Raphael Kapa - O Globo
Crescimento em pesquisas ainda está ligado a superexposição após a tragédia com Eduardo Campos
O avanço de Marina Silva (PSB) na pesquisa de intenções de votos realizada pelo Datafolha, que a coloca empatada com a candidata a reeleição à Presidência Dilma Rousseff (PT), ainda está ligado a superexposição que a ex-senadora teve após a tragédia com Eduardo Campos e mostra uma migração de votos de descontentes com o governo, segundo especialistas.
— A Marina bagunçou o cenário eleitoral. Ela trouxe a votação que teve em 2010, o discurso de um terceira e via e, agora, representa para o eleitor descontente com o governo uma real chance de retirar o PT do governo, o que Aécio (Neves) não conseguiu mostrar — afirma o cientista político Felipe Borba.
A superexposição que Marina teve após a morte de Eduardo Campos também é vista como um motivo de seu crescimento para o cientista político Fernando Weltman, da Fundação Getúlio Vargas.
—A tragédia com Eduardo Campos mobilizou as atenções em torno do seu nome. Ela se tornou um assunto — afirma Weltman que completa dizendo que ainda é cedo para avaliar se é um fenômeno duradouro —É um momento de uma onda mas não sabemos conjecturar se vai ter prosseguimento.
O professor de História Contemporânea da UFF, Marcus Dezemone, concorda com Weltman e acredita que a exposição e os ataques dos adversários podem modificar o cenário político que, atualmente, é favorável para a ex-senadora.
— É uma candidatura que ainda está se apresentando e vai sofrer ataques. Ainda temos que ver se Marina vai conseguir se defender dos adversário que já começam a apontar suas contradições — afirma Dezemone.