Governar um estado com a diversidade de Goiás requer capacidade de organizar prioridades. Mas não se elencam prioridades ou se definem ações na gestão pública com base em “achismos”, e menos ainda em politicagem. É preciso trabalhar com diagnósticos bem feitos e planejamento.
Com relação à área social, nossa gestão é norteada pela compreensão de que não se define pobreza apenas pela ausência de renda, mas sim por um amplo conjunto de privações que atingem famílias nas áreas habitacional, educacional, de saúde, bem como por limitações nas conexões sociais com o trabalho e nas relações com a comunidade em que estão inseridas. Por isso, já no início do governo criamos o Gabinete de Políticas Sociais, com a presença de secretarias e fundações, para agirmos de forma integrada no combate às situações de vulnerabilidade social.
Sem contratar consultorias externas e valorizando os servidores do estado, definimos o Índice Multidimensional de Carência das Famílias para todas as cidades de Goiás. Não foi preciso “reinventar a roda”. Adotamos o relatório do grupo de trabalho sobre pobreza criado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e utilizamos a base de dados do Cadastro Único dos Programas Sociais (CadÚnico) do Ministério da Cidadania do governo federal. O tratamento e a análise dos dados foram feitos pelo Instituto Mauro Borges, estratégico órgão de pesquisas do estado.
Identificamos as famílias em situação de maior vulnerabilidade, que serão o foco de ação do Gabinete de Políticas Sociais. Dentro desse escopo, conseguimos encontrar as 9.557 famílias goianas sem banheiro em casa, as 13.678 mil famílias que moram em casas sem revestimento no piso e as 13.780 mil famílias sem energia elétrica (georreferenciadas). São diferentes carências, que precisam de políticas públicas específicas para serem superadas. Nesse estudo, as famílias pobres de Goiás estão classificadas por um “risco social familiar”. Trabalharemos para promover a redução gradual do nível de risco de cada família.
Eu tenho absoluta certeza de que quando a família não está bem, o governo também não está. Minha determinação, reiterada por esses indicadores, é: a família em primeiro lugar. Estando ciente dos múltiplos arranjos familiares que hoje existem e são garantidos por lei.
Governos não devem fazer pesquisa para conhecer, e, sim, para resolver. Em 40 dias de gestão, já identificamos os problemas que precisamos enfrentar e começamos a construir um amplo pacto social que vai reunir governo, setor privado, organizações sociais, universidades, governo federal e entidades nacionais e internacionais.
E, o mais importante, trata-se de política pública inteiramente baseada em critérios técnicos. Identificamos os dez municípios goianos com os maiores índices de carência das famílias e começaremos nossa ação por eles. Coincidentemente, perdi a eleição em quase todas essas cidades. A lógica nefasta de que o Estado estende a mão a quem é amigo do prefeito ou da liderança política alinhada com o gestor da ocasião será substituída pela lógica dos indicadores objetivos. Como deveria ser desde sempre. É política pública obedecendo ao princípio da Impessoalidade, pilar da democracia.
Em Goiás, não queremos pessoas sobrevivendo de bolsa. Queremos, sim, goianos que conseguem superar situações de vulnerabilidade social. Estamos trabalhando para fazer um governo inteligente, atento e responsável socialmente, que saia dos mantras e da propaganda, e chegue ao mundo real.
Eu tenho absoluta certeza de que quando a família não está bem, o governo também não está. Minha determinação, reiterada por esses indicadores, é: a família em primeiro lugar. Estando ciente dos múltiplos arranjos familiares que hoje existem e são garantidos por lei.
Governos não devem fazer pesquisa para conhecer, e, sim, para resolver. Em 40 dias de gestão, já identificamos os problemas que precisamos enfrentar e começamos a construir um amplo pacto social que vai reunir governo, setor privado, organizações sociais, universidades, governo federal e entidades nacionais e internacionais.
E, o mais importante, trata-se de política pública inteiramente baseada em critérios técnicos. Identificamos os dez municípios goianos com os maiores índices de carência das famílias e começaremos nossa ação por eles. Coincidentemente, perdi a eleição em quase todas essas cidades. A lógica nefasta de que o Estado estende a mão a quem é amigo do prefeito ou da liderança política alinhada com o gestor da ocasião será substituída pela lógica dos indicadores objetivos. Como deveria ser desde sempre. É política pública obedecendo ao princípio da Impessoalidade, pilar da democracia.
Em Goiás, não queremos pessoas sobrevivendo de bolsa. Queremos, sim, goianos que conseguem superar situações de vulnerabilidade social. Estamos trabalhando para fazer um governo inteligente, atento e responsável socialmente, que saia dos mantras e da propaganda, e chegue ao mundo real.
Teremos pela frente mais de 1.400 dias de muito trabalho e, se Deus quiser, de muitas mudanças, para que aqueles que vivem o drama diário de graves carências possam, de fato e de direito, vivenciar uma inclusão social sustentável.
Ronaldo Caiado é governador de Goiás
Ronaldo Caiado é governador de Goiás
O Globo