A história dos triunfos da liberdade nos ensina que a tirania não é invencível. Celebrar o 4 de julho é celebrar aqueles que não se curvam e não desistem, onde quer que estejam
E m 4 de julho de 1776, um grupo de visionários reuniu-se na Filadélfia para proclamar uma ideia radical: uma nação fundada no princípio de que todos os homens são criados iguais, dotados de direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à busca da felicidade — e que esses direitos são dados pelo Criador, não por um monarca, político ou governante.
A assinatura da Declaração de Independência dos Estados Unidos da América não foi apenas o nascimento de um documento, mas um desafio audacioso contra a tirania, um farol de esperança para um povo que ansiava por liberdade.
Em dias tão confusos e obscuros para o Brasil, mergulhar no significado do 4 de julho de 1776 para o mundo livre é como enxergar uma luz no topo da colina — às vezes ela pode parecer longe e inalcançável, mas certamente ilumina todo o caminho a ser percorrido.
As 13 colônias americanas, em grande desvantagem numérica e armamentista, enfrentaram o poder do Império Britânico, mas sua determinação — enraizada no sonho de autogoverno — acendeu uma revolução que mudaria o mundo. Esse foi o dia em que a coragem encontrou a convicção, quando homens e mulheres comuns escolheram arriscar tudo por um futuro no qual a liberdade, não a opressão, definiria suas vidas.
Os acontecimentos de 1776 foram um testemunho do desejo inabalável do espírito humano pela liberdade. Os “Pais Fundadores” — homens como George Washington, Thomas Jefferson, John Adams e Benjamin Franklin — sabiam que o custo de sua rebelião poderia ser a própria vida, mas seguiram em frente, movidos por uma visão de uma sociedade em que o poder deriva do consentimento dos governados. Seu sonho não era apenas para si mesmos, mas para gerações futuras, um legado de liberdade que inspiraria nações em todo o mundo.
Hoje, ao refletirmos sobre seu sacrifício, vemos sua história ecoada nas lutas de povos em todo o globo, incluindo no Brasil, onde cidadãos enfrentam sua própria batalha contra a tirania, extraindo força dos mesmos princípios atemporais que acenderam a faísca de visão dos “Pais Fundadores” não era um ideal passageiro, mas um chamado universal à ação.
Eles sonhavam com um mundo onde a liberdade não é concedida por reis ou tribunais, mas é um direito inalienável dado pelo Criador e defendido pelos corajosos. Sua coragem transformou uma nação incipiente na “terra dos livres”, uma expressão que ressoa não por causa da geografia, mas pelas pessoas que resistiram firmemente contra a opressão.
Esse legado de resiliência fala diretamente ao povo brasileiro hoje, que, sob a sombra de um Judiciário tirânico liderado por figuras como Alexandre de Moraes, luta para recuperar suas liberdades.
“Eu não desisto”
No último domingo, milhares se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, exigindo respeito pela lei e pela ordem. Suas vozes e cartazes se ergueram em desafio a uma Suprema Corte que silenciou dissidentes e corroeu os princípios democráticos. Entre eles, uma imagem se destacou e não saiu mais da minha mente: uma idosa, com lágrimas escorrendo pelo rosto, segurando silenciosamente um cartaz que dizia: “Eu não desisto”.
“Eu não desisto.”
Sua força silenciosa, sua recusa em se curvar, incorpora o mesmo espírito que impulsionou a Revolução Americana e inspira esperança para o futuro do Brasil. O cartaz não era apenas uma mensagem, era um documento assinado de que seu destino não seria entregue sem lutar contra a tirania.
Não sei quem é a senhora do vídeo, mas queria dizer “MUITO OBRIGADA!!” - Eu também NÃO DESISTO. Ontem, eu ouvi “não fui à manifestação porque estou cansada, luto há 4 anos… isso já é muito!”. Com respeito, discordo. Mesmo sob as piores adversidades, o espírito humano resiste. Os poloneses provaram isso na Segunda Guerra Mundial, enfrentando a invasão nazista de 1939. Na Revolta de Varsóvia de 1944, lutaram contra tanques com armas improvisadas, View more on Instagram simbolizando sua força e inspirando a resistência. Após a guerra, sob o jugo comunista, o movimento Solidariedade, liderado por Lech Wałęsa, uniu o povo e, em 1989, ajudou a derrubar o regime, reacendendo chama da liberdade.
Eles lutaram de 1939 até 1989. Eles defenderam sua nação durante 50 ANOS! Mas há quem ache que 4 anos “é muita coisa” e, por isso, “estou cansada”. Hoje, o Brasil enfrenta sua própria escuridão, com um judiciário tirânico, sufocando liberdades e perseguindo vozes dissidentes. Mas o povo brasileiro, como os poloneses, não se curva. Nas ruas, nas redes, nas conversas, a resiliência persiste em cidadãos comuns, jornalistas, mães, pais, AVÓS que entendem a história e que desafiam a opressão, mantendo viva a chama da verdade e da liberdade. A história nos ensina: a Polônia venceu nazistas e comunistas; o Brasil vencerá essa tirania judicial. Repito: não sei quem é a senhora do vídeo, mas queria, na verdade, gritar “MUITO OBRIGADA!!”
- Eu também NÃO VOU DESISTIR! “A liberdade nunca está a mais de uma geração distante da extinção. Nós não a legamos para nossos filhos hereditariamente. Ela deve ser defendida, protegida e entregue a eles para que façam o mesmo.” - Ronald Reagan View all 2,087 comments Add a comment...
Essa mulher, desconhecida, mas profundamente heroica, é um símbolo de resiliência que transcende fronteiras. E, nesta celebração de mais um glorioso 4 de julho, uma brasileira vem à mente. Suas lágrimas não são de derrota, mas de determinação, um lembrete de que a luta pela liberdade nunca é fácil, mas sempre vale a pena. Seu cartaz,
“Eu não desisto”, é um chamado claro a todos os brasileiros que sentem o peso da opressão, uma lembrança de que não estão sozinhos. Para ela, repito as palavras que fiz questão de escrever no domingo nas minhas redes sociais: “Não sei quem é a senhora, mas queria dizer: ‘MUITO OBRIGADA! Eu também NÃO DESISTO!'”.
Entre os anos de 1776 e 2025 está o ano de 1939, ano em que a Polônia foi invadida pelos nazistas. A resistência polonesa oferece um paralelo poderoso para a luta atual do Brasil. Em 1939, a Polônia enfrentou a invasão esmagadora da Alemanha Nazista, mas seu povo resistiu com um espírito inquebrantável. Após a guerra, sob a opressão comunista, o movimento Solidariedade, liderado por Lech Wałęsa, uniu cidadãos de todas as classes em uma revolução pacífica que, em 1989, derrubou o regime e restaurou a liberdade da Polônia.
Durante 50 anos — de 1939 a 1989 — o povo polonês suportou dificuldades inimagináveis, mas nunca se rendeu. Nunca desistiu. Sua história é uma repreensão àqueles que dizem: “Estou cansado(a), estou lutando por três, quatro anos…”. O que são quatro, cinco, seis anos? Apenas um instante comparados às décadas de luta da Polônia — que existe como prova de que até as tiranias mais sombrias podem cair quando as pessoas se recusam a desistir. O Brasil, hoje, enfrenta sua própria escuridão, com um Judiciário que extrapolou seus limites, silenciando vozes, perseguindo dissidentes e jogando inocentes na cadeia.
As ações de Alexandre de Moraes e da atual Suprema Corte lançaram uma sombra sobre os ideais democráticos da Nação, mas o povo brasileiro, como os poloneses e os patriotas americanos antes deles, não está derrotado. Seja na Avenida Paulista, em postagens nas redes sociais, seja nas conversas em bares e mesas de jantar, a resiliência persiste. Cidadãos comuns, mães, pais e avós — como a mulher com seu cartaz —, permanecem firmes, mantendo viva a chama da verdade e da liberdade. A mesma chama que os liga aos “Pais Fundadores da América” e que nos mantém alertas para que entendamos que a liberdade não é um presente, mas uma responsabilidade que exige coragem e paciência.
Apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro participam de um comício na Avenida Paulista, em São Paulo, Brasil (29/6/2025) | Foto: Iara Faga/Shutterstock
A tirania judicial
Os “Pais Fundadores” enfrentaram um império aparentemente imbatível, mas sua crença na liberdade e na justiça prevaleceu. A Polônia superou nazistas e comunistas através de décadas de resistência. O Brasil também superará sua tirania judicial, não porque o caminho seja fácil ou rápido (vamos lutar por quatro, cinco anos e manter algumas manifestações, e está tudo resolvido), mas porque seu povo, como aquela idosa, se recusa a se render. Sua manifestação silenciosa, suas lágrimas e seu cartaz erguido bem alto nos lembram de que o espírito humano é inquebrantável. Ela não está sozinha; ela está ao lado de todo brasileiro que ousa sonhar com um amanhã mais livre. Ela tem ao lado os patriotas de 1776 que se uniram para dar à luz uma nação.
Como disse Ronald Reagan, “a liberdade nunca está a mais de uma geração de distância da extinção. Nós não a passamos aos nossos filhos pelo sangue. Devemos lutar por ela, protegê-la e entregá-la para que eles façam o mesmo”.
Essas palavras, proferidas por um líder que entendia a fragilidade e o valor da liberdade, ressoam tanto no Brasil de hoje quanto na América de décadas atrás. A luta na Avenida Paulista não é apenas uma luta brasileira; é uma luta humana, uma continuação da mesma batalha travada na Filadélfia em 1776 e na Polônia por 50 anos.
Neste 4 de julho, como uma cidadã americana, divido com o povo brasileiro: com poucas ou muitas pessoas nas ruas, nossa coragem inspira o mundo. Nossa recusa em desistir, incorporada no silêncio daquela avó, é um farol de esperança para todos que valorizam a liberdade.
Que a história de 4 de julho de 1776 nos lembre de que grandes coisas
nascem de grandes lutas. Que a resistência polonesa ensine que até Comentário
anos de opressão não podem apagar o espírito humano. E que as
lágrimas daquela idosa e seu cartaz — “Eu não desisto” — sejam nosso
mantra interno. Para ela, repito: “Não sei quem é a senhora, mas
muito obrigada!”. Não vamos desistir. A luta do Brasil não é em vão.
Celebrar o 4 de julho não é apenas celebrar a terra dos livres forjada
pelos corajosos. É celebrar o espírito dos bravos que não se curvam e
não desistem, onde quer que eles estejam — na Filadélfia, em Varsóvia,
ou em São Paulo.
Ana Paula Henkel - Revista Oeste