Grandes mudanças estão previstas para o tranquilo imóvel em Corona, no Queens, onde Louis Armstrong (1901-1971) passou seus últimos 30 anos de vida. E um novo artista curador foi contratado para acompanhar as mudanças. Kenyon Victor Adams assumirá o cargo de diretor da Casa Museu Louis Armstrong imediatamente.
Adams, 40 anos, assume a direção no momento em que está quase concluída a construção de um centro educacional e de apresentações com 4.260 metros quadrados num terreno em frente da casa onde Armstrong viveu até sua morte, em 1971. O museu também recebeu uma doação de US$ 1,9 milhão da Cidade de Nova York no ano passado para renovar a casa vizinha, conhecida como Selma’s House, que será usada como escritório e espaço de armazenagem da organização.
E recentemente foi concluído um processo monumental de digitalização, que custou quase US$ 3 milhões, do arquivo inteiro do museu, disponibilizando milhares de peças para serem ouvidas e vistas online. Essa coleção era mantida no Queens College vizinho, mas irá para o campus expandido do museu em Corona, quando a construção for finalizada.
“Com o novo centro, o legado de Armstrong terá a oportunidade de entrar no século 21. E acho que ninguém se dá conta do quão grandioso, rigoroso e extenso é esse legado”, disse Adams. Adams vem do centro cultural e de artes Grace Farms, em Connecticut. Estudou religião e literatura na Yale Divinity School e teologia da performance contemporânea (que integra texto, dança, música, costumes, luz, imagem e som num sistema interativo) no Yale Institute of Sacred Music. Entre seus trabalhos se destaca a performance litúrgica interdisciplinar Prayers of the People, baseada nos escritos do reverendo Martin Luther King Jr e dirigida por Bill T.Jones.
Na casa de Armstrong, Adams assume uma função que estava vaga desde que o fundador do museu, Michael Cogswell, se aposentou no ano passado. O objetivo de Adams é que a casa e sua rica coleção – que oferece um olhar mais profundo da vida de Armstrong por meio de cartas, rolos de fita com gravações, arte visual e muito mais – sejam levados ao conhecimento da vizinhança e de toda a comunidade de instituições que cuidam de arquivos dedicados à história negra.
“Estamos em meio a uma espécie de renascença das artes afro-americanas e da cultura e das artes da diáspora. A história do jazz é a história dos negros, de modo que este é um momento fantástico para retomar e readaptar - de uma perspectiva do século 21 – este legado particular de arte e inovação.” / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
Giovanni Russonello, NEW YORK TIMES