segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Louis Armstrong terá museu maior onde passou seus últimos 30 anos de vida

Grandes mudanças estão previstas para o tranquilo imóvel em Corona, no Queens, onde Louis Armstrong (1901-1971) passou seus últimos 30 anos de vida. E um novo artista curador foi contratado para acompanhar as mudanças. Kenyon Victor Adams assumirá o cargo de diretor da Casa Museu Louis Armstrong imediatamente.
Adams, 40 anos, assume a direção no momento em que está quase concluída a construção de um centro educacional e de apresentações com 4.260 metros quadrados num terreno em frente da casa onde Armstrong viveu até sua morte, em 1971. O museu também recebeu uma doação de US$ 1,9 milhão da Cidade de Nova York no ano passado para renovar a casa vizinha, conhecida como Selma’s House, que será usada como escritório e espaço de armazenagem da organização.
Louis Armstrong terá museu maior onde passou seus últimos 30 anos de vida
Louis Armstrong. Apesar de nascido em New Orleans, músico viveu no Queens até a morte Foto: TIMES; NATHAN BAJAR/THE NEW YORK TIMES
E recentemente foi concluído um processo monumental de digitalização, que custou quase US$ 3 milhões, do arquivo inteiro do museu, disponibilizando milhares de peças para serem ouvidas e vistas online. Essa coleção era mantida no Queens College vizinho, mas irá para o campus expandido do museu em Corona, quando a construção for finalizada.
“Com o novo centro, o legado de Armstrong terá a oportunidade de entrar no século 21. E acho que ninguém se dá conta do quão grandioso, rigoroso e extenso é esse legado”, disse Adams. Adams vem do centro cultural e de artes Grace Farms, em Connecticut. Estudou religião e literatura na Yale Divinity School e teologia da performance contemporânea (que integra texto, dança, música, costumes, luz, imagem e som num sistema interativo) no Yale Institute of Sacred Music. Entre seus trabalhos se destaca a performance litúrgica interdisciplinar Prayers of the People, baseada nos escritos do reverendo Martin Luther King Jr e dirigida por Bill T.Jones.
Na casa de Armstrong, Adams assume uma função que estava vaga desde que o fundador do museu, Michael Cogswell, se aposentou no ano passado. O objetivo de Adams é que a casa e sua rica coleção – que oferece um olhar mais profundo da vida de Armstrong por meio de cartas, rolos de fita com gravações, arte visual e muito mais – sejam levados ao conhecimento da vizinhança e de toda a comunidade de instituições que cuidam de arquivos dedicados à história negra.

“Estamos em meio a uma espécie de renascença das artes afro-americanas e da cultura e das artes da diáspora. A história do jazz é a história dos negros, de modo que este é um momento fantástico para retomar e readaptar - de uma perspectiva do século 21 – este legado particular de arte e inovação.” / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

Giovanni Russonello, NEW YORK TIMES