A escolha foi feita em uma reunião da qual participaram, além de Francischini, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), o líder do PSL, Delegado Waldir (GO), e a vice-presidente da CCJ, Bia Kicis (PSL-DF). Já com o encontro em andamento, o ex-deputado federal Fernando Francischini, pai do presidente da CCJ, entrou na sala. Atualmente ele é deputado estadual no Paraná.
– Desde ontem (quarta-feira), houve grande entendimento com o presidente (da Câmara), Rodrigo Maia, e os líderes da Casa. Nós daremos total prioridade à tramitação da reforma e agora, com certeza, os ânimos estão acalmados – disse o presidente da CCJ.
Líder do governo na Câmara, Major Vítor Hugo (PSL-GO) não participou da reunião. Ele estava em São Paulo para o leilão da Ferrovia Norte-Sul, ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas.
Francischini negou que tenha havido dificuldade para a escolha do relator – a ideia inicial, no entanto, era que o parlamentar escolhido fosse de outro partido, não do PSL. Onyx seguiu o mesmo tom:
– Dentro do PSL, houve busca criteriosa. O relator tem preparo político e na sua atividade profissional, como analista do Supremo Tribunal Federal (STF) e delegado.
A falta de um relator para a matéria foi a alegação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para faltar à audiência em que apresentaria o projeto da reforma aos integrantes da comissão, na terça-feira. A ausência incomodou deputados e dividiu até os parlamentares do PSL: o líder do governo na Câmara, Major Vítor Hugo , criticou a desistência de Guedes; já a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou que o ministro faltou por “estratégia” e reclamou de o relator ainda não ter sido escolhido àquela altura.
Depois de dias de tensão, com troca de farpas entre Maia e o presidente Jair Bolsonaro, integrantes do governo começaram a atuar para aparar as arestas entre Executivo e Legislativo. O ministro da Casa Civil disse que uma “bandeira branquíssima” foi estendida na relação entre os poderes;
– Graças a Deus, as coisas estão se ajustando.
Relator
Eleito com 58.176 para seu primeiro mandato como deputado, o delegado Marcelo Freitas (PSL-MG) exerceu cargos técnicos no Supremo Tribunal Federal e foi delegado da Polícia Federal, onde chegou a chefiar a delegacia de combate ao Combate ao Crime Organizado de Montes Claros (MG).
Ele é titular da CCJ e suplente das comissões de Minas e Energia e Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Nos discursos que já fez no plenário da Câmara, tratou de temas como o fim do foro privilegiado e o pacote anticrime do ministro Sergio Moro, mas não chegou a tratar da reforma da Previdência.