- Apesar do aperto monetário promovido pelo BC, no geral os juros ficaram estáveis
Gabriela Valente - O Globo
Entrar no cheque especial está mais caro. A taxa de juros desse tipo de modalidade de crédito é a maior dos últimos dois anos. De acordo com o Banco Central, passou de 159,3% ao ano para 161,8% ao ano. Nos últimos 12 meses, o brasileiro que ficou no vermelho teve uma conta 25% ao ano mais salgada.
No entanto, o cheque especial foi uma das poucas taxas que subiram. No geral, os juros ficaram estáveis, apesar do aperto monetário promovido pelo próprio BC.
As instituições financeiras aumentaram o chamado spread bancário (diferença entre quanto custa o dinheiro para o banco e o quanto ele cobra do cliente na hora de emprestar). O spread cobrado de pessoas físicas e jurídicas aumentou 0,2 ponto percentual: de 12,3 pontos percentuais para 12,5 pontos percentual. No entanto, como o custo de captação caiu na mesma proporção, os juros ficaram estáveis em 21% ao ano.
Mesmo num cenário de alta de juros, o volume de crédito na economia – principal combustível do crescimento econômico nos últimos anos – cresceu 0,6% em abril. Atualmente, o brasileiro acumula R$2,77 trilhões em empréstimos ativos, ou seja, 55,9% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços que a economia produz em um ano). No entanto, o ritmo de expansão da carteira de crédito tem diminuído gradativamente.
Nos últimos 12 meses, o total de financiamentos no Brasil aumentou 13,4%. O cenário de moderação já era esperado pelo Banco Central. No ano passado, o ritmo de expansão foi de 14,6%.
Segundo o BC, a inadimplência permaneceu estável no menor patamar da história em 3%. Está nesse nível desde dezembro do ano passado.