oliveira pondera, no entanto, que a vantagem dos fundos está restrita a alguns cenários. "Ainda é preciso ficar atento às taxas de administração e ao prazo do resgate da aplicação", diz. Segundo a Anefac, taxas de 1% ao ano costumam exigir aplicação mínima de R$ 50 mil.
O investidor comum, explica Miguel, costuma obter taxas a partir de 2,5% ao ano - o que tornaria a poupança, que é livre de taxas e de incidência do Imposto de Renda, mais vantajosa no curto prazo, empatando com a renda fixa com resgate a partir de dois anos. Fundos com taxas a partir de 3% ao ano perdem da caderneta seja qual for o prazo de resgate da aplicação.
Na simulação da Anefac, com a novo Selic a poupança rende 0,55% ao mês, o que daria 6,8% ao ano (6,17% mais a Taxa Referencial). Assim, um investimento de R$ 10 mil vai valer, após um ano, R$ 10.680. A mesma aplicação em um fundo com taxa de 2% pagaria mais, totalizando R$ 10.693.
No fim de agosto do ano passado, a Selic, ao atingir 9% ao ano, igualou os rendimentos das poupanças antiga e nova. Com a Selic maior do que 8,5%, ambas as cadernetas rendem 0,50% ao mês (6,17% ao ano) mais a variação da Taxa Referencial.
Em 2013, apesar de ter tido captação líquida recorde, de R$ 71 bilhões, o rendimento da nova caderneta ficou em 5,67% - abaixo da inflação oficial, o IPCA, que foi de 5,91%.
Cenário. Para Ricardo Almeida, professor de finanças do Insper, 2014 será um ano difícil para investidores, tanto os mais arrojados como os mais conservadores. "A Bolsa vem caindo, há incertezas em relação à Petrobrás, por causa da revisão da cessão onerosa, e quanto à situação fiscal do governo, o que faz as taxas de juros subirem", diz.
Para ele, uma boa alternativa são as Notas do Tesouro Nacional - série B (NTN-Bs), papéis atrelados à inflação. "A NTN-B, do Tesouro Direto, ainda é a mais acessível para a pessoa ter não apenas rentabilidade, mas proteção contra a inflação - que é a grande incerteza", diz.
Ele pondera, contudo, que essa aplicação só é benéfica a longo prazo. "A pessoa que compra no Tesouro Direto tem de deixar no mínimo cinco anos", diz. "No curto prazo, a saída é a poupança ou os Fundos DI. No caso da poupança, tem de sacar na data de aniversário, se não perde a rentabilidade no mês. Já o fundo tem liquidez diária com rentabilidade proporcional. É só pesquisar um que tenha uma taxa de administração boa, de preferência menor que 2%", diz o professor.
Segundo estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), fundos com taxa de administração de até 1,5% ao ano pagam mais do que a poupança seja qual for o prazo de resgate. Produtos com taxa de 2% ao ano só perdem para a caderneta no curto prazo, com resgate de até um ano.
"Daqui para a frente, toda vez que a Selic subir, os fundos vão ficar mais atrativos", afirma Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos Econômicos da Anefac. Para ele, não devemos mais ver exceções como na elevação da Selic em janeiro, para 10,50% ao ano - quando a poupança retomou parte da atratividade perdida mesmo após alta de 0,5 ponto porcentual da taxa básica, devido ao aumento da Taxa Referencial (TR). "Agora a relação entre aumento da Selic e rentabilidade dos fundos fica mais proporcional", explica.
Oliveira pondera, no entanto, que a vantagem dos fundos está restrita a alguns cenários. "Ainda é preciso ficar atento às taxas de administração e ao prazo do resgate da aplicação", diz. Segundo a Anefac, taxas de 1% ao ano costumam exigir aplicação mínima de R$ 50 mil.
O investidor comum, explica Miguel, costuma obter taxas a partir de 2,5% ao ano - o que tornaria a poupança, que é livre de taxas e de incidência do Imposto de Renda, mais vantajosa no curto prazo, empatando com a renda fixa com resgate a partir de dois anos. Fundos com taxas a partir de 3% ao ano perdem da caderneta seja qual for o prazo de resgate da aplicação.
Na simulação da Anefac, com a novo Selic a poupança rende 0,55% ao mês, o que daria 6,8% ao ano (6,17% mais a Taxa Referencial). Assim, um investimento de R$ 10 mil vai valer, após um ano, R$ 10.680. A mesma aplicação em um fundo com taxa de 2% pagaria mais, totalizando R$ 10.693.
No fim de agosto do ano passado, a Selic, ao atingir 9% ao ano, igualou os rendimentos das poupanças antiga e nova. Com a Selic maior do que 8,5%, ambas as cadernetas rendem 0,50% ao mês (6,17% ao ano) mais a variação da Taxa Referencial.
Em 2013, apesar de ter tido captação líquida recorde, de R$ 71 bilhões, o rendimento da nova caderneta ficou em 5,67% - abaixo da inflação oficial, o IPCA, que foi de 5,91%.
Cenário. Para Ricardo Almeida, professor de finanças do Insper, 2014 será um ano difícil para investidores, tanto os mais arrojados como os mais conservadores. "A Bolsa vem caindo, há incertezas em relação à Petrobrás, por causa da revisão da cessão onerosa, e quanto à situação fiscal do governo, o que faz as taxas de juros subirem", diz.
Para ele, uma boa alternativa são as Notas do Tesouro Nacional - série B (NTN-Bs), papéis atrelados à inflação. "A NTN-B, do Tesouro Direto, ainda é a mais acessível para a pessoa ter não apenas rentabilidade, mas proteção contra a inflação - que é a grande incerteza", diz.
Ele pondera, contudo, que essa aplicação só é benéfica a longo prazo. "A pessoa que compra no Tesouro Direto tem de deixar no mínimo cinco anos", diz. "No curto prazo, a saída é a poupança ou os Fundos DI. No caso da poupança, tem de sacar na data de aniversário, se não perde a rentabilidade no mês. Já o fundo tem liquidez diária com rentabilidade proporcional. É só pesquisar um que tenha uma taxa de administração boa, de preferência menor que 2%", diz o professor.