O ex-presidente só aceita ser condenado se for flagrado fazendo a partir de agora o que tem feito sem parar nos últimos anos
“Provem uma corrupção minha e eu irei a pé para ser preso”, jactou-se o ex-presidente Lula há alguns meses, quando ainda se imaginava acima da lei. Se tivesse algum compromisso com o que diz, o deus da Seita da Estrela Vermelha já estaria treinando duramente para cumprir a promessa. Para quem mora em São Bernardo, Curitiba não é logo ali.
Em vez disso, Lula continua comendo, bebendo e empenhado apenas em ampliar seu vasto acervo de pérolas do besteirol. Nesta quarta-feira, por exemplo, recitou a seguinte declaração: “Se tiver uma decisão que não seja a minha absolvição, quero dizer que não vale a pena ser honesto neste país”. O recado para Sérgio Moro quer dizer o seguinte: até agora, Lula não cometeu sequer o menos venial dos pecados veniais.
Se tanta honradez não preservar a liberdade da alma viva mais pura do planeta, aí sim ele desistirá de ser honesto e fará o que seus inimigos vivem dizendo que fez. Vai sentir-se liberado, por exemplo, para arranjar um sítio em Atibaia e um triplex no Guarujá, vai cobrar R$ 400 mil por palestras que não valem um tostão, vai agenciar negociatas na África para ajudar amigos bilionários e um sobrinho necessitado, vai arrumar financiamentos para o filho que é o Ronaldinho da informática.
Em resumo, vai exercer oficialmente os ofícios de camelô de empreiteira e despachante de gatunos internacionais. Só então Lula vai admitir que é um caso de polícia a procura de uma vaga na cadeia.