domingo, 24 de agosto de 2014

Cameron Diaz em cenas de sexo explícito na rede

Em ‘Sex tape’, Cameron Diaz e Jason Segel tentam recuperar vídeo íntimo que foi parar na web

Atriz conta que durante as filmagens ela refletiu sobre a encruzilhada da invasão de privacidade

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Jason Segel e Cameron Diaz em cena de ‘Sex tape’
Foto: Claire Folger / Divulgação
Jason Segel e Cameron Diaz em cena de ‘Sex tape’ - Claire Folger / Divulgação




LOS ANGELES — Em 2011, Jake Kasdan (filho do roteirista e diretor Lawrence), dirigiu Cameron Diaz e Jason Segel em “Professora sem classe”, uma das surpresas do ano, com mais de US$ 216 milhões de bilheteria. Antes de “Professora sem classe 2” ser filmado e ter data de lançamento, o público brasileiro pode conferir, desde quinta-feira, o mais recente trabalho do trio. “Sex tape:

perdido na nuvem” traz a atriz de 41 anos e o comediante que estrelou filmes como “Ressaca de amor, de Nicholas Stoller, na pele de um casal decidido a revitalizar sua vida sexual. Ignorado pelo público e desprezado pela crítica nos EUA, o filme leva, curiosamente, a assinatura do mesmo Stoller no roteiro (com ajuda de Segel). O subtítulo em português nasceu de uma das escassas boas sacadas da história: depois de terminarem um vídeo caseiro de sexo explícito para consumo interno inspirado nas mais acrobáticas posições de um clássico manual de sexo britânico, Annie e Jay descobrem que o material foi parar na “nuvem” virtual e, de lá, acessado por familiares, amigos, quiçá até o carteiro.

O argumento foi de Kate Angelo, roteirista do fraco “Plano B”, inspirada pela explosão de sex tapes de celebridades. Com a chegada de Kasdan, o ponto de partida virou mero subterfúgio para se tratar, com clichês a dar com o pau, da crise de casais cujas vidas domésticas e profissionais, especialmente depois da chegada dos filhos, estancam a possibilidade do prazer sexual.

— Não classificaria o que fizemos de disneyficar as sex tapes. Agora, jamais busquei o aspecto mais pesado. Nunca me interessei por sex tapes de verdade, elas são apenas um mote para contar a história deste casal em desespero ao ver o privado tomando uma dimensão pública — diz Kasdan.
DIAZ ‘QUITE COM A IMPRENSA’

Diaz conta que durante as filmagens ela refletiu sobre a encruzilhada da invasão de privacidade que hoje não afeta mais apenas os famosos:

— Nas redes sociais, as pessoas tiram fotos o tempo todo de desconhecidos. Posso garantir que existe uma foto sua, em algum lugar, e você nem sabe. Seu nome não está lá. Ainda. O Facebook já usa programa de reconhecimento facial, você pode marcar uma pessoa conhecida na foto de um terceiro, sem camisa, de biquíni, emburrado, mexendo no nariz, e por aí vai. Vocês vão ver o que é bom para tosse! Aí vou finalmente ficar quite com a imprensa — brinca, séria, Diaz.
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As muitas cenas de nudez acabam gerando mais risadas do que excitação.
— “Ressaca de amor” tem um nu frontal meu, e a intenção não era excitar ninguém, eu juro. Aqui, de novo, a ideia é fazer rir com situações verdadeiramente desconfortáveis, vulneráveis, que nós dois passamos na história e que, espero, dê aquele clique em casais passando por situações semelhantes — diz Segel.

Diaz diz que já mostrou o derrière em filmes outros e não viu por que escondê-lo em uma comédia cujo ponto de partida é uma sex tape:

— Jamais vou aparecer completamente nua na tela grande. Mas minha bunda todo mundo já viu em biquínis mínimos. A pequena parte que faltava, agora está à mostra também. Simples assim.

Na tentativa de recuperar todos os tablets em que o vídeo pode ser acessado, o casal vai parar na mansão do estranhíssimo personagem vivido por Rob Lowe. E na produtora de vídeo pornô comandada por Jack Black, em uma breve aparição sem muita razão de ser.
NA VIDA REAL

A praga dos vídeos caseiros com teor sexual baixados na internet por milhares de fãs e detratores dos protagonistas não é uma exclusividade das celebridades americanas, mas é difícil competir no grau de bizarrice e penetração de audiência com obras como o encontro de Colin Farrell com a coelhinha da "Playboy" Nicole Narain. Dos poucos a assumir que era ele de fato na tela, o galã processou a modelo e, em um talk-show, respondeu à pergunta se “havia aprendido a lição” com a tirada: “É claro. Da próxima vez, levarei o vídeo comigo”.

Paris Hilton, Fred Durst (Limp Bikzit), Pamela Anderson e Kim Kardashian tiveram suas intimidades e as de seus parceiros reveladas ao público. E, antes deles, curiosamente, um pioneiro na, digamos, tendência, foi justamente Rob Lowe. Um ano depois de uma noitada com duas jovens, uma delas de 16 anos, durante a convenção democrata de 1988, em Atlanta, o vídeo começou a circular em Hollywood. Lowe tinha 23 anos. Em sua biografia, ele contou que se sentiu sob fogo cerrado. E, para a amiga Oprah Winfrey, confessou, jocoso: “Aprendi que nem sempre a melhor posição é a de quem está na vanguarda”.

* Eduardo Graça viajou a Los Angeles a convite da Sony Pictures