Vamos fugir! Deixemos o Brasil para os peles vermelhas de Carvalho, os peles verdes da Marina e os padres de tacape. Que as vastas solidões de Banânia se inundem de sapos, pererecas e ongueiros comendo larva de mosca
Pois é, pois é… José Eduardo Cardozo recebeu as
lideranças indígenas um dia depois de um policial militar ter sido ferido por um
flechada num dos infindáveis protestos dos silvícolas que tomam conta da
Esplanada dos Ministérios. Pois é… Daqui a pouco, nesse processo regressivo que
toma conta do Brasil, sob o comando da presidente Dilma Rousseff, os caetés
ainda pedirão um novo bispo para deglutir, reavivando o sabor da carne
certamente já tenra do Bispo Sardinha. Não lhe bastou um naufrágio das costas de
Alagoas em 1556, ainda teve de topar com “os verdadeiros donos do Brasil” cheios
de fome… Desta feita, sugiro Gilberto Carvalho com batatas coradas.
Sim, senhores! Cardozo, aquele que garantiu que o Brasil
é um país seguro para os estrangeiros — os 56 mil brasileiros assassinados em
2012 que se danem! — seguiu o padrão deste governo: bata, faça escarcéu,
arranque sangue, mande a lei às favas e seja recebido pelo governo, com o tapete
vermelho estendido.
O ministro recebeu uma comissão de 18 indígenas, entre
eles, informa a Folha, o cacique Uilton Tuxá, da Bahia, que classificou o
encontro como “o pior” de que já participou. “Ele [Cardozo] disse que não vai
assinar nada. Que vai insistir na tentativa de construir mesas de diálogo”. Um
dos silvícolas ameaçou: “Por culpa dele, muitos fazendeiros vão morrer”. Índios
amarrados ao mastro da bandeira se soltaram e tingiram “o símbolo augusto da
paz” de vermelho, o que significa, no simbolismo dos povos primitivos da
floresta uma “declaração de guerra”. Então vou de outro índio: “Ai, que
preguiça!”.
Números
Querem números? Eu dou. Há 359 territórios indígenas completamente definidos no país, e outros 45 já foram homologados pela Presidência. Estão em discussão mais 212 áreas. Paramos por aí? Não! Há mais 339 pedidos de demarcação. Veja bem, leitor amigo: aquelas 359 áreas já resolvidas correspondem a 13% do território brasileiro. Caso se façam todas as vontades, a elas se acrescentariam, por enquanto, outras… 596!!! Depois falta resolver o problema dos quilombolas… De novo: o Brasil já destina hoje aos pouco mais de 500 mil índios que moram em reservas (de um total de pouco mais de 800 mil) uma área correspondente a 26,6 Holandas, 11 Portugais ou duas Franças.
O governo do PT reencruou a
questão indígena, especialmente na gestão Dilma Rousseff. O encarregado da área
é Gilberto Carvalho, o secretário-geral da Presidência. Seu braço direito é um
tal Paulo Máldos. Ele é que incendeiam as aldeias com a sua “política”. Esses
dois respondem pela destruição de uma vila chamada Posto da Mata, distrito de São Félix do Araguaia, no
Mato Grosso. A turma de Carvalho e Máldos destruiu um povoado de quatro mil
pessoas. É que ficou decidido que ela estava no meio da reserva Suaiá-Missú, dos
xavantes. Nada ficou de pé. Nem a escola. Só restou uma igrejinha em meio a
escombros. Se vocês querem saber do que é capaz a política humanista de
Carvalho, vejam este filme.
Refaço o
convite
Refaço um convite que já fiz aqui há quase um ano, no dia 1º de
junho de 2013, relembrando, antes, mais um número.
Descontadas as áreas de preservação permanente — sim,
também será preciso contemplar a fúria demarcatória dos ambientalistas —, toda a
pecuária e toda a agricultura brasileira são produzidas em 27,5% do território
brasileiro — pouco mais do dobro do que se destina hoje às reservas indígenas,
onde não se produz um pé de mandioca. Quem frequenta praias do Litoral Norte, em
São Paulo, passa à beira de uma reserva indígena, às margens da rodovia
Rio-Santos. Os guerreiros estão com suas barraquinhas armadas à beira da
estrada, vendendo palmito, ilegalmente extraído, e bromélias… É o que a Funai
entende por preservação dos povos tradicionais…
Vamos fechar Banânia! Os brancos voltamos para a Europa;
os amarelos, para a Ásia, os negros, para a África. Os mestiços podem tentar
negociar — talvez servir de mão de obra escrava aos “racialmente puros”, sei lá…
Vamos devolver o Brasil aos índios, deixando as vastas solidões para os 800 mil
indígenas e para os sapos, as pererecas e os bagres da Marina Silva. A
propósito: por que os ambientalistas fazem questão de ignorar a óbvia degradação
do meio ambiente nas reservas indígenas? Já sei: ambientalista bom é aquele que
briga com o agronegócio — ou não aparece nenhuma ONG estrangeira, geralmente
ligada a produtores rurais americanos ou europeus, para financiá-los, né? Como,
em regra, os índios não produzem nada e não precisam competir com ninguém —
vivem de cesta básica, Bolsa Família e extração ilegal de madeira e minérios —,
por que mexer com eles?
Chega de Banânia! Vamos embora deste lugar, gente! Não é
que não haja por aqui um povo empreendedor. Mas é chato esse negócio de tentar
produzir comida tendo de enfrentar os peles-verdes, os peles-vermelhas e os
caras de pau.