Ernesto Rodrigues/Folhapress | |
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, negociador das delações da Operação Lava Jato Folha de São Paulo
O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba (PR), acusou nesta quarta-feira (28) o governo Michel Temer de "sufocar" a Polícia Federal.
Ele voltou a afirmar que, na Lava Jato, a equipe da Polícia Federal foi "significativamente reduzida" e indagou: "A quem isso interessa?"
Em maio, o número de delegados dedicados ao caso na cidade caiu de nove para quatro, e também houve redução nos agentes.
À época, a Procuradoria afirmou que o corte foi "incompreensível" e a direção da PF informou que os remanejamentos eram feitos de acordo com as demandas.
Se referindo à suspensão nesta terça (27) da emissão de passaportes pela corporação em razão da falta de recursos, Lima indagou: "Imagine como está a continuidade das diversas investigações pelo país", escreveu numa rede social.
O procurador também rebateu as acusações do presidente contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, a acusação "foi de uma indignidade poucas vezes vista."
"Nem coragem de falar com todas as letras Temer teve. É de se envergonhar termos um acusado na Presidência da República que sequer se defende dos fatos", escreveu.
A preocupação entorno de um possível desmonte da Lava Jato é grande, visto as tentativas de políticos e autoridades em barrar as investigações.
Alguns deles, inclusive, estão respondendo por obstrução à Justiça.
Por outro lado, a operação é alvo de críticas, como Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Mendes, ao criticar a candidatura de magistrados, afirmou que "se administrassem o Saara, faltaria areia".
"Mas com Gilmar Mendes no STF, com certeza há muito tempo o que anda em falta é Justiça", respondeu Lima.
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