Dilma responde a críticos e alfineta Standard & Poor’s
- ‘Não nos abalaremos com julgamentos apressados ou conclusões precipitadas que a realidade desmentirá’, disse a presidente
Martha Beck - O Globo
A presidente Dilma Rousseff deu neste sábado uma resposta aos críticos da política econômica e aproveitou para alfinetar a agência de classificação de risco Standard & Poor´s, que rebaixou o rating do Brasil por causa do baixo crescimento e da fragilidade fiscal do país. Ao participar da cerimônia de abertura da Assembleia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizada na Costa do Sauípe, Bahia, Dilma afirmou que o governo não vai se abalar com “ julgamentos apressados ou conclusões precipitadas que a realidade desmentirá”. A presidente também assegurou que o governo não vai se descuidar da política macroeconômica e disse que esse é um compromisso “inarredável”:
— Estamos convencidos da absoluta necessidade de preservar a solidez dos fundamentos macroeconômicos do país. Assumimos essa tarefa como um compromisso inarredável com o nosso povo, a nossa história, com as forças produtivas e com os investidores que aqui vêm tanto nacionais quanto internacionais — disse ela, acrescentando:
— Esse compromisso não será alterado. Tampouco nos abalaremos com julgamentos apressados ou conclusões precipitadas que a realidade desmentirá. Todos sabemos que, em economia, a realidade sempre impõe. Em alguns momentos, expectativas, especulações, e até mesmo interesses políticos podem obscurecer a realidade dos fatos, mas, para nós, o que importa é que continuaremos agindo para manter esse país no rumo certo.
Ela destacou que o governo tem mantido da inflação dentro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e que isso será mantido em 2014. O IPCA fechou 2013 em 5,91% e está acumulado em 5,68% em 12 meses. O teto da meta é de 6,5%, embora o discurso do Banco Central seja de que a política monetária trabalha para fazer os índices de preços convergirem para o centro da meta, de 4,5%.
— Nos últimos 10 anos, a taxa de inflação se manteve rigorosamente dentro do limites estabelecidos pelo CMN. Posso garantir que assim será também em 2014 — disse ela.
Dilma também destacou que a política fiscal tem conseguido reduzir a dívida pública. E fez questão de ressaltar que o país tem mais de US$ 370 bilhões em reservas internacionais e recebeu US$ 65 bilhões em Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) nos últimos 12 meses.
Ao encerrar sua fala, a presidente aproveitou para convidar os participantes da reunião do BID para vir ao Brasil assistir à Copa do Mundo. Segundo ela, o Brasil fará a Copa das Copas:
— Vamos fazer, em junho, a Copa das Copas. Não é pretensão minha dizer que é a Copa das Copas. Eu reconheço que existem outros países que têm todas as condições de fazer uma Copa. Mas quero dizer que faremos isso porque apesar de o futebol ter nascido na Inglaterra, ao vir para o Brasil, ele volta para casa. Por isso, convido vocês para virem aqui usufruírem da Copa, do calor do povo brasileiro. Vocês serão muito bem-vindos e bem recebidos.