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O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista à Folha Folha de São Paulo
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu nesta segunda-feira (26) a saída definitiva do senador afastado Aécio Neves (MG) do comando do partido e a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à Presidência da República.
"Eu tenho respeito pelo senador Aécio Neves, mas entendo que hoje ele vive uma situação onde ele deve concentrar o seu tempo na sua defesa, para promover a sua ampla e irrestrita defesa, e deixar que o partido possa ser conduzido por outro nome eleito para ser o coordenador, o presidente do partido, e coordenador das ações do PSDB, ainda mais num período que se aproxima das eleições, e levando em conta também a instabilidade política do país", disse Doria.
Aécio é investigado atualmente em nove inquéritos decorrentes da Lava Jato. O último deles foi autorizado na semana passada pelo ministro Marco Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal). A PGR (Procuradoria-Geral da República) vai investigar se o tucano tentou ocultar a origem de R$ 2 milhões que teria recebido de Joesley Batista, um dos donos da JBS. O senador já foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça.
Em entrevista por telefone à "Rádio Jornal", de Pernambuco, o prefeito paulista foi perguntado sobre qual poderá ser a situação de Alckmin sem Aécio no cenário presidencial de 2018. Alckmin foi citado nas delações da Odebrecht, suspeito de ter recebido R$ 10,3 milhões não declarados em suas campanhas ao governo estadual em 2010 e 2014. Ele nega as irregularidades.
"Tenho muito respeito e profunda admiração pelo governador Geraldo Alckmin, e lealdade, que é um sentimento que preservo em toda a minha vida, na atividade empresarial e agora também não haveria razão, atuando como prefeito de SP. O governador tem toda a preferência, tem toda a deferência e tem o meu apoio. Se ele mantiver a sua decisão de disputar a Presidência da República, e se as condições forem favoráveis, o governador é um homem de bom senso, ele será o candidato", disse.
O tucano comentou a pesquisa Datafolha, que apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como líder nas pesquisas para as eleições de 2018. Ele disse que os levantamentos retratam o momento e que tudo pode acontecer.
"O PSDB pode trazer algo novo para 2018. Eu mesmo comecei a campanha em São Paulo com 2% e ganhamos em primeiro turno", disse o prefeito, reconhecendo a vantagem de Lula, mas apontando rejeição nas regiões Sul e Sudeste.
Perguntado se mantém a sua posição de apoio ao governo Michel Temer, mesmo após a Polícia Federal confirmar que não houve edição na conversa gravada entre o peemedebista e o empresário Joesley Batista, da JBS, Doria disse que sim. Ele afirmou que o desembarque do PSDB do governo Temer só deverá acontecer quando a crise atingir grau 10. "Agora está em oito", afirmou.
O tucano também reafirmou sua posição contrária à do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que pediu a saída antecipada de Temer. "Antecipação de eleição só em caso de gravidade absoluta, porque vai colocar o Brasil numa crise ainda maior", afirmou.
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