Blog do Noblat - O Globo
A esquizofrenia tornou-se a marca do governo Dilma Roussef. São duas caras – e a pior assume frequentemente a cena principal. A presidente – a cara menos assustadora – já se manifestou diversas vezes contra a violência em manifestações públicas.
Não obstante, o seu próprio governo empenha-se não apenas em estimulá-la, por meio de seu ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, como em financiá-la.
Senão, vejamos. Há duas semanas, o MST, entidade que não possui personalidade jurídica – é o que se chama de “marca de fantasia” - e opera por meio de ONGs, levou 15 mil pessoas a Brasília.
Providenciou uniformes, bandeiras, alimentação, hospedagem, fretou ônibus etc. Tudo, enfim, o que tal iniciativa exige em termos de logística e estrutura.
Não é pouco. Ao contrário, é muito.
A pergunta óbvia, que não tardou em ser decifrada, é: quem bancou tudo isso? Claro, o próprio governo. Caixa Econômica e BNDES entraram com R$ 550 mil; a Petrobras com R$ 650 mil. O dinheiro foi repassado a ONGs, sem licitação. Detalhes, detalhes.
Os manifestantes não se limitaram a pedir reforma agrária e a protestar contra o latifúndio, temas recorrentes e que poucos dos que ali estavam sabem exatamente de que consistem.
Fizeram mais: tentaram simplesmente invadir a sede do Supremo Tribunal Federal (o mesmo que acaba de dizer que roubar em conjunto não configura crime de quadrilha).
Ao barrá-los, seu dever institucional elementar, a Polícia Militar viu-se confrontada. Não se tratava de amadores, mas de gente treinada e equipada para esse tipo de conflito, de que resultaram 30 soldados feridos, oito em estado grave. O escândalo não parou aí.
Em vez de represália ou prisões, os manifestantes foram brindados com a visita do ministro Gilberto Carvalho, que os convidou para um encontro em Palácio com a Presidente da República. Ali, foram recebidos com pompa e circunstância e saudados como representantes legítimos dos trabalhadores rurais.
Dilma, que em seus pronunciamentos diz abominar a violência, prometeu-lhes examinar as postulações e, na medida do possível, atendê-las. De certa forma, já estavam parcialmente atendidas, por meio dos financiamentos estatais, cuja prestação de contas não é da conta de ninguém. E os PMs feridos? Bem, não representam ninguém, nem fazem parte da população. Hospital neles.
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