sexta-feira, 18 de julho de 2025

'Cartel lula-stf-globolixo' proíbe Bolsonaro de falar com o filho Eduardo

 Alexandre de Moraes determinou que ex-presidente cumpra recolhimento domiciliar e use tornozeleira eletrônica, entre outras restrições


Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, em entrevista ao Oeste sem Filtro | Foto: Revista Oeste 


Restrições que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes impôs ao ex-presidente Jair Bolsonaro incluem a proibição de acessar redes sociais e de se comunicar com outros investigados, como seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). + Leia mais notícias de Política em Oeste 

A ação da Suprema Corte é em resposta a solicitações da Polícia Federal, que contaram com o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além dessas limitações, Moraes ordenou que Bolsonaro cumpra recolhimento domiciliar noturno e utilize tornozeleira eletrônica. 


Eduardo Bolsonaro - Alexandre de Moraes double down and after Bolsonaro's video to @realDonaldTrump yesterday, Moraes ordered today to @jairbolsonaro: 1-Wear electronic ankle bracelet; 2-He cannot leave house between 7 p.m. and 7 a.m.; 3-He cannot use social media; 4-He is prohibited from Mostrar mais


O ex-presidente também não pode manter contato com embaixadores, diplomatas estrangeiros ou frequentar embaixadas, num movimento que amplia o isolamento determinado pela Justiça.


Flávio Bolsonaro - Fica firme, pai, não vão nos calar! A proposital humilhação deixará cicatrizes nas nossas almas, mas servirão de motivação para continuarmos lutando pelo nosso Brasil livre de déspotas. Proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Mostrar mais 


Nas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de Jair e irmão de Eduardo, afirmou que “a proposital humilhação deixará cicatrizes nas nossas almas, mas servirão de motivação para continuarmos lutando pelo nosso Brasil livre de déspotas”. 

Operação da PF e novas medidas contra Bolsonaro 


Nesta sexta-feira, 18, agentes da Polícia Federal realizaram buscas tanto na residência de Bolsonaro, em Brasília, quanto na sede nacional do Partido Liberal (PL). Segundo comunicado da corporação, agentes executaram dois mandados de busca e apreensão, além de outras medidas restritivas, por ordem do STF. 

Além desse caso, Bolsonaro responde a processo penal no STF, que apura uma possível tentativa de golpe de Estado. A ProcuradoriaGeral da República encaminhou, na segunda-feira 14, suas alegações finais e pediu a condenação do ex-presidente por cinco crimes relacionados ao caso. 




Antes das sanções judiciais, Bolsonaro publicou em suas redes sociais mensagem de agradecimento ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O líder norte-americano criticou o que chamou de perseguição a Bolsonaro no Brasil.

O brasileiro afirmou que recebeu “com muita alegria a carta endereçada a minha pessoa”. “Nela, vi a sua preocupação com a liberdade de expressão e também no tocante ao meu julgamento”, afirmou Bolsonaro.

Leia também: “O desmonte do Itamaraty” , artigo de Adalberto Piotto publicado na Edição 275 da Revista Oeste “Estou sendo julgado por um golpe de Estado dado num domingo, sem tropa, com a minha presença nos Estados Unidos. É algo completamente incrível, um crime inexistente. Querem, na verdade, me alijar do processo político, alijar a maior liderança de direita da América Latina. Entendo que eleições sem oposição, isso sim é um golpe.” 










Lucas Chelddi - Revista Oeste

Ana Paula Henkel e 'O Brasil na encruzilhada'

 Para conter o avanço do totalitarismo, Trump mostra sua força e desenha uma linha na areia. Diante das provocações de Lula, o país bateu de frente com tarifas, retaliações, possíveis sanções e agora o envolvimento da Otan


Ilustração: Shutterstock 


E m 9 de julho, logo após o encontro do Brics no Rio de Janeiro e mais uma série de provocações de Lula aos Estados Unidos, o presidente americano Donald Trump deu um nó diplomático no Brasil ao anunciar uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, a partir de 1º de agosto, citando os “ataques insidiosos” à liberdade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e sua perseguição implacável ao ex-presidente Jair Bolsonaro. 

No entanto, engana-se quem avalia que a linha desenhada na areia por Trump seja apenas uma mera disputa comercial. As equações de Trump são um alerta calculado de que a atual Casa Branca vê o Brasil de Lula como um aliado desgarrado, deslizando para o totalitarismo, que pode se sentir fortalecido por sua aliança com a Rússia, a China e o Irã — hoje, regimes de exceção. 

Nesta semana, a insatisfação com o Brasil subiu mais um degrau. Poucos dias depois do tarifaço de Trump, o presidente americano publicou uma carta com o timbre da Casa Branca endereçada a Bolsonaro e classificando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva como um “regime” — termo reservado para Estados autoritários. 


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de chefes de Estado e de governo dos países membros, parceiros e de engajamento externo, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, RJ (7/7/2025) | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Na diplomacia internacional, a palavra “regime” é uma arma retórica, usada para deslegitimar governos considerados antidemocráticos ou hostis. Reagan a usou contra a União Soviética; Bush, contra o Iraque de Saddam Hussein; e agora Trump a direcionou ao Brasil de Lula. Em sua carta a Bolsonaro, Trump escreveu: “O regime em Brasília, liderado por Lula e seus executores judiciais, está travando uma guerra contra a liberdade, mirando você e seus apoiadores com uma caça às bruxas que espelha minhas próprias batalhas”. 

A escolha da palavra “regime” sinaliza que Trump considera o governo de Lula desprovido de legitimidade democrática, impulsionado pelas ordens de censura “secretas e ilegais” do STF, liderado pelo ministro Alexandre de Moraes, e pela perseguição a Bolsonaro em razão da suposta conspiração golpista após as eleições de 2022. 

O termo “regime” carrega um peso histórico, reservado para Estados como o Irã pós-1979 ou a Venezuela de Maduro, onde normas judiciais e eleitorais foram erodidas. Ao aplicá-lo ao Brasil, Trump equipara o governo de Lula a esses párias, acusando-o de trair os valores democráticos que Brasil e EUA outrora compartilharam. Essa escalada retórica sublinha a estratégia mais ampla de Trump: pressionar o Brasil a abandonar sua atual relação com o autoritarismo impulsionado pelo Brics ou enfrentar o isolamento econômico e diplomático. 


Donald Trump, presidente dos EUA, na Casa Branca, em Washington, D.C. (15/7/2025) | Foto: Reuters/Jonathan Ernst/Foto de arquivo

A insatisfação de Trump com Lula e a preocupação com o Brasil não são de agora. O alinhamento de Luiz Inácio com regimes autoritários foi exposto em 2023, quando ele recebeu o ditador da Venezuela, em Brasília, com todas as honras de Estado. Isso, apesar de Maduro estar na lista de procurados dos EUA por narcoterrorismo, com uma recompensa de US$ 25 milhões. 

A recepção calorosa foi um ato provocador, alinhando o Brasil com um regime de exceção que reprime seu povo e desafia abertamente os interesses dos EUA. Em janeiro deste ano, Maduro fez coro com as provocações de Lula e intensificou as tensões ao pedir que o Brasil “libertasse” Porto Rico dos americanos, levando o senador americano Rick Scott a enviar a Lula uma carta exigindo explicações.

 Mas a acolhida a Maduro não foi um evento isolado. Em 2024, Lula voltou a se encontrar com o ditador, reforçando laços com a Venezuela, apesar de seu histórico de repressão e colapso econômico. 

Essa postura contrasta diretamente com a visão de Trump, que considera Maduro uma ameaça regional, parte de um “novo Eixo do Mal” ao lado de Irã, Rússia e Cuba. A decisão de Lula de tratar um criminoso procurado como um aliado legítimo intensifica as acusações de Trump de que o Brasil está se afastando dos valores democráticos ocidentais, alimentando o uso do termo “regime” em sua carta a Bolsonaro. 


Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e Lula, durante reunião bilateral em Kingstown, São Vicente e Granadinas (1º/3/2024) | Foto: Ricardo Stuckert/PR

O colapso da Venezuela serve como uma advertência para o Brasil, embora o país ainda não tenha atingido esse extremo. A Suprema Corte do país, repleta de aliados, começou a usurpar funções legislativas, como em 2017, quando tentou dissolver a Assembleia Nacional liderada pela oposição, desencadeando uma condenação internacional. A repressão à mídia, à liberdade de expressão, a nacionalização de indústrias e os controles cambiais levaram a uma hiperinflação de 1.698.488% em 2018 sob Nicolás Maduro, resultando em migração em massa e repressão. O alinhamento da Venezuela com o Irã, Rússia e Cuba a isolou do mundo democrático, transformando uma nação próspera em um Estado pária. 

O Brasil não é a Venezuela, mas sinais preocupantes emergem. O STF, sob Moraes, espelha o Judiciário venezuelano ao emitir ordens de censura, incluindo a proibição temporária do X e multas a empresas de tecnologia americanas, e perseguir Bolsonaro por suposta conspiração golpista após 2022. Essas ações, embora menos graves que as da Venezuela, corroem as normas democráticas, justificando o rótulo de “regime” por Trump. 

A liderança de Lula no Brics — composto de Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã e outros — tem sido um ponto de tensão. Na cúpula do Brics de 6 e 7 de julho de 2025, no Rio, Lula condenou os ataques dos EUA e de Israel às instalações nucleares do Irã e defendeu uma moeda do Brics para desafiar o domínio do dólar, ecoando sua proposta de 2023 para uma moeda sul-americana. 


Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, durante sessão plenária no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, RJ (6/7/2025) | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nesta semana, Trump perdeu a paciência com outro aliado de Lula, Vladimir Putin, dando ao russo 50 dias para cessar a guerra contra a Ucrânia. A dependência do Brasil do diesel russo (64% das importações em 2024) o torna vulnerável às ameaças de sanções de Trump às exportações de energia da Rússia, um movimento que poderia paralisar a economia brasileira. 

Os laços de Lula com regimes autoritários vão além da economia. Sua proximidade com a China, maior parceiro comercial do Brasil, que compra soja e minerais enquanto promove o yuan sob manipulação cambial, e seu apoio ao Irã, um Estado que financia o terrorismo desde a crise dos reféns de 1979, alinham o Brasil com forças antiamericanas. 

A condenação do Brics aos ataques dos EUA contra o Irã na cúpula foi um desafio direto, levando Trump a ver Lula como um peão voluntário em um eixo autoritário global. Tarifas e Seção 301: arma de duplo calibre As tarifas de 50% de Trump, um salto em relação aos 10% impostos em abril, abalaram a economia brasileira. O real se desvalorizou mais de 2% em relação ao dólar, e empresas como Embraer e Petrobras perderam valor de mercado significativo. 

O Brasil, um grande fornecedor de café, suco de laranja e carne bovina para os EUA, enfrenta aumento de preços e perda de competitividade global.


As tarifas foram uma resposta direta ao alinhamento de Lula com o Brics e à censura de Moraes, com Trump acusando o Brasil de atacar eleições livres e a liberdade de expressão. Diante das respostas nada diplomáticas de Lula, o Brasil entrou em outro caminho tênue: a famosa Seção 301, do Trade Act de 1974, permite aos EUA investigar práticas comerciais estrangeiras consideradas injustas ou restritivas ao comércio americano. A investigação no Brasil estará focada em:


• Comércio digital e serviços de pagamento eletrônico: restrições a plataformas americanas como Truth Social e Rumble, ligadas às ordens de censura de Moraes. 

• Tarifas preferenciais injustas: tarifas mais baixas para México e Índia em detrimento de exportações americanas de etanol. 

. Interferência anticorrupção: fraca aplicação de medidas anticorrupção, prejudicando empresas dos EUA. • Proteção à propriedade intelectual: salvaguardas inadequadas que afetam inovadores americanos. 

• Acesso ao mercado de etanol: barreiras às exportações de etanol dos EUA. 

• Desmatamento ilegal: práticas ambientais que impactam a equidade comercial. 


Ronald Reagan e Margaret Thatcher, durante viagem a Camp David, em discurso de rádio no Laurel Lodge, nos EUA (15/11/1986) | Foto: Domínio Público


Essa investigação é um prenúncio de novas sanções comerciais, como tarifas adicionais ou restrições, caso o Brasil não negocie. Um precedente alarmante é a investigação da Seção 301 contra a China em 2018, que resultou em tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em produtos chineses, posteriormente expandidas para US$ 360 bilhões, por práticas como transferência forçada de tecnologia e roubo de propriedade intelectual. 

Para o Brasil, a investigação ameaça setores vitais, como o agronegócio e a indústria, aumentando o risco de uma guerra comercial que pode isolar o país economicamente, como alertou o ex-oficial de comércio americano Brad Setser. 


A estratégia global de Trump 

As tarifas, a investigação da Seção 301 e as ameaças de sanções de Trump fazem parte de uma estratégia mais ampla para reafirmar a liderança americana, ecoando a luta de Reagan contra o comunismo em um tabuleiro mais amplo. E, neste xadrez complexo da geopolítica, o Brasil de Lula enfrentará outra peça magistral: a Otan. 


Quadro eletrônico exibe informações sobre as flutuações recentes dos índices de mercado na Bolsa de Valores B3, em São Paulo (10/7/2025) | Foto: Reuters/Alexandre Meneghini 


Na cúpula da Otan neste mês de julho, Trump reuniu aliados para enfrentar o desafio do Brics, enfatizando sanções à Rússia e a seus parceiros. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, um pragmático de centro conhecido por sua habilidade diplomática, desempenhou um papel crucial. Longe de ser um extremista de direita, Rutte, exprimeiro-ministro holandês por 14 anos, elogiou a “ação decisiva” de Trump contra o programa nuclear do Irã e assegurou um compromisso histórico de 5% do PIB em gastos com defesa até 2035, creditando a pressão de Trump. “Esses países teriam atingido 2% sem a liderança de Trump? Não”, afirmou Rutte, destacando a ameaça da Rússia, da China e do Irã.

As declarações de Rutte sobre o Brasil, a China e a Índia sublinharam a preocupação da Otan com a agenda do Brics. Em uma entrevista nesta semana em Washington, ele alertou: “Nações que se alinham com a agressão da Rússia ou a coerção econômica da China correm o risco de perder a confiança do mundo democrático”, citando as importações de diesel do Brasil e a retórica antiamericana de Lula. 

A carta de Trump a Bolsonaro, chamando o governo de Lula de “regime”, reforçou essa postura, sinalizando que os EUA não tolerarão aliados que se aproximem do autoritarismo. O secretário de Estado Marco Rubio, um falcão contra o Irã e a Venezuela, molda essa política linha-dura, garantindo que a Otan permaneça um baluarte contra o desafio do Brics. 



Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, durante reunião entre o presidente Donald Trump e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, D.C. (14/7/2025) - Foto: Reuters/Nathan Howard/Foto de Arquivo 


As tarifas de Trump, a investigação da Seção 301, as ameaças de sanções e a liderança na Otan são um projeto para uma realinhamento global, enfrentando o desafio do Brics ao dólar e à supremacia ocidental. As advertências de Rutte sobre o alinhamento do Brasil com a Rússia e a China refletem a preocupação da Otan de que as políticas de Lula ameacem a estabilidade global. A estratégia de Trump espelha a pressão econômica de Reagan para enfraquecer adversários, garantindo que os EUA permaneçam como “xerife do mundo”. 

A dependência do Brasil do diesel russo e do comércio chinês dá a Lula alavancagem, mas também vulnerabilidade. Novas sanções americanas às exportações de energia da Rússia e os resultados da investigação da Seção 301 poderiam desencadear uma crise no Brasil, semelhante ao colapso dependente de petróleo da Venezuela. 

A insistência de Lula em uma visão multipolar, liderada pelo Brics, é um desafio direto a essa ordem que protege os pilares da civilização ocidental. A retórica antiamericana pode até render pontos políticos a Lula no curto prazo, mas não será tolerada. 

Ela é um risco à paz do Ocidente no longo prazo. A carta de Trump a Bolsonaro, a investigação da Seção 301 e agora o envolvimento da Otan são um alerta: o Brasil deve reafirmar os valores democráticos ou enfrentar consequências econômicas e diplomáticas. A escolha é clara — liberdade ou autoritarismo. 

O xerife traçou sua linha, e o mundo está observando.

Liberdade vs. autoritarismo


Ana Paula Henkel - Revista Oeste

Sílvio Navarro e 'O Tsunami a caminho'

Mais uma vez, os brasileiros que vão arcar com a conta do projeto de poder de Lula e do STF 


Foto: Montagem Revista Oeste/Gerada por IA/Freepik


N uma entrevista recente, o ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman causou espanto ao responder, ao vivo, com profunda clareza, a uma pergunta dos jornalistas da GloboNews sobre a crise provocada pelo presidente Lula da Silva e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com os Estados Unidos. O apresentador perguntou ao economista se o Brasil perde ou ganha num embate direto com Donald Trump. O entrevistado resumiu assim: “Seria como um mico brigando com um gorila de 500 quilos”. 

Talvez não fosse necessário ser especialista em economia, analista político ou de relações internacionais para responder ao questionamento, mas num país que está diante de um consórcio disposto a não sair do poder, desconectado da sociedade e governando à margem da lei, é importante entender o tamanho da encrenca que está pela frente. Numa outra analogia possível, é como um tsunami se erguendo no horizonte. 

GloboNews -n "MICO CONTRA GORILA" — Em entrevista ao #Edição18 desta quarta-feira (9), o ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman falou sobre a tarifa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros. Segundo ele, as chances do Brasil numa retaliação aos Estados Unidos seria o mesmo que "comprar uma briga com um gorila de 500 quilos". "Seria um mico brigando com um gorila de 500 quilos, porque (os EUA) são uma economia muito maior do que a nossa. Já foram mais relevantes. Hoje, a China é o maior mercado brasileiro, depois a União Europeia, e em terceiro lugar vêm os Estados Unidos. (...) Pode tentar seguir por esse caminho, mas do ponto de vista político é mais interessante fortalecer a ideia de que está sendo perseguido, de que View more on Instagram 18/07/2025, 11:10 Tsunami a caminho - Revista Oeste https://revistaoeste.com/revista/edicao-278/tsunami-a-caminho/ 3/13 qualquer prejuízo que isso venha a causar não é responsabilidade sua, e o responsável é sim o grande irmão do norte. Você consegue encontrar alguém em quem colocar a culpa, e colocar a culpa nos outros é praticamente uma especialidade não só do presidente Lula, como também de boa parte do seu círculo de ministros", disse Schwartsman. "Obviamente, a melhor saída seria tentar negociar, mas desconfio que a gente vai responder na mesma moeda e ter um prejuízo econômico. Mas a preocupação maior não é com o prejuízo econômico, é com a possibilidade de conseguir pregar a culpa em alguém”. ➡️ Acompanhe as atualizações na #globonews #trump #taxa #estadosunidos #brasil View all 20,926 comments 




Se aplicada, a alíquota de 50% sobre produtos brasileiros vai causar impacto em vários setores produtivos, principalmente exportadores de carne, café, ferro e suco de laranja, além da Embraer, e pressionará a economia doméstica com a elevação dos preços nas prateleiras. Somam-se a isso a imagem manchada da diplomacia pelo alinhamento com o eixo anti-Ocidente, de China, Rússia e Irã, e a escalada autoritária do Supremo — ou “caça às bruxas”, que no caso significa caça à direita, como disse Donald Trump. 

O governo americano decidiu olhar com lupa para o Brasil nas últimas semanas. Além das tarifas, foi aberta uma investigação sob a chamada Seção 301 da legislação de comércio americana, de 1974. O que isso significa? A lei trata de “atos, políticas ou práticas de um país estrangeiro que são desarrazoadas ou discriminatórias e prejudicam ou restringem o comércio dos Estados Unidos”. É uma linha de apuração abrangente, com desfecho imprevisível. 

O documento do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) cita também a insegurança jurídica que o país vive por causa de decisões de Cortes superiores. A Operação Lava Jato não é mencionada nominalmente, mas o texto fala sobre o afrouxamento de leis regulatórias, decisões contra plataformas digitais e corrupção — o terreno fértil para quem quer roubar. 

Em suma, a chance de o Brasil sair ileso da confusão armada por Lula e Alexandre de Moraes é muito pequena. O pagador de impostos será novamente prejudicado, a fervura política seguirá causando estrago em Brasília, e o governo do PT forçará a judicialização de tudo que o Congresso Nacional não topar — o principal exemplo foi a decisão desta semana de Moraes a favor do governo (leia mais abaixo). 

Se o cenário de conflito com a Casa Branca é tão ruim para o país, por que o consórcio PT-STF não cede? Por exemplo: fazer um acordo para anistiar os presos pelo tumulto do 8 de janeiro, como ocorreu com a própria esquerda em 1979, encerrar inquéritos abertos há anos — o inquérito-matriz tem mais de seis anos — para perseguir a direita, e parar com discursos contra o uso do dólar como moeda corrente mundial para agradar Vladimir Putin e a ditadura chinesa. Aliás, não se trata apenas de provocações contínuas aos americanos. 

Outros países, especialmente na Europa, agora estão incomodados com as escolhas diplomáticas de Lula. O alerta mais recente aconteceu na terça-feira, 15. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, disse que o Brasil pode ser duramente punido com sanções se continuar fazendo negócios com a Rússia. A Otan reúne nada menos do que 31 países da Europa e da América do Norte. O bloco decidiu impor prazo de 50 dias para que Putin interrompa as ações militares contra a Ucrânia. 

“Se a Rússia não levar a sério as negociações de paz, em 50 dias serão aplicadas sanções secundárias a países como Índia, China e Brasil. Meu incentivo para esses três países em particular é que olhem para isso, porque podem ser duramente atingidos”, afirmou Rutte. “Então, por favor, telefonem para Putin e digam a ele que precisa levar a sério os acordos de paz, porque, caso contrário, isso vai acontecer no Brasil, na China e na Índia.”

Desde o retorno do PT ao poder, a Rússia se tornou a principal vendedora de óleo diesel para o Brasil: US$ 12,4 bilhões, mais que o dobro da parcela dos Estados Unidos. Há grande fluxo também no mercado de fertilizantes para lavouras, principalmente o potássio — maior consumidor global, o Brasil desembolsa cerca de US$ 4 bilhões (veja quadro abaixo).


O mundo já percebeu o que está em curso no Brasil. A revista britânica The Economist, que de longe não pode ser classificada como uma publicação conservadora, escreveu: “O papel do Brasil no centro de um Brics, expandido e dominado por um regime autoritário, faz parte da política externa cada vez mais incoerente de Lula”.

“O país se inclinou para a direita. Muitos brasileiros associam o Partido dos Trabalhadores à corrupção, por causa de um escândalo que levou Lula à prisão por mais de um ano”, diz a revista. E conclui: “Por isso Lula é impopular em casa”.


Na primeira fileira, Geraldo Alckmin, vice-presidente da República; Mohammed Abdulsalam, porta-voz dos Houthi; Ziyad Al-Nakhalah, líder da Jihad Islâmica; general Naim Assem, vice-líder do Hezbollah; e Ismail Haniyeh, líder do Hamas, morto horas depois em ataque em Teerã (30/7/2024) | Foto: Press TV 

Projeto de poder ameaçado 

Uma semana depois do anúncio do “tarifaço”, a cúpula do governo não consegue retirar o presidente de campo para minimizar o estrago com o microfone à mão — leia-se provocações em série, como fez em entrevista à CNN internacional. 

“Se o Trump morasse no Brasil e tentasse fazer aqui o que ele fez no Capitólio, certamente ele também estava julgado e poderia ser preso”, disse à emissora. “Tenho certeza de que o presidente americano jamais negociou 10% do que eu negociei na minha vida”, afirmou num palanque da União Nacional dos Estudantes (UNE). “Não é um gringo que vai dar ordem.” 

Como os próprios ministros afirmam em conversas com jornalistas, Lula atualmente “só fala para dentro do PT”. Não há possibilidade de capitanear qualquer negociação dessa envergadura. A saída escalar outros negociadores. No entanto, a situação pode piorar: alguém teve a ideia de convocar para a missão o vice, Geraldo Alckmin, e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta. 

Qual é a chance de autoridades americanas levarem esse trio brasileiro a sério? 

A primeira reação nas redes sociais, por exemplo, foi o resgate de uma foto de Alckmin ao lado de terroristas no Irã, país cujas instalações nucleares foram bombardeadas pelos Estados Unidos no mês passado. Mais: não há pacificação com a equipe de marqueteiros do PT com dinheiro na mão. Eles inundaram as redes sociais com robôs para amplificar o discurso raivoso de Lula. 

\Segundo uma reportagem do jornal O Globo nesta semana, os perfis fakes chegam a disparar 20 postagens por minuto. Foi 1,6 milhão de publicações pró-governo, sendo que um terço das postagens partiu de um grupo de apenas mil contas. O jornal O Estado de S. Paulo revelou que por trás desses robôs estão integrantes do Instituto Lula, da fundação petista Perseu Abramo e de sindicatos Um dado relevante: ninguém foi acionado pela Procuradoria-Geral da República ou incluído até agora nos inquéritos contra fake news (ou desinformação) do gabinete de Alexandre de Moraes. Por quê?


Hugo Motta, Geraldo Alckmin e Davi Alcolumbre (16/7/2025) | Foto: Reprodução/X

No caso dos líderes do Congresso, tanto Motta quanto Alcolumbre têm um problema maior pela frente. Na quarta-feira, Alexandre de Moraes atropelou uma decisão legítima das duas Casas contra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ao socorrer Lula com uma canetada monocrática, Moraes ofendeu gravemente os 383 deputados que votaram contra o projeto — quórum suficiente, por exemplo, para aprovar impeachment, e muito superior aos 308 votos de uma emenda constitucional. O Senado também havia chancelado a decisão da Câmara em plenário. 

Não é exagero afirmar que o ambiente de estresse político em Brasília é similar ao de 2016, nos piores dias de Dilma Rousseff. Traduzindo: a economia na lona e o Legislativo sem governabilidade. À época, contudo, não havia conluio entre o PT e o Supremo — pelo contrário, eram tempos de Lava Jato, e o povo estava nas ruas. Desmoralizados, Motta e Alcolumbre estão em silêncio. 

Mas como ficam Lula e seus aliados no Supremo diante desse tsunami que pode prejudicar milhões de trabalhadores e quebrar o Brasil? Eles são especialistas em procurar culpados — o escolhido, desta vez, é Donald Trump. Tanto o petista quanto os ministros de toga já deixaram claro que sua preocupação não é com a economia, como pensa a maioria da população. O futuro de todos eles passa por permanecer no poder. 


Alexandre de Moraes, durante sessão plenária do STF (14/5/2025) - Foto: Fellipe Sampaio/STF


Sílvio Navarro - Revista Oeste

J.R. Guzzo - 'Soberania para roubar'

 O Brasil de hoje caminha para se tornar, além de uma ditadura judicial neurótica, a nação mais corrupta do planeta


A ministra Gleisi Hoffmann, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, DF (14/7/2025) - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil 


E is aqui um retrato desesperador do que o governo Lula e o STF, em parceria, fizeram deste país ao longo dos últimos anos. Não basta que o governo dos Estados Unidos tenha acabado de nos denunciar ao mundo como um país bandido, onde a mais alta Justiça foi transformada em polícia política para a caça a inimigos do regime. O Brasil de hoje também caminha para se tornar, além de uma ditadura judicial neurótica, a nação mais corrupta do planeta. 

Os responsáveis pela criação da ditadura são exatamente os mesmos responsáveis pela roubalheira — cada vez mais, na verdade, fica evidente que o propósito central do estado de exceção imposto pelo consórcio Lula-STF ao país é fazer da corrupção um sistema de governo. Não apenas se rouba com agressividade inédita e por meios cada vez mais primitivos. (Nada de negócios complicados; agora estão roubando na boca do caixa, direto.) A impunidade está garantida na prática pela Justiça. “Roube que o governo garante” — eis aí o lema do Brasil recivilizado pelo STF e o Lula 3.

O retrato mencionado no começo do texto é um pedido de investigação feito pelo senador Jorge Seif — o mesmo cujo mandato queriam cassar, é claro, pouco tempo atrás. É uma monstruosidade — e uma amostra do que é, exatamente, o Brasil de hoje. Seif revelou que o número de pescadores no Brasil em 2022, último ano antes de Lula, era pouco inferior a 700 mil profissionais. Hoje, sem a pesca de uma sardinha a mais, é de quase 2 milhões. Por quê? Para roubar o INSS.


Senador Jorge Seif (PL-SC), no Senado Federal, em Brasília, DF (28/2/2023) | Foto: Roque de Sá/Agência Senado 

Essa multiplicação dos pescadores brasileiros por três, em dois anos e meio, não aconteceu; como você com certeza já adivinhou, os pescadores a mais do governo Lula simplesmente não existem. Foram inventados por uma das gangues que hoje mandam na máquina federal para receberem do INSS, e transferirem automaticamente para os bandidos, o dinheiro devido aos pescadores durante o período em que são legalmente proibidos de pescar — o chamado segurodefeso. 

O INSS, de novo? Sim, o INSS de novo. Cada vez mais gente, entre os barões assinalados do governo Lula, não tem mais paciência para esperar o resultado de operações de corrupção que exigem plano, esquema financeiro, propinas, retropropinas, pagamento em contas no exterior, “operações estruturadas” e outros aborrecimentos. A ordem, hoje, é ir logo para onde há dinheiro vivo e disponível na hora, como o INSS — já assolado por um escândalo que pode bater nos R$ 90 bilhões. 

É, pelo que está visível, o maior roubo do Lula 3, talvez de todos os Lulas juntos — uma trapaça feita com fraudes na cobrança de contribuições e na falsificação de empréstimos consignados, numa tramoia montada para encher o bucho de banqueiros. Pior: o irmão do próprio Lula é beneficiário nesse frenesi de ladroagem. Pior ainda: não há nem sequer um ladrão na cadeia até agora. Muito simplesmente, o governo pediu ao STF a suspensão das investigações. É terra arrasada.


Luís Roberto Barroso, presidente do STF, e Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, durante Sessão Solene de Abertura do Ano Judiciário do STF, em Brasília, DF (3/2/2025) | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil 

Voltam agora ao local do crime, como diria o vice-presidente Geraldo Alckmin, para trocar o milagre da multiplicação dos peixes pelo milagre da multiplicação dos pescadores. Os ladrões, cada vez mais, agem como se tivessem segurança absoluta de que ninguém vai ser punido. Não tentam nem disfarçar. 

O Maranhão, por exemplo, tem 590 mil pescadores registrados, mas apenas 600 barcos de pesca. Há uma cidade com 14 mil pescadores e 15 mil habitantes. É daí para pior. Nunca existe uma “hora boa” para coisas ruins acontecerem, mas esta é certamente uma das piores que poderia haver. O Brasil precisa, com urgência urgentíssima, dar algum sinal de que ainda merece um mínimo de respeito perante o resto do mundo. 

Está sendo diretamente acusado por Donald Trump de violar os direitos humanos mais elementares com o linchamento legal de Bolsonaro. Até agora não obteve o apoio de nenhuma nação democrática. Descobriu-se que não tem um único funcionário capaz de arrumar qualquer conversa séria com o governo americano. 

Seu apoio popular na briga é zero. Isso é lá hora para ficar roubando desse jeito? Justo agora, bem agora, o ministro Dias Toffoli tem mais um surto em seu desempenho à frente do órgão mais ativo do STF depois da vara penal do ministro Alexandre de Moraes — o SAC, ou Serviço de Assistência aos Corruptos. Toffoli, depois de fazer tudo, fez mais. Anulou agora todas as decisões da Operação Lava Jato contra o doleiro Alberto Youssef, a válvula-mestra que bombeava o dinheiro para a rataria dos governos Lula e Dilma.


Doleiro Alberto Youssef, um dos principais envolvidos na Operação Lava Jato | Foto: Reprodução/Agência Brasil 

O SAC não falha nunca. Você rouba? Consegue provar que rouba? Confessa que rouba e devolve o dinheiro que roubou? Então é só enviar o seu caso ao ministro Toffoli e todos os problemas se resolvem. Já aconteceu com a Odebrecht e a JBS. Já aconteceu com todo mundo. Por que não aconteceria com Youssef? Ele também é filho de Deus. O fato, para resumir a ópera, é que o STF pegou o maior trabalho já feito contra a corrupção neste país e destruiu tudo peça por peça — praticamente 100%. É um feito de classe mundial.

É também tudo de que o Brasil menos precisa neste momento. É como se o STF estivesse mandando uma mensagem a Trump e ao mundo: “Aqui a junta de governo não se submete a pressões, venham de onde vierem. Não estão gostando que a gente vai condenar Bolsonaro? Pois fiquem sabendo que aqui a gente pode tudo. Podemos socar 14 anos de prisão na moça do batom. Podemos devolver R$ 20 bilhões a ladrões confessos. Podemos inventar 1,3 milhão de pescadores em dois anos”. 

Lula, a extrema esquerda e o ministro Sidônio, na verdade, acham que estão num grande momento — ou fingem que estão. Sua última ideia é aproveitar os 50% de tarifa que Trump lhes socou no lombo e conquistar, de graça, o apoio das massas que tentam encontrar e não encontram. Por que não? Já tentaram de tudo, e nada deu certo: picanha, arroz “do governo” a preço tabelado, colheita “no ano que vem”, PAC, luta pela “Palestina”, imposto para os ricos.


Sidônio Palmeira, na posse como ministro da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, e Lula, em Brasília, DF (14/1/2025) - Foto: Wikimedia Common

Que tal, com as coisas do jeito que estão, tentar um bom nacionalismo de 70 anos atrás, tipo vintage? “Fora ianques”, ou coisa parecida? A ideia é que o povo brasileiro, para se defender da ameaça americana, esqueça todos os seus problemas e corra para apoiar Lula. A mídia e os analistas acreditam nisso como o vigário acredita no Padre Nosso. Dizem, todos os dias, que Donald Trump virou “o maior cabo eleitoral” de Lula. 

Deu um tiro no próprio pé. O governo, que estava péssimo, nunca esteve tão bem. Vamos ver, mais adiante, o que a vida real terá a dizer disso tudo. O sanduíche de ditadura com ladroagem que é a cara do Brasil de hoje produz efeitos que não são controlados pelo consórcio Lula-STF, ou pelos esforços da Rede Globo. Já passaram a envolver a possibilidade de sanções mundiais pela prática de transações comerciais desonestas por parte do Brasil. 

A corrupção fora de controle pode expor o Brasil e as empresas brasileiras a punições penais complicadas perante a lei americana e a internacional. Países da Europa começam a se cansar do apoio cada vez mais estabanado do governo brasileiro ao terrorismo, à invasão da Ucrânia e a outros 18/07/2025, 10:39 Soberania para roubar além das questões ambientais em que já somos um Judas de Aleluia malhado sob a apatia extraterrestre de Marina Silva e outras nulidades do governo.


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista para o Jornal Nacional, no Palácio da Alvorada, em Brasília, DF (10/7/2025) | Foto: Ricardo Stuckert/PR 

O problema, evidentemente, não está nos Estados Unidos, em Trump nem na União Europeia. Está no governo Lula e no STF. Acham, ali, que o Brasil pode romper com cinco séculos de cultura, vivência, valores, afetos, costumes e mindset do Ocidente e se reconstruir como uma colônia da China (“aqui todos nós admiramos o regime chinês”, informou o ministro Gilmar Mendes ao falar, a propósito, sobre censura nas redes sociais). 

.É nesse tipo de crenças, e nas consequências concretas que elas trarão para o Brasil, que está o caminho da perdição.




Os editoriais da imprensa sustentaram até agora que, em nome da “soberania”, o consórcio Lula-STF tem direito de condenar Bolsonaro da forma que achar mais adequada, não podendo aceitar nenhuma interferência no funcionamento do Poder Judiciário e no desenrolar do processo penal do Brasil. E para o resto das questões que começam a escurecer o horizonte? Vão invocar autodeterminação dos povos para roubar o seguro da pesca? Vão dizer que crimes cometidos fora do Brasil têm imunidade diplomática?

O Lula que de repente se enrola na bandeira nacional, a mesma que até outro dia era pisoteada por seus militantes, fica indignado com os pedidos de arquivamento do caso Bolsonaro. Mas vai visitar a amiga Cristina na prisão domiciliar de Buenos Aires, onde cumpre pena por corrupção — e exige que seja solta. Manda um avião da FAB buscar uma ladra de suas relações que estava condenada e presa no Peru. E o seu papel como o Santo Padre Cícero da ladroagem — da Petrobras à Lava Jato, do INSS 1 ao INSS 2, ao INSS 3 etc.? 

Lula e o STF não têm moral para falar de democracia, posto que vão comandar um massacre da serra elétrica para seus inimigos — e posto que entrarão para a história como carrascos que rasgaram a Constituição brasileira para eliminar o principal obstáculo ao seu plano de ficar no governo para o resto da vida. Têm menos moral ainda para encarar a fama, cada vez mais presente no mundo, de que sob a sua direção o Brasil se transformou num país de escroques. 

J.R. Guzzo - Revista Oeste

Augusto Nunes e 'A besta quadrada'

 Além da jabuticaba, presidente que nada aprendeu por preguiça só dá no Brasil


Luiz Inácio Lula da Silva | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em 2011, convidado para a conferência de abertura da Flip, o professor Antonio Candido avisou na chegada a Paraty que trataria apenas de escritores e livros. “Não estou aqui para falar de política nem de PT”, preveniu o crítico tão exigente que interrompia a leitura de uma obra de estreia se fosse confrontado com um distraído cacófato. Melhor assim. Se entrasse nesses temas, acabaria falando do amigo Lula. E decerto reincidiria em declarações que promoviam a doutor de nascença um analfabeto funcional por opção. 

“No caso de Lula, essa história de despreparo é bobagem”, decidiu Antonio Candido em 2007. “Ele tem uma poderosa inteligência e uma capacidade extraordinária de absorver qualquer fonte de ensinamento que existe em volta dele — viajando pelo país, conversando com o povo, convivendo com os intelectuais”, entusiasmou-se um dos mais celebrados catedráticos da Universidade de São Paulo. “E ele não repete o que ouve. Reelabora o que aprende. Isso é muito importante num líder.”


Antonio Candido, amigo de Lula, faleceu em 2017 | Foto: Wikimedia Commons 

Numa noite de 1981, Flávio Rangel intrigou-se com algumas citações do líder sindical que no ano anterior fundara o PT. De onde viera aquilo? Resolveu desfazer o mistério com uma curta conversa gravada em vídeo.

 — Você não está estudando nada? Você sente necessidade de estudar? — perguntou o gênio do teatro.

 A resposta juntou oito frases. Nas sete primeiras, Lula derrapa num surto de sinceridade: 

— Primeiro, eu acho que sou muito preguiçoso. Até pra ler eu sou preguiçoso. Eu não gosto de ler, eu tenho preguiça de ler. Pelo hábito, isso é questão de hábito. Tem companheiro que passa um dia lendo um livro. Eu não consigo. 

O elogio da vadiagem é interrompido pela oitava frase, declamada pelo feroz inimigo da verdade:


— Eu tô com um livro pra ler, aquele 1964, a Conquista do Estado, e faz três meses que eu tô na página 300. 

A cara de quem está contando outra mentira confirma que, se é que abriu o livro, não chegou a 300 linhas. Ou 30 palavras. É o primeiro presidente da história do Brasil que não lê (“É pior que exercício em esteira”) nem sabe escrever. Tenho guardada toda a obra manuscrita de Luiz Inácio Lula da Silva. São três bilhetes e um indecifrável conjunto de letras e números, que parecem desenhados por um aluno do jardim de infância.


Lula | Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil 

“Eu cheguei à Presidência mesmo sem ter curso superior”, repete Lula a frase que nasceu como pedido de desculpas, tornou-se desafio, foi promovida a motivo de orgulho e acabou transformada em refrão do hino à estupidez. Longe do trabalho duro desde 1977, quando descobriu a doce vida de dirigente sindical, depois substituída pelo paraíso dos que vivem de palavrório, ele não estudou porque não quis. A celebração da ignorância é sobretudo um insulto aos pobres que lutam para assimilar conhecimentos. É também uma agressão aos homens que sabem. Neste Brasil pelo avesso, os que aprenderam  português logo terão de pedir licença aos analfabetos para expressarse corretamente. 


Um político não precisa transformar-se em enciclopédia humana para tornarse um bom governante. Mas jamais estará preparado para governar uma nação alguém que fez da própria cabeça um deserto de conhecimentos essenciais. Lula nunca assistiu a uma única e escassa aula de geografia ou história. Nem leu sequer asteriscos de biografias que ensinam a identificar um estadista. É um zero com louvor em qualquer campo do conhecimento humano. Mas se acha com Ph.D. em tudo


A formação intelectual indigente de Lula provoca efeitos que vão muito além das medonhas sessões de tortura a que é submetido rotineiramente o idioma nacional. Só um Ph.D. em ignorância seria capaz de propor a substituição do dólar como moeda de referência internacional por outra que ainda será parida pela companheirada do Brics. Só um analfabeto em Oriente Médio poderia candidatar-se a mediador do confronto entre Israel e o Hamas. Lula vive afirmando que, depois de 15 minutos numa mesa de botequim, representantes da única democracia da região e dos terroristas palestinos estariam convivendo tão bem quanto os árabes e os judeus de São Paulo. 

Durante a campanha eleitoral, convencido de que lutava contra “o nazismo de cara nova”, apoiou Joe Biden (e depois Kamala Harris). Agora ameaçado pelo tarifaço, Lula acha que Donald Trump quer ser imperador. É muito mais que isso: é o homem mais poderoso do mundo, por comandar a única superpotência do planeta. Mas pode ser contido por uma porção matinal de jabuticaba, “que só dá no Brasil”. Nada de mais. Também só dá por aqui presidente que nada aprendeu por preguiça. 



Augusto Nunes - Revista Oeste

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Estadão critica Toffoli - leia-se, cartel lula-stf- globolixo' - por anular caso Youssef: 'Desmoralização do Judiciário'

 Em editorial publicado nesta quinta-feira, 17, jornal diz que o ministro volta a se apoiar em provas ilegais para livrar mais um condenado na Lava Jato


O ministro Dias Toffoli, do STF | Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF


A decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular todos os atos da Lava Jato contra o doleiro Alberto Youssef gerou reação no meio jurídico e político. Nesta quinta-feira, 17, o jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial intitulado “Farisaísmo no Supremo”, no qual acusa o magistrado de desmoralizar o Judiciário e destruir o legado da “maior operação anticorrupção da história do país”. 

No texto, o jornal afirma que Toffoli “fez o impensável”, ao se apoiar em provas obtidas ilegalmente para anular a condenação de um “criminoso confesso condenado a mais de 120 anos de prisão”. O editorial também acusa o ministro de agir de forma solitária e questiona a legitimidade de suas decisões. 

“Sozinho, o que é outro problema, o sr. Toffoli emporcalhou a história republicana do Supremo”, escreveu o Estadão. “E, como se isso não bastasse, degradou ainda mais a confiança dos brasileiros no sistema de Justiça deste país.” 


Estadão critica Toffoli por anular caso Youssef: 'Desmoralização'


O jornal cita a Operação Spoofing — investigação que revelou mensagens obtidas por hackers entre procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro — como base frágil e ilegal para a decisão do ministro. Para o jornal, ao usar esse material, Toffoli teria ignorado as provas fornecidas pelo próprio Youssef em seu acordo de delação premiada, homologado pelo STF. 

“O ministro apegou-se a uma suspeita, fruto de um ato criminoso, para jogar no lixo um robusto conjunto probatório fornecido às autoridades, pasme o leitor, pelo próprio condenado”, critica o jornal. Estadão critica a atuação individual de Toffoli e o STF.


Fachada do Supremo Tribunal Federal, em Brasília | Foto: Divulgação/STF


O editorial vai além da decisão específica e traça críticas ao comportamento recorrente do ministro Toffoli em processos ligados à Lava Jato. Segundo o jornal, há um movimento de revisão de condenações que beneficia criminosos confessos e enfraquece a credibilidade do Supremo Tribunal Federal. 

“O sr. Toffoli está empenhado em escarnecer do próprio ideal de justiça e do dever do Estado em provê-la aos cidadãos”, afirma o Estadão. A publicação ainda descreve o Supremo como uma “vergonhosa ermida” para os beneficiados por esse tipo de decisão. 

O texto também cita suposto conflito de interesse do ministro. Isso porque ele foi mencionado em delação da Odebrecht como “o amigo do amigo de meu pai”. A referência envolveria, segundo o delator Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, o próprio Toffoli, o ex-presidente Lula e Emílio Odebrecht. 

“O sr. Toffoli incorre numa contradição inaceitável e corrosiva para o Poder Judiciário”, conclui o jornal. “O prejuízo para o país é imenso.” 

Revista Oeste

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Lula tem 53% de reprovação e 49% não acham o petista bem intencionado

Em uma linha direta, 40% dos brasileiros avaliam o governo Lula (PT) como negativo, 28% regular e 28% positivo


Presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


Pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16), mostra a reprovação do eleitorado brasileiro com o governo do presidente Lula (PT), no qual atingiu um percentual de 53%, enquanto a aprovação ficou em 43%.

O levantamento mostra como os brasileiros avaliam o governo do petista, durante seu imbróglio com os Estados Unidos, após a imposição de uma tarifa de 50% em exportações de produtos brasileiros.

Avaliação do governo Lula (PT)

  • Reprovam: 53%
  • Aprovam: 43%
  • Não sabem/não responderam: 4%

Em uma linha direta, 40% dos brasileiros avaliam o governo Lula (PT) como negativo, 28% regular e 28% positivo.

Avaliação do governo Lula (PT)

  • Negativo: 40%
  • Regular: 28%
  • Positivo: 28%
  • Não sabem/não responderam: 4%
Em outro trecho da pesquisa, os eleitores brasileiros destacam que Lula (PT), “Não é bem intencionado” e que o mesmo “Não tem conseguido cumprir suas promessas de campanha”.

Lula (PT) é bem intencionado?

  • Não: 49%
  • Sim: 45%
  • Não sabem/não responderam: 6%

Lula (PT) tem conseguido cumprir suas promessas de campanha?

  • Não: 69%
  • Sim: 27%
  • Não sabem/não responderam: 4%

Sobre o tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, 79% dos brasileiros afirmam que vão ser prejudicados com a decisão.

Diário do Poder