Imagens foram obtidas com exclusividade pelo Jornal Nacional.
Empresário viajou para NY na terça (24), às 23h30, pela American Airlines.
A polícia internacional, a Interpol, está atrás do empresário Eike Batista. E não só nos Estados Unidos, para onde ele embarcou na última terça-feira (24). A reportagem mostra imagens exclusivas obtidas pelo Jornal Nacional.
Calça jeans, paletó preto. Assim estava vestido o homem que a Polícia Federal e a polícia internacional procuram: Eike Batista. Era terça-feira (24) à noite. O empresário chegava para embarcar no aeroporto Tom Jobim, no Rio. A câmera de segurança registrou a entrada dele no setor de embarque.
Eike Batista pegou o voo número 974 da companhia American Airlines com destino a Nova York. Horário de partida: 23h30.
Três dias depois de sair da casa dele para embarcar para os Estados Unidos, Eike Batista passou a ser alvo de buscas no exterior. Agora, em vários países, a polícia tenta encontrar e prender o empresário. Eike Batista tem cidadania alemã, e a polícia investiga também se ele já deixou os Estados Unidos. A Alemanha não tem acordo de extradição com o Brasil.
“Há, naturalmente, uma preocupação de ele ir para outro país, notadamente a Alemanha, na qual ele tem a cidadania. Por isso que medidas estão sendo adotadas no sentido de procurá-lo e, uma vez encontrado, capturá-lo para seu retorno ao Brasil”, disse o delegado da Polícia Federal Tacio Muzzi.
O advogado de Eike Batista esteve nesta sexta-feira (27) no Ministério Público Federal. Ele não quis gravar entrevista, mas contou ao repórter Pedro Bassan que foi negociar as condições para o cliente se entregar.
Na quinta-feira (26), quando os policiais federais chegaram à mansão do empresário para cumprir o mandado de prisão preventiva, foram recebidos por funcionários. Fontes da Operação Eficiência disseram que o filho mais velho dele, Thor Batista, estava em casa.
Eike Batista é acusado, pelo Ministério Público Federal, de corrupção ativa. Segundo os procuradores, em 2011, o empresário pagou US$ 16,5 milhões a Sérgio Cabral, o equivalente a R$ 52 milhões. O dinheiro foi depositado para o ex-governador numa conta no Uruguai.
Os investigadores afirmam que o pagamento foi pela boa vontade de Sérgio Cabral com os negócios de Eike Batista. Mas ainda não sabem, ao certo, que vantagens o empresário recebeu em troca dos milhões.
Francisco de Assis Neto, o Kiko, um dos operadores financeiros do esquema, continua foragido e também está na lista de procurados da Interpol. O advogado disse que ele está com a mulher e os filhos nos Estados Unidos, fazendo cursos, e que Francisco está tentando antecipar a volta ao Brasil para se apresentar às autoridades.
A 7ª Vara Federal do Rio bloqueou R$ 67 milhões em contas de acusados e de empresas. De Eike Batista, foram bloqueados R$ 158 mil; de Flávio Godinho, que é considerado braço-direito de Eike, foram R$ 57 milhões. O advogado dele disse que assumiu a defesa nesta sexta-feira (27) e que está analisando o caso.
O JN não conseguiu falar com a defesa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral.
Mais uma informação sobre as buscas ao empresário Eike Batista: o Ministério Público Federal negou que esteja negociando condições para o empresário se entregar. A informação tinha sido divulgada pelo advogado de Eike Batista.