Rennan Setti - O Globo
Depois de fraco desempenho do segundo trimestre, média das projeções para 2014 cai a 0,4%
O desempenho pior do que o esperado da economia no segundo trimestre obrigou o mercado a reduzir as estimativas de crescimento do Brasil em 2014. Em 11 novos cálculos compilados pelo GLOBO, a mediana das projeções caiu de 0,6% para 0,4%. Mas já há bancos prevendo que o PIB ficará estacionado este ano.
É o caso do Banco Fibra, que diminuiu de 0,5% para zero sua expectativa de expansão da atividade na comparação com 2013. O Itaú Unibanco também está bastante pessimista. O banco calcula que a expansão ficará entre zero e 0,2%, em vez do 0,6% previsto anteriormente.
O americano Goldman Sachs é outro que cortou significativamente sua projeção para o PIB em 2014, de 0,75% para 0,25%.
Já a consultoria MB Associados revisou de 0,6% para 0,5% a estimativa de crescimento para 2014. É o mesmo número esperado pelo banco Bradesco, que previa anteriormente um avanço de 1% e refez os cálculos por enxergar piora no “cenário de desaceleração da demanda doméstica, via redução do consumo do governo e dos investimentos e acomodação do consumo das famílias.”
Ao reduzir de 0,7% para 0,1% sua estimativa de avanço do PIB este ano, o Barclays espera agora que o Brasil tenha o quinto pior desempenho econômico entre 34 países. O banco inglês acredita que a economia brasileira só se dará melhor em 2014 do que Venezuela (-2,9%), Argentina (-0,8%), Itália (-0,1%) e Rússia (-0,1%). A média global de crescimento projetada pelo banco é de 3,2% em 2014.
Já para o Nomura, o PIB brasileiro crescerá 0,3% em vez de 1%. A Rosemberg Associados, por sua vez, reviu sua projeção de 0,8% para 0,5%, enquanto a Confederação Nacional do Comércio (CNC) reduziu de 0,9% para 0,6%. A economista Silvia Matos, da Fundação Getulio Vargas, previu uma expansão de 0,4%, em vez do 0,6% anterior, assim como a Kyros Investimentos.