quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Demétrio Magnoli: "O copo da utopia"

O Globo

Com honrosas exceções, a imprensa prestou lealdade ao ícone revolucionário, Fidel, virando as costas, em indisfarçável desprezo, aos cubanos comuns


Visitei Cuba em 1994, no auge do Período Especial, o termo orwelliano escolhido pelo regime castrista para batizar a crise trágica derivada da implosão da URSS. Casualmente, encontrei-me em Havana com uma ex-aluna, que estava furiosa com um motorista de táxi atrevido o suficiente para queixar-se do governo. A jovem brasileira, encantada com o mito da Revolução Cubana, pensava em denunciar à gerência do hotel (isto é, na prática, ao governo) o taxista que “manchava” a “imagem de Cuba”. Lembrei-me do episódio acompanhando a cobertura da morte de Fidel Castro. Com honrosas exceções, a imprensa prestou lealdade ao ícone revolucionário, virando as costas, em indisfarçável desprezo, aos cubanos comuns.

Os jornais encheram-se de declarações de estadistas, inclusive de nações democráticas, prestando homenagem a uma figura que, “embora controvertida”, teria desafiado o imperialismo, promovido a soberania de Cuba e oferecido justiça social a seu povo. Nas capas e nos textos internos, sobraram palavras épicas, especialmente “História” e “Revolução”, que costumam ganhar o adorno da inicial maiúscula. Na TV, de correspondentes brasileiros, ouvi panegíricos a Fidel que seus próprios aduladores cubanos já têm vergonha de entoar. Tanto quanto os estadistas, os jornalistas beberam avidamente no copo da utopia, enterrando a realidade factual sob pilhas espessas de sentenças ideológicas.

Fidel entrou no barco de Caronte, na derradeira jornada rumo ao submundo, exatos 60 anos depois de embarcar no iate Granma, na madrugada de 26 de novembro de 1956, para a viagem que conduziu seu grupo de revolucionários do México à Sierra Maestra. Durante mais de meio século, os nomes “Cuba” e “Fidel” foram pronunciados juntos, como se a nação fundada por José Martí não pudesse existir sem seu supremo “Comandante”. Mas, confundindo os repórteres, o peso incalculável dessa história não produziu cenas dramáticas, emocionais, nas ruas de Havana.

Queria-se luto fechado, dor lancinante, declarações de amor incontido. No lugar disso, os estrangeiros testemunharam um país anestesiado: ruas mais ou menos vazias, uma normalidade sem buliço ou bebidas alcoólicas, a resistência a conceder entrevistas, parcas declarações estandardizadas. Os repórteres fingiram não ver o medo — e se recusaram a espiar dentro dos lares. Na segurança dos espaços privados, longe dos ouvidos de vizinhos nem sempre confiáveis, pronunciaram-se frases inconvenientes, abriram-se garrafas de rum, alguns até mesmo brindaram. Os jornalistas deveriam saber que Cuba, afinal, não é o equivalente de Fidel.

As lições sobre o medo estão à mão, em incontáveis relatos. Um exemplo é suficiente. O dissidente soviético Natan Sharansky tinha 5 anos quando morreu Stalin. Seu pai explicou-lhe, então, “que Stalin era uma pessoa horrível, que matou muitas pessoas”, mas pediu-lhe a maior discrição: “Faça o que todo mundo fizer”. Natan obedeceu. “Fui para a escola e chorei junto com todas as crianças e cantei com todas elas as músicas que diziam quão grande foi Stalin”. A dissociação entre o gesto público e o privado, entre o que se diz e o que se pensa, é uma marca inconfundível da vida cotidiana nos regimes totalitários. Sharansky: “Isso é como funciona a mente de um cidadão leal, você faz tudo o que te mandarem fazer. E, ao mesmo tempo, você sabe que tudo é mentira.”

Nos dias seguintes à morte de Fidel, o regime castrista prendeu, uma vez mais, o grafiteiro El Sexto, que desenhara numa parede a frase “Já se foi”, e proibiu um encontro do Centro de Estudos Convivência, um grupo apartidário, cuja pauta era discutir perspectivas sobre a educação e a cultura em Cuba. As duas notícias, tão reveladoras, quase não apareceram na imprensa internacional, devotada a entrevistar, interminavelmente, o “cidadão leal” que faz tudo o que os outros fazem. Os jornalistas prestam homenagem à História, traindo seu compromisso profissional de contar histórias.

O britânico “The Guardian”, um jornal de referência, publicou uma reportagem convencional, pontilhada de declarações de praxe de cubanos comuns, geralmente elogiosas ao “Comandante”. Na nota de rodapé, esclarece-se burocraticamente que os nomes dos entrevistados foram ficcionalizados. O “cidadão leal” teme ver seu nome reproduzido em páginas impressas, quando fala de Fidel, mesmo se o elogia — e isso não faz soar um alerta entre os repórteres, redatores ou editores! No caso singular de Cuba, a imprensa normalizou as engrenagens do totalitarismo, tratando-as como um relevo habitual da paisagem.

“A História me absolverá”, vaticinou Fidel em 1953, da cadeira de réu no julgamento em que foi condenado pelo ataque ao quartel Moncada. O jovem Fidel invocava a história para enfatizar a carência de legitimidade dos juízes que serviam à ditadura de Fulgêncio Batista.

Mas a curiosa ideia da História como um tribunal de última instância, o equivalente comunista do Juízo Final dos cristãos, cumpre a função de uma assepsia moral. Diante da imponente Senhora Juíza, qual é o valor de nossos princípios políticos ou de nossa bússola ética? Na sua maioria, os analistas da imprensa inclinaram-se, respeitosamente, à exigência castrista do julgamento pela História, um privilégio que, com razão, jamais concederam a tantos outros ditadores.

A Cuba castrista justificou a ditadura em nome da proteção de um sistema econômico socialista. Hoje, o próprio Raúl Castro admite a falência desse sistema e promove reformas de mercado — mas conserva, a todo custo, o poder ditatorial do Partido Comunista. O copo da utopia secou antes da morte de Fidel, quando o regime decidiu substituir o socialismo selvagem por um capitalismo simetricamente selvagem, que não abrange liberdades políticas, autonomia sindical ou direitos trabalhistas. Teimosos, porém, os jornalistas continuam reunidos em torno de um copo vazio.



Augusto Nunes: "A conspiração dos corruptos será sufocada pelas manifestações de rua"

Com Blog do Augusto Nunes - Veja


Neste 4 de dezembro, os espertalhões do Congresso

 vão constatar que a tentativa de assassinar a Lava 

Jato malogrou



Na madrugada desta quarta-feira, enquanto a nação inteira abraçava as vítimas do horror em Medellin, a Câmara dos Deputados aproveitou a redução da vigilância para desferir punhaladas na Constituição, pontapés no sentimento da vergonha e bofetadas na cara do país que presta. Das 10 medidas de combate à corrupção endossadas por mais de 2 milhões de brasileiros, apenas quatro não foram desfiguradas por malandragens urdidas pela grande bancada dos fora da lei.
O triunfo ilusório dos gigolôs de empreiteira logo estará confirmando que medo de cadeia anula o instinto de sobrevivência eleitoral e encurta o caminho que acaba no suicídio político. Para livrar-se do perigo de despertar com batidas na porta às seis da manhã, a bancada dos fora da lei ousou desafiar a imensidão de gente exausta de roubalheira, cinismo e cafajestagem. O troco virá no próximo domingo, 4 de dezembro.
A voz das ruas dirá aos espertalhões do Congresso que o povo continua acordado. Avisará ao presidente Michel Temer que a promessa de vetar a anistia articulada pelos vigaristas do caixa 2 tem de estender-se a todas as canalhices que transformaram o projeto original numa declaração de amor à corrupção. Os envolvidos na conspiração criminosa saberão que ninguém conseguirá impedir o avanço da Lava Jato.

"Visão de Trump evoca erros do governo Dilma", editorial de O Globo

Com uma fórmula populista de incentivo fiscal e protecionismo, Trump se arrisca a gerar o mesmo tipo de crise que levou ao fim a era lulopetista


Se Donald Trump, sucessor de Barack Obama na Casa Branca, implementar as políticas econômicas anunciadas na campanha eleitoral, os EUA muito provavelmente passarão por um desalento parecido ao que castiga a população brasileira, e cujas raízes remontam ao segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva e, sobretudo, à desastrosa gestão de Dilma Rousseff.

A comparação é da economista Monica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington — e faz sentido. Em entrevista ao site Infomoney e à Bloomberg News, ela disse que “Trump é uma espécie de Dilma americana sem a carga ideológica de petista”. O magnata do setor imobiliário venceu as eleições com um discurso voltado para setores da sociedade americana afetados por transformações industriais recentes, e grandes vítimas da crise financeira de 2008. A eles Trump prometeu gerar empregos por meio de expansão fiscal e protecionismo, fórmula muito semelhante à adotada pelo lupetismo.

Na campanha, o presidente eleito dos EUA elegeu “inimigos” externos, apontando para imigrantes e parceiros comerciais e estratégicos como os responsáveis pelos infortúnios internos, especialmente o desemprego e a perda de imóveis por mutuários de classe média. Trump foi sobretudo eficaz em construir uma imagem sedutora aos olhos de eleitores frustrados: a de que ele, pela desvinculação em relação ao sistema político contaminado, reunia as condições e a disposição para resolver os problemas que atormentam americanos.

Além de reduzir a carga de impostos sobre a parcela mais rica da população, Trump pretende estimular setores econômicos específicos, sobretudo a área de infraestrutura, por meio de alívio tributário, abrindo mão de receitas. Também deverá pressionar para que o Fed, o banco central, eleve a taxa básica de juros. Até porque o protecionismo e os gastos pressionarão a inflação, ameaçando a longo prazo a saúde fiscal e o crescimento sustentável. Acrescente-se, por fim, o desmonte de complexos acordos comerciais multilaterais, o que deverá isolar o país.

Não são poucos os que apostam que a receita trumpista caminha para o insucesso, configurando um caso de estelionato eleitoral. As razões para isso podem ser conferidas na história recente brasileira, que culminou no impeachment de Dilma Rousseff — fim, aliás, que Monica de Bolle, entre outros, não descarta para o novo titular da Casa Branca, à medida que Trump, de estilo histriônico, alimenta desconfianças na base do próprio Partido Republicano.

Ressalvadas as desproporções comparativas e os múltiplos recursos da maior economia do mundo, pode-se dizer que Trump se arrisca a repetir um filme cujo final não foi feliz.



"Momento é de conversa e de entendimento", editorial de O Globo

Há muita tensão na política e na economia, e, se não houver diálogo entre os poderes, não será possível encaminhar como é necessário as mudanças que a crise exige


A reação dos promotores da Lava-Jato foi proporcional à ameaça que passou a pairar sobre qualquer investigação de corrupção depois de mudanças feitas durante a terça-feira, no plenário da Câmara, no projeto anticorrupção — ameaçaram pedir demissão caso a proposta não seja depurada no Senado, e, se isso não ocorrer, deixe de receber o veto do presidente Michel Temer.

Este gesto, ocorrido ontem, foi mais um da escalada de radicalização entre promotores, associações de juízes e agentes políticos, e que precisa ser estancada. Bastam as cenas de violência ocorridas na Esplanada em Brasília, coibidas, como deve ser, pelas forças de segurança pública. Este clima não pode é contaminar instituições.

Não é simples a herança recebida por Temer do governo da presidente impedida — uma economia em recessão histórica, causa de mais de 12 milhões de desempregados, dívida pública sem controle, sinalização de insolvência do Tesouro e assim por diante. Tudo é intrincado, mas, com todos os percalços, o combate à crise avança, embora pudesse ser numa velocidade maior. Enquanto a Câmara entrava em ebulição devido à ação corporativista de parlamentares para dar o troco em juízes e promotores, o Senado aprovava, na penúltima rodada de votação, a PEC do teto, passo importante do ajuste. 

Depois de sua aprovação final, em dias, poderá ser tocada a reforma da Previdência, segundo pilar de sustentação do importantíssimo ajuste fiscal.

Já se passaram momentos de tensão, e virão outros. Importante é todos evitarem que o nível desta tensão, já bastante elevado, continue a subir.

Se o momento é delicado na política, também na economia ainda há obstáculos a superar, até que se possa enxergar o horizonte. Minimamente, a reforma avança, com a PEC do teto. Porém, a reação dos agentes do mercado, com reflexos na economia real, está aquém do que era esperado.

O PIB ainda fraqueja, a recessão dá sinais de continuar profunda, o desemprego deverá subir ainda mais e, diante deste conjunto de dificuldades, a retomada do crescimento será mais lenta que o previsto anteriormente, refletindo-se de forma direta num retorno lento à criação de empregos.

Não tem sentido, portanto, diante deste quadro, que poderes tentem atrapalhar outros poderes, como acontece nesta tentativa de aprovação de projetos que criminalizam juízes e procuradores. É indiscutível que a legislação sobre abusos de autoridade está defasada. Mas o momento não é este de reformá-la.

A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, emitiu nota deixando claro que entende que esses projetos resultam na redução da independência do Judiciário. Sinaliza, então, que essas iniciativas tendem a desaguar no próprio Supremo. Melhor, então, que todos se entendam, porque tudo isso provocará uma perda preciosa de tempo para o Congresso aprovar o que é preciso, e aliviar a pressão. Ganharão todos.


 

"Os caras deslavadas", por Dora Kramer

O Estado de São Paulo



O presidente do Senado, Renan Calheiros, vai fechando seu período no posto com chave que não é de ouro, mas de material a ele assaz familiar: o cinismo. Aquele mesmo usado quando do rompimento com Fernando Collor, de quem havia sido líder na Câmara, procurando dar a impressão de que se afastava por razões éticas quando, na verdade, rompia em reação ao corte de recursos recebidos via Paulo César Farias para a campanha ao governo de Alagoas em 1990, depois que Collor deixou claro o apoio ao adversário, Geraldo Bulhões.
Daí em diante fez carreira nacional à custa da ingenuidade, da complacência e da cumplicidade alheias: foi ministro, note-se, da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, quatro vezes presidente do Senado, uma renúncia ao cargo para escapar da cassação e campeão na quantidade de inquéritos acumulados no Supremo Tribunal Federal, que amanhã examina o primeiro de uma série de 12. Está prestes a tornar-se réu na ação em que figura como receptor de propina de empreiteira e usuário de documentos falsos.
Pois nessa condição é que se faz (na ótica dele) porta-voz da defesa dos interesses nacionais. De um lado, partindo da correta premissa de que é necessário atualizar a legislação que responsabiliza civil, criminal e administrativamente atos de abuso de poder para atingir o torpe objetivo de mostrar aos órgãos de investigações quem é que manda. De outro, ontem partindo com truculência verbal para ataques ao sistema político, segundo ele, “fedido, falido, caquético, alvo de desconfiança da sociedade”.
Mesmo? Não fosse Renan Calheiros a dar o alerta continuaríamos a viver a ilusão de que o modelo pelo qual sua excelência e companhia se elegem, mandam e desmandam há anos seria cheiroso, florescente, vigoroso, objeto da mais absoluta confiabilidade na opinião do público. Determinados políticos quando fazem esse tipo de diagnóstico e defendem com veemência uma remodelação total nos meios e modos na política remetem à anedota do sujeito que rouba uma carteira e sai gritando “pega, ladrão”, no intuito de desviar de si as atenções.
Calheiros e demais mandachuvas do setor tiveram todo o tempo do mundo para consertar os defeitos que apontam. A começar pelas respectivas condutas. Não fizeram porque não quiseram. Uma reformulação virá, mas não nos moldes formais (e acanhados) propostos pelo Congresso.
Nascerá da incorporação na sociedade do sentido do primeiro artigo da Constituição: o poder emana do povo e, portanto, em seu nome deve ser exercido. 

Como assim?. Não obstante a fama de cioso, Michel Temer não tem feito jus a ela em suas últimas declarações. No programa Roda Viva disse que eventual prisão de Lula causaria “instabilidade” no País; na conversa com Marcelo Calero, assentou que a “política tem dessas coisas” quando posto diante de uma tentativa de tráfico de influência; nesta semana, disse a empresários que “fatozinhos” não devem ser considerados, pois o País não tem instituições sólidas.
Registre-se, porém: os problemas surgidos em seu Ministério não são aceitos pela população como fatos menores, enquanto que os dois processos de impeachment presidenciais vividos pelo Brasil seguidos de substituições ao figurino constitucional, a atuação dos órgãos de investigação e independência do Judiciário demonstram o oposto à avaliação sobre as instituições feita pelo presidente, a cuja lista de expressões impróprias poder-se-ia acrescentar o “reajustamento institucional” anunciado por ele para retirar o apoio que havia dado à anistia aos usuários de caixa 2. 
Mais bem posicionado Michel Temer teria ficado se tivesse tomado essa atitude antes da ordem dada pela “voz das ruas”.

Janot critica Renan e diz estar 'estupefato' com votação da Câmara presidida por Maia

Leandro Colon - UOL


O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, afirmou à Folha que ficou "estupefato" com a postura da Câmara dos Deputados de alterar o projeto de medidas anticorrupção proposto pelo Ministério Público.

"No que refere à votação da Câmara fico estupefato no sentido de que a Câmara não teve sensibilidade com uma proposta que contou com apoio de milhões de brasileiros", afirmou, por telefone, da China, onde está em viagem.

Segundo ele, a discussão ocorreu de forma "atropelada" pelos deputados. "A forma atropelada com que tem sido conduzida a discussão levanta no mínimo alguma suspeita. Por que essa pressa toda?", disse o procurador-geral.

Sobre a tentativa (fracassada) do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de tentar votar o projeto a toque de caixa ainda nesta noite na Casa, Janot afirmou: "Não quero crer que um julgamento pautado no Brasil para o dia 1º tenha sido a causa de toda a pressa. Me recuso a acreditar nisso", declarou.

Janot se refere à votação prevista no STF (Supremo Tribunal Federal) da denúncia contra Renan, feita pela PGR, sobre o episódio em que o senador é acusado de receber ajuda de uma empreiteira para pagar a pensão de um filho que teve com uma jornalista.

"Me recuso a acreditar que, por trás deste ato (votação no Senado), esteja a demonstração de Poder de um chefe de Poder. Seria lastimável que um chefe de Poder utilizasse de sua cadeira ou caneta para influir num outro Poder de modo a obter alguma vantagem para si próprio", afirmou.

Brasileiros reagem à dupla Renan-Maia pelas mudanças no pacote anticorrupção com panelaço

E.M.com.br

Manifestação convocada pelo WhatsApp ocorreu às 20h30 em várias cidades, mas muita gente foi às redes sociais para descobrir o que estava acontecendo





A desfiguração do pacote anticorrupção pela Câmara dos Deputados, na madrugada desta quarta-feira, foi o motivo de um panelaço articulado por meio de corrente em grupos de WhatsApp. Exatamente às 20h30, desta vez sem que houvesse qualquer pronunciamento oficial ou entrevista na TV, várias pessoas manifestaram sua indignação batendo panelas, gritando e apitando nas janelas e varandas de suas casas. Alguns motoristas aderiram ao protesto, buzinando pelas ruas.

A manifestação ocorreu em diversas cidades do país e dividiu opiniões nas redes sociais. Alguns usuários se referiram ao ato como o maior do tipo até hoje. Outros relataram um panelaço fraco. A maioria das pessoas, no entanto, foi surpreendida pelo protesto. Muitos usuários foram a seus perfis nas redes sociais para perguntar aos amigos o motivo do panelaço.

Ainda segundo relatos em redes sociais, muitas pessoas aproveitaram o protesto, originalmente convocado como reação às mudanças efetuadas e aprovadas no pacote anticorrupção pela Câmara dos Deputados, para gritar "Fora Temer" ou se posicionar contra a PEC 55, aprovada em primeiro turno pelo Senado também na madrugada desta quarta-feira.
Em Belo Horizonte, o panelaço foi ouvido em vários bairros, como o Santo Antônio (vídeo acima) e o Funcionários (vídeo abaixo).
Abaixo, a íntegra da mensagem de convocação: 

"Pessoal, hoje tem um esquenta para a manifestação de domingo. Às 20h30, horário de Brasília, vamos todos arrebentar as panelas de tanta indignação contra a aprovação absurda que criminaliza os juízes e o MP aprovada na surdina na última madrugada. #panelaçohoje20h30! Mandem para todos os seus contatos, grupos e redes sociais! #vetatemer #vetastf"
Veja como foi o protesto em várias cidades do país: 


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