Apesar do lucro recorde de R$ 13 bilhões em 2018, a Eletrobras não tem condição de investir na expansão do sistema elétrico brasileiro, explicou o presidente da estatal, Wilson Ferreira, porque boa parte do lucro se refere a registros contábeis, como revisão de provisões.
Segundo ele, é possível que a capitalização ocorra ainda este ano, como quer o governo. “O lucro em grande medida são reversões de provisões internas, coisas que foram baixadas no passado fruto da evolução dos projetos, como por exemplo a CGTE, não havia perspectiva de ela voltar a operar, hoje ela tem. O caso de Angra 3, foi interrompida em 2015, mas na hora que toma a decisão de retomada você tem condições de recuperar o dinheiro que você colocou (R$ 12 bilhões)”, explicou o executivo.
Ele prevê que em junho já deverá estar pronta a modelagem da capitalização e se disse otimista com a previsão do governo de capitalizar a empresa ainda este ano, apesar de ter declarado recentemente que previa a diluição da participação do governo em bolsa de valores apenas em 2020. Para ele, a renovação do Congresso nas últimas eleições “trouxe gente nova, ansiosa por renovação”, e é possível que a capitalização ocorra em 2019.
“Acho que sim (capitaliza este ano). Estamos falando de algo que beneficia a população, estou sempre otimista em relação ao tempo do Congresso”, disse, admitindo que por causa da votação da Previdência, “em um primeiro momento pode demorar”, mas que confia que no segundo semestre as coisas estarão mais resolvidas.
Com Estadão Conteúdo