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Conselho de Segurança faz reunião de emergência. Obama alerta Putin sobre 'isolamento', enquanto presidente russo reforça direito de defender cidadãos russos na Crimeia
Homem segura a bandeira da Rússia durante um protesto em Crimeia, na Ucrânia em 01/03/2014 - David Mdzinarishvili/Reuters
O embaixador ucraniano na ONU, Yuriy Sergeyev, afirmou que mais de 15.000 soldados russos já estão na Crimeia. Ele fez um apelo aos países-membros do Conselho de Segurança para que tomem uma posição contra o que chamou de “claro ato de agressão da Rússia”. “As tropas já estão lá, e o número está aumentando a cada hora”, disse, pedindo o envio urgente de observadores internacionais ao país.
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O presidente russo conseguiu neste sábado a autorização do Parlamento para uma intervenção militar na Ucrânia. A solicitação não especificava a república da Crimeia, o que indica que tropas poderão ser enviadas para outras regiões pró-Moscou. Em resposta, o presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov colocou as Forças Armadas em alerta de combate. “A intervenção militar seria o começo da guerra e o fim de qualquer relação entre Ucrânia e Rússia”.
Em um contato telefônico, Barack Obama e Vladimir Putin conversaram sobre a tensa situação no país. Obama alertou para a possibilidade de um isolamento político e econômico da Rússia, caso o país continue a violar as leis internacionais ao ameaçar a soberania e integridade territorial da Ucrânia. Acrescentou que os EUA suspenderão sua participação nas reuniões preparatórias para a cúpula do G8, o grupo dos oito países mais ricos do mundo, marcada para junho na Rússia.
Putin insistiu no direito de defender os cidadãos de etnia russa que vivem no país vizinho. “Vladimir Putin chamou sua atenção para as ações provocativas e criminosas dos ultranacionalistas que são apoiados pelo governo interino em Kiev”, diz um comunicado distribuído pelo Kremlin.
A Crimeia, território no sul da Ucrânia com maioria da população de etnia russa, tornou-se o principal foco de tensões nos últimos dias. Milícias pró-Moscou já invadiram prédios da administração regional e até o aeroporto de Simferopol, capital da república autônoma. A região foi uma das bases eleitorais do presidente deposto Viktor Yanukovich nas últimas eleições e uma base naval russa está localizada no porto de Sebastopol.
Em várias cidades ucranianas foram registradas manifestações pró-Kremlin neste sábado. Na Carcóvia, a segunda maior cidade do país, houve tumulto quando manifestantes levando bandeiras da Rússia tentaram ocupar o prédio da administração regional. Em Donetsk, tradicional base eleitoral do presidente deposto Viktor Yanukovich, cerca de 7.000 pessoas tentaram invadir uma sede oficial. Em Mariupol, no sudeste, centenas de pessoas cercaram o conselho da cidade.
(Com agência EFE)