Blog Reinaldo Azevedo - Veja
Al Qaeda Eletrônica – Chegou a hora de escancarar os bandidos que atuam na Internet; trata-se de uma forma de crime organizado. Ou: Um mesmo esquema difama Aécio, Paes e Cabral. Quem será?
Em abril, reportagem da VEJA revelou que a Eletrobras —
sim, a estatal! — era um dos pontos de difusão de uma campanha de difamação no
senador Aécio Neves na Internet. Republico o texto e volto em
seguida.
Um documento a que VEJA teve acesso revela a ação de
quadrilhas de disseminação de mentiras na internet com o objetivo de manchar a
imagem do senador Aécio Neves, pré-candidato à Presidência da República pelo
PSDB. O levantamento feito pelo advogado Renato Opice Blum, especialista em
crimes digitais, identificou táticas coordenadas e até ilegais. Em um dos casos
mais flagrantes, a quadrilha disseminou por blogs, sites e redes sociais a
notícia falsa de uma fantasiosa condenação de Aécio, quando governador de Minas
Gerais, pelo desvio ora de 3,7 bilhões, ora de R$ 4,3 bilhões de reais, de
verbas destinadas à saúde. Segundo relatório, há evidências de que os criminosos
chegaram a pagar para promover e espalhar no Facebook posts que continham a
calúnia.
O esmiuçamento dos crimes, desenhado em 55 páginas, é um
manual da guerrilha digital que está sendo armada para as eleições presidenciais
deste ano. O levantamento de Opice Blum focou as táticas que vêm sendo
utilizadas contra Aécio. Mas nada impede que outros candidatos também sejam
alvos dos mesmos mecanismos digitais de difamação. Os recursos mais banais, com
a criação de páginas e perfis falsos no Facebook e Twitter, são facilmente
detectáveis.
A presidente Dilma Rousseff tem pelo menos cinquenta perfis
inventados. Eduardo Campos, do PSB, outra dezena. São práticas que, por deixar
marcas indeléveis de autoria, acabam tendo mais efeito humorístico do que a
destruição da imagem. O que preocupa os especialistas são os expedientes
condenáveis e ilegais como os que aparecem no levantamento que tem Aécio como
vítima.
Os detratores do senador se valem de estratagemas mais
difíceis de ser descobertos e que requerem domínio específicos de tecnologias
feitas para produzir dano. Um texto idêntico e calunioso, tendo como autor um
mesmo (e falso) usuário, aparece em áreas de comentários em diferentes sites ao
mesmo tempo. Isso é sinal claro do uso de robôs digitais. Um dos rastreamentos
feitos por peritos localizou um dos focos de geração de calúnias contra Aécio em
um computador da estatal Eletrobras.
A produção e a divulgação de conteúdo falso
destinado a macular a imagem do senador oposicionista tendo como foco um órgão
público deveria chamar a atenção das Justiça Eleitoral. A ilegalidade é
óbvia.
Camila Fisco, porta-voz do Facebook, disse a VEJA que,
pelo tamanho da rede, que tem mais de 1 bilhão de usuários, as denúncias são
sempre um passo efetivo para identificar malfeitores. “Perfis falsos e compras
de curtidas são contra nossas regras, e temos ferramentas avançadas para
detectar essas práticas, mas precisamos que os usuários nos ajudem”, afirmou.
Fica o conselho para os candidatos.
Voltei
Pois é… Reportagem publicada na Folha desta sexta, de Alexandre Aragão e Daniela Lima, informa o que segue:
Uma ação que corre em sigilo
no Tribunal de Justiça de São Paulo mostra que computadores e sistemas
utilizados para produzir ataques em série ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) na
internet foram usados com a mesma finalidade contra o prefeito do Rio, Eduardo
Paes (PMDB), e o ex-governador do Estado Sérgio Cabral (PMDB).
A Folha teve
acesso à parte dos autos que detalha a ação de dois perfis que atuavam de
maneira sistemática postando comentários em sites noticiosos de veículos de
grande circulação. As postagens contra os três políticos eram feitas em páginas
diferentes no mesmo minuto, mas de lugares a quilômetros de distância um do
outro. A operação sugere que havia o uso de robôs –mecanismos que fazem com que
a mensagem seja reproduzida automaticamente várias vezes em diferentes
endereços.(…)
Nos perfis há comentários relacionando Aécio, Cabral e Paes ao consumo de drogas. No caso dos dois políticos do Rio de Janeiro, há ainda acusações de que eles se relacionam com o crime organizado, milícias e bicheiros.(…)
Entre os pontos de origem dos ataques estão um prédio da Eletrobras, um prédio da UFRJ, um cibercafé e prédios residenciais.(…)
Retomo
Que a polícia se encarregue de desmascarar essa canalha! Cabe a pergunta: a que grupo interessa, a um só tempo, manchar a honra de Aécio e atacar a cúpula do PMDB do Rio? Deve haver alguma coerência nisso, não é mesmo?
Chegou a hora de levar esse troço a sério. Crime é crime,
com pena, lápis, caneta, máquina de escrever, computador, não importa. Aécio faz
muito bem em tentar identificar a bandidagem. Quanto a um dos centros de
irradiação da difamação estar, então, na Eletrobras, dizer o quê? Havia outro na
prefeitura petista de Guarulhos.