Executivo da OASresponsável pelas entregas de recursos na região Nordeste, Adriano Santana afirmou em sua delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ter montado uma sistemática de pagamentos de caixa dois e propina para o grupo político do então governador da Bahia Jaques Wagner , hoje senador. Santana disse que pagou R$ 1 milhão em propina a Wagner, entre 2012 e 2013, período em que o petista ocupava o Palácio de Ondina. No documento obtido pelo GLOBO, os ex-executivos da OAS citam repasses de caixa dois associados a Wagner nos anos de 2010 e 2012, mas não há o valor que foi repassado.
Segundo Santana, o intermediário de Wagner no recebimento de propina e caixa dois junto a OAS era o empresário Carlos Daltro, ex-funcionário da empreiteira. O delator da OAS citou Wagner em dois anexos. Em um deles, descreve a utilização de um contrato fictício com uma empresa de Pernambuco para repassar, em 2013, a propina de R$ 1 milhão a Carlos Daltro, que seria operador de Wagner.
Procurado, o senador não quis comentar a delação: “A defesa do senador Jaques Wagner informa que não comentará uma informação que desconhece, sobre uma suposta delação premiada à qual sequer teve acesso”, disse Wagner, por meio de sua assessoria.
A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou que os depoimentos sobre Wagner e seus aliados fossem enviados para o Ministério Público Federal e a Polícia Federal na Bahia. Como os fatos são anteriores ao seu atual mandato, ele não tem mais direito a foro privilegiado.
Propina para Gabrielli
Além do ex-governador petista, o ex-presidente da Petrobras e ex-secretário de Planejamento do governo baiano José Sérgio Gabrielli é apontado pelo ex-executivo Ramilton Lima como beneficiário de uma mesada de R$ 10 mil paga pela empreiteira depois que ele deixou a estatal, em 2012. O dinheiro teria sido repassado ao petista, em espécie, na filial da construtora em Salvador, durante todo o ano de 2013, totalizando R$ 120 mil.
Procurada, a defesa de Gabrielli afirmou que “desmente categoricamente” a acusação. No caso de Gabrielli, a delação foi remetida a Curitiba, porque a procuradora-geral da República Raquel Dodge avaliou que pode existir conexão entre os pagamentos e os benefícios obtidos pela OAS na Petrobras.
De acordo com os delatores, a influência de Jaques Wagner teria feito a empreiteira realizar repasses de caixa dois para seus aliados na Bahia. Segundo Adriano Santana, o deputado federal Nelson Pelegrino (PT-BA) recebeu da OAS R$ 1 milhão, via caixa dois, em 2012, quando disputou e perdeu a eleição para a Prefeitura de Salvador. O advogado de Pelegrino, Maurício Vasconcelos, afirmou que não tem conhecimento do teor da delação e, por isso, “não tem momentaneamente nenhum comentário a fazer sobre o tema”.
De acordo com os delatores, a influência de Jaques Wagner teria feito a empreiteira realizar repasses de caixa dois para seus aliados na Bahia. Segundo Adriano Santana, o deputado federal Nelson Pelegrino (PT-BA) recebeu da OAS R$ 1 milhão, via caixa dois, em 2012, quando disputou e perdeu a eleição para a Prefeitura de Salvador. O advogado de Pelegrino, Maurício Vasconcelos, afirmou que não tem conhecimento do teor da delação e, por isso, “não tem momentaneamente nenhum comentário a fazer sobre o tema”.
Principal aliado de Wagner na Assembleia Legislativa da Bahia durante os governos do petista, o atual deputado federal Marcelo Nilo (PSB-BA), que presidiu o parlamento estadual quatro vezes, recebeu, segundo Santana, “vantagem indevida” da OAS. Os valores variavam de R$ 50 mil a R$ 400 mil e teriam sido pagos entre 2012 e 2013. Marcelo Nilo rechaçou a acusação: “Nunca recebi recurso de nenhum Adriano Santana, porque não conheço ninguém com esse nome”.