João Villaverde - O Estado de São Paulo
Crescimento máximo alcançado pela atual gestão foi de 2,7% em 2011, e governo já admite internamente que este ano o País crescerá menos
O governo Dilma Rousseff foi posto diante de dois fatos nesta sexta-feira, 30. Segundo uma fonte graduada do Palácio do Planalto, que comentou "politicamente" ao jornal O Estado de S.Paulo o resultado final do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 e o avanço do PIB no primeiro trimestre de 2014, o governo federal tem motivos para comemorar e se resignar, a partir de agora.
Ainda que a equipe econômica trabalhe com uma melhora na economia a partir do segundo semestre deste ano, o que levará o PIB para uma alta de 2%, pelo menos, o Palácio do Planalto já se resignou: Dilma terminará seu mandato presidencial tendo a alta de 2,7% registrada logo no primeiro ano (2011) como a mais elevada de seu período.
A equipe econômica ainda esperava algum alento com a revisão final do PIB de 2013, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estava fazendo.
Ao incorporar a nova pesquisa industrial, que leva em conta um quadro geral mais preciso das fábricas no Brasil, o IBGE verificou um salto muito maior da produção industrial no ano passado, e o governo contava que a alta do PIB, inicialmente de 2,3%, fosse revisada para cima, ao ponto de ultrapassar o dado verificado no primeiro ano de Dilma.
De fato, o PIB de 2013 foi revisado para cima - e este foi motivo de comemoração hoje na equipe econômica -, mas para 2,5%. Assim, o PIB de 2011 se consolida como o maior de toda a "Era Dilma".
"O governo trabalhou diuturnamente, por mais de três anos, para estimular a economia brasileira, que atravessou uma fase difícil da crise mundial nesse período", afirmou a fonte do Planalto.
"Não fossem esses esforços e nossa indústria estaria hoje em uma situação grave, e a taxa de investimentos seria menor." No primeiro trimestre de 2014, os investimentos representaram 17,7% do PIB, resultado inferior ao verificado em igual período do ano passado, quando os investimentos atingiram 18,2% do PIB.
A aposta do governo é que o primeiro trimestre de 2014 terminará sendo o mais fraco de todo o ano. "A economia terminou 2013 muito bem, e houve um ajuste geral no início deste ano. Mas os dados que dispomos já apontam melhoras no segundo trimestre, e até o final do ano, com a dissipação da crise mundial, vamos ganhar ritmo", explicou uma fonte da equipe econômica ao 'estado'.
"Havia uma certa preocupação no mercado quanto à possibilidade do PIB do primeiro trimestre ser negativo, então uma alta de 0,2%, ainda que é pequena, não deixa de ser boa notícia", ponderou o economista do governo.
A resignação que se instalou hoje pela manhã com o fato de que o avanço de 2,7% do PIB em 2011 terminará sendo o maior do governo Dilma se dá por uma razão específica: tanto Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) quanto Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) conseguiram avanços mais expressivos mesmo em seus primeiros mandatos.
O maior avanço do PIB em todos os oito anos de FHC foi obtido logo no primeiro ano, coincidentemente, com uma alta de 4,4%, quase repetida em 2000, quando o PIB cresceu 4,3%. Lula, no entanto, veria as maiores taxas de PIB em segundo mandato, quando chegou ao recorde de 7,5%, em 2010, mas em seu primeiro mandato também obteve uma alta da economia superior a Dilma, com 5,7%, em 2004.
JF Diório/Estadão
Dilma com o prefeito Luiz Marinho em São Bernardo: resignação com o PIB
A equipe econômica ainda esperava algum alento com a revisão final do PIB de 2013, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estava fazendo.
Ao incorporar a nova pesquisa industrial, que leva em conta um quadro geral mais preciso das fábricas no Brasil, o IBGE verificou um salto muito maior da produção industrial no ano passado, e o governo contava que a alta do PIB, inicialmente de 2,3%, fosse revisada para cima, ao ponto de ultrapassar o dado verificado no primeiro ano de Dilma.
De fato, o PIB de 2013 foi revisado para cima - e este foi motivo de comemoração hoje na equipe econômica -, mas para 2,5%. Assim, o PIB de 2011 se consolida como o maior de toda a "Era Dilma".
"O governo trabalhou diuturnamente, por mais de três anos, para estimular a economia brasileira, que atravessou uma fase difícil da crise mundial nesse período", afirmou a fonte do Planalto.
"Não fossem esses esforços e nossa indústria estaria hoje em uma situação grave, e a taxa de investimentos seria menor." No primeiro trimestre de 2014, os investimentos representaram 17,7% do PIB, resultado inferior ao verificado em igual período do ano passado, quando os investimentos atingiram 18,2% do PIB.
A aposta do governo é que o primeiro trimestre de 2014 terminará sendo o mais fraco de todo o ano. "A economia terminou 2013 muito bem, e houve um ajuste geral no início deste ano. Mas os dados que dispomos já apontam melhoras no segundo trimestre, e até o final do ano, com a dissipação da crise mundial, vamos ganhar ritmo", explicou uma fonte da equipe econômica ao 'estado'.
"Havia uma certa preocupação no mercado quanto à possibilidade do PIB do primeiro trimestre ser negativo, então uma alta de 0,2%, ainda que é pequena, não deixa de ser boa notícia", ponderou o economista do governo.
A resignação que se instalou hoje pela manhã com o fato de que o avanço de 2,7% do PIB em 2011 terminará sendo o maior do governo Dilma se dá por uma razão específica: tanto Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) quanto Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) conseguiram avanços mais expressivos mesmo em seus primeiros mandatos.
O maior avanço do PIB em todos os oito anos de FHC foi obtido logo no primeiro ano, coincidentemente, com uma alta de 4,4%, quase repetida em 2000, quando o PIB cresceu 4,3%. Lula, no entanto, veria as maiores taxas de PIB em segundo mandato, quando chegou ao recorde de 7,5%, em 2010, mas em seu primeiro mandato também obteve uma alta da economia superior a Dilma, com 5,7%, em 2004.