Os indícios foram apresentados pela Procuradoria-Geral da República Fachin e estavam em uma das 25 petições relacionadas à delação da empretiera que ainda estavam sob sigilo. As outras permanecem sobre segredo de justiça.
A suspeita é de que o engenheiro Leão Humberto Montezuma Santiago Filho, ex-presidente Superintendência de Obras Hidráulicas do Ceará (Sohidra-CE), teria recebido R$ 500 mil da Odebrecht.
No documento enviado ao STF, o procurador-geral, Rodrigo Janot, argumenta que há indícios de que Montezuma tenha recebido propina para receberem vantagens na licitação do açude. Os relatos foram feitos pelo ex-diretor da Odebrecht no Nordeste, João Pacífico, e pelo ex-executivo Ariel Parente Costa.
Segundo a PGR, há ainda documentos revelados pelos colaboradores em que, em uma planilha chamada "Bambi", juntada pelo delator Jorge Barata, que faz referência a um saque de R$ 93.457,94 referente ao Adutor Castanhão.
ENGENHEIRO JÁ FOI CONDENADO POR IMPROBIDADE
Leão Humberto já foi condenado, em primeira instância, por improbidade administrativa, por irregularidades na compra de um terreno destinado ao reassentamento de pessoas atingidas pela obra de construção do Castanhão.
Os fatos ocorreram em 2004. quando ele trabalhava no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), subordinado ao Ministério da Integração Nacional. Ele foi diretor de desenvolvimento tecnológico e de produção entre 2003 e 2005.
Eudoro Santana, ex-diretor geral do Dnocs, foi condenado na mesma ação. A sentença, da 15ª Vara da Justiça Federal, considerou os dois ex-dirigentes responsáveis por um prejuízo superior a R$ 640 mil (em valores de 2004) aos cofres públicos.