No livro The Most Powerful Idea in the World, o americano William Rosen diz que um dos fatores primordiais para o surto de avanço tecnológico durante a Revolução Industrial foi o surgimento de uma elite de técnicos capaz de ler manuais — e escrevê-los
Cecilia Ritto e Cintia Thomaz - Veja
Na sala de comando – Depois de vencer uma disputada peneira, o paulista Luiz Bolognani, 32 anos, acaba de alcançar o mais alto cargo de nível técnico em uma empresa petroquímica — tem sob seu comando a operação de uma refinaria da Braskem no Rio de Janeiro. Significa ficar enfurnado o dia inteiro em uma sala cercada de monitores onde ele e sua equipe controlam, em tempo real, os processos químicos na refinaria.
“Uma pequena distração pode causar uma grande explosão”, resume Luiz, que caiu na área de petróleo meio por acaso, mas acertou em cheio. Antes de terminar o curso, arranjou o primeiro emprego. “Fazia o ensino médio, o técnico e ainda trabalhava. Não me queixo: a recompensa veio logo.” (Ernani D'Almeida)
Na Inglaterra, berço das novidades, um grupo de operários pôs-se a ler e a se reunir nos pubs para debater, isso mesmo, artigos científicos. A Lei das Patentes acabara de ser promulgada e eles queriam ganhar dinheiro criando soluções para a fábrica.
No livro The Most Powerful Idea in the World (A Ideia Mais Poderosa do Mundo), sobre como o empuxo da Revolução Industrial mudou o curso da história, o americano William Rosen diz que um dos fatores primordiais para aquele surto de avanço tecnológico foi justamente o surgimento de uma elite de técnicos capaz de ler manuais — e escrevê-los.
A mão de obra de nível técnico como força motriz da produtividade foi então, e continua a ser, um dos pilares dos países que dão certo. No Brasil, que sempre olhou de cima para baixo a via profissionalizante, a ideia só agora começa a vingar, sob o impulso de uma indústria que finca pé no século XXI e demanda pessoal na mesma sintonia.
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