quinta-feira, 28 de março de 2019

Líderes partidários consideram escolha do relator um 'passo importante' para a Previdência

Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG) na tribuna da Câmara Foto: Gilmar Felix/Agência Câmara
Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG) na tribuna da Câmara Foto: Gilmar Felix/Agência Câmara

Líderes partidários afirmaram que a escolha do relator dareforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara foi um passo importante para que não haja atraso no andamento da proposta na Casa. O objetivo do presidente da comissão, Felipe Francischini (PSL-PR), é votar o texto na CCJ no dia 17 de abril.Parlamentares avaliam que o fato de o relator escolhido, Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), ser do partido do presidente Jair Bolsonaro é um sinal de envolvimento do governo com o projeto. Os líderes também minimizaram a possibilidade de a falta de experiência política — o relator é deputado de primeiro mandato — ser um empecilho, já que o debate na CCJ é mais focado em questões técnicas.

Líder do Cidadania (antigo PPS), Daniel Coelho (PE) diz que a escolha do relator foi uma sinalização importante para a reforma. Ele avalia que a indicação já estava atrasada e que isso foi importante para que o calendário da tramitação não seja tão prejudicado
—  É importante que o relator seja do PSL, partido do presidente. Eles precisam protagonizar também na questão da reforma.É uma cobrança que havia. É importante que façam o trabalho na CCJ. Mais do que prudente essa indicação — disse o líder.
A opinião é compartilhada pelo líder do PSD, André de Paula (PE):
— Acho que ajuda, porque é do partido do presidente, e imagino que a escolha tenha tido o apoio do núcleo político do governo. A questão mais relevante na escolha é exatamente essa: que tivesse o apoio do governo, porque assim vai reunir a energia necessária para trabalhar ao lado dos partidos e construir maioria.
O líder do PSL, Delegado Waldir, acrescentou que o relator escolhido tem conhecimento jurídico e, por isso, preenche o perfil que havia sido definido.
— Como o PSL foi o primeiro partido a fechar questão no apoio da reforma, é natural que o nome seja do partido. E foi construído em diálogo com o Rodrigo Maia, demais partidos e a Casa Civil. Não foi um nome imposto — afirmou o parlamentar, destacando que a falta de experiência política possa ser um entrave — O diálogo na CCJ é técnico. Problema seria escolher um relator com outro perfil, sem conhecimento da legislação.
A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), elogiou a "capacitação técnica" do relator. 
—  Tínhamos alternativa em outros partidos, como PSDB e Novo. Havia vários nomes bons, mas um agradava só meia dúzia, outro nome agradava outra meia dúzia.  Tinha que ser alguém que acreditasse no texto (da reforma) e tivesse conhecimento jurídico, e o Delegado Marcelo (Freitas) é doutor na área — afirmou Joice.

Bruno Góes e Marco Grillo, O Globo