TEL AVIV
Sob chuva intensa, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro desembarcou neste domingo (31) no Aeroporto Internacional de Tel Aviv para uma visita de quatro dias a Israel.
O avião do presidente pousou por volta das 9h45 (3h45, horário de Brasília). Em cerimônia que durou cerca de 15 minutos, ele discursou, bem como o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Mas nenhum dos dois tocou em assuntos polêmicos, como a transferência da embaixada do Brasil para Jerusalém.
O avião do presidente pousou por volta das 9h45 (3h45, horário de Brasília). Em cerimônia que durou cerca de 15 minutos, ele discursou, bem como o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Mas nenhum dos dois tocou em assuntos polêmicos, como a transferência da embaixada do Brasil para Jerusalém.
“Eu amo Israel”, disse Bolsonaro, em hebraico, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu –que raramente se desloca para o aeroporto para se encontrar com chefes de Estado.
Na verdade, essa foi apenas a 5ª vez em dez anos que Netanyahu fez essa honraria. Antes de Bolsonaro, ele recebeu no aeroporto apenas dois presidentes americanos, Barack Obama e Donald Trump, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o papa Bento 16.
“Há dois anos estive em Israel e visitei o Rio Jordão”, continuou Bolsonaro, apesar de ter visitado Israel em 2016. “Por coincidência, meu nome é Messias. Me senti emocionado naquele momento. Uma emoção, um compromisso, uma fé verdadeira que me acompanhará o resto da minha vida”.
Bolsonaro também afirmou que espera levar ensinamentos de Israel para o Brasil: “Sabemos que Israel não é tão rico como o Brasil em recursos naturais e outras coisas. Mas eu dizia: olha o que eles não têm e veja o que eles são. E falava: olha o que nós temos e veja o que não temos. Como poderemos ser iguais a eles? Ter a mesma fé que eles têm”, continuou, citando uma passagem bíblica (João 8:32).
O presidente também agradeceu a ajuda israelense em Brumadinho e afirmou que seu governo “está firmemente decidido em fortalecer a parceria Brasil-Israel: “A amizade entre os nossos povos é histórica. Tivemos um momento de afastamento, mas Deus sabe o que faz”, declarou, se referindo aos anos de governo PT, quando houve distanciamento diplomático.
Na verdade, essa foi apenas a 5ª vez em dez anos que Netanyahu fez essa honraria. Antes de Bolsonaro, ele recebeu no aeroporto apenas dois presidentes americanos, Barack Obama e Donald Trump, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o papa Bento 16.
“Há dois anos estive em Israel e visitei o Rio Jordão”, continuou Bolsonaro, apesar de ter visitado Israel em 2016. “Por coincidência, meu nome é Messias. Me senti emocionado naquele momento. Uma emoção, um compromisso, uma fé verdadeira que me acompanhará o resto da minha vida”.
Bolsonaro também afirmou que espera levar ensinamentos de Israel para o Brasil: “Sabemos que Israel não é tão rico como o Brasil em recursos naturais e outras coisas. Mas eu dizia: olha o que eles não têm e veja o que eles são. E falava: olha o que nós temos e veja o que não temos. Como poderemos ser iguais a eles? Ter a mesma fé que eles têm”, continuou, citando uma passagem bíblica (João 8:32).
O presidente também agradeceu a ajuda israelense em Brumadinho e afirmou que seu governo “está firmemente decidido em fortalecer a parceria Brasil-Israel: “A amizade entre os nossos povos é histórica. Tivemos um momento de afastamento, mas Deus sabe o que faz”, declarou, se referindo aos anos de governo PT, quando houve distanciamento diplomático.
No final de seu discurso, Bolsonaro cometeu um erro em hebraico. Ao invés de repetir “Ani ohev Israel” (Eu amo Israel), ele olhou para uma “colinha” e disse: “Ana ohev Israel”. “Ana” significa “eu” em árabe, não em hebraico.
Bolsonaro foi recebido ainda dentro do avião por Binyamin Netanyahu, e, ao desembarcar, passou em revista às tropas, colocadas sob tendas brancas improvisadas por causa do mau tempo. O hino nacional foi tocado pela banda oficial do aeroporto, bem como o Hatikva, o hino de Israel.
Bolsonaro foi recebido ainda dentro do avião por Binyamin Netanyahu, e, ao desembarcar, passou em revista às tropas, colocadas sob tendas brancas improvisadas por causa do mau tempo. O hino nacional foi tocado pela banda oficial do aeroporto, bem como o Hatikva, o hino de Israel.
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“Meu amigo, estamos fazendo história”, disse Netanyahu. “Fico feliz que apenas três meses depois de sua posse, em sua primeira viagem fora do continente americano, você vem a Israel para levar nosso relacionamento a um novo auge. É a maior delegação brasileira que já veio a Israel. Vamos assinar contratos em nossa cidade eterna, Jerusalém”.
Ele afirmou que Bolsonaro —que chamou de Yair, nome de seu filho mais velho— vai encontrar, em Israel, um povo que ama o Brasil: “Os israelenses amam o Brasil. A cultura latente, a música, a dança e, acima de tudo, o calor e a alegria do povo brasileiro. Brasil é um país enorme com um potencial enorme. Acredito que, sob sua direção, esse potencial vai ser realizado”.
A nove dias das eleições gerais em Israel e sob ameaças de indiciamento por corrupção, Netanyahu pareceu animado em receber o apoio do presidente brasileiro —o que, para seus eleitores, seria um sinal de sua força diplomática mundial. Certamente, ele espera algum tipo de sinalização do líder brasileiro sobre uma possível transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém.
Mas esse anúncio pode se restringir apenas à abertura de um escritório econômico em Jerusalém— assim como fez o governo da Hungria, recentemente.
Independentemente disso, o primeiro-ministro já pode registrar uma vitória: ele deve acompanhar Bolsonaro ao Muro das Lamentações, algo que está sendo destacado pela imprensa israelense.
Grande parte dos líderes mundiais não aceita ir com o premiê ao local. Motivo: o muro é localizado em Jerusalém Oriental, área exigida pelos palestinos como sua capital.
A soberania israelense sobre a parte oriental de Jerusalém não é reconhecida pela comunidade internacional. Ao ir oficialmente com o premiê israelense ao muro, Bolsonaro estaria sinalizando com esse reconhecimento.
“Apoio brasileiro”, foi o título da matéria sobre a visita de Bolsonaro no maior jornal do país, o Yedioth Aharonoth (Últimas Notícias). A matéria destacou a visita conjunto de Bolsonaro e Netanyahu ao Muro das Lamentações.
O jornal também destacou o que chamou de “pressão do mundo árabe” para que o presidente brasileiro não transfira a embaixada para Jerusalém, uma promessa de campanha.
Ainda hoje, Bolsonaro, que estará hospedado no hotel mais tradicional e luxuoso de Jerusalém, o King David, cumprirá uma agenda intensa em Jerusalém. Ele assinará acordos de cooperação com Israel e terá um encontro privado com Netanyahu.
Bolsonaro e Netanyahu farão também uma declaração conjunta. À noite, será recebido para um coquetel na residência oficial do primeiro-ministro.
Nesta segunda-feira (1º), Bolsonaro terá agenda ainda mais intensa, visitando a Brigada de Resgate e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel.
Depois, irá à Unidade de contra-terrorismo da Polícia Israelense e vai condecorar a Brigada de Busca e Salvamento que ajudou no resgate em Brumadinho.
De tarde, Bolsonaro irá à Cidade Velha de Jerusalém, onde visitará a Igreja do Santo Sepulcro e o Muro das Lamentações.