sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Gangue de Maduro assassina uma mulher, Zorayda Rodriguez, de 42 anos, na tentativa de impedir ajuda humanitária, revela Washington Post



Militares leais ao celerado Nicolás Maduro atiraram contra um grupo de civis que tentava impedir o fechamento de parte da fronteira da Venezuela com o Brasil para a entrega de ajuda humanitária, deixando ao menos uma pessoa morta e várias feridas, de acordo com deputados da oposição e ativistas.
O conflito aconteceu no vilarejo indígena de Kumarakapai, na região de Gran Sabana, na fronteira com o Estado de Roraima, por volta das 6h manhã do horário local (7h em Brasília) desta sexta-feira, 22.
De acordo com o jornal americano The Washington Post, tudo começou quando um comboio militar se aproximou do vilarejo, que fica em uma das principais estradas que ligam a Venezuela ao Brasil.
Alguns moradores se posicionaram em frente aos veículos dos soldados, para impedir sua passagem, e foram atingidos por tiros.
Uma mulher, Zorayda Rodriguez, de 42 anos, foi morta, de acordo com o advogado e ativista Olnar Ortiz. Segundo o deputado da Assembleia Nacional Américo de Grazia, outras 15 pessoas ficaram feridas pelos disparos, três delas em estado grave.


8:14 am Concejal indígena, Jorge Pérez, precisa que los heridos de bala en municipio son 13.
El ataque de la Fanb se produjo a las 6 am, cuando la seguridad indígena pemón intentó detener el paso de militares hacia el municipio fronterizo.

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Segundo o Washington Post, após o confronto, ao menos 30 moradores saíram às ruas e sequestraram três soldados venezuelanos. Pelo menos um membro da Guarda Nacional ainda estaria sob o poder dos indígenas.
Os responsáveis pelo ataque aos civis, segundo dirigentes da oposição, são agentes da Guarda Nacional Bolivariana e da Força Armada Nacional Bolivariana. 
Os ativistas pertenciam à tribo indígena Pemones, que se uniu ao esforço da oposição para levar as doações do Brasil, Estados Unidos e outras nações aos venezuelanos.
A mulher que morreu é uma vendedora de empanadas que estava na área onde ocorreu o enfrentamento, a comunidade de Kumaracupay, enquanto os feridos são todos homens.
Apenas três deles, e devido à gravidade do seu estado, foram transferidos imediatamente a um centro de saúde, pois, segundo De Grazia, não há gasolina nem ambulâncias que possam transferir os demais.
Na entrada da comunidade de Kumaracapai há uma placa com a inscrição “Guaidó presidente”. “Nunca apoiamos ou apoiaremos a ditadura”, disseram os índios a repórteres no local.

Bloqueio da fronteira

Na quinta-feira 21, o governo chavista de Maduro ordenou o bloqueio da fronteira com o Brasil por período indeterminado. O espaço aéreo entre os países também foi suspenso, por determinação do Instituto Nacional de Aeronáutica Civil.
O presidente venezuelano quer impedir que os venezuelanos entrem no Brasil para buscar a ajuda humanitária doada pelo governo brasileiro. 
Maduro afirma que as ajudas são um “presente podre” que carrega o “veneno da humilhação”, apesar de reconhecer as dificuldades que a Venezuela atravessa. O chavista também já disse que não permitirá a entrada das doações, pois são uma tentativa de “invasão estrangeira”.
Além, do Brasil, Colômbia e Estados Unidos se mobilizam para enviar ajuda humanitária aos venezuelanos. Canadá e União Europeia (UE) também anunciaram doações em dinheiro, destinadas principalmente aos refugiados do país.
A situação econômica desastrosa da Venezuela é considerado pela ONU a mais maciça da história recente da América Latina. O país possui as maiores reservas de petróleo do mundo, mas está asfixiado por uma profunda crise e pela hiperinflação, além de ser alvo de sanções financeiras dos Estados Unidos.

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