terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Senado aprova indicação de Campos Neto ao comando do BC

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) e o Plenário da Casa aprovaram nesta terça-feira, 26, o economista Roberto de Oliveira Campos Netocomo o novo presidente do Banco Central.
A aprovação deve ser comunicada à presidência da República, para ser oficializada. No plenário, a votação terminou com 55 votos a favor dele assumir o cargo e seis contra. Já no CAE não ocorreram votos negativos a Campos Neto.
O economista assume no lugar de Ilan Goldfajn, que resolveu não permanecer à frente do BC. No ano passado, Goldfajn disse que a decisão foi tomada por motivos pessoais.
O novo presidente do BC estava atuando como assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, e integrou a comitiva brasileira no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Além disso, é neto do economista, diplomata e escritor Roberto Campos (1917-2001), defensor do liberalismo econômico, que participou do governo Juscelino Kubitschek e foi ministro do Planejamento do governo Castello Branco. Seu avô foi deputado federal e senador, além de membro da Academia Brasileira de Letras e embaixador em Washington e Londres.
O Banco Central é responsável, entre outras coisas, pelo controle da inflação no país e por definir a taxa de juros.
Em reunião no dia 6 de fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição decidiu manter a taxa básica de juros, pela sétima vez consecutiva, em 6,5%, a menor da história. Esse foi um dos assuntos mais abordados na votação no plenário, com diversos senadores pedindo uma queda.
O Senado também aprovou Flávia Martins Sant’Anna Perlingeiro para a diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Bruno Serra Fernandes, que ocupará a diretoria de Política Monetária. O nome de João Manoel Pinho de Mello, que pode ser o titular da diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, ainda está sendo votado.

Sabatina

O novo presidente foi sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), situação que permitiu a ele mostrar algumas de suas opiniões sobre assuntos importantes da situação econômica brasileira.
Campos Neto defendeu o projeto que fixa critérios para o exercício de cargo de dirigente em instituições financeiras públicas. “Precisamos aprimorar a governança, alinhando as exigências para os dirigentes em bancos públicos àquelas já existentes para o setor privado.”
O economista citou ainda quatro dimensões que ele considera importantes para democratizar o mercado de capitais no Brasil: inclusão, precificação adequada, transparência na formação de preços e educação financeira.
Ele também elogiou o projeto de autonomia para a autoridade monetária e defendeu a política realizada na área desde meados de 2016. “O objetivo é aprimorar o arranjo institucional de política monetária, para que ela dependa menos de pessoas e mais de regras, e para que estejamos alinhados à moderna literatura sobre o tema e aos melhores pares internacionais”, afirmou.
“Esse trabalho [de política monetário do BC] só foi possível, a meu ver, com o reforço da credibilidade institucional, que se encontrava abalada pelos resultados negativos colhidos em 2015 e em parte de 2016”, completou.
Com Agência Brasil, Estadão Conteúdo e Reuters