segunda-feira, 31 de março de 2014

Homem que atirou contra Casa Branca é condenado a 25 anos de prisão

Veja

 

Caso ocorreu em 2011; defesa de Oscar Ortega-Hernandez argumentou que acusado sofria de depressão

Oscar Ramiro Ortega-Hernández foi condenado por ter atirado contra a Casa Branca
Oscar Ramiro Ortega-Hernández foi condenado por ter atirado contra a Casa Branca (Reuters)

O homem que atirou contra a Casa Branca em 2011 foi sentenciado nesta segunda-feira a 25 anos de prisão: Oscar Ramiro Ortega-Hernandez, de 23 anos, já havia se declarado culpado pelo crime em setembro do ano passado.

O caso ocorreu na noite de 11 de novembro de 2011. Ortega-Hernandez, então com 21 anos, percorreu mais de 3.000 quilômetros a partir do Estado de Idaho, onde vivia, até a capital Washington. Quando chegou, efetuou oito disparos na direção da Casa Branca, a sede do Executivo americano, com um fuzil pela janela do carona do seu carro.

O Serviço Secreto não chegou a temer pela segurança do presidente e da primeira-dama, que estavam em San Diego, na Califórnia.

Os disparos também não feriram ninguém, mas uma das balas atingiu uma janela localizada no centro da área residencial da Casa Branca, embora não tenha penetrado o vidro blindado.
Ortega-Hernandez acabou sendo preso em um hotel próximo a Indiana, no estado da Pensilvânia, cinco dias após realizar os disparos.

Originalmente, os promotores do caso acusaram Ortega-Hernandez por tentativa de assassinato contra o presidente, mas a acusação foi retirada quando ele admitiu ser culpado. Permaneceram as acusações por colocar a vida de terceiros em risco e por provocar danos à propriedade.

À época do crime, familiares e amigos do acusado afirmaram que Ortega-Hernández estava obcecado por Obama e que se referia a ele como "o Anticristo". Durante o julgamento, seus advogados argumentaram que ele estava sofrendo de depressão e estresse.

Além do tempo de prisão, Ortega-Hernández também foi condenado a pagar 94.000 dólares (cerca de 210.000 reais) pelos estragos causados na fachada da Casa Branca.

Montagens de arquibancadas do Itaquerão param por falta de segurança

Raphael Ramos - O Estado de S.Paulo

Arquibancadas provisórias só serão instaladas quando houver proteção para operários



A montagem das arquibancadas provisórias da Arena Corinthians está suspensa até que sejam instaladas proteções contra queda de operários que atuam em locais altos. A determinação partiu de auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo e é por prazo indeterminado.
 
A empresa responsável pela implantação dos assentos confirmou ter recebido uma notificação que obriga a paralisação das obras nas alas norte e sul e anunciou que fará um pronunciamento sobre o caso nesta terça-feira.

O ex-presidente corintiano Andrés Sanchez, responsável pelo acompanhamento da obra, reagiu com ironia e irritação ao ser indagado pelo Estado sobre a paralisação dos trabalhos. "Não vai ter Copa do Mundo no estádio do Corinthians, você não está sabendo?" A reportagem repetiu a pergunta, e Andrés disse que não falaria sobre o assunto.

Andrés participou nesta segunda-feira no Parque São Jorge de reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians e prestou esclarecimentos sobre a obra. Aos conselheiros, ele garantiu que a inauguração do estádio não vai atrasar. "Eles nos informou que a parte que foi interditada é pequena. O resto da obra continua", disse ao Estado o conselheiro Luiz Cezar Leão Granieri.

Governo Maduro, cúmplice de Dilma e Cuba, obriga proprietários a vender imóveis a inquilinos

Governo da Venezuela obriga proprietários a vender imóveis a inquilinos

 
  • Medida vale para propriedades alugadas há mais de 20 anos
  • Donos têm 60 dias para fazer a oferta; multa inicial é de US$ 40 mil


O Globo com Agências Internacionais


Manifestantes entram em confronto com policiais em Caracas, na noite de domingo
Foto: FEDERICO PARRA / AFP
Manifestantes entram em confronto com policiais em Caracas, na noite de domingo FEDERICO PARRA / AFP




CARACAS — O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu obrigar os proprietários de imóveis alugados há 20 anos ou mais a vendê-los a seus inquilinos. A medida, já publicada no Diário Oficial, determina que os donos terão 60 dias para fazer a oferta dos apartamentos, cujo preço será determinado por um órgão estatal. A medida provocou polêmica no país: apesar de o deficit de imóveis na Venezuela ser alto e afetar mais de 3,7 milhões de famílias, críticos tacharam a ação de inconstitucional.
A novidade prevê que os inquilinos tenham prioridade sobre a compra, mas, se não o fizerem, o imóvel deve ser vendido mesmo assim. Os proprietários que descumprirem o prazo para anunciar a venda serão multados em 2.000 unidades tributárias, o equivalente a 254 mil bolívares, ou US$ 40 mil. O valor deve ser pago em cinco dias; caso contrário, a multa será dobrada. Depois disso, o apartamento pode ser embargado.

A medida faz parte de uma série de intervenções econômicas chefiadas por Nicolás Maduro. O presidente venezuelano alega ser vítima de uma “guerra econômica” de especuladores que pretendem derrubar seu governo. Ele já pediu — e conseguiu — do Parlamento superpoderes para legislar sem obstáculos no campo econômico durante um ano. Desde então fixou valores máximos para aluguéis comerciais, estabeleceu limites de lucros para lojas e ordenou a diminuição de preços.

Metro quadrado defasado desde 2013

Para Roberto Orta, presidente da Associação de Proprietários de Imóveis Urbanos (Apiur), a nova medida “destitui” a propriedade de seu dono, e desrespeita a Constituição, que só prevê a expropriação e o confisco de um imóvel com o pagamento de uma indenização. Outro problema, alegou, é que o governo ainda não fixou o valor do metro quadrado, defasado desde novembro de 2013 e que, devido à inflação acumulada — a uma taxa alarmante de 57,3% — não se ajustaria à realidade.

— Muitos desses edifícios são ocupados por pessoas da terceira idade, e o banco não concede crédito a idosos — acrescentou Orta.

A medida foi publicada na sexta-feira, mas só anunciada nesta segunda. No mesmo dia, Caracas amanheceu mergulhada em novos protestos, e ruas foram fechadas. A onda de manifestações já dura quase dois meses no país.

— Claro que nos incomoda a atitude do governo. Os estudantes presos, mortos, detidos, a falta de justiça — disse o estudante Andrés Núñez, de 28 anos.

A tensão também voltou a San Cristóbal, capital do estado de Táchira, e berço dos protestos antichavistas. Houve confrontos depois que militares e policiais tomaram as ruas para remover as barricadas levantadas por manifestantes.

— As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha, atacaram a população, entraram em casas e prenderam pessoas — denunciou o prefeito Sergio Vergara.

Ele assumiu o posto de Daniel Ceballos, condenado a um ano de prisão por “não evitar as barricadas”. Segundo Vergara, tropas do Exército e da Guarda Nacional permaneceram nas ruas para evitar a instalação de novos bloqueios.

Do estado de Lara, no Norte, o governador opositor Henri Falcón fez um apelo por diálogo à Mesa de Unidade Democrática (MUD):

— Já basta de tantos erros e violência. É preciso sentar-se numa mesa de diálogo e, como dirigentes da MUD, apresentar propostas e exigências ao governo nacional diante da incerteza no país.



Preço total pela compra de Pasadena passou de US$ 1,3 bilhão

Jornal Nacional - TV Globo


Vídeo  http://g1.globo.com/jornal-nacional/videos/t/edicoes/v/preco-total-pela-compra-de-pasadena-chegou-a-us-13-bilhao/3251722/



Preço total pela compra de Pasadena chegou a US$ 1,3 bilhão


Com um desembolso, o preço total da compra da refinaria de Pasadena ficou mais alto. A conta final chega a US$ 1,3 bilhão. O negócio é investigado pelo TCU.

María Corina Machado, cassada pelo celerado Maduro, com apoio de Dilma e de Cuba, fala no Senado nesta 4ª

Venezuelana cassada fala no Senado nesta 4ª
 

Blog do Josias de Souza




Se o regime de Nicolás Maduro não prendê-la antes, chega a Brasília nesta quarta-feira (2) a deputada venezuelana cassada María Corina Machado. Ela vem para discursar no Senado. Em princípio, falaria na Comissão de Relações Exteriores. Mas pode ser recepcionada no plenário da Casa.

Deve-se o convite a Corina aos senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), respectivamente presidente e membro da Comissão de Relações Exteriores. Os dois conversaram com ela há uma semana, num seminário ocorrido em Lima, no Peru. Restava apenas marcar a data.

Engenheira, divorciada, três filhos, Corina tornou-se uma das mais combativas opositoras do chavismo. Há uma semana, ela sofreu uma violência cívica. Teve o mandato de deputada cassado em procedimento sumário, sem a abertura de um processo. Acusaram-na de trair a pátria ao falar contra Maduro na OEA, em espaço cedido pelo Panamá.

Corina convocou para esta terça-feira, véspera de sua viagem ao Brasil, uma manifestação pública pelo “respeito à soberania popular”. Daí as condicionantes que envolvem a presença dela no Senado brasileiro. O risco de prisão de Corina é real.

Na semana passada, ao aceitar o convite feito por Ferraço e Aloysio, a opositora de Nicolás Maduro lamentara o silêncio do Brasil ante a morte de mais de três de dezenas de venezuelanos nos protestos de rua. “A indiferença diante do que está acontecendo na Venezuela é um sinal de cumplicidade”, disse ela, sem mencionar nomes.

O senador Ferraço procurou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Sugeriu que Corina seja ouvida no plenário da Casa, não na Comissão de Relações Exteriores. Renan soou receptivo. Ferraço diz tratar a visita como algo institucional, não partidário. “Estão em jogo valores e princípios democráticos”, disse.

Cubano do Mais Médicos de Dilma ´trambique` é encontrado morto em Brasília. Polícia suspeita de suicídio

Cubano do Mais Médicos é encontrado morto em Brasília

 

Com base em informações preliminares, a Polícia Civil suspeita que o médico de 52 anos, que não teve o nome divulgado, tenha cometido suicídio

 
Marcela Mattos - Veja
 
 
 
Médico cubano do programa Mais Médicos é encontrado morto em Brasília
Médico cubano do programa Mais Médicos é encontrado morto em Brasília (Erasmo Salomão/ASCOM/MS)


Um médico cubano participante do programa Mais Médicos, do governo federal, foi encontrado morto na tarde desta segunda-feira no hotel onde morava, em Brasília. Com base em informações preliminares, a Polícia Civil suspeita que o médico de 52 anos, que não teve o nome divulgado, tenha cometido suicídio. Ele foi encontrado com um lençol enrolado no pescoço.

O corpo do cubano passa por exame do Instituto de Medicina Legal (IML). A Embaixada de Cuba aguarda a liberação para poder enviá-lo ao seu país. De acordo com o Ministério da Saúde, todo o trâmite será coordenado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), órgão que faz a intermediação da vinda de cubanos ao Brasil, conforme previsto em contrato firmado entre os países.
O cubano ainda não estava atendendo pelo programa. Segundo o Ministério da Saúde, ele ainda passava pelas etapas preliminares previstas pelo Mais Médicos. A pasta não informou há quanto tempo o médico estava em Brasília.

PSOL quer investigação sobre construção de gasoduto, obra do PAC de Dilma

DÉBORA ÁLVARES - Agência Estado

 
 
O PSOL prepara um requerimento para pedir que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras também investigue a construção do gasoduto de Urucu-Coari-Manaus. A obra, que custou R$ 4,5 bilhões, já é alvo de investigações do Tribunal de Contas da União (TCU). O valor inicial era 71% menor: R$ 1,3 bilhão.


As obras da estação reguladora de pressão de gás (ERP) começaram em 2006, mesma época em que, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, a presidente Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, votou a favor da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).

A construção do gasoduto Urucu foi uma das mais caras obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), inaugurada pelo ex-presidente Lula em 2009. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que por também se tratar de uma operação envolvendo a Petrobras, é necessário incluir o gasoduto nas investigações da CPI. "Como o governo queria fazer, colocando nos objetos o Porto de Suape e o cartel no Metrô de São Paulo era impossível, por se tratar de coisas diferentes. Agora o cenário muda", destacou.

Para fazer um adendo aos objetos da comissão de inquérito, o senador Randolfe vai precisar recolher assinatura de 27 senadores, mesmo procedimento usado quando se trata de um requerimento para a criação da CPI. A tendência é que, por se tratar de tema adjacente ao inicial, os mesmos 29 senadores que apoiaram o requerimento proposto semana passada assinem também a ampliação dos objetos da apuração.

A ampliação das investigações da CPI da Petrobras é um dos caminhos alardeados pelo governo para tentar blindar a presidente Dilma Rousseff nas investigações. Na última quinta-feira, as lideranças entraram em campo e ameaçaram iniciar a coleta de assinaturas para que os objetos da comissão incluíssem investigações sobre Suape e cartel.

Comissão de Ética pedirá explicações a ministros sobre lista VIP da Petrobras

Rafael Moraes Moura - O Estado de S. Paulo


Relação de convidados inclui o genro da presidente Dilma Rousseff, além de parentes de ministros; custo unitário dos convites, segundo estimativas, é de R$ 12 mil

 

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu nesta segunda-feira, 31, pedir esclarecimentos aos ministros Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais) sobre a inclusão de parentes na lista de convidados VIPs da Petrobrás para assistir ao GP do Brasil de Fórmula 1, em novembro passado.

 
O caso foi revelado pelo Estado na última sexta-feira, 28. A lista de convidados da Petrobrás, que dava direito à vista privilegiada do autódromo de Interlagos, hospedagem em hotel cinco estrelas e buffet de comidas e bebidas, incluía o genro da presidente Dilma Rousseff, Rafael Covolo; dois filhos do ministro da Fazenda; a irmã, o cunhado e a sobrinha da ministra do Planejamento; e o marido da titular da Secretaria de Relações Institucionais.

Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) informou que o genro da presidente compareceu ao GP Brasil a convite da Petrobrás, sem a mulher, Paula Rousseff - e que Dilma não tinha conhecimento do convite. "A presidente disse que, se tivesse sido (consultada), teria dito para ele (Covolo) não comparecer. Isso porque, embora não exista irregularidade, não vale o incômodo", comunicou a Secom.

O custo unitário dos convites da Petrobrás, segundo estimativas, é de R$ 12 mil.
"Foram pedidas informações, mas não foi aberto ainda (processo) para quem foi denunciado", limitou-se a dizer o presidente da comissão, Américo Lacombe. "Quem foi intimado vai ter de dar explicações. Eu não posso dar opinião agora."

A decisão da comissão ocorreu após o PPS protocolar representação contra Mantega, Ideli e Miriam. "Se confirmarem as informações (...), restará evidente que os denunciados violaram não apenas os padrões de conduta da Alta Administração Federal, estabelecidos no Código, mas também os mais comezinhos preceitos de comportamento ético ao se valerem da condição de Ministros de Estado para receberem convites de R$ 12 mil para seus familiares", diz trecho da representação.

De acordo com Lacombe, os ministros terão dez dias "ou até mais" para prestar os esclarecimentos solicitados à comissão.

Censura. Segundo o presidente da comissão, os conselheiros também decidiram nesta segunda-feira aplicar censura ética para um ex-integrante do governo federal. Lacombe, no entanto, se recusou a informar quem seria a pessoa penalizada.

"De acordo com o que já decidimos, só posso dar o nome depois que (o posicionamento da comissão) for comunicado à autoridade superior dele", desconversou. Lacombe garantiu não se tratar de ex-ministro.

O "Barba" compara Eduardo Campos a Collor

É hora de denunciar a nudez do reizinho que forçou a internação da Petrobras na UTI


Blog Augusto Nunes - Veja


lula-e-color1-459x365 (1)


Especialista em jogo sujo, Lula aproveitou a reunião com empresários do Paraná para golpear Eduardo Campos abaixo da linha da cintura. “A minha grande preocupação é repetir o que aconteceu em 1989: que venha um desconhecido, que se apresente muito bem, jovem e nós vimos o que deu”, disse o palanque ambulante em 14 de março, agora empenhado em reduzir o candidato à Presidência pelo PSB numa versão pernambucana de Fernando Collor. Uma semana antes, Campos ressalvara que as críticas que faz a Dilma Rousseff não se estendem ao ex-presidente de quem foi ministro de Ciência e Tecnologia. O afago foi retribuído com o pontapé desleal.

O silêncio de Campos sobre a comparação ofensiva informa que também ele não sabe com quem está lidando. Se não acordar a tempo, repetirá o mesmo equívoco cometido por José Serra no início da campanha de 2010, quando procurou convencer o eleitorado de que Lula e Dilma não são uma coisa só. O desfecho da disputa confirmou que é impossível fazer oposição à criatura e, simultaneamente, tratar com reverência o criador. Passados quatro anos, os que enxergam mais de um palmo além do nariz sabem que o poste é inseparável de quem o instalou no Planalto. Sem Lula, não existiria Dilma Rousseff. Sem o chefe supremo, o PT seria um partido nanico.

A subserviência dos devotos reitera diariamente que a seita lulopetista é incapaz de sobreviver sem o amparo de seu único deus. Os oposicionistas ainda não sabem disso. Caso soubessem, já teriam enxergado no grande farsante o alvo principal. Sobram flancos expostos. Faltam adversários prontos para contragolpes contundentes. O revide de Campos, por exemplo, poderia começar pela constatação de que Collor foi publicamente redimido por Lula, em julho de 2009, de todos os pecados que cometeu, comete e cometerá.

Como atesta a foto do encontro em Palmeira dos Índios, os inimigos do século passado revogaram o sentimento da honra, tornaram-se amigos de infância e viraram as páginas repletas de iniquidades. Na campanha eleitoral de 1989, por exemplo, o candidato do PT foi submetido ao que considera “o pior dia da vida” pela aparição no horário eleitoral de Collor da ex-namorada Miriam Cordeiro, que acusou Lula de tentar interromper com um aborto a gestação da filha Lurian. Lula topar qualquer negócio para abortar também a CPI que pretendia abrir a caixa-preta da Petrobras, lembrou o post inspirado na foto.

O apoio do senador Fernando Collor ajudou o presidente a esconder o que se passava nas catacumbas da empresa estatal. O abraço obsceno pagou parte do acordo. O restante foi muito além do simbólico, constatou em outubro de 2010 o texto republicado na seção Vale Reprise. O presidente despejado do Planalto por ter desonrado o cargo também foi autorizado a instalar o afilhado José Zonis na Diretoria de Operações e Logística da Petrobras Distribuidora. Com a nomeação do afilhado, Collor foi dispensado de designar algum homem de confiança para missões de grosso calibre na maior das estatais. O afilhado está lá para isso.

Eduardo Campos também poderia ter lembrado que o país que presta sempre soube que os personagens da foto em Palmeira dos Índios nasceram um para o outro. Escancarado pela grossura explícita, o primitivismo de Lula pode ser visto com nitidez por trás do falso refinamento de Collor.

Escancarado pela arrogância de oligarca, o autoritarismo de Collor é perfeitamente visível por trás do paternalismo populista de Lula. Os dois são, em sua essência, primitivos e autoritários. Neste fim de março, previsivelmente, lutavam lado a lado para matar no berço outra CPI da Petrobras.

Os oposicionistas têm mais uma chance de dar a Lula o tratamento que todo culpado merece. De novo, ele tenta escapar de um escândalo pelo atalho do silêncio. É preciso obrigá-lo a recuperar a voz para tentar explicar-se. Foi ele quem infiltrou na Petrobras os envolvidos na história malcheirosa da refinaria de Pasadena. Foi ele quem premiou José Sérgio Gabrielli com a presidência da Petrobras.

Foi ele quem transformou Dilma em ministra de Minas e Energia, chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da estatal. Foi ele quem decidiu que a refinaria Abreu e Lima seria construída em parceria com Hugo Chávez.

Depois de ter forçado a internação na UTI uma empresa que esbanjava saúde, tenta escapar do hospital. É preciso rasgar a fantasia do Descobridor do Pré-Sal. É preciso deixar claro que a autossuficiência na produção de petróleo foi mais uma fraude entre tantos.É hora de denunciar a nudez do reizinho.

‘O pesadelo parece estar chegando ao fim’

Blog Augusto Nunes - Veja


REYNALDO ROCHA


Será que o pesadelo está chegando ao fim? Que a anestesia está perdendo o efeito? Quando se vê o PMDB abandonando o navio, é porque algo grave está acontecendo. Com o navio.

O PMDB tem instinto da sobrevivência. Criou o jogo – e, por isso, ninguém como ele sabe jogar os dados. O PT está conhecendo cada dia mais o parceiro que o manteve no poder por tantos anos.

Acreditou com empáfia que era o escolhido pelos deuses da política, mas nada mais era do que o emissário de quem efetivamente mandava no Brasil. O PT tentou usar as cartas do PMDB sem saber distinguir os naipes. Animou-se com a corrupção desenfreada e tentou fazer de todo o Brasil um imenso curral eleitoral aos moldes dos que existem nos sertões. Não deu certo.

Dilma nunca foi nem será Lula. Não aprendeu a pensar por si, não entendeu que a exaltação da figura de mãe do PAC foi inventada para justificar um poste apagado. Dilma é um poço profundo de ignorância do pior tipo: a que pensa ser genial. É somente uma histérica figura que obedece sem pestanejar ao real dono da voz. A máscara está caindo. Será o início do fim tão esperado?

Não é necessário notas da Standard & Poor’s para determinar o grau de confiança da população na política econômica de Dilma e do PT, que insiste em destruir o que conseguiu o Plano Real. Basta ir à quitanda do Seu Manuel e conferir os preços de cada dia.

Não basta colocar médicos escravos importados de Cuba sem estetoscópios para resolver a saúde no Brasil. Foram 11 anos e NADA se fez para evitar apagões e crises energéticas. Só restou a conta para que todos paguem. A ficha caiu?

Não sei. A eleição ainda está distante. Mas é interessante ver reuniões de franklinsmartins e santanas para tentar entender a queda na aprovação governamental. Parafraseando um marqueteiro americano, dá para dizer: “É Dilma, imbecil!”.

"É hora de denunciar a nudez do reizinho que forçou a internação da Petrobras na UTI"



Blog Augusto Nunes - Veja


lula-e-color1-459x365 (1)


Especialista em jogo sujo, Lula aproveitou a reunião com empresários do Paraná para golpear Eduardo Campos abaixo da linha da cintura. “A minha grande preocupação é repetir o que aconteceu em 1989: que venha um desconhecido, que se apresente muito bem, jovem e nós vimos o que deu”, disse o palanque ambulante em 14 de março, agora empenhado em reduzir o candidato à Presidência pelo PSB numa versão pernambucana de Fernando Collor. Uma semana antes, Campos ressalvara que as críticas que faz a Dilma Rousseff não se estendem ao ex-presidente de quem foi ministro de Ciência e Tecnologia. O afago foi retribuído com o pontapé desleal.

O silêncio de Campos sobre a comparação ofensiva informa que também ele não sabe com quem está lidando. Se não acordar a tempo, repetirá o mesmo equívoco cometido por José Serra no início da campanha de 2010, quando procurou convencer o eleitorado de que Lula e Dilma não são uma coisa só. O desfecho da disputa confirmou que é impossível fazer oposição à criatura e, simultaneamente, tratar com reverência o criador. Passados quatro anos, os que enxergam mais de um palmo além do nariz sabem que o poste é inseparável de quem o instalou no Planalto. Sem Lula, não existiria Dilma Rousseff. Sem o chefe supremo, o PT seria um partido nanico.

A subserviência dos devotos reitera diariamente que a seita lulopetista é incapaz de sobreviver sem o amparo de seu único deus. Os oposicionistas ainda não sabem disso. Caso soubessem, já teriam enxergado no grande farsante o alvo principal. Sobram flancos expostos. Faltam adversários prontos para contragolpes contundentes. O revide de Campos, por exemplo, poderia começar pela constatação de que Collor foi publicamente redimido por Lula, em julho de 2009, de todos os pecados que cometeu, comete e cometerá.

Como atesta a foto do encontro em Palmeira dos Índios, os inimigos do século passado revogaram o sentimento da honra, tornaram-se amigos de infância e viraram as páginas repletas de iniquidades. Na campanha eleitoral de 1989, por exemplo, o candidato do PT foi submetido ao que considera “o pior dia da vida” pela aparição no horário eleitoral de Collor da ex-namorada Miriam Cordeiro, que acusou Lula de tentar interromper com um aborto a gestação da filha Lurian. Lula topar qualquer negócio para abortar também a CPI que pretendia abrir a caixa-preta da Petrobras, lembrou o post inspirado na foto.

O apoio do senador Fernando Collor ajudou o presidente a esconder o que se passava nas catacumbas da empresa estatal. O abraço obsceno pagou parte do acordo. O restante foi muito além do simbólico, constatou em outubro de 2010 o texto republicado na seção Vale Reprise. O presidente despejado do Planalto por ter desonrado o cargo também foi autorizado a instalar o afilhado José Zonis na Diretoria de Operações e Logística da Petrobras Distribuidora. Com a nomeação do afilhado, Collor foi dispensado de designar algum homem de confiança para missões de grosso calibre na maior das estatais. O afilhado está lá para isso.

Eduardo Campos também poderia ter lembrado que o país que presta sempre soube que os personagens da foto em Palmeira dos Índios nasceram um para o outro. Escancarado pela grossura explícita, o primitivismo de Lula pode ser visto com nitidez por trás do falso refinamento de Collor.

Escancarado pela arrogância de oligarca, o autoritarismo de Collor é perfeitamente visível por trás do paternalismo populista de Lula. Os dois são, em sua essência, primitivos e autoritários. Neste fim de março, previsivelmente, lutavam lado a lado para matar no berço outra CPI da Petrobras.

Os oposicionistas têm mais uma chance de dar a Lula o tratamento que todo culpado merece. De novo, ele tenta escapar de um escândalo pelo atalho do silêncio. É preciso obrigá-lo a recuperar a voz para tentar explicar-se. Foi ele quem infiltrou na Petrobras os envolvidos na história malcheirosa da refinaria de Pasadena. Foi ele quem premiou José Sérgio Gabrielli com a presidência da Petrobras.

Foi ele quem transformou Dilma em ministra de Minas e Energia, chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da estatal. Foi ele quem decidiu que a refinaria Abreu e Lima seria construída em parceria com Hugo Chávez.

Depois de ter forçado a internação na UTI uma empresa que esbanjava saúde, tenta escapar do hospital. É preciso rasgar a fantasia do Descobridor do Pré-Sal. É preciso deixar claro que a autossuficiência na produção de petróleo foi mais uma fraude entre tantos.É hora de denunciar a nudez do reizinho.

Bolsa fecha mês com melhor desempenho desde janeiro de 2012; Ibovespa subiu 7,04% em março

Dólar encerrou mês com recuo de 3,2%; nesta segunda, moeda subiu 0,44%. Moeda americana teve a maior queda mensal desde setembro de 2013

 
 
João Sorima Neto - O Globo
 
 
Na Bolsa de Valores, o principal índice do mercado de ações (Ibovespa) teve o melhor desempenho mensal desde janeiro de 2012, quando o índice subiu 7,4%. Em março, o Ibovespa teve ganho 7,04%, o primeiro mês positivo desde outubro de 2013. No ano, o índice ainda apresenta desvalorização de 2,1%. Nesta segunda, o Ibovespa fechou em alta de 1,30% aos 50.414 pontos e volume negociado de R$ 6,8 bilhões. O Ibovespa teve a melhor pontuação desde o dia 8 de janeiro, quando fechou aos 50.576 pontos. Nos últimos onze pregões, o Ibovespa subiu em dez deles.

- Diminuiu a aversão ao risco no exterior e investidores voltaram ao pregão brasileiro. Só para se ter uma ideia, eles estão comprados em 70 mil contratos no Ibovespa futuro, quando a média é de 35 mil contratos. Além disso, investidores americanos e europeus que colocavam seus recursos na Rússia fugiram para os outros mercados, entre eles o Brasil - diz Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.

- O cenário externo beneficiou a Bolsa brasileira, embora o rating do país tenha sido rebaixado pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s e os fundamentos da economia não tenham mudado - diz Marcio cardoso, sócio-diretor da Easynvest Título Corretora.

Cardoso lembra que o mercado também começou a embutir nos preços dos ativos o fator ‘eleição’.

Uma pesquisa mostrando queda na popularidade do governo da presidente Dilma Rousseff fez as ações da Petrobras subirem 8% em apenas um dia. No mês, os papéis preferenciais da petrolífera subiram 16,1%, enquanto as ações ordinárias tiveram ganho de 15,11%. Como ambas têm peso expressivo no Ibovespa, sua alta se refletiu no índice.

Nesta segunda, o Ibovespa seguiu o otimismo das Bolsas americanas que estão em alta. Declarações da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, afirmando que a economia americana ainda precisa de estímulos influenciaram positivamente os pregões.

- O Ibovespa também mudou de patamar e ganhou força no curto prazo após superar a resistência dos 48.600 pontos. Agora, o próximo patamar é 52 mil pontos - diz um operador de Bolsa, que analisa graficamente o índice.

Entre as blue chips do pregão, as ações preferenciais (sem direito a voto) da Vale subiram 1,94% a R$ 28,35, e ajudaram a manter o índice no azul. O preço do minério de ferro subiu 4% no mercado externo, o que ajudou os papéis da Vale. Além disso, o mercado continua na expectativa de novas medidas de estímulo do governo chinês para a garantir o crescimento de 7,5% da economia.

Os papéis preferenciais da Petrobras subiram 0,76% a R$ 15,78. A maior alta foi apresentada pelos papéis ordinários da Gafisa, com ganho de 6,25% a R$ 3,57, enquanto a maior baixa foi dos papéis ordinários da LLX log, com queda de 3,88% a R$ 0,99.

Dólar se desvalorizou 3,2% no mês de março

Depois de dois dias de baixa frente ao real, o dólar comercial encerrou a sessão desta segunda-feira em alta. No fim da sessão, a moeda americana subiu 0,44%, sendo negociada a R$ 2,267 na compra e a R$ 2,269 na venda, mas manteve a menor cotação desde o dia 4 de novembro passado, quando fechou a R$ 2,245. Na mínima do dia, o dólar caiu a R$ 2,252 (queda de 0,30%), enquanto na máxima foi negociado a R$ 2,276 (valorização de 0,75%). No mês, a moeda americana fechou com uma desvalorização de 3,2% frente ao real, a maior queda desde setembro de 2013, quando a divisa caiu 7,09%. No ano, o recuo do dólar frente ao real é de 3,7%.

Pela manhã, o dólar subiu pressionado pela briga entre investidores ‘comprados e ‘vendidos’ no mercado futuro para a formação da Ptax, a taxa média do dólar usada para liquidação desses contratos de câmbio. Do total de US$ 10,1 bilhões em contratos, o BC não rolou US$ 2,6 bilhões. O BC também deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias, ofertando 4 mil contratos, que equivalem a venda de dólares no mercado futuro, no total de US$ 198,5 milhões. Em seguida, a autoridade monetária fez um leilão de linha de até US$ 2 bilhões com compromisso de recompra em 2 de junho de 2014. A taxa de corte ficou em R$ 2,310.

- No exterior, a moeda americana perdeu valor frente a outras divisas, inclusive de países emergentes, após a presidente do Federal Reserve (o banco central americano), Janet Yellen, ter afirmado em uma conferência em Chicago que a economia dos Estados Unidos ainda está consideravelmente abaixo das metas do banco central para emprego e inflação e que ainda há necessidade de continuação dos estímulos por algum tempo - diz Guilherme França Squelbeck, operador de câmbio da corretora Correparti.

O fato de o Banco Central não ter rolado todo o lote de contratos de swap cambial que venciam em abril contribuiu para a alta do dólar por aqui, depois de uma queda de 2,88% na semana passada.

Captações feitas por empresas brasileiras e pelo Tesouro Nacional feitas no exterior trouxeram um fluxo de recursos positivos para o país, derrubando a cotação do dólar este mês. No exterior, o clima mais ameno depois da tensão entre Rússia e Ucrânia, fez os investidores voltarem a procurar ativos de risco em países emergentes, entre eles o Brasil.

- O juro brasileiro está muito atraente comparado com os EUA e Europa. As taxas de longo prazo de alguns papéis oferecem ganho de até 13%. Com isso, muitos investidores estrangeiros estão vindo aproveitar essa possibilidade de ganho na renda fixa, o que derruba a cotação do dólar - afirma Paulo Bittencourt, diretor da Apogeo Investimentos.

Ele lembra ainda que muitos investidores acabaram vendendo ativos na Rússia e buscando outros lugares para investir. O Brasil também é beneficiado por esse movimento de fuga de capitais, que já tirou do país mais de US$ 60 bilhões.

O mercado acompanha nesta semana a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que deve elevar a taxa básica da economia (Selic) dos atuais 10,75% para 11% ao ano. A decisão será anunciada na quarta-feira.

Segundo o boletim Focus, do Banco Central, que levanta as estimativas para os principais indicadores da economia com cem instituições financeiras, a mediana para a taxa Selic em abril é de 11%.
Em maio, haveria mais um aumento de 0,25 ponto percentual e a Selic seria mantida em 11,25% até o fim do ano, para chegar a 12% no fim de 2015, segundo as expectativas do boletim Focus.


"Reformas econômicas modernizadoras” de Cuba: regime vai embolsar parte dos salários dos trabalhadores contratados

CUBA: "reformas econômicas modernizadoras” e pró-investimentos estrangeiros obscurecem fato abominável de que regime vai embolsar parte dos salários dos trabalhadores contratados



Blog Ricardo Setti - Veja

 
O Porto de Mariel, em Cuba, ampliado e modernizado com financiamento do BNDES: crucial para a "abertura econômica" da ditadura comunista (Foto: Reuters)
O Porto de Mariel, em Cuba, ampliado e modernizado com financiamento do BNDES: crucial para a “abertura econômica” da ditadura comunista (Foto: Reuters)


A papagaiada foi a de sempre, em regimes ditatoriais que pretendem exibir alguma fachada de democracia: os 612 deputados da Assembleia Nacional de Cuba aprovaram por unanimidade a nova lei de investimentos estrangeiros que, teoricamente, abre a economia da ilha para os capitais dos grandes centros.

Na verdade, tudo, como sempre, havia sido decidido pela meia dúzia de integrantes da cúpula do Partido Comunista, à frente o ditador Raúl Castro, 82 anos, e a medida rotulada de “histórica” visa, com investimentos de fora, injetar alguma modernidade no caquético aparelho produtivo cubano. O que funciona, hoje, na ilha, é o reduzido e controlado setor privado, que segundo dados oficiais, incluiria meio milhão de cuentapropistas, ou seja, pessoas que trabalham por conta própria em pequenos negócios.

A medida se soma à modernização e ampliação do porto de Mariel, financiada pelo Brasil, em torno do qual haverá uma espécie de “zona especial”, onde vai vigorar o regime capitalista, com livre circulação de moeda estrangeira e uma série de estímulos a investimentos, como ocorre na China.

Cuba quer atrair interessados em melhorar o setor agrícola e florestal, o comercio atacadista, ampliar e multiplicar as industrias, dinamizar os setores de energia, transportes, minas e construção, aprimorar o turismo e explorar com mais empenho petróleo em sua costa, diante das incertezas existentes quanto a continuar recebendo óleo a preços favorecidos pelo regime chavista da Venezuela que, como se sabe, faz água e enfrenta grave crise econômica.

Certos setores, porém, continuarão totalmente em mãos do Estado, como educação e saúde — ou seja, universidades ou hospitais estrangeiros privados de renome, por exemplo, não poderão, se quiserem, se instalar na ilha.

A Assembleia Nacional de Cuba "vota" o que a cúpula do Partido Comunista já havia decidido: abertura ao capital estrangeiro, mas controle na contratação de trabalhadores (Foto: Granma)
A Assembleia Nacional de Cuba “vota” o que a cúpula do Partido Comunista já havia decidido: abertura ao capital estrangeiro, mas controle na contratação de trabalhadores (Foto: Granma)

As medidas aprovadas são interessantes, e é preciso escarafunchar a nova legislação para encontrar, ali, o lado negro — as inventivas formas que o regime cria para explorar os trabalhadores cubanos.

Então, enquanto o regime chama a atenção para a isenção dos principais impostos por 8 anos a empresas estrangeiras que se instalarem na ilha, sistema que pode prosseguir se houver reinvestimento dos lucros, ou para regras que garantem segurança legal contra expropriações — se vierem a ocorrer, “por motivos de utilidade pública ou interesse social”, haverá indenização em dinheiro –, o ministro de Comércio Exterior e Investimentos Estrangeiros, Rodrigo Malmierca, deixou claro que não será autorizada a “livre contratação” de trabalhadores.

É o esquema dos médicos cubanos que vieram para o Brasil: a empresa estrangeira que quiser contratar um operário ou um engenheiro, por exemplo, deverá fazê-lo por meio do que Malmierca chamou “as entidades empregadoras do Estado cubano”. O que significa que, a despeito das promessas de que haverá negociação salarial para “estimular” os trabalhadores e tornar “eficientes” as empresas, o Estado vai embolsar parte do que os contratados receberão.

Como os “gatos” (agenciadores ilegais) de mão-de-obra no campo, no Brasil. Como se o Estado cubano fosse dono dos trabalhadores, e alugasse a terceiros o produto de seu esforço, deixando no ar um certo e revoltante ar de trabalho escravo.

O discurso de Dilma sobre o 31 de Março e a etimologia atrapalhada da companheira

O discurso de Dilma sobre o 31 de Março tem de tudo: até coisas certas! Ou: Erros, omissões, mistificações. Ou ainda: A etimologia atrapalhada da companheira




Blog Reinaldo Azevedo - Veja



Dilma, como não poderia deixar de ser, discursou sobre o 31 de Março de 1964. O filme segue abaixo. Transcrevo, em vermelho, trechos de sua fala e os comento em azul. Há um pouco de tudo em sua fala, ATÉ COISAS CERTAS. Mas a regra é a mistificação.
 



Nós aprendemos o valor da liberdade, o valor de um Legislativo e de um Judiciário independentes e ativos. Aprendemos o valor da liberdade de imprensa, o valor de eleger pelo voto direto e secreto de todos os brasileiros governadores, prefeitos, de eleger, por exemplo, um ex-exilado, um líder sindical, que teria sido preso, que foi preso várias vezes, e uma mulher também que foi prisioneira. Aprendemos o valor de ir às ruas e nós mostramos um diferencial quando as pessoas foram às ruas demandar mais democracia. Aqui no Brasil, não houve um processo de abafamento desse fato. O valor, portanto, de ir às ruas, o valor de ter direitos e de exigir mais direitos.


É claro que eu poderia deixar passar o que vai acima sem fazer alguns senões, mas aí eu não seria eu, né? Como sou quem sou e como se trata de um discurso sobre a verdade, então vamos lá.
 
“Nós” quem, cara pálida? O PT e o governo Dilma não aprenderam ainda o valor da liberdade de imprensa. O partido tentou e tenta cerceá-la de múltiplas formas. O Planalto sustenta — e Lula fez o mesmo — a rede suja na Internet, por meio de anúncios da administração direta e das estatais, para difamar as oposições, o jornalismo independente e todos aqueles que o governo considera inimigos.
Quanto às ruas, cumpre notar que o Brasil é hoje o principal fiador do regime venezuelano — e de outros governos autoritários da América Latina. Há quase 200 pessoas presas na Venezuela, Trinta e sete já foram assassinadas desde 12 de fevereiro. A oposição não tem acesso aos meios de comunicação de massa — monopólio do governo —, e milícias armadas caçam opositores a tiros na ruas. Dilma trouxe esse governo para o Mercosul.
 
“O que isso tem a ver com a gente?”, indagará alguém. Tudo! Se o PT apoia de forma tão determinada esse governo, não faz isso aqui porque não dá, não porque não queira. E não dá porque seus adversários não permitem. Conclusão: o PT se mantém no campo democrático (quase sempre) porque seus adversários o forçam a tanto; não por convicção.
 
Embora nós saibamos que os regimes de exceção sobrevivem sempre pela interdição da verdade, pela interdição da transparência, nós temos o direito de esperar que, sob a democracia, se mantenha a transparência, se mantenha também o aceso e a garantia da verdade e da memória e, portanto, da história.

Muito bem! Isso significa, então, que teremos condições de saber tudo o que se passou e se passa, por exemplo, na Petrobras? Parece que não! Em vez de optar pela transparência, o governo soltou seus cachorros loucos para fazer ameaças e chantagens. A democracia não é dama de companhia da história, para lembrar certo senhor. Ela é vivida na prática. A DEMOCRACIA NÃO SERVE APENAS PARA QUE PENETREMOS NOS PORÕES DE EXTINTAS DITADURAS. ELA TEM DE PERMITIR QUE ENTREMOS NOS PORÕES DA PRÓPRIA DEMOCRACIA, OU DEMOCRACIA NÃO É, MAS APENAS UM REGIME DE MAIORIA. E, ORA VEJAM, REGIME DE MAIORIA ATÉ O FASCISMO FOI. E NÃO ERA DEMOCRÁTICO.
 
Aliás, como eu disse quando instalamos a Comissão da Verdade, a palavra “verdade” na tradição ocidental nossa, que é grega, é exatamente o oposto do esquecimento e é algo tão forte que não dá guarida para o ressentimento, o ódio, nem tampouco para o perdão. Ela é só e, sobretudo, o contrário do esquecimento, é memória e é história. É nossa capacidade de contar tudo o que aconteceu.

Há uma confusão dos diabos aí. Esse trololó sobre a verdade ser o “oposto do esquecimento na tradição grega…” Huuummm… A palavra “verdade” tem origem no vocábulo latino “veritas”, que significa justamente “verdade”, mas também justiça, equidade, franqueza, sinceridade. O adjetivo é “verus”, “o verdadeiro, o justo, o razoável, o bem fundado”. É a mesma origem da palavra “verificar” — isto é, alguém pode constatar que o que se diz de fato aconteceu.
 
O “perdão”, professora Dilma, não tem nada a ver com isso porque se situa em outra esfera — e, de resto, ainda que se estivesse lidando com o conceito grego de “verdade”, tal questão estaria fora do escopo. Então vamos ficar com a palavra “verdade” como aquilo que “aconteceu” e que se pode “constatar” porque verificável. Vamos ver aonde isso nos leva.
 
O dia de hoje exige que nós nos lembremos e contemos o que aconteceu. Devemos isso a todos os que morreram e desapareceram, devemos aos torturados e aos perseguidos, devemos às suas famílias, devemos a todos os brasileiros. Lembrar e contar faz parte, é um processo muito humano e faz parte desse processo que nós iniciamos com as lutas do povo brasileiro, pelas liberdades democráticas, pela anistia, pela Constituinte, pelas eleições diretas, pelo crescimento com inclusão social, pela Comissão da Verdade, enfim, por todos os processos de manifestação e de ampliação da nossa democracia que temos vividos ao longo das ultimas décadas, graças a Deus.

Muito bem! Se nos formos “verificar” o que aconteceu, teremos de entrar, por exemplo, do credo da VAR-Palmares, um dos três grupos terroristas a que Dilma pertenceu. Eu quero que ela me apresente o credo democrático desses agrupamentos. EU QUERO VERIFICAR. Igualmente verificáveis devem ser os pressupostos libertários de outros tantos que, em tese, ajudaram a construir a democracia.
Se é de “veritas” que estamos falando, se é do “verus” que estamos falando, se estamos no terreno do “verificável”, pergunto à professora Dilma se os mais de 120 que foram mortos pelos terroristas integram a sua lista de mártires. Integram? Onde eles estão? Quem se importa com eles?
 
Um processo que eu foi construído passo a passo durante cada um dos governos eleitos depois da ditadura. Nós reconquistamos a democracia a nossa maneira, por meio de lutas e de sacrifícios humanos irreparáveis, mas também por meio de pactos e acordos nacionais. Muitos deles traduzidos na Constituição de 1988. Como eu disse, na instalação da Comissão da Verdade, assim como eu respeito e reverencio os que lutaram pela democracia, enfrentando a truculência ilegal do Estado e nunca deixarei de enaltecer esses lutadores e essas lutadoras, também reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram a redemocratização.

Isso quer dizer que Dilma defende a Lei da Anistia ou não? Escrevi hoje de manhã a respeito. Se é de “verdade” que estamos falando, então que fique claro: a democracia é filha da resistência pacífica e daqueles que conservaram os valores da democracia, não da luta armada nem dos ataques terroristas. Também não é menos “verdade” — e, pois, “verificável” — que os que foram depostos em 1964 desprezavam o regime democrático. A propósito Dilma inventou que a palavra “verdade” é incompatível com “perdão”. Diz também ser incompatível com “esquecimento”. Ocorre que “anistia” quer dizer justamente  ”esquecimento”, “perdão geral”. E, se é geral, vale para todo mundo. E aí? Se a professora fizer uma pesquisa, verá que “anistia” e “amnésia’ são palavras da mesma raiz. Vale para todo mundo? Vale só para alguns?
 
Como eu disse, nesse Palácio, repito, há quase dois anos atrás, quando instalamos a Comissão da Verdade, eu disse: se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulos, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca, mas nunca mesmo, pode existir uma história sem voz. E quem da voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la. E acrescento: quem dá voz à história somos cada um de nós, que no nosso cotidiano afirma, protege, respeita e amplia a democracia no nosso país. Muito obrigada.

Então Dilma que tenha a coragem de convidar a Comissão da Verdade a contar também a história dos mais de 120 que foram mortos em atentados terroristas praticados pelas esquerdas, alguns deles mortos pelos grupos aos quais ela própria pertencia. Sem isso, o seu conceito de verdade não e nem grego nem latino. É só uma empulhação. Isso quanto ao passado. No que concerne ao presente, dê um murro na mesa e permita que se apurem as falcatruas na Petrobras, sem ameaças nem chantagens. Para encerrar: na frase “quem dá voz à história somos cada um de nós”, não há um erro de conceito, só de gramática.

'Noé' estreia em primeiro lugar na bilheteria americana

Veja

 

Épico bíblico dirigido por Darren Aronofsky faturou 44 milhões de dólares em seu primeiro final de semana de exibição e se tornou a 4ª melhor estreia do ano

 
Russell Crowe em cena do filme 'Noé'
Russell Crowe em cena do filme 'Noé' (Reprodução)

Em meio a todas as controvérsias com grupos religiosos, a adaptação do épico bíblico Noé ficou em primeiro lugar em seu primeiro final de semana de exibição nos Estados Unidos. O longa estrelado por Russell Crowe faturou 44 milhões de dólares e se tornou a quarta melhor estreia do ano até o momento no país.

Os números marcaram a melhor estreia de um filme de Crowe como protagonista e superaram a bilheteria doméstica – nos Estados Unidos e Canadá -- dos quatro primeiros longas dirigidos por Darren Aronofsky juntos – Pi (1998), Requiém Para um Sonho (2000), Fonte da Vida (2006) e O Lutador (2008).

Em segundo lugar na bilheteria dos dois países no final de semana ficou Divergente, que faturou 26,5 milhões de dólares após sua segunda semana em cartaz. Seguido por Muppets 2: Procurados e Amados, com 11,4 milhões de dólares.

Noé estreia nesta quinta-feira, dia 3 de abril, no Brasil.

Aécio diz que não se importa se o candidato do PT for Lula ou Dilma

A empresários, pré-candidato tucano diz que, se eleito, vai cortar pela metade o número de ministérios

 
 

Sergio Roxo - O Globo
 
 
 
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, afirmou nesta segunda-feira que, caso seja eleito, quer cortar pela metade o número de ministérios do governo, hoje em 39. Aécio aproveitou o apoio da plateia para lançar um desafio e dizer que não se preocupa se o PT decidir trocar a candidatura da presidente Dilma Rousseff pela do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de outubro.

- Pra mim, não me importa se é o ex-presidente Lula ou a presidente Dilma que será o candidato.
Ao discursar em almoço do Lide, Grupo de Lideranças Empresariais, em São Paulo, o senador tucano falou ainda em melhorar a concessão dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reduzir a carga tributária e investir em Parcerias Público Privadas (PPP).

- Num futuro governo do PSDB, acabaremos com metade dos atuais ministérios e criaremos uma secretaria que, em seis meses, apresente uma proposta num primeiro momento de simplificação do sistema tributário e, no médio prazo, consiga a redução da carga tributária - disse o senador.

Mais tarde, ao responder a perguntas da plateia, Aécio falou também que iria acabar “com boa parte desses cargos em comissão".

O senador defendeu regras mais claras para o acesso a empréstimos do BNDES.

Ao falar da crise da Petrobras, disse que, se eleito, passará o "país a limpo".

Assim como fez o seu provável adversário do PSB, Eduardo Campos, na semana passada, Aécio também manifestou preocupação de que seja feito "terrorismo" com a possibilidade de fim do Bolsa Família se o vencedor da eleição não for um petista. Apesar de ter prometido manter o programa, o tucano afirmou que fará ajustes, como a concessão de bônus para alunos que consigam notas superiores à média e a pais que entrarem em um programa de requalificação profissional.

- A grande diferença é que para nós o Bolsa Família é um ponto de partida. Para o PT, é um ponto de chegada.

Bolsa mantém otimismo com a queda de Dilma e volta aos 50 mil pontos; dólar sobe a R$ 2,26

Bolsa mantém otimismo e volta aos 50 mil pontos; dólar sobe a R$ 2,26

 
  • Na semana, mercado vai acompanhar reunião do Copom, que deve elevar a Selic a 11% ao ano
 
 
João Sorima Neto - O Globo
 
 
O dólar comercial volta a se valorizar frente ao real na tarde desta segunda-feira. Às 16h20m, a moeda americana subia 0,30%, sendo negociada a R$ 2,264 na compra e a R$ 2,266 na venda. Na mínima do dia, o dólar caiu a R$ 2,252 (queda de 0,30%), enquanto na máxima foi negociado a R$ 2,276 (valorização de 0,75%). Pela manhã, o dólar subiu pressionado pela briga entre investidores ‘comprados e ‘vendidos’ no mercado futuro para a formação da Ptax, a taxa média do dólar usada para liquidação desses contratos.

[
Captações feitas por empresas brasileiras e pelo Tesouro Nacional feitas no exterior trouxeram um fluxo de recursos positivos para o país, derrubando a cotação do dólar nos últimos pregões. No mês, o dólar acumula desvalorização de 3,6%. No exterior, o clima mais ameno depois da tensão entre Rússia e Ucrânia, fez os investidores voltarem a procurar ativos de risco em países emergentes, entre eles o Brasil.

- O juro brasileiro está muito atraente comparado com os EUA e Europa. As taxas de longo prazo de alguns papéis oferecem ganho de até 13%. Com isso, muitos investidores estrangeiros estão vindo aproveitar essa possibilidade de ganho na renda fixa, o que derruba a cotação do dólar - afirma Paulo Bittencourt, diretor da Apogeo Investimentos.

Ele lembra ainda que muitos investidores acabaram vendendo ativos na Rússia e buscando outros lugares para investir. O Brasil também é beneficiado por esse movimento de fuga de capitais, que já tirou do país mais de US$ 60 bilhões.

O Banco Central não anunciou para hoje leilão para rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de abril. O BC também deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias, ofertando até 4 mil contratos, que equivalem a venda de dólares no mercado futuro, no total de US$ 198,5 milhões. Em seguida, a autoridade monetária fez um leilão de linha de até US$ 2 bilhões com compromisso de recompra em 2 de junho de 2014. A taxa de corte ficou em R$ 2,310.

- O fato de o BC ter deixado de rolar US$ 2,6 bilhões dos US$ 10,1 bilhões em contratos de swap cambial que vencem em abril

Bolsa mantém otimismo e retona aos 50 mil pontos

Na Bolsa de Valores, o principal índice do mercado de ações (Ibovespa) está em alta desde a abertura e às 16h20m subia 0,86% aos 50.194 pontos e volume financeiro de R$ 4,6 bilhões. O Ibovespa não chegava aos 50 mil pontos desde o último dia 15 de janeiro, quando fechou aos 50.105 pontos. Nos últimos dez pregões, Ibovespa subiu em nove deles.

Hoje, o Ibovespa segue o otimismo das Bolsas americanas que estão em alta. Declarações da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, afirmando que a economia americana ainda precisa de estímulos influenciam positivamente os pregões.

- O Ibovespa também mudou de patamar e ganhou força no curto prazo após superar a resistência dos 48.600 pontos - diz um operador de Bolsa, que analisa graficamente o índice.

Entre as blue chips do pregão, as ações preferenciais (sem direito a voto) da Vale sobem 1,69% a R$ 28,28, e ajudam a manter o índice no azul. O preço do minério de ferro sobe 4% no mercado externo, o que ajuda os papéis da Vale. Além disso, o mercado continua na expectativa de novas medidas de estímulo do governo chinês para a garantir o crescimento de 7,5% da economia.

Os papéis preferenciais da Petrobras sobem 0,19% a R$ 15,70. A maior alta é apresentada pelos papéis ordinários da Gafisa, com ganho de 4,76% a R$ 3,52, enquanto a maior baixa é dos papéis preferenciais da Oi, com queda de 4,02% a R$ 3,10.

Mercado na expectativa da reunião do Copom

O mercado acompanha nesta semana a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que deve elevar a taxa básica da economia (Selic) dos atuais 10,75% para 11% ao ano. A decisão será anunciada na quarta-feira.

Segundo o boletim Focus, do Banco Central, que levanta as estimativas para os principais indicadores da economia com cem instituições financeiras, a mediana para a taxa Selic em abril é de 11%.
Em maio, haveria mais um aumento de 0,25 ponto percentual e a Selic seria mantida em 11,25% até o fim do ano, para chegar a 12% no fim de 2015, segundo as expectativas do boletim Focus.


Apagão de Dilma: Citibank eleva risco de déficit de energia no Brasil em 2014 para 94%

Relatório tem base nos números divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico

 
 
Reuters
 
 
O Citibank elevou de 71 para 94% o risco de déficit de energia no Brasil em 2014, com base nas estimativas de chuvas divulgadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na última sexta-feira para abastecer reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste do país.

O ONS estimou na sexta-feira que a vazão de chuvas em abril para os reservatórios dessa região, onde estão as mais importantes represas para abastecimento de energia do país, devem ser equivalentes a 83% da média histórica.

- Se a estimativa do ONS para abril se tornar realidade, então as chuvas de maio a dezembro terão que chegar a 108% da média histórica para o Brasil evitar inteiramente a necessidade de racionamento - escreveram os analistas Marcelo Britto, Kaique Vasconcellos e Stephen H Graham em relatório nesta segunda-feira.

Segundo os analistas, um racionamento de 5% do consumo já seria necessário e o governo federal parece estar adiando a decisão por um racionamento de energia antes das eleições, na esperança de que uma recuperação das chuvas torne a medida desnecessária.

- Se esse jogo continuar por muito tempo e as chuvas não vierem, as chances começam a apontar para um futuro racionamento de maior magnitude, de cerca de 20 por cento - acrescentaram os analistas, referindo-se à dimensão de um racionamento que pode ser necessário em 2015.

Cesp e Cemig são empresas que conseguem obter ganhos em momento de altos preços de energia no curto prazo, conforme ocorre atualmente, segundo o Citibank, mas essas empresas também perderiam em caso de um racionamento de energia.

- Estamos cautelosas sobre elas, Copel, Tractebel e AES Tietê - disseram.

Os reservatórios das hidrelétricas da região Sudeste/Centro-Oeste estão a 36,24% de nível de armazenamento, segundo dados fechados no domingo pelo ONS. A expectativa do operador é que eles estejam a 41% após as chuvas de abril, no início de maio, conforme informou na sexta-feira.

Em fevereiro, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, disse que os reservatórios teriam que estar em cerca de 43% no fim de abril para garantir o abastecimento de energia adequado do país durante o período seco, que vai até outubro/novembro. No Sul, os reservatórios estão a 46,14% , no Nordeste a 41,57%e no Norte a 85,92%.

Gangue do Barba tenta evitar criação da CPI da Petrobras que vai investigar o... Barba e sua laranja

Base aliada tenta evitar criação da CPI da Petrobras no Senado


Novo ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, e senadores fazem reuniões para definir estratégia na tentativa de esvaziar comissão



Erich Decat, da Agência Estado


Brasília - Integrantes da base aliada no Congresso e do próprio governo intensificam nesta segunda-feira, 31, articulações para tentar evitar a criação da CPI da Petrobrás no Senado, cujo requerimento de abertura tem leitura em plenário prevista para esta terça, 1º, pelo presidente do Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

 
Apesar da previsão de leitura, não há regimentalmente nenhum prazo estabelecido para que isso ocorra. Ou seja, caso queira, Renan pode adiar a leitura em plenário. Segundo apurou o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, essa possibilidade é uma aposta de integrantes do Palácio do Planalto que vêm acompanhando de perto o desenrolar das discussões.

Antes mesmo de tomar posse como ministro de Relações Institucionais, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) participa de uma série de reuniões nesta segunda-feira com aliados em que o tema central será a criação da CPI. A posse do petista está prevista para esta terça. "Normalmente se estabelece uma distorção do processo investigatório em uma CPI. Evidentemente fica uma disputa entre oposição e base e um clima de instabilidade. Isso interessa apenas à oposição e não à situação", afirmou Berzoini.

Na semana passada, líderes da oposição protocolaram requerimento com 28 assinaturas para abertura da comissão na Casa. O texto do requerimento tem como objetivo investigar supostas irregularidades cometidas entre 2005 e 2014, entre elas a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A aquisição já é investigada por órgãos fiscalizadores por suspeita de superfaturamento.

Senadores da bancada do PT também vão se reunir nesta segunda-feira para discutir uma estratégia para tentar esvaziar a CPI. "Vamos sentar pela manhã e à tarde para fazer uma avaliação. Obviamente que a primeira alternativa nossa é não ter a CPI. A segunda é ver como seria administrada a comissão e avaliar essa ideia de ter uma CPI mais ampla", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

CPI ampla. A ampliação do tema que poderá ser investigado pela CPI ainda não é consenso e pode até parar na Justiça, o que levaria ao adiamento da criação da comissão por tempo indeterminado.

"A partir do momento que se judicializa não depende mais do mundo político. Aí quem define o ritmo é quem estiver com a ação na mão. Mas não tem nenhuma estratégia fechada. Vamos discutir nesta segunda-feira", afirmou Berzoini. "Essa questão do adendo ainda não está pacificada. Quem decide é a Mesa do Senado, a Comissão de Constituição e Justiça, e em última instância o Supremo Tribunal Federal", considerou Humberto Costa.

Integrantes do governo e do PT defendem que o foco da investigação seja ampliado e alcance também as denúncias de formação de cartel e fraudes em licitações de trens em São Paulo e Porto de Suape, em Pernambuco. Em ambos os casos, os maiores prejudicados seriam partidos de oposição como o PSDB e o PSB.

Incomodado com a possibilidade de também ter Suape na lista de investigação dos congressistas, o governador de Pernambuco e possível candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), teria ligado para parlamentares da base aliada informando que também colocaria em discussão a investigação da Transpetro e da Eletrobras, controladas pelo PMDB.

Agenda positiva. Em meio à discussão da criação de uma CPI, considerada como uma pauta negativa para o governo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tentará colocar votações de apelo popular na pauta da Casa.

"Tem um esforço concentrado que vamos fazer na semana do dia 7, segunda, terça, quarta, quinta e sexta. Já apelei à Câmara para isso, para fazer esse esforço concentrado em todos esses dias para votar uma pauta remanescente que está aí desde outubro, como a regulamentação de empregada doméstica, corrupção como crime hediondo, regras para as casas de espetáculos, como foi o caso de Santa Maria, o projeto dos cinegrafistas, reforma política", listou Alves.

Lucro das empresas brasileiras encolheu 3,4% em 2013; bancos, que pagam ao Barba para falar mentiras, tiveram os maiores ganhos

Companhias com ações em Bolsa tiveram ganho de R$ 126,4 bilhões, menos do que os R$ 130,9 bilhões de 2012

 
O Globo 
 
 
O lucro das 313 empresas brasileiras de capital aberto (com ações negociadas na Bolsa) teve uma queda de 3,4% no ano passado, segundo levantamento feito pela consultoria Economática. De acordo com o levantamento, o lucro consolidado chegou a R$ 126,49 bilhões em 2013 frente aos R$ 130,95 reportados em 2012. A queda foi de R$ 4,46 milhões.

Dos 22 setores analisados pela Economática, nove tiveram queda de lucratividade em 2013 em relação ao ano anterior. O setor mais afetado foi o de mineração, que em 2012 fechou com lucro de R$ 8,98 bilhões contra prejuízo acumulado de R$ 1,91 bilhões, em 2013. Foi uma queda de R$ 10,8 bilhões de 2012 para 2013.

A Vale, que é a principal representante do setor, teve lucro de R$ 9,73 bilhões em 2012 contra R$ 115 milhões no ano de 2013. Se a Vale for excluída do levantamento, segundo a Economática, verifica-se que as 312 empresas restantes tiveram crescimento de 4,26% do lucro. Sem a Vale, o lucro das empresas é de R$ 126,3 bilhões em 2013 frente aps R$ 121,21 bilhões em 2012.

O setor com maior crescimento nominal do lucro em 2013 foi o da construção civil, que tem 19 empresas com ações em Bolsa. Em 2012, o setor apresentou um prejuízo de R$ 556,0 milhões. No ano passado, o setor encerrou com lucro de R$ 3,61 bilhões, um crescimento de R$ 4,17 bilhões entre 2013 e 2012.

Embora continue sendo o mais lucrativo, o setor bancário teve queda nos resultados. Em 2012, os 25 bancos da amostra tiveram lucro de R$ 45,7 bilhões contra R$ 45,52 em 2013, uma queda de R$ 222 milhões ou 0,49%. Mesmo assim, os bancos de capital aberto ainda lideram o ranking de maior lucratividade entre os setores. O setor com maior prejuízo em 2013 foi o de Energia Elétrica, com perdas de R$ 1,91 bilhões.


Ao empresariado, Aécio propõe cortar ministérios pela metade

Pré-candidato tucano diz querer ‘passar país a limpo’ e defende ‘ajustes’, sem cortes, no Bolsa Família

 
Sergio Roxo - O Globo
 
 
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, afirmou nesta segunda-feira que, caso seja eleito, quer cortar pela metade o número de ministérios do governo, hoje em 39. Ao discursar em almoço do Lide, Grupo de Lideranças Empresariais, em São Paulo, o senador tucano falou ainda em melhorar a concessão dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reduzir a carga tributária e investir em Parcerias Público Privadas (PPP).

- Num futuro governo do PSDB, acabaremos com metade dos atuais ministérios e criaremos uma secretaria que, em seis meses, apresente uma proposta num primeiro momento de simplificação do sistema tributário e, no médio prazo, consiga a redução da carga tributária_ disse o senador.

Mais tarde, ao responder a perguntas da plateia, Aécio falou também que iria acabar “com boa parte desses cargos em comissão".

O senador defendeu regras mais claras para o acesso a empréstimos do BNDES.

- Eu gosto muito dos juros do BNDES, mas eu quero que haja juro do BNDES para todos e não apenas para meia dúzia de escolhidos - disse, sendo aplaudido com entusiasmo pelos empresários.
Aécio aproveitou o apoio da plateia para lançar um desafio e dizer que não se preocupa se o PT decidir trocar a candidatura da presidente Dilma Rousseff pela do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de outubro.

- Pra mim, não me importa se é o ex-presidente Lula ou a presidente Dilma que será o candidato.
Ao falar da crise da Petrobras, disse que, se eleito, passará o "país a limpo".

Assim como fez o seu provável adversário do PSB, Eduardo Campos, na semana passada, Aécio também manifestou preocupação de que seja feito "terrorismo" com a possibilidade de fim do Bolsa Família se o vencedor da eleição não for um petista. Apesar de ter prometido manter o programa, o tucano afirmou que fará ajustes, como a concessão de bônus para alunos que consigam notas superiores à média e a pais que entrarem em um programa de requalificação profissional.

- A grande diferença é que para nós o Bolsa Família é um ponto de partida. Para o PT, é um ponto de chegada.

50 anos nesta noite

Instituto Teotônio Vilela

 

 
Uma nação que quer ser grande deve aprender as lições da história. Deve ter humildade para compreender que o futuro se constrói com árduo trabalho no presente e com respeito pelos que lutaram pelo bem comum no passado. O Brasil dos dias atuais não tem sido um país à altura daqueles que, com sua dedicação cotidiana, ajudaram a superar uma ditadura que nos afundou em duas décadas de trevas. Está na hora de a luz voltar a brilhar.
*

Cinquenta anos atrás, o Brasil mergulhou numa longa noite que durou 21 anos e só terminou depois de muita luta e resistência do povo brasileiro. A experiência vivida com a ditadura militar marca nossa história contemporânea e colabora para reforçar o compromisso de nossa gente com a democracia, valor mais caro para o progresso e a solidez de uma nação.

Em 31 de março de 1964, o presidente João Goulart foi deposto, dando início a um período de privação das liberdades civis, cerceamento das manifestações políticas, agigantamento das atribuições do Estado e forte controle do governo sobre a atividade econômica. O fosso da desigualdade social também se agigantou.

Superar a ditadura militar e restaurar o regime democrático no país exigiu uma luta cotidiana, travada dentro do sistema e fora dele. Muitos ficaram pelo caminho. Mas a crença no princípio essencial da democracia manteve as forças políticas ativas, persistindo e atuando para restaurá-la entre nós, o que acabou acontecendo em 1985 a partir da eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral.

Nestes quase 30 anos desde então, o Brasil renovou sua profissão de fé na democracia, restaurou as liberdades, começou a resgatar sua dívida social e construiu um ambiente capaz de transformar nossa economia, orientada pelo mercado, numa das sete maiores do mundo. O caminho, porém, foi coalhado de percalços que se refletem ainda hoje.

Nesta trajetória, o país ganhou uma Constituição cidadã que definiu os contornos do Estado de bem-estar social que construímos desde então e que, a cada passo, assegura vida mais digna a parcelas cada vez maiores da sociedade. Avanços progressivos vêm tornando o Brasil uma nação mais próspera e, ao mesmo tempo, mais justa.

A superação do longo período de arbítrio também envolveu a reconstrução de um ambiente econômico mais saudável, mais previsível e competitivo. A ditadura militar não apenas nos cerceou as liberdades, como também nos legou um processo hiperinflacionário só debelado no governo Fernando Henrique, com o Plano Real, após várias tentativas infrutíferas.

A construção do Brasil que hoje somos também envolveu a redefinição do papel do Estado e sua modernização, abrindo áreas importantes à participação do capital privado, a reorganização das finanças públicas, a abertura e integração do país à economia globalizada. Trata-se, como é fácil perceber, de longo e persistente processo de avanços incrementais, construção coletiva, obra de muitos.

Alguns, porém, tentam se apropriar desta história que é de milhões e posar como únicos heróis da reconquista democrática. Tem gente que acha que o Brasil foi descoberto ontem, ou, mais precisamente, 11 anos e pouco atrás, numa atitude de desdém e desrespeito em relação aos muitos que participaram da longa e demorada construção do país que hoje temos.

Pior ainda é ver que equívocos cometidos pelos governos militares são hoje repetidos por quem parece não ter aprendido as lições da história. Na economia, receitas que falharam voltam a ser tentadas, para novamente fracassarem. É o caso das intervenções no mercado, das maquiagens contábeis, das tentativas de manipulação da inflação, da ressurreição de um Estado balofo e intervencionista, ensimesmado e fechado ao resto do mundo.

Hoje no comando do país, o PT, que tanto criticou o regime militar, e que tem entre seus líderes alguns dos que também resistiram à ditadura, hoje reproduz as mesmas estratégias do Brasil Grande. Tenta, da mesma forma, silenciar as críticas e embotar a percepção da população por meio de espessa propaganda ufanista.

Também, e de forma reiterada, afronta instituições, privilegia interesses corporativistas ao invés de respeitar direitos republicanos. Desvirtua a independência entre os poderes e subjuga a federação, afetando-lhes a legitimidade. Colabora, assim, para minar a confiança e, com ela, a crença dos cidadãos brasileiros num futuro mais justo, equilibrado e venturoso.

“Estamos nos aproximando de uma situação delicada. Uma coisa são as flutuações econômicas, outra coisa é a paralisação da administração e do sistema político. (...) Corremos riscos. Um deles é a perda da capacidade de olhar o futuro e tomar decisões. As demandas estão crescendo, o Estado não toma decisões, não entende que boa parte do que faz pode ser passado para o setor privado, e faltam lideranças. Eu diria que, hoje, não temos o que ensinar sobre democracia. Temos é que aprender”, sintetizou Fernando Henrique em entrevista a’O Estado de S. Paulo.

Uma nação que quer ser grande deve aprender as lições da história. Deve ter humildade para compreender que o futuro se constrói com árduo trabalho no presente e com respeito pelos que lutaram pelo bem comum no passado. O Brasil dos dias atuais não tem sido um país à altura daqueles que, com sua dedicação cotidiana, ajudaram a superar uma ditadura que nos afundou em duas décadas de trevas. Está na hora de a luz voltar a brilhar.

"Eu vi JK votar no marechal Castello para depois ser cassado"

50 ANOS DO GOLPE DE 1964: Eu vi JK votar no marechal Castello para depois ser cassado (capítulo 2, final)


Blog Ricardo Setti - Veja


Castello Branco
O marechal Castello Branco, primeiro presidente do regime militar

Publicado originalmente a 17 de outubro de 2010

Como escrevi no post anterior sobre o assunto, à semelhança de meu colega de site e grande amigo Augusto Nunes, também adquiri uma pequena coleção de presidentes ao longo da carreira. Não se trata de um grande baú, como o dele, mas, tal qual figura no título acima, uma gaveta.

E contava no post anterior como, ainda antes de me tornar jornalista – começava o primeiro ano de curso de Direito na Universidade de Brasília (UnB) –, apenas acompanhando meu pai, Arnaldo Setti,  e um grande amigo dele, o advogado Léo Lynce de Araújo, meu irmão Arnaldo Augusto e eu acabamos sendo duas entre as apenas duas mil testemunhas, entre os 70,1 milhões de brasileiros de então, a presenciar, das tribunas do Congresso Nacional, a eleição indireta do primeiro presidente da ditadura militar, marechal Humberto de Alencar Castello Branco, no dia 11 de abril de 1964.

E com o voto a favor do ex-presidente Juscelino Kubitschek, então principal líder do PSD, senador por Goiás, pré-candidato a voltar ao Palácio do Planalto no ano seguinte, e a quem o regime militar viria a cassar o mandato, suspender os direitos políticos, perseguir e humilhar.

A “vacância” da Presidência

João Goulart fora derrubado por um golpe militar, mas tecnicamente, a eleição se daria para preencher a vacância do cargo.

Para quem não se lembra ou não sabe, recordo ou explico.

João Goulart e Leonel Brizola
João Goulart e Leonel Brizola

Deflagrado o golpe pelo comandante de uma unidade militar em Minas Gerais, general Olympio Mourão Filho, com o apoio do então governador mineiro Magalhães Pinto, da extinta UDN, o presidente decidiu viajar de Brasília para Porto Alegre, onde a opinião pública e os militares já haviam se levantado em 1961 contra a perspectiva de um golpe de Estado para evitar sua posse, após a renúncia de Jânio, sob a liderança do então governador Leonel Brizola (do velho PTB de Getúlio Vargas, não o atual), cunhado de Jango, casado com Neusa Goulart, irmã do presidente.

O chefe da Casa Civil de Jango, professor Darcy Ribeiro, informou o Congresso por ofício, lido em plenário pelo 1º secretário, senador Adalberto Senna (PTB-AC), que o presidente seguira de Brasília para o Rio Grande do Sul.

Mesmo assim, o presidente do Congresso, senador Auro de Moura Andrade (PSD-SP), enfrentando a fúria de deputados e senadores governistas e um grande tumulto no plenário, declarou vago o cargo de presidente, uma vez que João Goulart, disse, encontrava-se “em lugar incerto e não sabido”.
Confira abaixo o clima desse momento histórico, inclusive os gritos e protestos de deputados e senadores:


A importância do PSD de JK

Os militares estavam com a faca, o queijo, a caneta e os canhões nas mãos, mas, em sua preocupação de dar tinturas supostamente democráticas ao golpe, queriam manter algumas formalidades. A eleição indireta de Castello pelo que sobrou do Congresso após cassações de mandatos e suspensões de direitos políticos era uma delas.

E, por uma questão de segurança, havia que se ter o apoio da maior bancada, a do PSD, até porque muitos parlamentares inclinavam-se a votar no general Amaury Kruel, comandante do poderoso II Exército (hoje Comando Militar do Sudeste, sediado em São Paulo). O gaúcho Kruel, amigo e compadre de Jango, havia aderido ao golpe na última hora.

JK, naturalmente, era figura-chave do PSD. Mantivera postura escorregadia no curso do golpe contra Jango, que fora seu vice (e em seguida de Jânio, até ele próprio assumir, em 1961), proferindo a célebre frase: “Estou onde sempre estive, ao lado da liberdade e da democracia”.
Conhecia Castello Branco. Mais que isso: por indicação e insistência de um amigo de Castello, Augusto Frederico Schmidt, poeta, intelectual e assessor pessoal de Juscelino quando presidente, fora exatamente JK quem havia promovido, em 1958, o agora marechal a general-de-divisão.
Como JK virou senador

Para isso, precisou contrariar seu homem forte nas Forças Armadas, o ministro da Guerra, general Henrique Duffles Baptista Teixeira Lott (que posteriormente, em 1960, seria o candidato de JK à Presidência, derrotado por Jânio).  Castello chegou a visitar o presidente no Palácio Laranjeiras em sinal de agradecimento.

JK e Henrique Lott
JK e e seu ministro da Guerra, general Henrique Duffles Batista Teixeira Lott: o presidente promoveu Castello a general-de-divisão contra seu parecer

O ex-presidente chegara ao Senado graças a uma manobra pouco edificante. Queria um mandato, mas em 1961, quando deixou o poder, não haveria eleições para o Congresso. Elas só ocorreriam no ano seguinte. O PSD providenciou, então, a renúncia do senador Taciano de Melo, de Goiás, eleito em 1958 e que tinha mandato até 1967, de forma a abrir uma vaga que tornasse necessária uma eleição “solteira”, como determinava a Constituição de 1946. Em troca, Taciano ganhou de presente o posto de ministro (hoje denominado conselheiro) do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

Com 84,4% dos votos

JK, de qualquer forma, dispunha da desculpa de estar em curso em Goiás, como efetivamente estava, um grande movimento popular em favor de sua candidatura, do qual participava até a adversária UDN estadual. E a eleição também seria para valer – nada parecida com a que o magnata da imprensa Assis Chateaubriand providenciara no passado, quando deu um jeito de disputar o Senado pelo Maranhão, em 1955, sem adversários.

O ex-presidente concorreu com uma figura carimbada em Goiás, o ex-delegado-geral de polícia e ex-deputado federal Wagner Estelita Campos, um dos estruturadores da Fundação Getúlio Vargas e do que é hoje o BNDES, no Rio.

Mesmo sendo favorito absoluto, Juscelino partiu para uma campanha alucinante para os recursos da época – nada de jatinhos, com estradas precárias nos fundões de Goiás, acomodações péssimas e dificuldades de comunicação –, na qual percorreu 80 cidades. Foi um massacre: obteve 145.366 votos contra 26.800 atribuídos a Estelita, ou 84,4% dos votos válidos contra 15,6%.

Dois encontros com Castello no Rio

Voltemos, então, à eleição de Castello. Em abril de 1964, com a eleição marcada para o dia 11, o marechal Castello faria no dia 6 uma peregrinação aos cardeais do PSD, em conversa intermediada por um deputado da UDN, adversária tradicional do PSD, mas seu conterrâneo do Ceará e amigo, Paulo Sarasate.

O encontro aconteceu no apartamento em Copacabana do deputado Joaquim Ramos (PSD-SC). Cabelos branco-prata e vastos bigodes da mesma cor, discretíssimo, pouco conhecido fora de seu estado, o deputado não obstante era um articulador hábil, que carregava a política no DNA.

Eu o conheci quando jovem repórter em Brasília. Pertencia à dinastia Ramos de Santa Catarina: irmão de Nereu Ramos, respeitado ex-presidente do Senado e interino da República (de 11 de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956), e de Celso Ramos, governador e senador por Santa Catarina e atualmente nome de não uma, mas duas cidades do Estado – Celso Ramos e Governador Celso Ramos.

No apartamento aguardavam-no, além do anfitrião, o senador Amaral Peixoto (RJ), genro do presidente Getúlio Vargas e eterno presidente do PSD, o deputado Martins Rodrigues, pessedista do Ceará, e o deputado Sarasate. Mediante garantias genéricas sobre democracia fornecidas por Castello, garantiu-se o apoio do PSD a sua eleição.

Faltava, porém, o encontro pessoal Castello-JK. Programou-se nova reunião para o dia seguinte, 7 de abril, no mesmo apartamento. Castello chegou à casa de Joaquim Ramos acompanhado de dois coronéis.

Lá estavam Amaral Peixoto, José Maria Alckmin, deputado mineiro e ex-ministro da Fazenda de JK – legendário por sua esperteza política, e que acabaria sendo o vice-presidente figurativo de Castello –, Martins Rodrigues e o embaixador Negrão de Lima, também figura de proa do PSD, futuro governador (eleito) do extinto Estado da Guanabara. JK chegou pouco depois.

Frequentes consultas ao relógio

A conversa seria cordial, mas as frequentes consultas do ex-presidente ao relógio irritaram Castello, que comentaria depois, abismado, que JK chegou a tirar do bolso um pente e ajeitar os cabelos.
O marechal sempre negou que tivesse ido à reunião para pedir o apoio ou qualquer coisa a JK, mas um dos coronéis que o acompanharam, Affonso Heliodoro, chegou a contar anos depois, em carta ao jornalista e escritor Carlos Heitor Cony, amigo de Juscelino, que, ao se despedirem, o marechal perguntou a Juscelino, a quem chamou de “presidente”:

– Então, presidente, estou aprovado para a Presidência?

JK respondeu:

– Perfeitamente, general, e com o nosso apoio.

Juscelino cumpriu o compromisso. Os militares, temerosos de sua popularidade, não. Seu mandato de senador seria cassado dois meses depois, a 8 de junho daquele 1964, e os direitos políticos suspensos por 10 anos.

Vendo aproximar-se a degola, o ex-presidente proferiu seu último e enérgico discurso no Senado cinco dias antes, a 3 de junho de 1964.

Alertando que a nação vivia “sob os efeitos do terror” e declarando-se “vítima preferida da sanha liberticida” do regime, disse JK:  “Sinto uma perfeita correlação entre minha ação presidencial e a iníqua perseguição que me estão movendo”.

Ouça um trecho desse discurso histórico e veja imagens de JK abaixo:


Cara feia dos seguranças e gabinetes vazios

A história termina aqui. Até hoje não consigo saber direito como é que meu pai, seu amigo Léo Lynce de Araújo, meu irmão e eu fomos parar nas superlotadas galerias da Câmara. Meu pai partiu em 2003, o dr. Léo também se foi. Meu irmão, mais novo do que eu, nos deixou precocemente, em 2012. Não tenho mais a quem perguntar.

Meu irmão se recordava de que o dr. Léo, conceituado advogado de Goiás que trabalhara com nosso pai no extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), no Rio, e muito tempo depois seria diretor da Caixa Econômica Federal, recomendou que fôssemos todos de terno e gravata, inclusive seu interlocutor, que apesar de não haver completado 16 anos já media perto de 1,90m.

Por algum sortilégio, o dr. Léo conseguiu estacionar o carro com que nos levou em uma das garagens do Congresso. E, mesmo diante de eventuais caras feias e tentativas de pedir credenciais de parte dos seguranças da Câmara e do Senado enquanto íamos em busca das galerias, recomendava:
– Façam de conta que não viram, vamos em frente, vamos em frente!

Revendo mentalmente aqueles momentos, imagino que talvez ele tivesse recebido algum tipo de salvo-conduto do senador de Goiás José Feliciano, também amigo de nosso pai. Recordo-me vagamente de que cortamos caminhos por gabinetes vazios até nos acomodarmos, os quatro, sabe Deus como, nos pequenos assentos das galerias. O plenário, lá embaixo, regurgitava.
Dá para esquecer?