Gabriella Valente - O Globo
Mesmo com a alta do dólar, os brasileiros aumentaram os gastos com viagens internacionais em 35% em maio. Segundo o Banco Central, a despesa dos turistas passou de US$ 1,1 bilhão para US$ 1,5 bilhão, na comparação com igual mês de 2016.
Mesmo em crescimento, os dados estão longe do cenário de 2014, quando o brasileiro mais gastou lá fora. Naquele ano - em que a recessão começava a mostrar seus primeiros efeitos - o turista daqui deixou US$ 2,3 bilhões em viagens ao exterior.
A crise não apenas diminuiu o apetite do brasileiro para viajar, mas teve uma grande influência nas contas externas do país. Com o dólar num patamar bem maior que nos últimos anos - por causa da turbulência política e do enfraquecimento das contas públicas -, os exportadores lucraram mais. As empresas passaram a vender para fora o que antes deixavam para abastecer o mercado interno.
Com isso, as contas externas ficaram no azul em maio em US$ 2,9 bilhões. Foram influenciadas novamente por saldo comercial recorde. Esse é o melhor resultado das contas externas para maio desde o incio da série histórica começada em 1947. Foi o terceiro mês seguido que as contas ficaram no azul. E a expectativa do BC é de outro superavit em junho.
Nos últimos 12 meses, as chamadas transações correntes (resultado de todas as trocas de serviços e bens com o exterior) registraram deficit de US$18,1 bilhões, equivalente a 0,96% do PIB, nos doze meses encerrados em maio.