A bancada do PSL na Câmara dos Deputados fechou questão na manhã desta quinta, 28, em favor da reforma da Previdência. Os parlamentares do partido presidente Jair Bolsonaro devem estar entre os primeiros a serem recebidos por equipes do Ministério da Economia para discutir a proposta. A bancada, contudo, não descarta possibilidade de mandar alterações no texto.
"Se tiver alguns ajustes, a bancada vai fazer através de destaques. Mas o importante é que fechamos a questão unanimemente", afirmou o presidente do PSL, Luciano Bivar.
Na semana passada, o líder do partido na Câmara, o deputado delegado Waldir (GO), criticou duramente o projeto encaminhado pelo governo que trata da reestruturação das carreiras das Forças Armadas e da aposentadoria dos militares. “O governo nos mandou um abacaxi e não temos como descascá-lo com os dentes. É preciso nos dar a faca”, disse em coletiva.
Na manhã desta quinta-feira, Waldir mudou de posição: "Estamos construindo o diálogo. O governo está trazendo o facão para descascar", disse completando: "E vamos comer o abacaxi docinho".
O partido informou ainda que o parlamentar que não votar a favor da Previdência poderá até ser expulso da legenda. Participaram da reunião 32 dos 54 deputados da legenda. O presidente da Comissão de Costituição e Justiça, Felipe Franceschini (PR), não veio.
Os líderes do governo na Câmara e no Congresso, Major Vitor Hugo (GO) e Joice Hasselmann (SP), respectivamente, tiveram brevemente no encontro. Ambos receberam críticas internas nos últimos dias por falta de interlocução com o grupo. Para deputados ouvidos pelo Estado, a conversa com eles serviu para alinhar "alguns pontos" da comunicação interna.
Durante o encontro, parlamentares da legenda também avaliam a informação de que parte da bancada estaria insatisfeita com a liderança do delegado Waldir (PSL-GO). Especulado, general Girao (PSL-RN) negou que esteja se candidatando, mas deixou clara a insatisfação. "Não quero ser o líder. Eu quero é ser liderado", afirmou.
Na saída, Bivar e Waldir negaram desentendimentos internos e avaliaram que o assunto não passava de "fofoca".
FOGO AMIGO. A decisão oficial do PSL ocorre após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que não foi a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para não levar “tiros nas costas” dos próprios aliados. Após as declarações, Bivar, convocou correligionários para oficializar o apoio.
Renato Onofre, O Estado de S.Paulo