domingo, 30 de março de 2014

Aparelhada nos governo Lula e Dilma, Petrobras barra investigação do TCU sobre bandalheira na estatal

   
Nos últimos anos, a Petrobras tem travado uma batalha com o Tribunal de Contas da União, que apontou em várias auditorias manobras jurídicas, sonegação e atraso de informações por parte da estatal.

A Petrobras é a maior empresa do país, cujo plano de investimentos prevê gastos de quase R$ 100 bilhões por ano. São os contratos de obras bilionárias que estão no radar do TCU.

A auditoria da polêmica compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, é um dos casos. O autor da denúncia que originou as apurações, o procurador do TCU Marinus Marsico, pediu documentos para fazer a análise da compra em 2012.

Segundo ele, a Petrobras deixou de encaminhar vários atos que foram solicitados. "Não foi bacana o que eles fizeram", afirmou o procurador sobre a empresa.

As obras das refinarias são o principal foco de problemas entre a Petrobras e o órgão de fiscalização.
Na unidade de Abreu e Lima, no Estado de Pernambuco, onde o TCU aponta -apenas nos cinco principais contratos da obra- suspeitas de irregularidades que alcançam R$ 1,6 bilhão, o órgão diz que a Petrobras obstruiu a fiscalização.

Empreiteiras pediram um aditivo à Petrobras no valor R$ 600 milhões para continuar uma das obras da refinaria, cujo contrato original era de R$ 3,4 bilhões.

O TCU solicitou à companhia as justificativas das empresas para tal pedido, com a intenção de analisá-los antes que o contrato sofresse o aumento dos preços.

Alegando que os documentos não estavam prontos e que os daria apenas após sua própria análise, a Petrobras se recusou a enviá-los ao órgão. O resultado é que o TCU acabou apontando sobrepreço somente depois de assinado o aditivo.

A demora na entrega dos pedidos também era algo comum na companhia. Na fiscalização das obras de um terminal no Espírito Santo, a Petrobras demorou 840 dias para encaminhar ao órgão de controle os documentos -dois anos e três meses.

Outro subterfugio já identificado foi a empresa se recusar a dar dados de algumas de suas subsidiárias em que ela tem 49% das ações, alegando que elas não seriam empresas públicas.