quinta-feira, 28 de março de 2019

Dodge pede que inquérito de Dirceu - capitão da organização criminosa do Lula - e filho vá para a Justiça Eleitoral

Ex-ministro José Dirceu durante entrevista coletiva sobre o lançamento do seu livro de memórias, em Brasília 29/08/2018 Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo


Mesmo condenado, o larápio petista continua em liberdade - 29/08/2018 - Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo

O inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal ( STF ) com base na delação da Odebrecht para investigar o ex-ministro José Dirceu e seu filho, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), deverá ir para a Justiça Eleitoral do Paraná. Em parecer entregue à Corte, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse não haver provas de corrupção. Até agora, há apenas indícios de caixa dois, que é um delito eleitoral.

"Da análise dos autos, observa-se que, embora não se possa descartar que as doações apuradas visaram a uma contrapartida, até o momento não surgiram elementos probatórios para apontar neste sentido", avaliou Dodge no documento em que pede o envio do inquérito para a Justiça Eleitoral.

Zeca Dirceu é parlamentar e tem foro especial no STF. Mas como a investigação não tem relação com o exercício do mandato, Dodge avalia que cabe à Justiça Eleitoral analisar o caso, conforme decisão tomada pelo próprio STF em maio do ano passado. A decisão de enviar ou não o inquérito para Justiça Eleitoral será do ministro Edson Fachin, relator deste e de outros processos da Lava-Jato na Corte.
Fernando Reis, um dos delatores da Odebrecht, relatou ter feito duas contribuições às campanhas de Zeca Dirceu a pedido do pai dele: R$ 250 mil em 2010 e mais R$ 250 mil em 2014. Em depoimentos à Polícia Federal (PF), os dois investigados negaram irregularidades.
"O colaborador considerava que o apoio ao filha era, na verdade, apoio ao pai, no sentido de manter a política de não ter José Dirceu como inimigo para os negócios da empresa", escreveu o então procurador-geral da República Rodrigo Janot ao pedir a abertura de inquérito no STF em março de 2017.
André de Souza, O Globo