O jornalista Jorge Ramos, um âncora veterano nascido no México, disse em entrevista à Univision que perguntou a Maduro sobre a falta de democracia na Venezuela, a tortura de presos políticos e a crise humanitária do país. Depois de ver um vídeo de jovens venezuelanos comendo restos de alimentos retirados de um caminhão de lixo, o presidente venezuelano interrompeu a gravação, mandou confiscar o equipamento e ordenou a detenção dos profissionais.
A equipe incluiria ainda os funcionário da Univisión María Martínez e Claudia Rendón, Juan Carlos Guzmán, Martín Guzmán e o jornalista venezuelano Francisco Urreiztieta.
De acordo com a Univisión, os equipamentos e celulares da equipe também foram coletados. Segundo jornalista colombiano Daniel Coronell, a equipe foi liberada pouco antes das 22h de Caracas. Não se sabe ainda se o equipamento foi devolvido.
No Twitter, o ministro das Comunicação e Informação da Venezuela, Jorge Rodríguez, disse que “no Miraflores passaram centenas de jornalistas que receberam o trato habitual que habitualmente compartilhamos com quem vem realizar o trabalho jornalístico e publicar o resultado deste trabalho. Não participamos de shows baratos”.
Em 2015, Ramos foi expulso de uma coletiva de imprensa de Donald Trump, depois de perguntar se o então candidato à presidência pretendia deportar 11 milhões de pessoas. Ramos, que já tinha entrado em choque com Trump sobre temas como imigração e deportação, se levantou para fazer uma pergunta e foi ignorado pelo chefe de Estado americano, que cedeu a palavra a outro jornalista. Ele insistiu, e Trump se irritou: "Desculpe-me, mas o senhor não foi chamado, sente-se".