sábado, 30 de abril de 2016

Recuperação do Brasil não virá do setor externo, diz Teresa Ter-Minassian


Marcello Corrêa - O Globo


A recuperação da economia brasileira não deve ser puxada pelo setor externo, na avaliação da economista Teresa Ter-Minassian, ex-diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para a especialista em Brasil, o país terá que contar com reformas estruturais internas para voltar a crescer de forma sustentável.

— Infelizmente, o panorama da economia global não justifica esperanças na recuperação conduzida pelo setor externo. O Brasil precisará depender de suas próprias forças para sair da crise atual — afirmou nesta sexta-feira a economista, durante seminário na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

Em meio à crise política, Ter-Minassian avaliou que a resolução do impasse em Brasília — independentemente do desfecho — não será suficiente para reativar a economia.

— As esperanças para a recuperação sustentável estão em uma resolução no curto prazo da incerteza política. Mas só ter um novo governo ou confirmar o atual não será suficiente. O crescimento sustentável vai exigir uma estratégia nacional, com reformas estruturais que tornem a economia mais competitiva, mais produtiva e mais resiliente — afirmou a economista.

REFORMA FISCAL PELAS DESPESAS

A economista italiana já viu de perto outra crise brasileira. No fim dos anos 1990, como diretora adjunta do Departamento de Hemisfério Ocidenral do FMI, comandou as negociações do Fundo com o país — que na época passava por uma forte crise de balanço de pagamentos. Agora, como consultora internacional independente, afirma um ajuste fiscal profundo — uma solução para a crise que foi consenso entre os economistas que participaram do seminário de dois dias, realizado pela FGV em parceria com o FMI.

— O ajuste fiscal é virtualmente impossível hoje no Brasil sem reformas fiscais, especialmente no lado das despesas, dado o alto nível da carga tributária — recomenda.

Entre os pontos na política fiscal brasileira que precisa, Teresa Ter-Minassian resumiu observações feitas por quase todos os economistas que participaram do encontro. destacou o alto grau de rigidez das despesas, que inviabilizam corte de gastos, além da indexação de aposentadorias e benefícios sociais ao salário mínimo.


No Rio, custo de energia sobe 55% para indústria



  - Adriano Machado / Bloomberg

Daiane Costa - O Globo
A alta da energia elétrica, determinante para que os custos industriais tivessem em 2015 sua segunda maior alta em oito anos, foi mais sentida pela indústria do Rio. A tarifa cobrada do setor no Estado deu um salto de 55% e foi a maior do país no ano passado. O valor subiu de R$ 409,91 para R$ 634,5 por megawatt/hora em um ano, de acordo com o estudo Perfil da Indústria nos Estados, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa, o preço praticado no Rio ficou 25,3% acima da média nacional.
Depois do Rio, os estados onde as empresas do setor pagaram mais caro pela energia foram Espírito Santo (R$ 617,4) e Mato Grosso (R$ 616,3). Na outra ponta, o megawatt/hora mais em conta foi pago pelas indústrias de Bahia (R$ 371,9), Amapá (R$ 348,3) e Amazonas (R$ 290,5).

A energia costuma ter pouca influência nos custos industriais, uma vez que corresponde a apenas 1,3% da composição do indicador de custos industriais (ICI), segundo a confederação. Mas o aumento da tarifa foi tão expressivo em 2015 que a energia respondeu por 13,5% da alta dos custos: representou 1,1 ponto percentual do salto anual de 8,1% no ICI


No Rio, a alta da tarifa foi resultado direto de dois reajustes, o anual e o extraordinário. Juntos, eles somaram 51,09% de alta para os clientes da Ampla e entre 42% e 53,14% para os da Light.

PESO MAIOR NA SIDERURGIA

Maria Carolina Marques, economista da CNI, explica que o impacto do aumento na tarifa depende do quanto cada setor industrial utiliza de energia para produzir. São mais intensivos no uso de energia em seu processo produtivo os segmentos de metalurgia, celulose, madeira, têxtil e de produção de cimento, concreto, vidro e cerâmica, por exemplo; já os ramos de equipamentos de transportes e farmacêutico consomem menos.

— O aumento de custos gera um repasse aos preços ao consumidor. Mas, por conta da crise, a demanda está baixa e qualquer aumento de preços não será bem recebido. Então, o que temos visto são indústrias absorverem uma redução da margem de lucro — observa Maria Carolina.

Seguindo a lógica da dependência, o segmento que mais sentiu o encarecimento da eletricidade no Rio foi a siderurgia, aponta o economista Silvio Sales, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

— Entre os segmentos mais expressivos no Estado, o setor de siderurgia, que tem no Rio representantes da produção de alumínio, sente mais por ser mais dependente. Ao mesmo tempo, porém, as grandes siderúrgicas passaram a produzir a própria energia há algum tempo — afirma o especialista, fazendo a ressalva de que a diversificação da indústria fluminense proporciona certo alívio. — No setor industrial do Pará, por exemplo, onde esse segmento (siderurgia) domina a indústria, a tarifa de energia influencia mais os custos. No Rio, há mais diversificação, e a indústria automobilística e de refino de petróleo usam muito menos energia em sua produção.

Em 2015, o consumo de energia pela indústria do Rio caiu 0,9% entre os clientes da Light e 3,5% entre os da Ampla, na comparação com o ano anterior. A queda é fruto da menor demanda dos consumidores, o que levou a uma redução de 8,3% na produção em todo o país no ano passado, pior desempenho desde 2003. Mas a queda no consumo de energia por causa da produção menor não foi foi capaz de compensar a alta da tarifa, pondera Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI:

— Mesmo com uma produção menor, a indústria estará consumindo energia, pois há funcionários nas fábricas, ocupando espaços. Tanto que a queda na produção não é proporcional à queda no consumo de energia.

— Todo o setor pagou um preço alto pelo tarifaço de energia em 2015 — completa Sales.
ATRÁS APENAS DE SÃO PAULO

Uma estratégia para driblar o encarecimento, apontam os especialistas da CNI, são as empresas passarem a produzir a própria energia, vendendo o excedente não consumido no chamado mercado livre. Sales pondera, no entanto, que a maior parte da indústria já enxugou o que podia no uso de energia por ter adotado medidas de eficiência durante a crise energética do início dos anos 2000.

O economista ressaltou ainda que, como a indústria consome 48% da energia do país, ela acaba ditando o ritmo de consumo nacional.

O estudo da CNI, realizado com base em números do IBGE, mostra que, em 2013, o Estado do Rio possuía um PIB industrial de R$ 162,5 bilhões, o equivalente a 14,4% da indústria nacional. Só perdia para São Paulo, cuja participação foi de 28,6%.

Naquele ano, a indústria fluminense era composta majoritariamente por empresas dos segmentos de extração de petróleo e gás natural, construção, derivados de petróleo e biocombustíveis, serviços industriais de utilidade pública, químicos, metalurgia, atividades de apoio à extração de minerais e de veículos automotores.

 .


 

No Rio, custo de energia sobe 55% para indústria


  - Adriano Machado / Bloomberg

Daiane Costa - O Globo

A alta da energia elétrica, determinante para que os custos industriais tivessem em 2015 sua segunda maior alta em oito anos, foi mais sentida pela indústria do Rio. A tarifa cobrada do setor no Estado deu um salto de 55% e foi a maior do país no ano passado. O valor subiu de R$ 409,91 para R$ 634,5 por megawatt/hora em um ano, de acordo com o estudo Perfil da Indústria nos Estados, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa, o preço praticado no Rio ficou 25,3% acima da média nacional.

Depois do Rio, os estados onde as empresas do setor pagaram mais caro pela energia foram Espírito Santo (R$ 617,4) e Mato Grosso (R$ 616,3). Na outra ponta, o megawatt/hora mais em conta foi pago pelas indústrias de Bahia (R$ 371,9), Amapá (R$ 348,3) e Amazonas (R$ 290,5).

A energia costuma ter pouca influência nos custos industriais, uma vez que corresponde a apenas 1,3% da composição do indicador de custos industriais (ICI), segundo a confederação. Mas o aumento da tarifa foi tão expressivo em 2015 que a energia respondeu por 13,5% da alta dos custos: representou 1,1 ponto percentual do salto anual de 8,1% no ICI.

No Rio, a alta da tarifa foi resultado direto de dois reajustes, o anual e o extraordinário. Juntos, eles somaram 51,09% de alta para os clientes da Ampla e entre 42% e 53,14% para os da Light.

PESO MAIOR NA SIDERURGIA

Maria Carolina Marques, economista da CNI, explica que o impacto do aumento na tarifa depende do quanto cada setor industrial utiliza de energia para produzir. São mais intensivos no uso de energia em seu processo produtivo os segmentos de metalurgia, celulose, madeira, têxtil e de produção de cimento, concreto, vidro e cerâmica, por exemplo; já os ramos de equipamentos de transportes e farmacêutico consomem menos.

— O aumento de custos gera um repasse aos preços ao consumidor. Mas, por conta da crise, a demanda está baixa e qualquer aumento de preços não será bem recebido. Então, o que temos visto são indústrias absorverem uma redução da margem de lucro — observa Maria Carolina.

Seguindo a lógica da dependência, o segmento que mais sentiu o encarecimento da eletricidade no Rio foi a siderurgia, aponta o economista Silvio Sales, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

— Entre os segmentos mais expressivos no Estado, o setor de siderurgia, que tem no Rio representantes da produção de alumínio, sente mais por ser mais dependente. Ao mesmo tempo, porém, as grandes siderúrgicas passaram a produzir a própria energia há algum tempo — afirma o especialista, fazendo a ressalva de que a diversificação da indústria fluminense proporciona certo alívio. — No setor industrial do Pará, por exemplo, onde esse segmento (siderurgia) domina a indústria, a tarifa de energia influencia mais os custos. No Rio, há mais diversificação, e a indústria automobilística e de refino de petróleo usam muito menos energia em sua produção.

Em 2015, o consumo de energia pela indústria do Rio caiu 0,9% entre os clientes da Light e 3,5% entre os da Ampla, na comparação com o ano anterior. A queda é fruto da menor demanda dos consumidores, o que levou a uma redução de 8,3% na produção em todo o país no ano passado, pior desempenho desde 2003. Mas a queda no consumo de energia por causa da produção menor não foi foi capaz de compensar a alta da tarifa, pondera Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI:

— Mesmo com uma produção menor, a indústria estará consumindo energia, pois há funcionários nas fábricas, ocupando espaços. Tanto que a queda na produção não é proporcional à queda no consumo de energia.

— Todo o setor pagou um preço alto pelo tarifaço de energia em 2015 — completa Sales.

ATRÁS APENAS DE SÃO PAULO

Uma estratégia para driblar o encarecimento, apontam os especialistas da CNI, são as empresas passarem a produzir a própria energia, vendendo o excedente não consumido no chamado mercado livre. Sales pondera, no entanto, que a maior parte da indústria já enxugou o que podia no uso de energia por ter adotado medidas de eficiência durante a crise energética do início dos anos 2000.

O economista ressaltou ainda que, como a indústria consome 48% da energia do país, ela acaba ditando o ritmo de consumo nacional.

O estudo da CNI, realizado com base em números do IBGE, mostra que, em 2013, o Estado do Rio possuía um PIB industrial de R$ 162,5 bilhões, o equivalente a 14,4% da indústria nacional. Só perdia para São Paulo, cuja participação foi de 28,6%.

Naquele ano, a indústria fluminense era composta majoritariamente por empresas dos segmentos de extração de petróleo e gás natural, construção, derivados de petróleo e biocombustíveis, serviços industriais de utilidade pública, químicos, metalurgia, atividades de apoio à extração de minerais e de veículos automotores.


Gasto com energia pela indústria
Dados de estudo da CNI são de 2015. Valores em R$/MWH
Quem pagou mais
Quem pagou menos
Pagaram mais
Pagaram MENOS
Rio de Janeiro
Tocantins
AP
R$ 634,5
R$ 393,2
RN
AM
Espírito Santo
Rio Grande do Norte
R$ 617,4
R$ 386,3
TO
BA
Mato Grosso
Bahia
MT
R$ 616,3
R$ 371,9
MG
Paraná
Amapá
ES
R$ 567,0
R$ 348,3
RJ
PR
Minas Gerais
Amazonas
R$ 545,2
R$ 290,5
Fonte: CN




Lucro do Berkshire Hathaway sobe 8,2%, a US$ 5,59 bilhões

Bloomberg News - O Globo


NOVA YORK - O lucro da holding Berkshire Hathaway avançou 8,2% no primeiro trimestre frente ao mesmo período do ano anterior, chegando a US$ 5,59 bilhões, ante US$ 5,16 bilhões. De acordo com os resultados financeiros divulgados neste sábado em encontro anual cp, os acionistas, o avanço foi impulsionado pelos ganhos nas unidades de manufatura e na carteira de investimentos supervisionada pelo bilionário americano Warren Buffett, que compensaram a queda nas divisões de seguros e ativos ligados ao setor ferroviários.

O bilionário tem buscado fortalecer o segmento do negócio que produz de camisetas a tijolos. Em janeiro, ele concluiu a aquisição da fabricante de equipamentos aeroespaciais e de energia Precision Castparts (PCC), no valor de US$ 32,7 bilhões. Um mês depois, ele fechou a aquisição da Duracell, produtora de baterias, por mais de US$ 2 bilhões.

Os resultados da Berkshire Hathaway incluem lucro sobre as ações da P&G que Buffett negociou pela Duracell. A ação ajudou a impulsionar o investimento e os ganhos derivativos para US$ 1,85 bilhão no primeiro trimestre, duas vezes mais que no mesmo período do ano anterior. O setor de manufatura, serviços e varejo contribuiu com US$ 1,27 bilhão, ante US$ 1,12 bilhão no ano passado.

O rendimento do setor de seguros caiu mais da metade para US$ 213 milhões devido à elevação de custos nos Estados Unidos. Já o lucro do segmento ferroviários recuou 16%, a US$ 1,23 bilhão.

— Os ganhos (dos ativos) ferroviários caíram significantemente - afirmou Buffett na reunião anual. — Todas as principais estradas de ferro recuaram significantemente no primeiro trimestre e provavelmente continuarão a cair. É quase certo que de continuarão a cair no balanço do ano.

A BNSF Railway, gerida pela Berkshire, reduziu o plano de despesas para este ano, e colocou 4,6 mil trabalhadores de licença devido à queda no tráfico de cargas.


Kate Middleton estará na capa de aniversário de 100 anos da Vogue britânica

Veja

A duquesa de Cambridge foi fotografada 

no campo, com roupas casuais, cabelão 

solto e chapéu. A revista sai em junho


Kate Middleton é capa da edição de 100 anos da revista Vogue
Kate Middleton será a capa da edição de 100 anos da revista Vogue britânica(www.vogue.co.uk/Reprodução)

Para comemorar seus 100 anos, a revista Vogue, em sua edição britânica, tratá Kate Middleton em sua capa do mês de junho.
Fotografada no campo, em Norfolk, no começo deste ano, a duquesa de Cambridge aparece em sete imagens, usando roupas básicas, os cabelos soltos e até um chapelão de feltro.
Apesar de ser uma das mulheres mais fotografadas do mundo, Kate nunca havia posado para uma revista de moda. Ela segue agora os passos da sogra, a princesa Diana, que apareceu quatro vezes na capa da Vogue, em 1981, 1991, 1994 e 1997.
Algumas das fotos do ensaio de Kate serão também expostas na National Portrait Gallery, em Londres.

Doria usou offshore para comprar apartamento em Miami

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Gastos com pessoal extrapolam limite

Aqui


Brasil patina porque gasta muito e mal, indica estudo do Credit Suisse

Erica Fraga - Folha de São Paulo


A combinação entre gastos públicos elevados e pouco eficientes tem freado o crescimento do Brasil.

É o que indica um estudo do banco Credit Suisse que analisa o patamar das despesas do governo de diferentes países, a expansão de suas economias e os resultados alcançados por suas políticas.

Cálculos feitos pela Folha com base nos dados levantados pelo banco mostram que, nos países emergentes e em desenvolvimento que cresceram 5% ou mais entre 1999 e 2014, em média, o governo geral teve gastos anuais médios de 25% do PIB (Produto Interno Bruto).

Já nas nações com expansão média menor do que 3,5%, as despesas do governo geral foram o equivalente a uma média de 33,3% do PIB.

É nesse grupo de pior desempenho que o Brasil se encontra. Entre 1999 e 2014, a economia brasileira teve expansão de 3,1% ao ano, com gastos do governo em torno de 38% do PIB.

Baixa eficiência

A baixa eficácia das despesas efetuadas pelo governo brasileiro ajuda a explicar o resultado ruim do país.

Ou seja, o Brasil gasta muito, mas gasta mal.
A pesquisa do Credit Suisse mostra que o Brasil é o 28º entre 39 países em eficiência dos gastos públicos. Em áreas como educação e saúde, a situação é ainda pior -a posição brasileira cai para 33ª e 34ª, respectivamente.

Os cálculos do banco usam uma metodologia que contabiliza os resultados auferidos pelos gastos dos governos em seis diferentes áreas.

Para avaliar a eficiência da administração pública, por exemplo, a instituição confrontou o consumo do governo como proporção do PIB com indicadores de corrupção, burocracia, qualidade do Judiciário e informalidade.

Em saúde, foram analisados os gastos totais do setor público na área e os índices de mortalidade infantil e expectativa de vida ao nascer.

A área em que o Brasil se saiu melhor em relação aos outros países foi distribuição de renda (com base no índice de Gini). Uma leitura disso é que o país tem avançado na redução da desigualdade gastando relativamente menos do que outros países.

Ou seja, as políticas desenhadas têm sido eficientes.

Nas seis áreas, o banco analisou todos os países para os quais os mesmos dados estavam disponíveis.

"Os dados indicam que o setor público do Brasil é, de forma geral, pouco eficiente, considerando todos os gastos que têm sido feitos para conseguir certos resultados", diz o economista Leonardo Fonseca, do Credit Suisse.

Outros dois cálculos de eficiência do setor público feitos pela instituição usando diferentes metodologias confirmaram a posição desfavorável do Brasil em relação a outros países emergentes e desenvolvidos.

crise fiscal

A discussão sobre a necessidade de aumento da eficiência do gasto público no Brasil tem ganhado força, impulsionada pela severa crise fiscal que enfrenta o governo.

"Até 2011, 2012, parecia que o país não tinha restrição orçamentária. O governo só aumentava o gasto, como se os recursos não fossem escassos", afirma Paulo Coutinho, economista do Credit Suisse.

O forte aumento dos gastos do governo gerou um rombo nas contas públicas, que contribuiu para a crise econômica. Com o aprofundamento da recessão, a arrecadação tem caído, piorando ainda mais a situação fiscal.

SEM RUMO, POLÍTICAS FAVORECEM MENOS POBRES

O aumento da frequência em creches públicas no Brasil tem sido maior entre crianças das classes média e alta do que entre as de famílias mais pobres.

Entre os 10% mais ricos, o percentual de crianças atendidas saltou de 1% para 6% do total entre 2001 e 2014.

Na classe média (que engloba famílias entre o 4º e o 7º decil da distribuição de renda), a cobertura, que em 2014 variava de 20% a 21%, em 2001 era de 5% a 7%.
No caso das crianças que estão entre os 10% mais pobres, a fatia das que frequentam creches públicas saltou de 6% para 14% do total.

Os dados levantados pela equipe do economista Ricardo Paes de Barros, titular da Cátedra Instituto Ayrton Senna, no Insper, e colaborador para a área social de um eventual governo Michel Temer, indicam que, se a
tendência continuar, o desequilíbrio que existe na distribuição de vagas crescerá.

A expansão das vagas em creches públicas é um exemplo de gasto social que aumentou no Brasil, mas corre o risco de não atingir seu principal público-alvo.

Políticas pouco eficientes acabam não contribuindo para o desenvolvimento econômico do país. Por isso cresce o coro de economistas que defendem a necessidade da criação de mecanismos para avaliação da
eficiência dos gastos governamentais.

Esse debate ganhou atenção por causa da sinalização de Temer de que adotará medidas nessa direção caso assuma o governo.

A principal pergunta a que avaliações devem responder, segundo pesquisadores, é: o objetivo esperado tem sido atingido? O problema é que, muitas vezes, nem o objetivo de certas políticas é claro.

"Hoje no Brasil uma pessoa tem uma ideia de política, ela é implementada, e a avaliação é feita contando só o número de beneficiários. Isso não é avaliação de impacto. A sociedade precisa entender isso", diz Naercio
Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper.

O economista Paulo Coutinho, do Credit Suisse, ressalta que o Brasil se destaca na produção de dados. "Falta utilizá-los para fazer avaliações muito mais frequentes."

Esse é o caminho, diz, para aumentar a eficiência do gasto público no país.

A partir das avaliações, seria possível decidir que políticas precisam ser focalizadas em grupos sociais mais vulneráveis, assim como áreas em que o setor privado pode atuar de forma mais eficiente do que o governo. 

"Ah!, que delícia de cuspe", por José Paulo Cavalcanti Filho

Com Blog do Noblat - O Globo

O cuspe faz sucesso, na poesia. Te escrevo/ Cuspe, cuspe, não/ Mais, tão cuspe, dizia João Cabral (em “Psicologia da composição”). Ou Drummond (em “José”), Já não pode beber/ Já não pode fumar/ Cuspir já não pode. Ou Augusto dos Anjos (em “Versos íntimos”), O beijo, amigo, é a véspera do escarro. Na Bíblia, também. Ora é começo, Deus uniu sopro e saliva com o barro do terroso (Gn 2,7); ora é fim, Réu de morte, cuspiram-lhe no rosto e o esbofetearam (Mateus 26,27). Problema é que, no Brasil de hoje, o bendito cuspe anda longe dos versos. E dos evangelhos.
No espaço de uma semana o deputado Jean Wyllys, na votação do impeachment, cuspiu no deputado Jair Bolsonaro. Com todo respeito, Vossa Excelência, toma lá um cuspezinho. E o ator da Globo José de Abreu, num restaurante, em casal que o criticava pelo apoio que sempre deu a Lula e Dilma. Queridos fãs, aqui vai o melhor de mim.
Não pretendo entrar no mérito dessas cusparadas. Cada qual para o que nasce/ Cada qual com sua classe/ Seus estilos de agradar – ensinava o embolador Rouxinol (Genival Pereira), de Gravatá. Mas é justo dizer que, no caso de Bolsonaro, ele quase pediu algo assim. Que a citação a um torturador contumaz (entre outros atributos pouco recomendáveis) é o suprassumo do mau gosto. Basta lembrar que, apenas ao tempo em que esteve à frente do DOI-CODI do II Exército, ocorreram pelo menos 45 mortes ou desaparecimentos forçados em sua unidade militar (favor conferir pág. 859 do relatório que fizemos, na Comissão Nacional da Verdade). Péssima ideia.
Já o caso do ator José de Abreu é (quase) exemplar. Ao mostrar que os envolvidos na Lava Jato podem até ficar impunes, em seus processos. Mas não escaparão da reação social de seus concidadãos. Do indeterminado cidadão comum. Nem eles nem seus apoiadores mais ostensivos. Em cada fila de avião, de hotel, em cada restaurante que forem, vão correr o risco de encontrar quem os censure. E reclame, em alta voz. Ou coisa pior. Como uma catarse. Haverá mesmo aqueles que pedirão se retirem do local. Sujar as mãos na corrupção tem seus inconvenientes, como agora estão vendo. E não dá para reclamar.
Engraçado, nisso tudo, é que pessoas como Roberto Jefferson não têm hoje nenhum problema em frequentar esses lugares. Deram depoimento sobre o sub-mundo da política brasileira, permitindo que possamos saber o que fazem, nos bastidores, seus atores principais. E pagaram suas penas. Diferente dos que (ainda) estão impunes. Ganhar dinheiro fácil tem seu preço. E isso agora muitos estão, inclusive José de Abreu, sabendo qual é. E reagem cada qual a seu modo. Mas cuspir, não. É ruim. É muita falta de educação.
Bobagem da semana
“Sou mulher do ministro do Turismo. O resto é conversa para boi dormir”. Miss Bumbum, mulher de... (perdão, amigo leitor, mais um ministro de Dilma que não sei o nome).
Cuspi (Foto: Arquivo Google)

Reformas propostas por Temer vão esperar 'clima político' favorável

Aqui



Em ato com os comparsas da CUT, antes de ser expelida do poder, Dilma 'trambique' deve anunciar reajuste do IR e do Bolsa Família

Alan Marques - 13.abr.2016/Folhapress
A presidente Dilma Rousseff, em entrevista no Palácio do Planalto
A presidente Dilma Rousseff, em entrevista no Palácio do Planalto

Empreiteiro diz que Lula montou o cartel da corrupção e Dilma sabia de tudo. Erenice arrecadava para a presidente

Zuleido Veras: o dinheiro era para garantir “a sobrevivência” de Lula. Em troca, o PT ajudava a empresa



"Com a delação do Marcelo Odebrecht, ninguém fica de pé"

O engenheiro Zuleido Veras conhece ´por dentro` o esquema montado por Luiz Inácio e o PT para sustentar a ´organização criminosa´, como denominou o Supremo Tribunal Federal durante o julgamento do mensalão, que mandou para a prisão alguns dos principais integrantes da quadrilha Lula-Dilma.

Nome de maior destaque, entre os presos, José Dirceu, capitão da quadrilha de Lula.

Leia a íntegra da entrevista concedida por Zuleido Veras a Hugo Marques, de Veja:


O empresário Léo Pinheiro, da OAS, fez algum favor para o ex-presidente Lula no passado?
Ele ajudava financeiramente nas campanhas. Sem aparecer, lógico. Tudo era caixa dois


Como é que o senhor sabe dessas coisas? 
Havia reuniões na empresa (refere-se à OAS), Você sabia de todas as conversas. Eram conversas reservadas. O Lula foi presidente do PT. Não era só o Lula. Eram os expoentes do PT.


Por que a OAS dava dinheiro a políticos da oposição, quando os interesses da empreiteira estavam em obras do governo?
Há aqueles comissões da Câmara dos Deputados. Você sempre precisa de algum amigo para neutralizar. Tinha de ter relações. Botava um elementos lá dentro, e o elemento fazia a festa, fazia um carnaval. O Gushiken (refere-se a Luiz Gushiken, ex-ministro de Lula, falecido em 2013) foi um dos deputados mais atuantes dessas comissões. Certa vez, acho que 2002 ou 2003, falaram de uma comissão que ia fazer uma investigação contra as empresas. Tinha uma obra nossa no Rio Grande do Norte. A gente precisava neutralizar.

E neutralizaram dando dinheiro a Gushiken ou a outros petistas? 
Isso abriu um canal de diálogo permanente com eles. Facilitava o acesso. O Gushikem, por exemplo, era um dos parlamentares mais atuantes em investigações que envolviam negócios de interesses de empreiteiras.


O que o senhor achou quando soube do tríplex do Guarujá e do sítio em Atibaia?
Normal. A relação deles (entre Lula e Léo Pinheiro) é antiga. Hoje eles (os petistas) estão ricos, nem precisam disso.


Além das contribuições de campanha, a OAS dava ajuda financeira a Lula?
Sim.


Como era feita essa ajuda? 
Não podia aparecer. E não era essa dinheirama de hoje, não. O Lula recebia coisa de R$ 30 mil, R$ 20 mil, R$ 10 mil, em valores de hoje. Era coisa de sobrevivência.


Era só uma relação entre amigos?
Você tinha uma pessoa na esquerda com a qual podia dialogar. Você tinha uma porta aberta para conversar e convencer. Você tinha acesso ao pessoal para explicar as coisas. O problema é que transformaram.


Transformaram o quê?
Misturaram o público com o privado, nessa coisa de petrolão. Tentaram fazer um negócio igual ao da China, onde todas as empresas são do Estado.


O senhor ainda mantém contato com os grandes empreiteiros? 
Alguns ainda são meus amigos.


O que eles já lhe disseram sobre o esquema de corrupção na Petrobras? 
Lula montou esse cartel, com certeza. Era um projeto de poder. Ainda bem que estão saindo, pois iam quebrar o Brasil. Já quebraram a Petrobras. Com a delação do Marcelo Odebrecht, ninguém fica de pé.


Por quê?
Porque ele conhece todos os detalhes. Todos.


A presidente Dilma é vítima?
Ela sempre soube de tudo. Ela sabe de tudo. Sabia também do cartel. Quem é que não sabe que a Erenice Guerra (refere-se à ex-ministra da Casa Civil de Dilma) era a arrecadadora de Dilma? Todo mundo sabia disso no mercado, que ela arrecadava dinheiro junto às empreiteiras.


De maneira clandestina?
Claro. A presidente se beneficiava. Não tenha dúvida disso. Ela está se dizendo inocente, mas não é verdade.


Quando o cartel começou a operar nas grandes obras da Petrobras?
Nasceu em 2005, mas começou a operar com os grandes negócios no segundo mandato de Lula, em 2007. O Ricardo Pessoa (refere-se ao dono da UTC, empreiteira envolvida na Lava Jato) disse que começou a funcionar em 2005, mas deve ter sido de forma embrionária. Antes, havia uma disputa, mas era uma disputa entre os empresários. A partir do segundo governo do Lula, oficializa-se o grande cartel. O Palácio do Planalto fatiava politicamente as grandes estatais e os ministérios. Lula precisava criar o cartel para a eleição de Dilma. Era um projeto de poder para eleger Dilma. E de enriquecimento pessoal de alguns.


Por que a Gautama não entrou no quartel que operava na Petrobras?
A Gautama era pequena. Nos aeroportos, fiquei com o menor, o de Macapá. Na Petrobras, eu queria entrar e peguei o pior negócio, que era fazer o campo de Urucu, na Amazônica, um fim de mundo. Era fazer estradas, pistas de aeroporto, no meio da floresta. De quinze em quinze dias tinha que levar dois botes para tirar a gente.


Havia outros políticos que recebiam dinheiro?
O Jaques Wagner (refere-se ao atual chefe de gabinete da presidente Dilma) foi por amizade. A gente se encontrava nos aniversários, nas festas. Éramos amigos. Ele ia a minha casa pedir dinheiro. Terminava uma eleição, ele aprecia: "Zuleido, estou precisando de dinheiro para pagar as contas". Dei dinheiro para ele três vezes. Coisa de R$ 30 mil em cada eleição. Mas foi do meu próprio bolso. Dei por fora.






























Temer cogita Roberto Freire na Cultura e DEM com Mendonça Filho na Educação, segundo O Globo


O presidente nacional do PPS, Roberto Freire - Jorge William / Agência O Globo / 23-4-2014

PAULO CELSO PEREIRA E SIMONE IGLESIAS - O Globo


Além de Serra no Itamaraty, PSDB deve ganhar outro ministério


Depois de se reunir com o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, e com o senador Cristovam Buarque, o vice-presidente Michel Temer sinalizou dar ao partido, em seu eventual governo, o Ministério da Cultura, que seria comandado por Freire. O Solidariedade, por sua vez, passou a demonstrar interesse no Ministério do Desenvolvimento Agrário, que estava sob risco de extinção. O nome levado a Temer foi o do deputado Zé Silva (MG).

O DEM pode comandar o Ministério da Educação, provavelmente com o deputado Mendonça Filho (PE). Há resistência entre os peemedebistas pelo perfil não ligado à área, mas integrantes do DEM destacam a experiência de Mendonça como gestor público, por ter sido governador de Pernambuco. O presidente do partido, José Agripino (RN), deve se reunir na próxima semana com Temer.

Com a indicação do senador José Serra (PSDB-SP) bem avançada para o Ministério das Relações Exteriores, Temer resolveu dar uma segunda pasta para o PSDB. Ela deverá ficar com um representante do partido na Câmara e, hoje, o nome mais forte é o do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que deu o voto decisivo para a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

Além de Araújo, são considerados Antonio Imbassahy (BA) e Carlos Sampaio (SP). O convite deve ocorrer na próxima terça-feira, após o presidente do PSDB, Aécio Neves, entregar ao vice um documento de dez pontos com as premissas do partido para o novo governo.