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O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, acena para a imprensa na Trump Tower nesta segunda (16) |
EULINA OLIVEIRA - Folha de São Paulo
O dólar recua globalmente nesta terça-feira (17), reagindo a declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de que a moeda americana já está "muito forte".
No Brasil, contribui para a desvalorização do dólar a volta da atuação do Banco Central no câmbio. A autoridade monetária iniciou a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que vencem no início de fevereiro.
A operação, que equivale à venda futura de dólares, envolveu 12 mil contratos nesta sessão, no montante de US$ 600 milhões. Ao todo, vencem em fevereiro 128.620 contratos de swap cambial tradicional, no valor de US$ 6,431 bilhões.
Com isso, a moeda americana à vista, referência no mercado financeiro, recuava há pouco 0,49%, a R$ 3,2154. O dólar comercial, usado em contratos de comércio exterior, perdia 0,74%, a R$ 3,2150.
Em entrevista ao "Wall Street Journal", Trump disse que o dólar já está muito forte em parte porque a China mantém o yuan desvalorizado. "Nossas companhias não podem competir com eles agora porque nossa moeda é muito forte, e isso está nos matando", declarou Trump.
Para José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, com essas declarações, Trump eleva as dúvidas sobre como será o seu governo. O republicano toma posse na próxima sexta-feira (20).
Depois da forte queda na véspera, a libra é a moeda que mais valoriza nesta sessão, com o discurso da primeira-ministra britânica, Theresa May, sobre o brexit, como é chamado o processo de saída do Reino Unido da União Europeia.
May anunciou, em seu discurso, que o Parlamento irá votar o acordo final antes que o brexit entre em vigor, permitiu a recuperação da libra.
CÂMBIO
No mercado de juros futuros, as taxas se mantêm perto da estabilidade nos contratos de curto prazo e recuam no longo prazo.
O contrato de DI para janeiro de 2018 subia de 11,025% para 11,030%; o contrato de DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2021 recuava de 10,760% para 10,720% ao ano; e o contrato de DI para janeiro de 2026 caía de 11,175% para 11,120%.
Neste mercado, investidores buscam proteção contra flutuações dos juros negociando contratos para diferentes vencimentos.
A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, divulgada nesta terça-feira, reforçou as expectativas de cortes mais agressivos da taxa básica de juros (Selic) ao longo deste ano.
Na ata, o Copom citou a desaceleração da inflação e a atividade econômica aquém do esperado, "inclusive no último trimestre de 2016", como fatores que permitiram a antecipação de um ciclo de reduções maiores da taxa.
BOLSA
O Ibovespa iniciou a sessão em baixa, mas inverteu o sinal e subia há pouco 0,57%, aos 64.198,49 pontos.
Apesar da queda na Bolsa de Nova York, o principal índice da Bolsa brasileira é beneficiado pela queda do dólar e pelo reforço da percepção de cortes maiores da taxa básica de juros.
As ações da Petrobras subiam 0,88% (PN) e 0,54% (ON), enquanto as da Vale recuavam 1,47% (PNA) e 2,76% (ON).
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhavam 1,77%; Bradesco PN, +1,92%; Bradesco ON, +1,84%; Banco do Brasil ON, +1,15%; e Santander unit, +0,56%.