Bolsa mantém otimismo e volta aos 50 mil pontos; dólar sobe a R$ 2,26
- Na semana, mercado vai acompanhar reunião do Copom, que deve elevar a Selic a 11% ao ano
João Sorima Neto - O Globo
O dólar comercial volta a se valorizar frente ao real na tarde desta segunda-feira. Às 16h20m, a moeda americana subia 0,30%, sendo negociada a R$ 2,264 na compra e a R$ 2,266 na venda. Na mínima do dia, o dólar caiu a R$ 2,252 (queda de 0,30%), enquanto na máxima foi negociado a R$ 2,276 (valorização de 0,75%). Pela manhã, o dólar subiu pressionado pela briga entre investidores ‘comprados e ‘vendidos’ no mercado futuro para a formação da Ptax, a taxa média do dólar usada para liquidação desses contratos.
[
Captações feitas por empresas brasileiras e pelo Tesouro Nacional feitas no exterior trouxeram um fluxo de recursos positivos para o país, derrubando a cotação do dólar nos últimos pregões. No mês, o dólar acumula desvalorização de 3,6%. No exterior, o clima mais ameno depois da tensão entre Rússia e Ucrânia, fez os investidores voltarem a procurar ativos de risco em países emergentes, entre eles o Brasil.
- O juro brasileiro está muito atraente comparado com os EUA e Europa. As taxas de longo prazo de alguns papéis oferecem ganho de até 13%. Com isso, muitos investidores estrangeiros estão vindo aproveitar essa possibilidade de ganho na renda fixa, o que derruba a cotação do dólar - afirma Paulo Bittencourt, diretor da Apogeo Investimentos.
Ele lembra ainda que muitos investidores acabaram vendendo ativos na Rússia e buscando outros lugares para investir. O Brasil também é beneficiado por esse movimento de fuga de capitais, que já tirou do país mais de US$ 60 bilhões.
O Banco Central não anunciou para hoje leilão para rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de abril. O BC também deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias, ofertando até 4 mil contratos, que equivalem a venda de dólares no mercado futuro, no total de US$ 198,5 milhões. Em seguida, a autoridade monetária fez um leilão de linha de até US$ 2 bilhões com compromisso de recompra em 2 de junho de 2014. A taxa de corte ficou em R$ 2,310.
- O fato de o BC ter deixado de rolar US$ 2,6 bilhões dos US$ 10,1 bilhões em contratos de swap cambial que vencem em abril
Bolsa mantém otimismo e retona aos 50 mil pontos
Na Bolsa de Valores, o principal índice do mercado de ações (Ibovespa) está em alta desde a abertura e às 16h20m subia 0,86% aos 50.194 pontos e volume financeiro de R$ 4,6 bilhões. O Ibovespa não chegava aos 50 mil pontos desde o último dia 15 de janeiro, quando fechou aos 50.105 pontos. Nos últimos dez pregões, Ibovespa subiu em nove deles.
Hoje, o Ibovespa segue o otimismo das Bolsas americanas que estão em alta. Declarações da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, afirmando que a economia americana ainda precisa de estímulos influenciam positivamente os pregões.
- O Ibovespa também mudou de patamar e ganhou força no curto prazo após superar a resistência dos 48.600 pontos - diz um operador de Bolsa, que analisa graficamente o índice.
Entre as blue chips do pregão, as ações preferenciais (sem direito a voto) da Vale sobem 1,69% a R$ 28,28, e ajudam a manter o índice no azul. O preço do minério de ferro sobe 4% no mercado externo, o que ajuda os papéis da Vale. Além disso, o mercado continua na expectativa de novas medidas de estímulo do governo chinês para a garantir o crescimento de 7,5% da economia.
Os papéis preferenciais da Petrobras sobem 0,19% a R$ 15,70. A maior alta é apresentada pelos papéis ordinários da Gafisa, com ganho de 4,76% a R$ 3,52, enquanto a maior baixa é dos papéis preferenciais da Oi, com queda de 4,02% a R$ 3,10.
Mercado na expectativa da reunião do Copom
O mercado acompanha nesta semana a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que deve elevar a taxa básica da economia (Selic) dos atuais 10,75% para 11% ao ano. A decisão será anunciada na quarta-feira.
Segundo o boletim Focus, do Banco Central, que levanta as estimativas para os principais indicadores da economia com cem instituições financeiras, a mediana para a taxa Selic em abril é de 11%.
Em maio, haveria mais um aumento de 0,25 ponto percentual e a Selic seria mantida em 11,25% até o fim do ano, para chegar a 12% no fim de 2015, segundo as expectativas do boletim Focus.