sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Na Veja - A vez de Renan

Aqui


Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa: "Incontinência verbal"

Com Blog do Noblat - O Globo


Foi o romancista, dramaturgo e político inglês Edward Bulwer-Lytton (1803/1873) quem cunhou a frase que, para mim, mais reconhece o valor da palavra: "a pena é mais poderosa do que a espada".

Se você, Leitor, considerar que mais importante do que o que se fala é o que se ouve, tenho certeza que verá cristalinamente o valor da palavra. E a delicadeza com que essa ferramenta mais forte que a espada deve ser utilizada.
Sei que a Liberdade de Expressão é o mantra sagrado de nossos dias. Mas será que ela deve ser absoluta, essa sacrossanta liberdade, ou seria melhor que fosse equilibrada e muito bem pensada antes de ser utilizada?
O Leitor leu sobre uma palestra que a professora de filosofia Marilena Chauí deu no Colégio Oswald de Andrade, na segunda-feira 26 de setembro, a alunos de 13 a 18 anos, sobre o tema “A Fragilidade da Democracia”?  Em seu palavrório, a professora declarou que “a família é uma invenção do final do século XVIII e princípio do século XIX”. Achou pouco: disse também que os pais são déspotas e que quem defende a família é uma “besta”.

Tendo a concordar, já que as “bestas” pagam a esse colégio mensalidades bem salgadas para seus filhos ouvirem pessoas tipo a Chauí que já declarara, em tempos idos, que “a classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante”. Não sei a que classe dona Marilena pertence, sei que ela se veste e decora sua casa exatamente como um membro da classe média alta brasileira (http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/sociedade-brasileira-violencia-e-autoritarismo-por-todos-os-lados/).
Os políticos também andam abusando do direito de falar sem pensar e matraquear tal papagaios. Ouvir certos candidatos a prefeito é doloroso. É verdade que depois de falar sem pensar, eles pedem perdão pelo que disseram. Esquecem que “perdão” não é borracha!
Exemplo? Um candidato a prefeito de Curitiba, Rafael Greca, disse “A primeira vez que eu coloquei um pobre dentro do meu carro, vomitei por causa do cheiro”.
Aqui no Rio tivemos um momento inacreditável de grosseria no debate entre os candidatos a prefeito. Alessandro Molon e Flávio Bolsonaro trocaram opiniões conflitantes, natural nesses debates, e o candidato Bolsonaro não soube responder à altura. O que fez o pai do candidato, que estava na plateia? No primeiro intervalo usou seu 'magnífico' direito à Liberdade de Expressão para dizer o seguinte ao concorrente do filho: “Você é um merda, um bosta, cuzão. Não bato em você porque se apaixona (sic) por mim".

Mas tem mais e que vem mais do alto: o ministro do STF, Ricardo Levandovski, que todos vimos cuidar do andamento do processo de impeachment da ex-presidente, numa palestra na USP, no dia 28 de setembro, qualificou o processo como um tropeço na democracia: “A cada 25, 30 anos temos um tropeço na nossa democracia. Lamentável, quem sabe vocês jovens conseguem mudar o rumo da história”. Já vi o impeachment ser chamado de muitas coisas, mas de tropeço? Essa foi nova.
A incontinência verbal, doença aparentemente incurável, não grassa só aqui. Nos EUA há um contaminado em alto grau: Donald Trump. Sujeito estranho, muito estranho, dos cabelos aos gestos que, aos 70 anos, está no terceiro casamento, sabe-se lá por quais motivos, mas que se deu ao direito de fazer um comentário machista e burro a respeito da vida do casal Clinton: “Se Hillary não consegue satisfazer seu marido, o que faz pensar que conseguiria satisfazer a América?”.
Trump usa as palavras não para construir alguma coisa, mas para destruir tudo que não seja uma Trump Tower, dinheiro que ele se gaba de saber empilhar. Dos negros diz que são preguiçosos por natureza. E que odeia ver negros contando seu dinheiro. Para essa ‘nobilíssima’ função, Donald diz que só gosta daqueles homens de baixa estatura com um solidéu na cabeça!

Quando será que descobrirão uma vacina?
Um incontinente verbal (Foto: B. Cravens)Um incontinente verbal (Foto: B. Cravens)

Você está prestes a viver um momento mágico

Com Blog do Josias - UOL


Num instante em que é crescente a aversão à política, aos políticos e aos partidos uma eleição se torna ainda mais relevante. É como se as crises exigissem do eleitor uma atitude. Um gesto individual e consciente. Mesmo numa eleição municipal, as crises não admitem que o eleitor se mantenha exilado no conforto da sua omissão política. Para político inconsciente, o eleitor impaciente é um santo remédio.
O primeiro passo para que o eleitor cumpra o seu papel é o abandonar a retórica de que político ''é tudo igual.'' É verdade que, em meio a tanta roubalheira, todos os gatunos parecem pardos. Mas a igualdade absoluta é uma impossibilidade genética. E o papel do eleitor é distinguir as diferenças. É complicado, exige alguma reflexão. Mas nesse processo, o pior que se pode fazer é não tentar.
Você está prestes a experimentar um momento mágico. No domingo, quando estiver diante da urna, ponha um ar solene na cara. Não tenha pressa. Pense que você é o dono desse momento. Aproveite. Você tem o poder. Você é o protagonista. Antes de apertar as teclas da urna eletrônica, certifique-se de que não esqueceu a consciência em casa. Converse com ela. Depois, vote. Há sempre a alternativa de lavar as mãos. Mas amanhã, quando olhar no espelho, não reclame da vida quando perceber que a crise é você.

“Pesquisas têm que tomar cuidado”, diz Montenegro do Ibope

Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do Ibope
Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do Ibope (Divulgação/“Pesquisas têm que tomar cuidado”, diz Montenegro do Ibope)


Thiago Prado - Veja

Ex-presidente do instituto que divulga as intenções de votos dos candidatos analisa a crise do setor e a dificuldade de prever resultados no domingo


Aos 62 anos, Carlos Augusto Montenegro ainda é a cara do Ibope, o mais importante instituto de pesquisas do Brasil. Embora afastado das funções executivas da empresa, o economista carioca está atento à inédita queda da contratação dos seus serviços – e de concorrentes – para as eleições 2016. Nesta conversa com VEJA, Montenegro aponta os prejuízos para candidatos e população de atravessar uma eleição com menos pesquisas e afirma que o eleitor vai decidir o voto nas últimas 48 horas antes da eleição:
Como a recessão e a proibição de doações empresariais estão afetando o mercado de pesquisas? Os pedidos de pesquisas caíram mais de 50% este ano. Partidos, candidatos avulsos e empresas em geral eram os nossos clientes preferenciais. A sorte do Ibope é que 70% do nosso faturamento vem das medições de audiência que fazemos das TVs. Outros institutos de pesquisa que não tenham levantamentos a fazer fora da política vão ter problemas certamente.
Além de afetar diretamente o caixa do Ibope, uma campanha com menos pesquisas pode afetar de que forma candidatos e eleitores? Pesquisa é informação, a coisa mais rica do mundo atualmente. Nosso trabalho deixa todos, tanto candidatos quanto eleitores, mais preparados para fazer as melhores escolhas. Quando há menos informação nas mãos das pessoas, todo mundo sai perdendo.
O desinteresse da população pelas eleições torna mais difícil o trabalho dos institutos de pesquisa? Sim, mas como o voto é obrigatório facilita. Acho que as pesquisas têm que tomar muito cuidado porque as 48 últimas horas nesta campanha serão cruciais. As pessoas vão decidir o voto em cima da hora.
A rejeição alta da classe política também torna ainda mais imprevisíveis os resultados? Isso nem tanto porque todos estão sendo rejeitados. Quando um deles é vaiado no Maracanã, a reação é para toda a classe política. De fato, todos têm algum telhado de vidro hoje.
A internet superou a TV em uma campanha? Ainda não. A cultura de TV no Brasil ainda é muito forte. As inserções durante a programação e a cobertura jornalística do dia dos candidatos nas emissoras ainda são fundamentais.


Hélio Gurovitz: O segundo turno mais provável em São Paulo e no Rio

Epoca


Em São Paulo, o segundo turno ficou improvável para Marta. No Rio, Freixo e Pedro Paulo se mantêm na disputa -- mas cresce a chance de Crivella levar no primeiro turno



A dois dias das eleições municipais, o resultado do primeiro turno em São Paulo beira a certeza: há 94,6% de chance de o segundo turno ser entre João Doria Jr. (PSDB) e Celso Russomanno (PRB). A probabilidade de ser esse o embate no segundo turno era de 51% há uma semana, no dia 23.

As chances de Marta (PMDB) continuar na disputa caíram agora a níveis sem significado estatístico relevante, no modelo usado no cálculo. As chances do atual prefeito, Fernando Haddad (PT), também estão nessa faixa.
No Rio de Janeiro, a disputa permanece aberta. Líder isolado nas pesquisas, o senador Marcelo Crivella (PRB) pode ganhar em primeiro turno — sua chance de realizar esse feito subiu de 11% há uma semana para 15,6% hoje. Num provável segundo turno, quatro adversários têm chances significativas de enfrentar Crivella: Marcelo Freixo (PSOL), com 42,2%, Pedro Paulo (PMDB), com 19,8%, Flávio Bolsonaro (PSC), com 9,8% e Jandira Feghalli (PCdoB), com 8,6%. 
As estimativas foram calculadas de acordo com o modelo matemático adotado por ÉPOCA, que considera as pesquisas de intenção de voto publicadas por vários institutos (entenda o modelo de cálculo e confira como as chances de cada candidato mudaram).
O cálculo não é uma previsão, mas uma simulação de resultados, à luz de todas as pesquisas registradas no TSE e divulgadas até agora (15 para São Paulo e 19 para o Rio). O modelo atribui maior peso às pesquisas mais recentes e não estabelece distinção entre os vários institutos. Aponta apenas o resultado mais provável das urnas hoje, dia 30 de setembro.
Probabilidades no primeiro turno das eleições 2016 (Foto: Helio Gurovitz e Marco Vergotti)

Na Epoca - "Compadre de Lula comandou compra", diz empresário que vendeu nova sede do Instituto Lula

Daniel Haidar - Epoca


Em entrevista a ÉPOCA, vendedor de imóvel diz que advogado do ex-presidente da República era o “maestro” do negócio. Documento comprova que transação foi fechada no escritório de Roberto Teixeira



A pouco mais de um mês do fim do mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado Roberto Teixeira fechava um negócio para cuidar do legado do amigo. Compadre de Lula desde os tempos de sindicalista, Teixeira recebia em seu escritório um empresário que resistia a vender sua parte de um imóvel. Diante da resistência do interlocutor, Teixeira fez uma oferta final e anunciou: “É pegar ou largar”. O advogado comandava a compra de um prédio de três andares na Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo, por R$ 6,8 milhões, em nome de um laranja da Odebrecht. O objetivo era que o imóvel, com área de 3.900 metros quadrados, servisse como nova sede para o Instituto Lula. Terminava a negociata que contribuiu, seis anos depois, para a prisão do ex-ministro Antonio Palocci na Operação Omertà, a 35ª fase da Lava Jato, na segunda-feira, dia 26, e enredou Lula em mais um esquema de corrupção de empreiteira, investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal.
A negociação conduzida por Teixeira demorou por desavenças entre os proprietários do imóvel. Diva Baldassarri, já falecida, dividia a propriedade com os filhos Fernando, Mateus e Regina. Fernando queria a posse do prédio e brigava havia anos com o resto da família, que queria vendê-lo. Depois de duas conversas no escritório do compadre de Lula, no bairro nobre dos Jardins, cedeu. “Teixeira era o coordenador da compra, o maestro, e disse que era pegar ou largar. A transação foi no escritório dele”, disse Fernando Baldassarri em entrevista a ÉPOCA.
Uma cópia da escritura, obtida por ÉPOCA, comprova que a assinatura da venda foi feita no escritório de Teixeira. Desde 1º de fevereiro de 2010 o advogado tentava adquirir e preparar uma nova sede para o Instituto Lula. Nesse dia, o advogado recebera o primeiro e-mail sobre o imóvel da Vila Clementino, com dados passados por uma corretora.
Roberto Teixeira advogado de Lula (Foto: William Volcov/Brazil Photo Press/Folhapress)
O pecuarista José Carlos Bumlai, outro amigão de Lula, mencionou o mesmo episódio em depoimento dado nos últimos meses. Disse ter sido procurado pela então primeira-dama, Marisa Letícia, com a ideia de “constituir um espaço institucional para o ex-presidente”. O pecuarista afirmou que não tinha dinheiro para comprar o imóvel na Vila Clementino. O empresário Marcelo Odebrecht, presidente do grupo Odebrecht, juntou-se então à empreitada. A polícia investiga se o dinheiro para a compra saiu da cota de propina repassada pela construtora Odebrecht a Palocci, como aponta uma anotação de R$ 12,4 milhões, acompanhada do termo “PREDIO IL”, em uma planilha decifrada pelos investigadores da Lava Jato.
Escritura comprova que nova sede do Instituto Lula foi negociada no escritório do advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente (Foto: Reprodução)
Antes de assinar a venda, Fernando Baldassarri perguntou ao futuro proprietário, Dermeval Gusmão, qual seria o uso do imóvel. “Ele pôs a mão perto de mim e disse: ‘Você vai saber depois que ficar pronto’”, afirmou Baldassarri. Gusmão foi levado a depor na segunda-­feira, dia 26, por mandado de condução coercitiva. Amigo íntimo de Marcelo Odebrecht e sócio da D.A.G. Construtora, Gusmão funcionou como “laranja” do negócio, de acordo com as investigações.
Agentes da PF rastrearam cada passo da transação a partir de e-mails e anotações no calendário de Marcelo Odebrecht. Meticuloso que era, o empresário deixou rastros de várias etapas da negociata. Em 21 de setembro de 2010, afirmou em um e-mail que estava preo­cupado com a situação do laranja, o Demé, como era chamado. “Se houver uma fraude a execução, por exemplo, o prejuízo é dele (sic). Estou preocupado com a compradora, a DAG”, afirmou Marcelo a um interlocutor.
Na reta final das tratativas, o empresário intensificou as conversas com Branislav Kontic, braço direito de Palocci. Pelo auxiliar, Palocci era informado sobre cada risco da aventura. Como de hábito, Marcelo usava siglas para se referir aos outros – RT era Roberto Teixeira, de acordo com os investigadores. “Chefe, referente ao prédio institucional, RT adiou para esta quinta-feira. Vamos fazer conforme orientado, mas gostaria de compartilhar o cenário/risco abaixo com você. O Risco na prática parece ser de o terreno ficar enrolado por um tempo e/ou termos custos adicionais aos previstos”, diz Marcelo em e-mail de 22 de setembro de 2010. Não se sabe ainda quem é o “chefe” a quem o poderoso empresário se dirigia.
Lula e Marisa na festa de aniversário dele ,em 2010.Ela procurava uma sede para o Instituto Lula (Foto:  Ricardo Moraes / Reuters)
Resolvidas as pendências, a Odebrecht cuidaria da reforma do local. Em 28 de setembro de 2012, a D.A.G. Construtora passou o controle do imóvel para uma subsidiária da Odebrecht Realizações Imobiliárias. Por motivos ainda desconhecidos pelos investigadores, os planos para a nova sede do Instituto Lula não foram concluídos e a Odebrecht vendeu o prédio de vez em 5 de junho de 2013 para a Mix Empreendimentos e Participações, uma firma do empresário William Baida, dono da rede Sinal de concessionárias de veículos. “Queria comprar esse imóvel há 15 anos. Se eu soubesse que esses caras estavam envolvidos nisso, jamais teria me metido”, afirmou Baida.
Os detalhes da operação importam não apenas pelo episódio em si, mas por confirmar a solidez de uma evidência crucial para a Operação Lava Jato: a planilha de propinas da Odebrecht. Ela foi apreendida meses atrás em e-mail de Fernando Migliaccio, um ex-diretor da empreiteira. Registros do imóvel em cartório coincidem com os dados na planilha. Isso indica que ela é um documento confiável.
A compra do imóvel na Vila Clementino atendeu a um padrão comum em operações desvendadas pela Lava Jato. O dinheiro entrou na transação disfarçado por um laranja, enquanto, no mesmo período, segundo os investigadores, o então presidente Lula ajudava a empreiteira. Como revelou ÉPOCA em abril, a Polícia Federal achou e-mails da Odebrecht, de dezembro de 2009, em que executivos pediam uma mudança na agenda de Lula para que ele ajudasse a Braskem, a petroquímica da Odebrecht, num negócio no México. O pedido acabou realizado em 23 de fevereiro de 2010.

Procurados, Regina Baldassarri disse que não se lembrava de detalhes do negócio e Mateus Baldassarri não foi localizado. Teixeira afirmou, por sua assessoria de imprensa, que houve interesse no imóvel para sede do Instituto Lula, mas alegou ter apenas assessorado um cliente na transação. “A Operação Lava Jato tenta mais uma vez criminalizar o exercício da advocacia, como forma de fragilizar o direito de defesa”, afirmou em nota.
Rasgadinho Odebrecht (Foto: ÉPOCA)
Esse não é o único episódio a gerar uma aparente troca de favores entre Lula e a Odebrecht. Procuradores de Brasília investigam a ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à empresa. Como ÉPOCA revelou em agosto de 2015, a partir de documentos do Itamaraty, Lula disse a Raúl Castro que usaria seu poder para viabilizar uma obra da Odebrecht em Cuba com um empréstimo do BNDES – o que, na interpretação do Ministério Público, pode configurar tráfico de influência internacional. No rol de esquemas da construtora há mais de oito contratos da Petrobras em que foram identificadas provas de corrupção. Eles levaram Marcelo e outros executivos a julgamento. O empresário já foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão pelo juiz Sergio Moro. Os investigadores suspeitam que Lula pode ter sido recompensado pelo “conjunto da obra”, como disse o ex-senador Delcídio do Amaral, ou pode ter recebido retribuições específicas para cada ato de favorecimento a Odebrecht.
Uma empresa comprar um imóvel e doá-lo não configura crime. A Odebrecht poderia ter doado o prédio ao Instituto Lula de forma transparente e pública. O fato de Lula e Marcelo terem trabalhado para manter o negócio oculto, para os investigadores, joga suspeita sobre a relação entre o ex-presidente e o empresário.

Palocci coordenou repasse de US$ 11 milhões a Dilma

Com O Antagonista

É avassalador o pedido de prisão preventiva de Antonio Palocci. Além de comprovar que o ex-ministro recebeu R$ 30 milhões em espécie, a Polícia Federal também obteve a integralidade dos extratos bancários da conta Shellbil Finance, de João Santana.
E descobriu que Antonio Palocci coordenou o repasse de mais de US$ 11 milhões para João Santana e Mônica Moura no exterior "pelos serviços prestados para a campanha de Dilma Roussef em 2010".
"Constatou-se que tais pagamentos estavam atrelados à atuação de Antonio Palocci Filho e relacionados sob rubrica do ano de 2011 nas planilhas POSIÇÃO - ITALIANO210712.xls e POSICAO-ITALIANO 22 OUT 2013 EM 25 nov.xls."

Dilma 'trambique', a vigarista 'honrada', furou fila do INSS para se aposentar um dia depois do impeachment

Bruno Boghossian - Epoca

Documentos obtidos por ÉPOCA mostram que cadastro da petista foi alterado 16 vezes dentro da sede do INSS, e ex-ministro foi a agência para garantir pensão sem agendamento



Às 15h05 do dia 31 de agosto, Dilma Rousseff assinou o documento que a notificava que o Senado havia aprovado sua destituição da Presidência da República. Terminavam ali, oficialmente, seus cinco anos e oito meses de gestão e pouco mais de 13 anos em cargos no governo federal. Menos de 24 horas depois do impeachment, um de seus aliados mais próximos, o petista Carlos Eduardo Gabas, entrou pelos fundos da Agência da Previdência Social do Plano Piloto, na Quadra 502 da Asa Sul de Brasília. Acompanhado de uma mulher munida de uma procuração em nome de Dilma, Gabas passou por uma porta de vidro em que um adesivo azul-real estampava uma mão espalmada com o aviso: “Acesso apenas para servidores”.
Mas Gabas podia passar. Não estava ali apenas como funcionário de carreira da Previdência, mas como ex-secretário executivo e ex-ministro da Previdência do recém-encerrado governo Dilma, como homem influente na burocracia dos benefícios e aposentadorias entre 2008 e 2015. No papel agora de pistolão, Gabas subiu um lance de escadas até uma sala reservada, longe do balcão de atendimento ao público, onde o esperava o chefe da agência, Iracemo da Costa Coelho. Com a anuência de outras autoridades do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o trio deu entrada no requerimento de aposentadoria da trabalhadora Dilma Vana Rousseff. Foi contabilizado um tempo de contribuição previdenciária de 40 anos, nove meses e dez dias. Quando Gabas saiu da sala, Dilma estava aposentada, com renda mensal de R$ 5.189,82, teto do regime previdenciário.
Tal celeridade poderia ser o triunfo de uma burocracia ágil e impessoal, implantada pelo governo Dilma. Mas não. O tempo médio de espera para que um cidadão consiga uma data para requerer aposentadoria em uma agência da Previdência é de 74 dias, segundo informações do INSS – 115 dias no Distrito Federal, onde o pedido de Dilma foi feito. Não há rastro de agendamento no sistema do INSS para que Dilma (ou alguém com uma procuração em seu nome) fosse atendida naquele 1º de setembro ou em qualquer outra data. O tratamento dispensado a Dilma foi, portanto, apenas um episódio de privilégio, obtido por meio de atalhos proporcionados por influência no governo.
Dilma Rousseff deixa  Palácio da Alvorada após o impeachment (Foto: Adriano Machado / Reuters)
A aposentadoria veio em boa hora. Naquele dia, Dilma perdeu o salário mensal de R$ 30.900 de presidente da República. Era preciso correr. Ninguém melhor do que Gabas que, além de influente no INSS, é um amigo de Dilma, que gosta de velocidade. Motociclista militante, ele levou Dilma algumas vezes para passear em sua Harley Davidson. Os passeios terminaram em 2015, quando a então presidente queimou a perna ao descer da garupa.
Dilma e Gabas afirmam que não houve nenhum privilégio ou tratamento diferenciado e que a ex-presidente já poderia ter se aposentado há dez anos. Dizem que o atendimento em uma sala reservada foi uma decisão do chefe da agência, que quis participar. Afirma ainda que o agendamento havia sido feito “meses” antes, que um pedido de alteração havia sido feito e que o atendimento “ficou para esta data”, exatamente um dia após o impeachment. Não explica, no entanto, por que não há registro desses agendamentos no sistema do INSS.
A aposentadoria-relâmpago de Dilma vinha sendo articulada com discrição no INSS havia meses, em um procedimento fora dos padrões, também sem agendamento. Em 10 de dezembro de 2015, oito dias depois que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, anunciou que havia aceitado o pedido de impeachment da presidente, o cadastro trabalhista de Dilma foi refeito do zero no sistema do INSS. Naquele dia, entre 8h42 e 18h43, foram registradas 16 alterações na ficha laboral de Dilma, homologadas por uma única servidora, Fernanda Cristina Doerl dos Santos, que exercia uma função gratificada na Diretoria de Atendimento do INSS, na sede do órgão em Brasília – não em uma agência de atendimento.
O cadastro de Dilma no INSS foi alterado 16 vezes em dez horas por uma servidora da diretoria do INSS
Fernanda afirma que o procedimento foi o mesmo aplicado a qualquer cidadão. Ao longo daquelas dez horas, foram validados, alterados e excluídos vínculos trabalhistas desde 1975, que contariam para o cálculo de anos trabalhados por Dilma na concessão de sua aposentadoria, nove meses depois. O artifício foi classificado como “incomum” ou “excepcional” por três auditores e técnicos da Previdência consultados por ÉPOCA. Sobre as 16 alterações em sua ficha, Dilma afirma que havia constatado “pendências no cadastro” e, depois de apresentar documentos para a regularização dessas pendências, os registros foram atualizados. O presidente do INSS, Leonardo Gadelha, afirma que determinou a averiguação dos fatos. O INSS confirma que não houve agendamento para os atendimentos de dezembro e 1º de setembro. Todas as alterações no cadastro foram homologadas a partir da apresentação de documentos oficiais ou certidões emitidas pelos empregadores de Dilma – entre eles a Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Hauser, onde começou a trabalhar. Uma coisa estava certa: pelas regras atuais, Dilma tinha tempo suficiente para se aposentar.

Valor bloqueado do ex-ministro Palocci chega a R$ 61,7 milhões


Antonio Pallocci deixa a sede da PF em São Paulo - Pedro Kirilos / O Globo

Cleide Carvalho e Dimítrius Dantas - O Globo


Foram bloqueados mais R$ 31 milhões em aplicações, além dos saldos em contas

Os valores bloqueados em nome do ex-ministro Antonio Palocci e da empresa dele, a Projeto Consultoria Empresarial, já alcançam R$ 61,7 milhões. Deste total, R$ 31 milhões estavam em aplicações financeiras (letras financeiras e recebíveis imobiliários) e o bloqueio foi informado nesta sexta-feira à Justiça pelo Bradesco. Os demais valores haviam sido bloqueados antes nas contas correntes de Palocci (R$ 814 mil) e na conta pessoa jurídica da Projeto (R$ 30 milhões).

Palocci, que teve a prisão preventina decretada nesta sexta, foi preso na última segunda-feira na 35ª Fase da Lava-Jato, acusado de intermediar a propina paga pelo Grupo Odebrecht ao PT. O valor alcançaria R$ 128 milhões. O juiz Sérgio Moro determinou que fossem bloqueados todos os ativos do ex-ministro até esse montante. Além dele, foram presos seu assessor Branislav Kontic e o ex-chefe de gabindete do Ministério da Fazenda Juscelino Dourado.

O advogado de Antonio Palocci, José Roberto Batochio afirmou que os valores são compatíveis com a atividade da empresa. Batochio citou bancos e grandes companhias como clientes da Projeto. Além disso, o advogado afirmou que a Projeto já passou por fiscalização da Receita Federal e também nos âmbitos estadual e municipal.

A atual fase da Lava-Jato investiga indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro e o comando da principal empreiteira do país, a Odebrecht, de acordo com a Polícia Federal. Segundo a PF, Palocci teria atuado diretamente como intermediário do grupo político do qual faz parte, gerando benefícios "vultosos" em valores ilícitos.




Moro decreta prisão preventiva de Palocci


O ex-ministro Antonio Palocci está detido desde a última segunda-feira, em Curitiba - Geraldo Bubniak / Agência O Globo / Arquivo / 26/09/2016


Cleide Carvalho e Dimítrius Dantas - O Globo


Ex-ministro e seu assessor, Branislav Kontic, teriam retirado desktops para ocultar provas

O ex-ministro Antonio Palocci e seu assessor Branislav Kontic tiveram prisão temporária convertida em prisão preventiva, por tempo indeterminado, pelo juiz Sérgio Moro. Os dois estão desde a última segunda-feira na sede da Polícia Federal em Curitiba, quando foram presos na 35ª Fase da Lava-Jato, a Operação Omertá.

O ex-ministro é acusado de ter sido o gestor da propina paga pelo Grupo Odebrecht ao PT. 

No despacho, Moro lembrou que, além dos R$ 128 milhões que já haviam sido pagos por meio de Palocci entre 2008 e 2013, falta ainda saber o destino de outros R$ 71 milhões descritos como saldo a pagar na planilha de propinas da empreiteira, o que é suficiente para justificar a decretação da preventiva.

Afirmou também que as prisões da Operação Lava-Jato são "remédio amargo", mas melhor do que a contaminação da democracia pela corrupção.

"Em um determinado nível, a corrupção coloca em risco a própria qualidade de democracia, com afetação das eleições livres e do regular funcionamento das instituições. Trata-se de um retrato de uma democracia vendida", disse em despacho.

A defesa de Antonio Palocci e Branislav Kontic afirmou em nota que a decisão de Moro foi arbitrária. Disse que o Código Eleitoral proíbe decisão que prive o cidadão do direito de liberdade no período eleitoral e que a prisão provisória tem prazo definido em lei (cinco dias) e que para substituí-la ou prorrogá-la é necessário um novo decreto. Ou seja, ao contrário do que argumentou o juiz, não se trata de uma continuidade da prisão inicial. Os advogados disseram ainda que a prisão não tem fundamento na "realidade concreta dos fatos".

A defesa do ex-ministro petista já havia usado o argumento de que a lei proíbe prisão cinco dias antes das eleições ou até 48 horas depois, a fim de proteger o direito de voto. Moro rebateu dizendo que Palocci e Kontic já estão presos desde o último dia 26 e que a decretação da preventiva vai mudar apenas o "título prisional", sem alterar a "situação de fato".


E lembrou que a causa da prisão de Palocci e Kontic foram justamente provas de que eles teriam intermediado o pagamento de muilhões de dólares e de reais para campanhas eleitorais, com pagamento de publicitários com conta secreta no exterior, referindo-se a João Santana, o marketeiro do PT.

"(...) o propósito da lei, de evitar interferência indevida nas eleições e proteger a sua integridade, parece ser mais bem servido com a prisão cautelar do que com a liberdade dos investigados", frisou o juiz.

PALOCCI VENDIA FACILIDADES, DIZ JUIZ

Moro afirmou que as provas indicam prática reiterada, profissional e sofisticada de crimes contra a Administração Pública e de lavagem de dinheiro, com Palocci "vendendo facilidades" ao Grupo Odebrecht e que nem o afastamento dele de cargos e mandatos preveniu a continuidade dos crimes, que foram "praticados no mundo das sombras" e que tornam inviável a adoção de medidas alternativas para prevenir que os delitos continuem a ocorrer.

"Enquanto não houver rastreamento do dinheiro e a identificação de sua localiação atual, há um risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação", justificou Moro, lembrando que o fato de ter dinheiro também cria condição para fuga dos investigados.

Ao defender a prisão preventiva pedida à Justiça pela PF, o Ministério Público Federal afirmou que foram retirados da consultoria de Palocci, a Projeto, CPUs de dois computadores. Nas mesas ficaram apenas tela, teclado e mouse. Moro disse que retirada das CPUs talvez seja explicada "pelo fato de que, mesmo antes da busca, já havia especulações acerca da realização de diligências, na Operação Lavajato, em relação ao ex-ministro".

O juiz observou ainda que, enquanto Kontic afirmou à Polícia Federal que os computadores foram retirados por serem antigos, a defesa argumentou que as CPUs tinham sido retiradas por um usuário que estava trabalhando fora do escritório e por um ex-sócio, que saiu levando junto o computador que era dele. Ou seja, as versões não coincidiram.

No despacho, Moro afirmou que Palocci reunia-se com frequência com Marcelo Odebrecht e que as mensagens comprovam que o codinome "Italiano" era do ex-ministro. Em depoimento, Palocci negou.

O ex-ministro é acusado de ter sido o gestor da propina paga pelo Grupo Odebrecht ao PT. 

No despacho, Moro lembrou que, além dos R$ 128 milhões que já haviam sido pagos por meio de Palocci entre 2008 e 2013, falta ainda saber o destino de outros R$ 71 milhões descritos como saldo a pagar na planilha de propinas da empreiteira.

Afirmou também que as prisões da Lava-Jato são "remédio amargo", mas melhor do que a contaminação da democracia pela corrupção.

"Em um determinado nível, a corrupção coloca em risco a própria qualidade de democracia, com afetação das eleições livres e do regular funcionamento das instituições. Trata-se de um retrato de uma democracia vendida", disse em despacho.

A defesa de Palocci havia argumentado que a lei proíbe a prisão cinco dias antes das eleições ou até 48 horas depois, a fim de proteger o direito de voto. Moro rebateu dizendo que Palocci e Kontic já estão presos desde o último dia 26 e que a decretação da preventiva vai mudar apenas o "título prisional", sem alterar a "situação de fato".

E lembrou que a causa da prisão de Palocci e Kontic foram justamente provas de que eles teriam intermediado o pagamento de muilhões de dólares e de reais para campanhas eleitorais, com pagamento de publicitários com conta secreta no exterior, referindo-se a João Santana, o marketeiro do PT.

"(...) o propósito da lei, de evitar interferência indevida nas eleições e proteger a sua integridade, parece ser mais bem servido com a prisão cautelar do que com a liberdade dos investigados", frisou o juiz.

OCULTAÇÃO DE PROVAS

Moro decidiu pela preventiva depois que o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que desktops foram retirados da sede da empresa de Palocci, a Projeto, e que o fato é indicativo de que Palocci e Kontic ocultaram elementos úteis à investigação. Quando os policiais federais chegaram, encontraram as mesas apenas com monitores, móveis e teclados. Os fios dos desktops estavam desconectados. Ouvido pela PF, Kontic teria dito que os desktops foram retirados por serem antigos, mas os procuradores argumentaram que as imagens registradas pela PF indicam que os equipamentos eram "bastante novos e em ótimo estado".

O MPF afirmou ainda que há provas de que Palocci recebeu R$ 32,7 milhões em dinheiro em espécie, com entregas que relacionam a planilha “Italiano”, da empreiteira Odebrecht. 

Os procuradores dividiram as entregas em três lotes: R$ 16,2 milhões, divididos em 17 entregas de recursos em espécie entre julho e setembro de 2010; R$ 15 milhões em nove entregas entre outubro e novembro do mesmo ano e R$ 1,5 milhão vinculado a pessoa identificada pelo codinome “Menino da Floresta” na planilha da empreiteira.

Além disso, ao confrontar a planilha "Italiano" com extratos da conta ShellBill, que pertence ao marqueteiro do PT João Santana e à mulher dele, Mônica Moura, o MPF diz ter sido possível identificar depósitos de US$ 11,7 milhões feitos pela Odebrecht por meio da offshore Innovation Research entre julho de 2011 a maio de 2012.

Ao pedir a prisão preventiva, o delegado Hille Pace também havia reforçado, num documento de 86 páginas, as suspeitas de que Palocci fazia a ligação entre o PT e a empreiteira Odebrecht, intermediando assuntos de interesse da empreiteira. Segundo as investigações, o valor alcançaria R$ 128 milhões. Nesta semana, o Banco Central bloqueou, a pedido de Sergio Moro, quase R$ 31 milhões das contas pessoal e da empresa de Palocci.



Maior doadora de Alice Portugal tem contrato sem licitação na Bahia


Felipe Frazão - Veja

Maria Paula Lanat Suarez, empresária e mulher de Carlos Seabra Suarez, aluga imóvel para autarquia do governo Rui Costa (PT)


Alice Portugal (PCdoB) defende Dilma Rousseff na TV
Alice Portugal (PCdoB) defende Dilma Rousseff na TV (Reprodução/VEJA)
A campanha de Alice Portugal (PCdoB), segunda colocada nas pesquisas para a prefeitura de Salvador, enfrenta dificuldades de arrecadar dinheiro e hoje amarga um déficit milionário – os gastos chegam a 1.814.876,80 reais e a arrecadação, 648.738,51 reais, conforme dados declarados à Justiça Eleitoral. Alice tentou angariar recursos em jantares de contribuição e apelou a empresárias mulheres.
Os maiores doadores individuais foram os empresários Antonio Andrade Junior, dono de construtora, e o casal Carlos Seabra Suarez, fundador a OAS e empresário do ramo de energia, e sua mulher Maria Paula Lanat Suarez, dona de uma empresa do ramo imobiliário, a Patrimonial Beaufort Ltda – ME. Cada um doou individualmente 100.000 reais à campanha da comunista e somam juntos quase a metade das receitas.
O casal Suarez tradicionalmente abastece campanhas de partidos de esquerda na Bahia. Em 2014, a empresa de Maria Paula firmou contrato de locação com a Junta Comercial do Estado da Bahia. A Juceb é vinculada ao governo Rui Costa (PT), maior apoiador de Alice Portugal na campanha. 
Não houve licitação, dispensada por lei estadual caso o preço seja “compatível com o de mercado” e as “necessidades de instalação e localização do imóvel condicionem a escolha”. 
A Juceb usar o andar térreo e parte do primeiro piso do Edifício Citibank, na capital baiana. O contrato começou com custo mensal 45.659 reais, já sofreu reajustes pelo IGP-M, e vale até fevereiro de 2018.

João Santana, marqueteiro da dupla corrupta Lula-Dilma, recebeu da Odebrecht US$ 13,2 milhões na Suíça



O marqueteiro João Santana é preso pela Polícia Federal - Geraldo Bubniak / 22-2-2016

Cleide Carvalho - O Globo

Lava-Jato identiticou novos depósitos da empreiteira para marqueteiro do PT

O marqueteiro do PT, João Santana, recebeu da Odebrecht pelo menos US$ 13,2 milhões na conta secreta que mantinha na Suíça entre julho de 2011 e março de 2013. Os novos depósitos foram identificados nos extratos da conta Shellbill e foram citados como novas provas contra o ex-ministro Palocci pelo juiz Sérgio Moro, ao decretar a prisão preventiva.
Os depósitos foram feitos pelas offshores Innovation Research e Klienfeld Services, controladas pelo Grupo Odebrecht. A Lava-Jato já havia identificado depósitos de US$ 7,5 milhões na conta de Santana e da mulher dele, Mônica Moura — dos quais US$ 3 milhões haviam sido feitos pela Odebrech, em 2012 e 2013, e o restante pelo operador Zwi Skornick, do estaleiro Keppel Fels.

Agora, novos documentos revelaram depósitos de pelo menos USD 11,7 milhões entre julho de 2011 e julho de 2012, também provenientes da empreiteira. Segundo o juiz Sérgio Moro, os novos achados corroboram os registros de pagamentos aos publicitários que estavam registrados na planilha "Posição Programa Especial Italiano" sob o codinome "Feira".

Embora Palocci afirme que não é o "Italiano" citado pela Odebrecht, mensagens trocadas pelo empresário Marcelo Odebrecht com um de seus executivos na época, Alexandrino Alencar, são identificadas como provas pelo juiz. Alencar escreceu: “Vc marcou alguma coisa com o Italiano na 2ª? Se não, vou ligar para Brani hoje para tentar marcar."


Marcelo Odebrecht respondeu para Alexandrino Alencar e a sua secretária, Darci Luz: "Darci: ver novo tel Brani. Marquei com ele a princípio que o deputado passaria la no escritório entre 11:30 e 12 horas amanha (2ª)."

Brani é, segundo as investigações, Branislav Kontic, assessor de Palocci que também teve prisão preventiva decretada por Moro.

O juiz afirma que, além do valor pago ao marqueteiro do PT, foram colhidas provas de pagamentos de R$ 30,2 milhões, em dinheiro, apenas durante o ano de 2010 ao "Italiano".